Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Pesquisas do Datafolha publicadas nos últimos dois dias mostram que a maioria da população rejeita os pacotes dos superministros Paulo Guedes e Sergio Moro para as reformas na Previdência e na Segurança, os únicos projetos apresentados pelo governo nestes 100 dias.
Diante disso, Bolsonaro fez muito bem em cancelar o pronunciamento que faria na noite de quarta-feira. Não tinha, simplesmente, nada de concreto para falar e mostrar sobre o que fez até agora.
Isso explica também porque o presidente caiu em todas as pesquisas de avaliação do governo na semana passada.
Até agora, o governo Bolsonaro simplesmente não existe na vida real das pessoas. É só fumaça ideológica para agradar os guerrilheiros bolsonaristas das redes sociais.
Twitter e WhatsApp podem servir para vencer campanha eleitoral movida a fake news, mas não para governar.
Nesta quinta-feira, o Datafolha mostrou que ampla maioria da população rejeita as propostas do pacote anticrime de Sergio Moro, um dos paus da barraca furada do governo:
- 64% dos entrevistados defendem que a posse de armas deve ser proibida.
- 72% discordam que a sociedade fique mais segura com pessoas armadas para se proteger.
- 79% acham que policiais devem ser investigados caso matem em serviço por “estar muito nervosos ou sob forte emoção”; para 82%, têm de ser punidos assim mesmo.
Na véspera, 51% dos brasileiros, segundo o Datafolha, rejeitaram a reforma da Previdência apresentada pelo ministro Paulo Guedes.
“Há clara polarização das respostas de acordo com as posições na eleição presidencial de 2018: entre os que elegeram o presidente Jair Bolsonaro, 55% são a favor da reforma e 36% contrários. Já entre quem votou em Fernando Haddad ou branco ou nulo, 72% se dizem contra as mudanças”, informa o Datafolha.
Com as reformas empacadas no Congresso, onde ainda nem chegaram a ser discutidas no mérito, resta ao governo criar factoides, como tirar os radares das estradas, medida já contestada na Justiça.
Sem nenhum sinal de articulação política, sem base aliada formada, com os indicadores econômicos todos piorando, até a inflação, o país corre o risco de entrar em colapso.
Os superministros vão sendo cada vez mais desmoralizados pelo próprio governo. Bolsonaro até agora não descobriu o que está fazendo na Presidência da República e quais são as suas responsabilidades.
Bolsonaro ignora solenemente o que acontece na vida real dos desempregados, com as empresas em dificuldades e as famílias das vítimas da violência. Até hoje, não se manifestou sofre o fuzilamento com 80 tiros disparados por agentes do Exército contra a família do músico Evaldo Rosa dos Santos, no último final de semana, no Rio.
Vive em outra realidade, conduzido por seus filhos, por sua vez orientados pelo guru Olavo de Carvalho, que nomeiam e trocam ministros da Educação.
Nos últimos dias, os generais que o cercam recolheram-se em obsequioso silêncio, também sem ter o que dizer sobre o que está acontecendo no país, com a economia estagnada e o mundo político em permanente convulsão.
O capitão reformado pode xingar os números das pesquisas, mas elas mostram o que pensa e sente o brasileiro.
E este sentimento mistura revolta com medo, decepção e insegurança, como se pode constatar nas mesmas redes sociais que o elegeram Bolsonaro, faz apenas cinco meses.
O mesmo Brasil que elegeu Bolsonaro hoje é majoritariamente contra ele e seu desgoverno, e já está perdendo a paciência.
Vida que segue.
Na véspera, 51% dos brasileiros, segundo o Datafolha, rejeitaram a reforma da Previdência apresentada pelo ministro Paulo Guedes.
“Há clara polarização das respostas de acordo com as posições na eleição presidencial de 2018: entre os que elegeram o presidente Jair Bolsonaro, 55% são a favor da reforma e 36% contrários. Já entre quem votou em Fernando Haddad ou branco ou nulo, 72% se dizem contra as mudanças”, informa o Datafolha.
Com as reformas empacadas no Congresso, onde ainda nem chegaram a ser discutidas no mérito, resta ao governo criar factoides, como tirar os radares das estradas, medida já contestada na Justiça.
Sem nenhum sinal de articulação política, sem base aliada formada, com os indicadores econômicos todos piorando, até a inflação, o país corre o risco de entrar em colapso.
Os superministros vão sendo cada vez mais desmoralizados pelo próprio governo. Bolsonaro até agora não descobriu o que está fazendo na Presidência da República e quais são as suas responsabilidades.
Bolsonaro ignora solenemente o que acontece na vida real dos desempregados, com as empresas em dificuldades e as famílias das vítimas da violência. Até hoje, não se manifestou sofre o fuzilamento com 80 tiros disparados por agentes do Exército contra a família do músico Evaldo Rosa dos Santos, no último final de semana, no Rio.
Vive em outra realidade, conduzido por seus filhos, por sua vez orientados pelo guru Olavo de Carvalho, que nomeiam e trocam ministros da Educação.
Nos últimos dias, os generais que o cercam recolheram-se em obsequioso silêncio, também sem ter o que dizer sobre o que está acontecendo no país, com a economia estagnada e o mundo político em permanente convulsão.
O capitão reformado pode xingar os números das pesquisas, mas elas mostram o que pensa e sente o brasileiro.
E este sentimento mistura revolta com medo, decepção e insegurança, como se pode constatar nas mesmas redes sociais que o elegeram Bolsonaro, faz apenas cinco meses.
O mesmo Brasil que elegeu Bolsonaro hoje é majoritariamente contra ele e seu desgoverno, e já está perdendo a paciência.
Vida que segue.
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