quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

As conspirações vêm à luz

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Bem vindos de volta à nossa infernal agenda política brasileira! Após alguns dias de folga, voltamos à labuta.

Os conspiradores não tiraram férias, como se viu. Durante os dias febris do carnaval, que foi um dos mais divertidos, em termos de público e festas, dos últimos anos, a agenda política da imprensa martelou dia e noite notícias sobre o famigerado sítio em Atibaia, frequentado por Lula.

Na verdade, acompanhar a política brasileira se tornou um teste de nervos. É preciso tê-los - os nervos - moldados em aço!

Pesquisas fazem Aécio sair da toca

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Não é nada, não é nada, mas pode ser o pontapé inicial de uma nova postura da oposição para mostrar que não está interessada só em derrubar o governo, mas também tem propostas para o País enfrentar a crise.

Ainda antes do Carnaval, no último dia 3, o tucano Aécio Neves, presidente do maior partido de oposição, procurou o presidente do Senado, Renan Calheiros, propondo uma reunião dos lideres partidários para definir os projetos prioritários no primeiro semestre (depois disso, como sabemos, os parlamentares estarão envolvidos com a campanha eleitoral). A reunião já foi marcada por Renan para a próxima terça-feira, dia 16.

Alckmin usou R$ 3,37 mi com a mídia "amiga"

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

No ano de 2015, a empresa O Estado de São Paulo, que publica o jornal O Estado de S. Paulo, recebeu R$ 1.173.910,43 dos cofres públicos paulistas, mais especificamente vindos da Secretaria da Educação, por meio da Fundação para o Desenvolvimento para a Educação (FDE).

Pelos mesmos caminhos, a empresa Folha da Manhã, dona do jornal Folha de S.Paulo, recebeu R$ 1.163.610,83. A Abril Comunicações, da revista Veja, foi aquinhoada com R$ 557.600,40. Para a Editora Globo, publicadora da revista Época, foram R$ 480.548,30. Os dados são oficiais e podem ser conferidos na imagem ao fim deste post.


Muito além das fronteiras do ridículo

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Na semana passada, sugeri aos perdigueiros da informação que passassem a procurar o jatinho, o Rolls-Royce, a fazenda, o iate que Lula não possui. E não é que acharam o barco de dona Marisa? De lata, custa 4 mil reais. Quanto à fazenda, fazendeiro mesmo é Fernando Henrique Cardoso e de jatinho há de voar Aécio Neves, ao certo sei que dispõe de campo de pouso.

Está claro que de FHC e de Aécio não é admissível suspeitar: postam-se na proa da fragata tucana e, portanto, são intocáveis. Seu partido tornou-se de fato o mais perfeito intérprete dos ideais da direita mais reacionária do País. O Partido da Social-Democracia Brasileira, e já aí nos defrontamos com uma piada.

Carnaval, zika e impeachment desprestigiado

Por Darío Pignotti, no site Carta Maior:

São as notícias do Carnaval. Cinco ou seis garotas fantasiadas de mosquito aedes aegypti, vetor do vírus zika, sambavam ao ritmo do maracatu em meio ao bloco carnavalesco do Galo da Madrugada - o maior do mundo, com cerca de dois milhões de pessoas acompanhando o trajeto pelas principais ruas de Recife. O Estado de Pernambuco é o primeiro do país em número de bebês afetados por casos de microcefalia, os quais existe a suspeita de que sejam causados pelo vírus zika, contra o qual a presidenta Dilma Rousseff declarou uma “guerra” e formou um “exército da paz e da saúde” que visitará milhões de domicílios para orientar a população sobre como combater o mosquito, visando erradicar os focos onde ele se reproduz. 

Quebra de sigilo aliviou para Aécio

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Sérgio Moro fez bem em explicar que a divulgação de uma apuração que corria em Segredo de Justiça - quando o investigado é justamente Luiz Inácio Lula da Silva - ocorreu "inadvertidamente."

Mas não custa lembrar que além de seus inaceitáveis efeitos jurídicos, a quebra de sigilo teve consequências políticas nefastas, gerando mais um impulso que ajudou a construir uma mudança na agenda política do país.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Carnaval desmente catastrofismo da mídia

Cinelândia (RJ). Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil
Do site Vermelho:

O catastrofismo da mídia e da oposição parece não ter encontrado abrigo entre turistas e foliões. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Carnaval recebeu uma multidão bem maior que no ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIH-RJ). Na semana anterior aos festejos de Momo, a média de ocupação na rede hoteleira da cidade já estava acima de 82%, um incremento de 35% no comparativo a igual período de 2015. Os albergues tiveram quase 96% de reservas.

O xadrez da Lava Jato e a incógnita Janot

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Vamos por partes, para fechar o raciocínio. Começando por questões já de conhecimento geral.

Peça 1 - a campanha contra Lula tem caráter eminentemente político.

No início os vazamentos da Lava jato se valiam do álibi de que era necessário criar a comoção popular para superar os obstáculos nas instâncias superiores. Hoje em dia, com a operação sendo amplamente avalizada nos tribunais superiores, a continuidade do vazamento há muito deixou de ser uma estratégia jurídica para se tornar uma arma política. Especialmente analisando-se o nível dos vazamentos, buscando muito mais expor a vida privada de Lula do que levantar aspectos jurídicos.

Lula: matar o mito para encerrar o ciclo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Quando Juscelino Kubitscheck morreu, em 1976, viu-se que deixou uma fazendinha em Luziânia e um apartamento no Rio de Janeiro. E, no entanto, nos anos que se seguiram ao golpe de 1964, a ditadura forjou a lenda de que fora cassado porque era corrupto e roubara muito durante a construção de Brasília. JK foi cassado porque era o mito eleitoral e político daquele tempo, o candidato mais forte às eleições presidenciais que estavam marcadas para 1965. O triunfo da nova ordem política erigida pelos militares exigia a destruição do mito JK, o presidente que mudara a face do Brasil acelerando a industrialização e interiorizando a capital. Mataram o mito. Depois, o pleito de 1965 foi desmarcado e os brasileiros só votaram novamente para presidente em 1989. Para visitar a cidade que criara, ele vinha a jantares clandestinos organizados pela amiga Vera Brant.

Mudar Guantánamo, mas só de endereço…

Por Luis Matías López, no site Outras Palavras:

Barack Obama não quer passar para a história como um presidente cheio de boas intenções, algumas conquistas importantes (reforma da saúde, normalização das relações com Cuba, acordo nuclear com o Irã…), mas com a coluna de créditos do seu balanço mais curta do que o saldo devedor (incapacidade de impedir a emergência do Estado Islâmico, internacionalização do terrorismo jihadista, guerras de Bush falsamente encerradas, graves tensões com a Rússia…).

Os riscos no Marco Civil da Internet

A galeria de bandidos do FMI

Por James Petras, no site Pátria Latina:  

O FMI é a principal organização monetária internacional cujo objetivo público é manter a estabilidade do sistema financeiro global através de empréstimos relacionados com propostas a promover a recuperação económica e o crescimento.

Na realidade, o FMI tem estado sob o controle dos EUA e dos estados da Europa Ocidental e as suas políticas têm sido concebidas para aumentar a expansão, o domínio e os lucros das suas principais empresas multinacionais e instituições financeiras.

Como funciona a "máfia das merendas" em SP

Por Marcella Petrere, no site do PT:

A bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) pediu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um suposto esquema de fraudes na compra de produtos agrícolas destinados à merenda escolar. Os alimentos - principalmente suco de laranja integral - eram fornecidos pela Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), sediada em Bebedouro (SP).

Desafios dos partidos de esquerda em 2016

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

O desafio dos partidos de esquerda no Congresso em 2016, frente à agenda conservadora e à tentativa de golpe – além da defesa da democracia, do Estado de direito e da ética na condução da coisa pública –, será preservar as conquistas e combinar um ajuste fiscal, sem corte de direitos, com a retomada do crescimento econômico, de modo a garantir o equilíbrio das contas públicas, e, principalmente, o desenvolvimento sustentável com inclusão social.

Petrobras e a queda do PIB em 2015

Por Cristina Fróes de Borja Reis, no site Brasil Debate:

Na segunda quinzena de 2016, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou estimativa de queda no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2015 de 3,8%, sendo a previsão para 2016 de -3,6%. Segundo o relatório do FMI, a incerteza política tem contribuído para a crise, relacionada sobretudo aos desdobramentos das investigações da Operação Lava-Jato.

Troféu Framboesa do jornalismo brasileiro

Por Paulo Pimenta, no site Sul-21:

O recesso Legislativo, encerrado no último dia 2, costuma ser uma época em que os jornais têm dificuldade para encontrar pautas. Esse período é conhecido como “flores do recesso”, quando, diante da falta de assuntos, factóides são transformados em notícias.

As “flores do recesso” de 2016 já têm lugar na história do que há de pior no jornalismo em termos de manipulação, mentiras e invenções.

Sanders vence Hillary e mostra força

Por Haroldo Ceravolo Sereza, no site Opera Mundi:

O pré-candidato democrata Bernie Sanders venceu Hillary Clinton nas eleições primárias de New Hampshire realizadas nesta terça-feira (09/02). Sanders tinha 60% dos votos, contra 38,4% de Hillary, com 89% dos votos apurados, por volta de 08h20 desta quarta-feira (10/02).
Um total de 24 delegados é eleito em New Hampshire para o congresso que escolherá o candidato democrata à sucessão de Barak Obama. Com o resultado, Sanders obtém 13 delegados, contra 9 da oponente. Na contagem nacional, Hillary tem 394 delegados, contra 42 do socialista. Isso porque a prévia democrata prevê a participação dos chamados "super delegados" que são figuras destacadas dentro do partido e manifestam apoio aos candidatos.

Globo 'oculta' homenagem a Miguel Arraes

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Enquanto nos Estados Unidos muita gente está perplexa com a coragem de Beyoncé, que, no intervalo do Super Bowl, cantou uma música inédita, Formation, em homenagem a Malcolm X e Martin Luther King Jr, aqui ninguém percebeu que o genial Martinho da Vila, um personagem político muito mais complexo e sofisticado que o PiG imagina, levou sua escola a homenagear o grande brasileiro Miguel Arraes.

Moro desfecha o golpe do Carnaval

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O juiz Sérgio Moro, diga-se o que se disser dele, é um obcecado por seus próprios planos.

Chegou onde queria e ardentemente trabalha, há dois anos, por chegar.

Usando, como há anos já enunciava, em seus artigos sobre a operação “Mãos Limpas”, “jornais e revistas simpatizantes”.


Volks, Renault, Fiat e a corrupção privada

Por Altamiro Borges

A mídia brasileira, sem qualquer compromisso com o jornalismo, protege seus anunciantes. Afinal, eles garantem fortunas em publicidade e não podem ter as suas imagens abaladas junto aos ávidos e alienados consumidores. No mundo inteiro, segue repercutindo o escândalo de corrupção da Volkswagen, que fraudou milhões de dispositivos de controle dos poluentes. Nesta segunda-feira (8), mais um diretor da multinacional alemã pediu demissão para tentar abafar o caso, segundo relato da agência espanhola Efe. A mídia nativa, porém, deu apenas pequenas notinhas sobre a degola.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Futebol impõe goleada à TV Globo

Por Altamiro Borges

Os três filhos de Roberto Marinho continuam no topo da lista dos maiores ricaços do Brasil, segundo o ranking mundial da revista Forbes. Já a situação do Grupo não parece tão tranquila assim. A cada semana surgem mais dados preocupantes, principalmente para os funcionários do império - que são demitidos, têm seus salários arrochados, perdem os direitos trabalhistas e sofrem violento assédio moral. Matéria postada nesta sexta-feira (5) pela jornalista Keila Jimenez, no site R-7, confirma que a TV Globo está sofrendo derrotas até no futebol, a sua antiga mina de ouro. Vale conferir:

O festival de besteiras que assola o país

Por Wladimir Pomar, no site Correio da Cidadania:

Faz falta um Stanislaw Ponte Preta no cenário político atual. O besteirol está à solta, na imprensa, no Congresso e em outras plagas. Por exemplo, lendo artigos de comentaristas especializados em economia, além das manchetes e submanchetes, dá para ver que a questão do “ajuste fiscal” se tornou um dogma. Dá a impressão de haver um grande exército a favor e uma tropa diminuta contra.

Na verdade, escondem o ouro, para não mostrar a cara do bandido. Por uma série de besteiras praticadas pelo governo e, principalmente, pelo ministro que defenestrou a si próprio por haver transformado o tal “ajuste” num total desajuste econômico, o ajuste fiscal se tornou uma necessidade. Mas o problema não reside em estar contra ou favor dele. Reside em saber quem vai pagar a conta do desajuste.

Retranca da CBF não resiste à Primeira Liga

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Sob pressão da Confederação Brasileira de Futebol por sua interrupção, a Primeira Liga teve seu início na quarta-feira 27 com bons jogos e públicos razoáveis.

Integrada pelos principais times da Região Sul e de Minas Gerais, além de dois representantes do futebol carioca, a competição que desafia o poder soberano da entidade sobre a organização do futebol brasileiro foi inaugurada em meio a uma intensa disputa de bastidores.

O que Sanders tem a dizer ao PT?

Bernie Sanders
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Nada é mais central na luta política brasileira nesse momento do que posicionar-se em relação ao massacre do qual Lula é o alvo explícito.

Está longe de ser o único, porém.

Enganam-se tragicamente os que pensarem assim.

Lula é uma ponte simbólica - e estratégica.

Quando Hollywood denuncia a intolerância

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O filme "Dalton Trumbo - A Lista Negra", merece mais atenção do que tem recebido até aqui.

Num desses raros e belos momentos em que o cinema norte-americano se debruça com coragem sobre a história de seu país, o filme retrata a aparição e consolidação do machartysmo, um sistema de perseguição a milhares de lideranças populares, sindicalistas, altos funcionários do Estado e intelectuais. Num país onde o cinema se tornava uma indústria importante, com faturamento bilionário, milhares de empregados e uma força política capaz de influenciar até mesmo negociações comerciais realizadas no final da Segunda Guerra Mundial, a perseguição também envolveu atores, diretores e roteiristas de Hollywood, num processo que jogou os Estados Unidos num período de treva cultural e retrocesso político.

A insistência golpista de FHC

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Editorial do site Vermelho:

A direita tenta - e tentará, ao longo do ano - a todo custo marcar Luiz Inácio Lula da Silva com a pecha da imoralidade e da ilegalidade, no esforço de impedir sua candidatura à presidência em 2018.

Esta direita já não tem porta-vozes do porte daqueles que teve faz mais de 50 anos, e hoje precisa contentar-se com o ex-príncipe dos sociólogos Fernando Henrique Cardoso, que está longe de ter a clareza e, porque não dizer, o estilo do jornalista Carlos Lacerda, que foi o porta-voz do atraso nas décadas de 1950 e 1960.

O Brasil e os caminhos da China

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Uma das saídas para a crise atual pode estar no Oriente. Mais precisamente na China. E a infraestrutura é o setor chave.

Desde o ano passado há um grupo interministerial analisando os próximos passos da aproximação do Brasil com a China. Nas primeiras rodadas, sem contar o Banco dos BRICs e o Banco da Infraestrutura, a China já disponibilizou US$ 70 bilhões de crédito ao Brasil.

O que podemos esperar deste ano político?

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

O ano político no Brasil deveria começar nesta Quarta-Feira de Cinzas, dia 10 de fevereiro, mas ficou para a semana que vem. Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, deu folga aos colegas, oficialmente, amanhã e na quinta. Como eles não trabalham na sexta, vamos ter que esperar mais um pouco para ver o que nos espera.

O primeiro grande embate entre governo e oposição, quer dizer, entre Dilma e Cunha, está previsto para o dia 17, quando o PMDB deverá eleger seu novo líder. A disputa segue equilibrada entre o governista Leonardo Picciani e Hugo Motta, do PMDB dissidente, apoiado pelo presidente da Câmara. É do resultado deste confronto que dependerá em boa parte o futuro da combalida base aliada na luta do governo contra o impeachment e pela aprovação das propostas de ajuste fiscal.

Como funcionam as eleições nos EUA?

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

A corrida eleitoral nos Estados Unidos estampa manchetes nos mais variados veículos de comunicação brasileiros. Recortes de declarações polêmicas e trechos de debates calorosos são transmitidos pelas mídias daqui a cada passo do processo de lá. No pleito deste ano (que deve chegar ao desfecho entre novembro e outubro), os protagonistas são os candidatos Donald Trump e Ted Cruz, para o lado dos republicano, com Hillary Clinton e Bernie Sanders na disputa entre os democratas.

Um ano de luta para os trabalhadores

Por Elaine Tavares, no site da Adital:

A abertura dos trabalhos legislativos no Brasil mostrou que o ano de 2016 não vai ser fácil para os trabalhadores. Com a presença da presidenta Dilma, que falou para os deputados e senadores, buscando apoio para suas pautas, o que ficou nítido e claro é que muita luta será necessária para garantir que direitos não sejam tirados e outros possam vir. Tendo como mote a retomada do crescimento, Dilma pediu apoio para a aprovação de um novo tributo, a CPMF, que incidirá sobre movimentações financeiras e também para as novas medidas que aprofundarão o chamado ajuste fiscal.

Uma viagem insólita à periferia dos EUA

Bairro periférico de Baltimore
Por Pedro Abramovay, no site Outras Palavras:

A cerca de 40 minutos de trem da capital dos EUA e um pouco mais de duas horas de Nova York fica a cidade de Baltimore, capital do estado de Maryland.

Acabo de sair de lá depois de um dia bastante intenso visitando projetos da Fundação Open Society na cidade.

Logo de manhã ouvi o depoimento de uma moça chamada Jabria. Jabria, quando tinha 16 anos, estava discutindo com sua avó. A avó teve um ataque do coração durante a discussão. Jabria foi presa, em um estabelecimento para adultos, por homicídio. Após cerca de um ano experimentando todo tipo de violências no cárcere, Jabria poderia ter direito a liberdade condicional. O pedido foi negado pelo juiz pelo fato de Jabria ter tido mais de 30 suspensões na escola. As suspensões foram ocasionadas por Jabria chegar na escola com o uniforme sujo, pois sua avó não a deixava lavar o uniforme quando elas discutiam.

Midiotas não batem panela contra Cunha

Por Altamiro Borges

Nesta quarta-feira (3), alguns midiotas promoveram um "panelaço" contra a presidente Dilma e nem sequer ouviram seu pronunciamento de seis minutos em cadeia de rádio e tevê que tratou da "guerra" contra as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, em especial sobre o Zika. O protesto foi pífio, conforme reconheceu a própria mídia golpista. O site do Estadão, por exemplo, relatou que "as manifestações foram mais fracas em comparação com as convocadas no auge da crise política".

Já o site IG ironizou a revolta dos coxinhas. "Nas redes sociais, foram noticiados protestos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e em vários bairros nobres da capital paulista, como Higienópolis, Moema, Morumbi e Vila Mariana... O panelaço – protesto com panelas, gritaria e apitos que já se tornou marca dos grupos contrários ao governo Dilma – foi convocado pelos principais movimentos que pedem o impeachment: Movimento Brasil Livre (MBL), Vem pra Rua e Revoltados On Line".

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Ombudsman confirma: Folha ama Aécio!

Por Altamiro Borges

Nesta quarta-feira (3), o lobista Fernando Moura, em depoimento ao juiz Sergio Moro, confirmou a existência da sempre negada Lista de Furnas e foi didático ao explicar a distribuição da propina: “É um terço para São Paulo, um terço nacional e um terço do Aécio”. A bombástica delação, prestada no curso da midiática Operação Lava-Jato, causou uma overdose no cambaleante tucano e desnorteou a própria mídia venal. Num primeiro momento, ela não teve como acionar a sua “operação-abafa”. Até o Jornal Nacional da TV Globo abordou, a contragosto, o assunto. Na sequência, porém, a blindagem voltou a funcionar e a delação sumiu do noticiário – que segue com sua obsessão para “matar” Lula.

Globo e “musa golpista” sofrem no carnaval

Por Altamiro Borges

Nem tudo é diversão e alegria neste carnaval. Alguns tiveram que pagar por seus pecados na festança pagã. Que o diga a TV Globo. Em várias locais, a emissora foi hostilizada por foliões que discordam das suas práticas golpistas e manipuladoras. Na manhã de domingo (7), durante a cobertura do bloco "Cordão do Boitatá", um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro, a equipe de jornalismo da emissora ficou constrangida com a resposta de um homem a uma tentativa de entrevista, ao vivo, da repórter da GloboNews: "Ali Kamel é um nazista. Eu não falo com a Globo", afirmou o folião nada alienado.

A lista dos brasileiros em paraísos fiscais

Por Altamiro Borges

No final de janeiro, no curso da provocativa fase "Triplo X", da Operação Lava-Jato - que teve como único intento incriminar o ex-presidente Lula -, a Polícia Federal apreendeu uma lista com os nomes de centenas de ricaços brasileiros que remeteram grana para paraísos fiscais espalhados pelo mundo. As planilhas, com os registros das contas offshore e de seus respectivos donos, estavam armazenadas nos computadores da filial nacional da empresa panamenha Mossack Fonseca. A notícia atemorizou muitos sonegadores e foi encarada como um tiro pela culatra. Eles temeram os famosos - e seletivos - vazamentos da PF. Para seu alívio, porém, nada vazou e a imprensa simplesmente já esqueceu a lista.


'A adulteração da democracia' na Argentina

Por Bruno Cirillo, de Buenos Aires, no site Opera Mundi:

O jornalista e radialista Victor Hugo Morales foi demitido numa segunda-feira, 11 de janeiro, um mês após Mauricio Macri assumir a presidência da Argentina. Voz crítica do atual governo, que considera “o rosto do grupo Clarín”, Morales foi dispensado pela Rádio Continental, a terceira mais ouvida do país, pouco antes do início do seu programa matinal. Ele teve alguns minutos para se despedir da audiência que liderava, após 30 anos de trabalho. No dia seguinte, milhares de pessoas protestaram contra sua demissão na Praça de Maio, no centro de Buenos Aires.

Com Lula , "não-notícia" vira "escândalo"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Fabiana Moraes da Silva, mestra em Comunicação pela UFPE e doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco, publicou, em 2008, um estudo sobre “A não-notícia, um produto do infoentretenimento“, onde diz que “se não houvesse nada intrigante ou espantoso acontecendo, não era falha do repórter. Ele não poderia reportar algo que não existia”.

Ela caracteriza assim os “não fatos”:

A luta pelo Marco Civil da Internet

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Elaborado para garantir democracia e direitos como a liberdade de expressão e a privacidade na Internet, o Marco Civil entrou em nova fase do processo de sua regulamentação. Até o dia 29 de fevereiro, a sociedade civil poderá contribuir com a consulta pública que discute, basicamente, quatro temas da lei: a neutralidade da rede, a segurança de registros, a privacidade e a transparência. A queda de braço em torno da lei segue intensa.

A inquisição de Moro: tragédia ou farsa?

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Sandro Ari Andrade de Miranda, no site Sul-21:

Na abertura de “O 18 de Brumário de Louis Bonaparte”, Marx cita a assertiva de Hegel, em uma de suas obras, segundo a qual “todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes” e, mais adiante, completa: “a primeira vez como tragédia, a segundo como farsa”.

O livro foi escrito em 1851, e narra as circunstâncias caricatas da política francesa que permitiram a ascensão de Louis Bonaparte, o sobrinho de Napoleão, à Coroa do país, sendo o segundo Bonaparte um político com traços inexpressivos e esquálidos, frente à gigantesca personalidade representada pelo tio.

Ditadura da Schin no carnaval de Salvador

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Gente, o monopólio não é mais considerado ruim! Só é ruim o monopólio se for para retirar o patrimônio do povo das mãos do povo. Petróleo, por exemplo, não é um bom monopólio. Mídia é considerado bom. Quanto mais concentrado, melhor. Mas – surpresa – cerveja também é liberada para monopolizar, e tida como um monopólio bacana – porque foi um prefeito de direita que fez, claro. A Schin, que há anos monopoliza o comércio de cerveja em Salvador, comprou o carnaval da capital baiana. Nos “espaços patrocinados”, só pode vender Schin.

Por que a Lava-Jato não investiga Aécio?

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Em janeiro do ano passado, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, foi acusado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal de ser transportador de dinheiro de propinas do doleiro Alberto Yousseff.

Careca disse em depoimento à PF do Paraná que, em 2010, entregou R$ 1 milhão ao então candidato a governador de Minas Gerais Antônio Anastasia (PSDB) para repassar a soma a Aécio Neves.

O simbólico apoio do Brasil a Evo Morales

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Evo Morales acaba de completar uma década como presidente da Bolívia. No dia 21, os bolivianos vão decidir em um referendo se aprovam o direito do líder indígena de disputar um quarto mandato, na eleição de 2019. Com a economia do país e seu ibope pessoal em alta, Morales tem razões para otimismo com o resultado das urnas. E mais ainda após a recente visita oficial a Dilma Rousseff.

O clima de ódio e o cerco a Lula

Por Luiz Carlos Bresser Pereira, no site Carta Maior:

Há meses que eu ouço frases como: “Quando vão chegar no Lula?”, ou então, “Quando vão pegá-lo?”. Porque, afinal, este é o objetivo maior do establishment brasileiro: atingir o maior líder popular do Brasil desde Getúlio Vargas. Não porque ele seja desonesto, mas porque ele se manteve de esquerda, porque se manteve fiel à sua classe de origem não obstante o clássico processo de cooptação de que foi objeto. Pois bem, o establishment chegou ao Lula. Não para incriminá-lo, mas para tentar desmoralizá-lo.

O Nobel que a mídia grande escondeu

Kailash Satyarthi, Prêmio Nobel da Paz de 2014
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país onde a ausência de um inédito Prêmio Nobel verde-amarelo alimenta a baixa estima nacional, a visita de dez dias do engenheiro indiano Kailash Satyarti, Prêmio Nobel da Paz de 2014, encerrada neste fim de semana, teve a utilidade de comprovar o mau momento vivido pelos grandes jornais e revistas do país.

Recebido por repórteres de veículos interessados numa pauta única - o impeachment de Dilma Rousseff -, Kailash teve poucas oportunidades de discutir o assunto em que é uma autoridade internacional - o combate ao trabalho infantil, causa que lhe deu o Nobel, há dois anos. Em vez disso, "em todas as minhas entrevistas, o impeachment sempre estava entre as primeiras perguntas. E eu não tinha muito o que dizer a respeito, até porque nem sou membro do Congresso e sequer sou cidadão brasileiro", disse ao 247, momentos antes de embarcar para Roma, onde tinha uma audiência marcada com o Papa Francisco.

Jornalismo cínico e o ponto de não-retorno

Por Francisco José Castilhos Karam, no site Vermelho:

Em 1988, o psicanalista Jurandir Freire Costa alertava que a sociedade brasileira poderia estar chegando a um perigoso ponto de não-retorno. Ela estaria incorporando quatro valores: cinismo, narcisismo, violência e delinquência. À época, seus estudos tinham como referência as ideias do filósofo alemão Peter Sloterdij, que escreveu o clássico livro “Crítica da razão cínica”, publicado nos anos 1980, com grande repercussão.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Alckmin, Serra e a implosão do PSDB

Por Altamiro Borges

Bem que a mídia oposicionista tentou difundir a imagem de um ninho de paz e harmonia, com todos os tucanos unidos e felizes em torno de objetivos comuns: "sangrar" Dilma, "matar" Lula, "extinguir" o PT e paralisar o Brasil. Mas a farsa não durou muito tempo. Foi só a bandeira do impeachment cair em desuso - com a desmoralização do fiel aliado Eduardo Cunha, a retração das marchas golpistas e a resposta enérgica dos movimentos sociais nas ruas contra o golpismo - para o PSDB confirmar a sua fama de um partido rachado, sem rumo e sem projeto. Uma matéria de Mônica Bergamo, na Folha de quinta-feira (4), evidencia a gravidade da crise tucana, que pode até resultar na implosão da sigla.

A mamata da Lei Rouanet vai acabar?

Por Altamiro Borges

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou na quarta-feira (3) a proibição do uso da Lei Rouanet para projetos culturais com fins lucrativos. Ainda cabe recurso contra a norma e a medida também não tem previsão para entrar em vigor. Mesmo assim, ela afeta os bilionários interesses da “indústria cultural”. A resolução foi tomada após o TCU analisar os sinistros incentivos fiscais a eventos como ao “Rock in Rio”, que têm cobranças de ingresso, patrocínios e outras fontes de receitas. Um estudo apontou que só o festival do rock de 2011 captou R$ 6 milhões de empresas, que depois puderam abater 30% do valor do Imposto de Renda com base na controvertida Lei Rouanet.

Quem traiu a classe de origem

O jornalismo não merecia isso

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Quando o jornalismo não retrata a realidade, há algo de errado no jornalismo ou na realidade. Até alguns anos atrás, as pessoas, em sua maioria, cravariam na primeira opção. Hoje, no entanto, os fatos parecem estar perdendo a luta contra a representação. A mudança pode ser entendida pelo deslocamento da opinião pública para a era do publicismo. Pode parecer apenas um jogo de palavras, mas por trás dessas duas expressões estão formas diversas de entender a vida social.

O streap-tease do neoliberalismo

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

O liberalismo promete o melhor dos mundos: liberdade, democracia, progresso, tudo junto. Estado, mas não muito. Mercado, que viabilizaria a liberdade de cada um e a felicidade de todos. Cada um busca o seu, mas tudo fica melhor para todos.

Depois do fim do socialismo soviético, muitos buscaram abrigo no liberalismo, social-democrata para alguns, diretamente neoliberal para outros. Não ter mais de defender o Estado, nem os direitos das pessoas. Basta fortalecer a “sociedade civil” contra o Estado, contra os partidos, contra a política, mais além da superada divisão entre direita e esquerda.