Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Nunca houve um jornalista como Julian Assange.
Sua crença revolucionária na liberdade permitiu que homens e mulheres do início do século XXI tivessem uma noção clara e verdadeira dos sistemas de poder que administram o cotidiano de povos e países.
Assange abriu caminho para revelações essenciais - como os vazamentos de Edward Snowden, analista da CIA que hoje vive refugiado na Russia.
Modificou nossa forma de enxergar por dentro a trama política de um mundo dominado por uma potência imperial única, os Estados Unidos.
Em situações normais, as portas de acesso aos protagonistas que tecem os grandes enredos de uma época só costumam abrir-se quando os fatos já se tornaram assunto de museu e dos livros de memória.
É um conhecimento editado e seletivo, condicionado por outras urgências e necessidades além do conhecimento.
O esforço de Assange era exibir a realidade em tempo real, em toda brutalidade, fora de cálculos e conveniências.
Pelo impacto imediato, seu trabalho pode ser comparado ao vazamento dos chamados papéis do Pentágono, em 1971.
Através deles, o analista militar Daniel Ellsberg revelou ao povo norte americano que Richard Nixon sabia que nunca seria capaz de vencer a guerra do Vietnã - e mesmo assim insistia em levar a juventude do país para matar e morrer no sudeste asiático.
Com uma energia 100% subversiva, distante de concessões e acordos com as fontes que marcam o cotidiano do jornalismo - e permitem a sobrevivência regular da atividade no mundo em que vivemos -, Assange estava submetido a uma existência de risco, fugas e movimentos discretos.
Após a divulgação dos documentos sobre o Iraque e o Afeganistão, com os quais o Wikileaks se apresentou ao mundo, passaram-se dois anos.
Passou sete confinado na Embaixada do Equador em Londres, onde foi entregue pelo governo de Lenin Moreno para a polícia inglesa, que o mantém detido, antes de ser embarcado para julgamento e provável condenação nos Estados Unidos.
Embora não se conheça um único país no qual a liberdade de expressão tenha deixado de ser um direito assegurado pela Constituição, a prisão de Julian Assange é um sintoma do ambiente de tirania de nossa época.
Alguma dúvida?
Nunca houve um jornalista como Julian Assange.
Sua crença revolucionária na liberdade permitiu que homens e mulheres do início do século XXI tivessem uma noção clara e verdadeira dos sistemas de poder que administram o cotidiano de povos e países.
Assange abriu caminho para revelações essenciais - como os vazamentos de Edward Snowden, analista da CIA que hoje vive refugiado na Russia.
Modificou nossa forma de enxergar por dentro a trama política de um mundo dominado por uma potência imperial única, os Estados Unidos.
Em situações normais, as portas de acesso aos protagonistas que tecem os grandes enredos de uma época só costumam abrir-se quando os fatos já se tornaram assunto de museu e dos livros de memória.
É um conhecimento editado e seletivo, condicionado por outras urgências e necessidades além do conhecimento.
O esforço de Assange era exibir a realidade em tempo real, em toda brutalidade, fora de cálculos e conveniências.
Pelo impacto imediato, seu trabalho pode ser comparado ao vazamento dos chamados papéis do Pentágono, em 1971.
Através deles, o analista militar Daniel Ellsberg revelou ao povo norte americano que Richard Nixon sabia que nunca seria capaz de vencer a guerra do Vietnã - e mesmo assim insistia em levar a juventude do país para matar e morrer no sudeste asiático.
Com uma energia 100% subversiva, distante de concessões e acordos com as fontes que marcam o cotidiano do jornalismo - e permitem a sobrevivência regular da atividade no mundo em que vivemos -, Assange estava submetido a uma existência de risco, fugas e movimentos discretos.
Após a divulgação dos documentos sobre o Iraque e o Afeganistão, com os quais o Wikileaks se apresentou ao mundo, passaram-se dois anos.
Passou sete confinado na Embaixada do Equador em Londres, onde foi entregue pelo governo de Lenin Moreno para a polícia inglesa, que o mantém detido, antes de ser embarcado para julgamento e provável condenação nos Estados Unidos.
Embora não se conheça um único país no qual a liberdade de expressão tenha deixado de ser um direito assegurado pela Constituição, a prisão de Julian Assange é um sintoma do ambiente de tirania de nossa época.
Alguma dúvida?
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