Por Daniel Trevisan, no blog Diário do Centro do Mundo:
A vitória de Paula von Sperling no Big Brother Brasil é mais um sintoma da doença que acometeu o Brasil: um mal que mistura ódio com a falta de noção.
Ela recebeu 61,05% dos votos e surpreendeu até quem já usou a coroa de brother uma vez, a Gleici Damasceno, vencedora no ano passado.
“Isso é sintoma de uma sociedade adoecida. Não sei o que tá acontecendo com a galera”, disse.
Ao longo do programa, Paula von Sperling deu uma série de declarações polêmicas, que resultaram até na abertura de um inquérito policial, em que ela será chamada a depor.
Afirmou que se surpreendeu num caso da tentativa de feminicídio de uma amiga, em que o criminoso era “bem apessoado”, e não um faveladão.
Em outra conversa, ela revelou um possível “racismo inverso”. Usando palavras como “neguinho”, questionou seus colegas negros se seria racismo falar “loira burra”.
No diálogo, Paula usou a palavra “denegrir”, que é tornar negro, também de origem racista.
A campeã do Big Brother também investiu contra as cotas raciais. Para ela, seria também uma forma de racismo do Estado, isto é, estaria discriminando os brancos.
Um dos participantes do Big Brother, Rodrigo França, prestou depoimento na Polícia por se sentir ofendido com a declaração sobre o candomblé, sua religião.
Quando estava confinado, não sabia que Paula havia se referido a ele, de quem teria medo, porque “ele mexe com esses trechos, de Oxum deles lá”.
A família de Rodrigo contratou o advogado Ricardo Brajterman, depois que, inspirados em Paula, ele começou a ser atacado nas redes sociais.
“Mais uma vez, se coloca o Candomblé como algo maligno, perverso, sem o cuidado de se perguntar sobre o que se fala”, disse Rodrigo, em uma das entrevistas à Globo.
Ele foi chamado de “macaco” e “lixo da sociedade” por internautas que torciam para Paula no Big Brother.
Em entrevista ao DCM, o advogado Ricardo Brajterman contou qual seria a estratégia para não deixar o racismo impune.
“O primeiro passo será identificar os agressores, porque sabemos que elas partiram de perfis fake e também de perfis verdadeiros. Eles responderão por seus atos”, declarou.
Já Paula, segundo ele, seria chamada a depor, uma vez que suas declarações caracterizariam, no mínimo, injúria racial e intolerância religiosa.
Para quem defende Paula na rede social, a reação seria um choro de perdedor, mimimi, excesso do “politicamente correto” e feriria a liberdade de expressão.
É o mesmo argumento dos defensores de Jair Bolsonaro. Quando ofendem alguém, consideram que é brincadeira. Brincadeira em que apenas eles riem.
O outro que engula o choro.
Paula é, sim, reflexo de uma sociedade gravemente enferma. Para ela, essa enfermidade gerou R$ 1,5 milhão a mais em sua conta bancária.
No final, ainda recebeu elogio do apresentador, Tiago Leifert:
“Quem liga no BBB não quer filme. Quer a realidade e do jeito que vier. Com todos os defeitos que a realidade traz. Teve a audácia de ser imperfeita e teve a ousadia de ser real, parabéns, Paula!”
Ela recebeu 61,05% dos votos e surpreendeu até quem já usou a coroa de brother uma vez, a Gleici Damasceno, vencedora no ano passado.
“Isso é sintoma de uma sociedade adoecida. Não sei o que tá acontecendo com a galera”, disse.
Ao longo do programa, Paula von Sperling deu uma série de declarações polêmicas, que resultaram até na abertura de um inquérito policial, em que ela será chamada a depor.
Afirmou que se surpreendeu num caso da tentativa de feminicídio de uma amiga, em que o criminoso era “bem apessoado”, e não um faveladão.
Em outra conversa, ela revelou um possível “racismo inverso”. Usando palavras como “neguinho”, questionou seus colegas negros se seria racismo falar “loira burra”.
No diálogo, Paula usou a palavra “denegrir”, que é tornar negro, também de origem racista.
A campeã do Big Brother também investiu contra as cotas raciais. Para ela, seria também uma forma de racismo do Estado, isto é, estaria discriminando os brancos.
Um dos participantes do Big Brother, Rodrigo França, prestou depoimento na Polícia por se sentir ofendido com a declaração sobre o candomblé, sua religião.
Quando estava confinado, não sabia que Paula havia se referido a ele, de quem teria medo, porque “ele mexe com esses trechos, de Oxum deles lá”.
A família de Rodrigo contratou o advogado Ricardo Brajterman, depois que, inspirados em Paula, ele começou a ser atacado nas redes sociais.
“Mais uma vez, se coloca o Candomblé como algo maligno, perverso, sem o cuidado de se perguntar sobre o que se fala”, disse Rodrigo, em uma das entrevistas à Globo.
Ele foi chamado de “macaco” e “lixo da sociedade” por internautas que torciam para Paula no Big Brother.
Em entrevista ao DCM, o advogado Ricardo Brajterman contou qual seria a estratégia para não deixar o racismo impune.
“O primeiro passo será identificar os agressores, porque sabemos que elas partiram de perfis fake e também de perfis verdadeiros. Eles responderão por seus atos”, declarou.
Já Paula, segundo ele, seria chamada a depor, uma vez que suas declarações caracterizariam, no mínimo, injúria racial e intolerância religiosa.
Para quem defende Paula na rede social, a reação seria um choro de perdedor, mimimi, excesso do “politicamente correto” e feriria a liberdade de expressão.
É o mesmo argumento dos defensores de Jair Bolsonaro. Quando ofendem alguém, consideram que é brincadeira. Brincadeira em que apenas eles riem.
O outro que engula o choro.
Paula é, sim, reflexo de uma sociedade gravemente enferma. Para ela, essa enfermidade gerou R$ 1,5 milhão a mais em sua conta bancária.
No final, ainda recebeu elogio do apresentador, Tiago Leifert:
“Quem liga no BBB não quer filme. Quer a realidade e do jeito que vier. Com todos os defeitos que a realidade traz. Teve a audácia de ser imperfeita e teve a ousadia de ser real, parabéns, Paula!”
3 comentários:
Pior que tem gente que apoia pessoas como Essa que vergonha os bons princípios.
Pior inda quando é aplaudida pelo principal apresentador.
Ainda bem que não assisto essa merda.
O PIOR MESMO É QUE TEM GENTE QUE ASSISTE ESTA MERDA E COMENTA COM AMIGOS E VIZINHOS!
OI
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