segunda-feira, 15 de abril de 2019

No Chile, capitalização traz miséria

Por Felipe Bianchi e Leonardo Severo, de Santiago, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Economista formado na Universidade Católica do Chile, Marco Kremerman é representante da Fundação Sol – referência no debate sobre as Administradoras de Fundos de Pensão (AFP) – onde é pesquisador da área de Institucionalidade e Desenvolvimento. Kremerman recebeu a reportagem do ComunicaSul nesta sexta-feira (12), na sede da entidade, para falar das consequências da “privatização da Previdência pública chilena” e alertar os brasileiros para o descaminho, “em benefício de seis grandes companhias, na maior parte estrangeiras, que passam a multiplicar seus ganhos enquanto espalham a miséria em larga escala”.

A crueldade do arrocho no salário mínimo

Editorial do site Vermelho:

Causa pasmo a decisão do governo Bolsonaro de acabar com o ganho real do salário mínimo. As patetices panfletárias do seu ministro da Economia, Paulo Guedes, de que esse “esforço fiscal” é importante para conter o aumento do valor de benefícios da Previdência Social que impactam diretamente os gastos públicos, mostram bem o que é a alma de um projeto de poder que tem como único objetivo a acumulação financeira. Tirar dinheiro do bolso dos mais necessitados para esse objetivo é uma ação perversa, uma crueldade.

Bolsonaro e as estatísticas de desemprego

Por Flavio Fligenspan, no site Sul-21:

Uma notícia econômica percorre um longo caminho até ser o que é e, eventualmente, ter algum impacto político e social. Muito antes de ser notícia, um fenômeno econômico passa por várias etapas. A primeira delas é o enquadramento num arcabouço teórico pré conhecido e devidamente discutido e testado na academia. O passo seguinte é o da construção metodológica, ou seja, como o fenômeno será observado e medido, o que envolve a escolha dos instrumentos de medida. Só depois de feito o plano metodológico é que efetivamente se parte para a coleta das informações; em sequência vem o processamento e a seguir, a análise.

Preço do Diesel: a primeira grande crise

Por Gilberto Maringoni, na revista Fórum:

O acontecimento político central da semana é o veto de Bolsonaro ao aumento do Diesel, abrindo a primeira grande crise entre o setor ideológico e a banda financista de seu governo.

Bolsonaro pode ser tosco, mas não é burro. Não quer cometer estelionato eleitoral e fragilizar a relação com sua base entre os caminhoneiros e os muitos que os veem com simpatia. Sabe, pelo exemplo histórico, que seria suicídio relâmpago. Perderia legitimidade e seu poder diante de todo o leque de interesses abrigado em sua administração.

Quem tem medo de Paulo Freire?

Por Sérgio Haddad, no site Outras Palavras:

Em 29 de maio de 1994, em longa entrevista publicada no caderno “Mais”, da Folha de S.Paulo, Paulo Freire comentou as razões de seu método não ter erradicado o analfabetismo no Brasil.

“Em tese, o analfabetismo poderia ter sido erradicado com ou sem Paulo Freire. O que faltou foi decisão política. A sociedade brasileira é profundamente autoritária e elitista. Nos anos 60 fui considerado um inimigo de Deus e da pátria, um bandido terrível. Pois bem, hoje eu já não seria mais considerado inimigo de Deus. Você veja o que é a história. Hoje diriam apenas que sou um saudosista das esquerdas. O discurso da classe dominante mudou, mas ela continua não concordando, de jeito nenhum, que as massas populares se tornem lúcidas”, afirmou na ocasião.

A guinada radical nas relações exteriores

Por Adriano de Freixo, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Ao assumir o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em maio de 2016, ainda durante o período de interinidade de Michel Temer, José Serra anunciou uma “mudança de rumos” na política externa brasileira, com o abandono das principais orientações e diretrizes implementadas durante o ciclo dos governos petistas, em especial, nos anos de Luiz Inácio Lula da Silva. Vislumbrando uma possível nova candidatura à presidência em 2018 e de olho no eleitorado conservador e antipetista, o senador tucano fez de seu discurso de posse um manifesto contra o que chamou de política externa “partidária” e “ideológica” do período anterior.

Bolsonaro liquida conselhos da sociedade

Do site do FNDC:

O presidente Jair Bolsonaro publicou, no último dia 11 de abril, um decreto que extingue e estabelece novas diretrizes para colegiados ligados à esfera federal no país. O decreto nº 9.759/2019 diz que serão liquidados todos os organismos do tipo que tenham sido criados por decreto e que não tenham lei que definam suas competências. Caso não sejam encaminhadas para a avaliação do Poder Executivo propostas de recriação com justificativa de necessidade e conveniência até 28 de maio, os colegiados podem ser extintos no prazo de 60 dias.

O desastre final de Macri na Argentina

Por Gabriel Brito, no site Correio da Cidadania:

Fes­te­jada por se­tores he­gemô­nicos da po­lí­tica, do ca­pital e da mídia, a pre­si­dência de Mau­ricio Macri na Ar­gen­tina chega ao final de seu man­dato sob um si­lêncio in­di­ca­tivo de seu fi­asco. Como re­ve­lado pelo Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­ticas e Censos da Re­pú­blica Ar­gen­tina, a po­breza e a in­di­gência atingem pra­ti­ca­mente 40% da po­pu­lação. No ho­ri­zonte, um ce­nário elei­toral pouco ani­mador. É sobre isso que o Cor­reio con­versou com Carlos Edu­ardo Vi­digal, pro­fessor do de­par­ta­mento de His­tória da UnB com es­pe­ci­a­li­dade no país vi­zinho.

Ataque à juventude é eixo de Bolsonaro

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Em entrevista ao Tutaméia (acompanhe no vídeo), o filósofo Vladimir Safatle disseca o governo de Jair Bolsonaro –que ele classifica como fraco–, analisa o discurso oficial e aponta para o sentimento de revolta latente na sociedade. Para ele, o horizonte é de acirramento de conflitos, é contrarrevolucionário. “Se é um momento contrarrevolucionário, então tinha uma revolução possível. E tem. A sociedade tem uma energia de revolta inacreditável”, afirma.

Persistir sem desculpas e sem medo

Por João Guilherme Vargas Netto

Insisto. É preciso que as direções sindicais levem para suas bases o abaixo-assinado unitário contra a deforma da previdência.

Até o 1º de maio ainda há tempo de se obterem centenas de milhares de assinaturas de trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias no que será a melhor preparação das comemorações e a melhor forma de relacionamento entre os dirigentes e seus representados nos locais de trabalho.

A preocupação que me leva à insistência decorre da constatação de que esta tarefa não tem sido realizada a contento e até mesmo não tem sido reconhecida como essencial por alguns dirigentes que a aprovaram.

domingo, 14 de abril de 2019

Três razões para a queda livre de Bolsonaro

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

No fim de janeiro, dei um diagnóstico fácil: “Quanto à imagem, a luz vermelha já está acesa para Bolsonaro”. Era evidente que a avaliação do governo ia piorar. Antes mesmo de completar cem dias, quando tradicionalmente se considera o fim da “lua de mel” da opinião pública com um novo governo, saiu uma pesquisa do Ibope confirmando o prognóstico. Em pouco mais de dois meses, de meados de janeiro a meados de março, a avaliação positiva do governo caiu 15 pontos porcentuais. A confiança da população deteriorou-se, passando de 62% para 49%.

Maioria rejeita pacotes de Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Pesquisas do Datafolha publicadas nos últimos dois dias mostram que a maioria da população rejeita os pacotes dos superministros Paulo Guedes e Sergio Moro para as reformas na Previdência e na Segurança, os únicos projetos apresentados pelo governo nestes 100 dias.

Diante disso, Bolsonaro fez muito bem em cancelar o pronunciamento que faria na noite de quarta-feira. Não tinha, simplesmente, nada de concreto para falar e mostrar sobre o que fez até agora.

Isso explica também porque o presidente caiu em todas as pesquisas de avaliação do governo na semana passada.

A paranoia olavista do ministro da Educação

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

“Os comunistas estão no topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras. Eles são os donos dos jornais. Eles são os donos das grandes empresas. Eles são os donos dos monopólios”. Quem fala uma bobagem dessas jamais poderia estar junto na mesma sentença com a palavra “educação”, mas são frases saídas da boca do novo chefe do Ministério da…Educação.

“Trocaram um pseudo olavete por um verdadeiro olavete”, comentou um sorridente Olavo de Carvalho sobre a troca de ministros do MEC. O guru de araque do bolsonarismo continuará sendo o principal influenciador do ministério que tem o segundo maior orçamento do governo.

BBB é sintoma de que a sociedade adoeceu

Por Daniel Trevisan, no blog Diário do Centro do Mundo:

A vitória de Paula von Sperling no Big Brother Brasil é mais um sintoma da doença que acometeu o Brasil: um mal que mistura ódio com a falta de noção.

Ela recebeu 61,05% dos votos e surpreendeu até quem já usou a coroa de brother uma vez, a Gleici Damasceno, vencedora no ano passado.

“Isso é sintoma de uma sociedade adoecida. Não sei o que tá acontecendo com a galera”, disse.

Ao longo do programa, Paula von Sperling deu uma série de declarações polêmicas, que resultaram até na abertura de um inquérito policial, em que ela será chamada a depor.

Bolsonaro escolhe entrar na turbulência

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O que fará Jair Bolsonaro depois da reunião de terça-feira, quando, segundo suas palavras, “tentará entender” a razão do anunciado e “desanunciado” reajuste de 5,7%?

Fazendo a intervenção tardia e espalhafatosa que fez na desastrosa política de preços inaugurada por Pedro Parente, com Michel Temer, após o golpe de 2016, Bolsonaro conseguiu fazer de si mesmo refém de seu gesto.

Recuando de seu veto ao aumento, mesmo com índices menores, jogará gasolina na insatisfação dos caminhoneiros, até porque deu a eles, sexta-feira, a sensação de terem todo o poder, inclusive o de obrigar o Presidente a revogar uma decisão já tornada pública pela maior empresa estatal do país.

O santo nome em vão

Foto: Reprodução/Twitter
Por Dolores Vasconcellos, no site Carta Maior:

No Brasil irrisível e sombrio dos dias que correm vale a pena rever com atenção um momento recente, pouco comentado, mas de forte conotação simbólica, enquanto tentamos todos, de todas as formas possíveis, explicar o pesadelo em que nos afundamos. Trata-se do registro de dois minutos da Christian Broadcasting Network, a poderosa rede evangélica cumulada de privilégios pelo governo Trump, gravado no dia 19 de março de 2019 em Washington, durante a visita de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

A prisão de Assange e o poderio dos EUA

Lava-Jato, Marcelo Bretas e os cursos no FBI

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

As relações entre o Judiciário brasileiro e o Departamento de Justiça resultou na Lava Jato, conforme já mostramos aqui, inclusive mencionando documentos do Wikileaks.

Desde 2015 havia indícios claros dessa cooperação e da maneira como juízes e procuradores do Paraná se valeram do álibi do combate à corrupção para destruir a engenharia nacional, especialmente as empresas que competiam com grupos americanos na América Latina e África.

No Rio, a Lava Jato teve igualmente um viés econômico nítido, que não pode ser atribuído unicamente à ignorância e exibicionismo de procuradores e juiz despreparados. A maneira como investiram contra o BNDES, contra o financiamento da exportação de serviços, seguiu a mesma lógica de desmonte da economia do grupo do Paraná.

Prisão de Assange mostra tempos tirânicos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Nunca houve um jornalista como Julian Assange.

Sua crença revolucionária na liberdade permitiu que homens e mulheres do início do século XXI tivessem uma noção clara e verdadeira dos sistemas de poder que administram o cotidiano de povos e países.

Assange abriu caminho para revelações essenciais - como os vazamentos de Edward Snowden, analista da CIA que hoje vive refugiado na Russia.

Modificou nossa forma de enxergar por dentro a trama política de um mundo dominado por uma potência imperial única, os Estados Unidos.

Em defesa da Petrobras e do consumidor

Por Dilma Rousseff, em seu site:

A Petrobras e sua gestão nos governos do PT voltam a ser alvos de falsas acusações e de fake news. Agora, devido ao aumento de 5,7% no preço do diesel e ao cancelamento deste mesmo aumento pelo Presidente Bolsonaro. Trata-se de uma medida paliativa pois o problema é a submissão do governo aos desígnios do “deus-mercado”.