Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:
Sob pressão da Confederação Brasileira de Futebol por sua interrupção, a Primeira Liga teve seu início na quarta-feira 27 com bons jogos e públicos razoáveis.
Integrada pelos principais times da Região Sul e de Minas Gerais, além de dois representantes do futebol carioca, a competição que desafia o poder soberano da entidade sobre a organização do futebol brasileiro foi inaugurada em meio a uma intensa disputa de bastidores.
Ao final da primeira rodada, a continuidade da competição ainda era uma incógnita. Ao acenar com a oficialização do torneio apenas para 2017, a CBF quis impedir a realização das partidas marcadas para os próximos dois meses.
Amparados na Lei Pelé, os clubes participantes defenderam o caráter amistoso do torneio e prometeram disputar normalmente os jogos até 31 de março, data prevista para a final da Primeira Liga.
Diante das pressões, a CBF recuou e autorizou, na quinta-feira 28, a realização do torneio já neste ano, com a ressalva de que os jogos ocorram com uma diferença de 60 horas em relação às partidas dos estaduais.
Embora regional, a Primeira Liga carrega no nome sua intenção: promover futuramente uma competição nacional na qual os times sejam os acionistas e não sofram interferência de entidades esportivas, mesma receita seguida pela Premier League, principal campeonato do futebol inglês.
Durante a transmissão dos quatro primeiros jogos, o SporTV, canal pago da Rede Globo, preferiu reforçar o caráter ainda regional do torneio ao adotar o nome Copa Sul-Minas-Rio, embora as placas publicitárias estampassem o título ecumênico. Natural que a disputa se estenda ao campo simbólico.
O nome Primeira Liga certamente não agrada à CBF, preocupada em domar a rebeldia de seus filiados e disposta a preservar os campeonatos organizados pelas federações estaduais, responsáveis por mais de um terço dos votos nas eleições da entidade.
Dois dias antes do início da Primeira Liga, a CBF publicou uma resolução na qual afirmava não ter condições de aprovar o torneio em caráter oficial em 2016. O principal motivo seria o transtorno que a competição traria ao calendário anual do futebol brasileiro.
O imbróglio é apenas mais um capítulo da briga de bastidores entre a CBF e os organizadores da competição. Por trás da realização da Primeira Liga, há uma disputa entre dois desafetos: Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da entidade, e o dirigente catarinense Delfim Peixoto, vice-presidente da CBF para a Região Sul.
Investigado pelo FBI, Del Nero tem manobrado para impedir a posse de Peixoto como presidente. Em 2015, tentou alterar a regra estatutária segundo a qual o vice-presidente mais velho da entidade, à época o próprio cartola de Santa Catarina, assume a presidência no caso de renúncia do mandatário.
Sem sucesso, Del Nero convenceu as federações do Sudeste e alguns dos principais clubes paulistas a eleger Antônio Carlos Nunes, mais velho que Peixoto, como novo vice-presidente da região, embora ele fosse presidente da federação do Pará.
Com o segundo pedido de licenciamento por Del Nero no fim de 2015, Nunes assumiu a presidência da CBF. Em resposta às manobras do adversário, Peixoto tornou-se um dos maiores incentivadores da Primeira Liga.
A participação de Flamengo e Fluminense acentuou o objetivo político do novo torneio. Os clubes cariocas vivem às turras com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, em especial com o presidente da entidade, Rubens Lopes.
Aliado de longa data de Eurico Miranda, presidente do Vasco, Lopes contrariou os dois times ao estabelecer que o preço máximo dos ingressos no Carioca de 2015 seria de 50 reais.
O tabelamento dos bilhetes resultou em uma troca de xingamentos entre o presidente da federação e dirigentes da dupla Fla-Flu. Os clubes deixaram então de enviar representantes às reuniões da Ferj e passaram a participar dos debates para a organização da Primeira Liga.
O Flamengo chegou a afirmar que escalaria um time alternativo no campeonato estadual deste ano, mas recuou após a Rede Globo, transmissora do Carioca, pedir para o time ir à campo com a equipe titular.
Lopes passou a ser um dos principais adversários da competição. Na segunda-feira 25, o dirigente compareceu à sede da CBF no Rio de Janeiro para cobrar uma posição mais dura da entidade em relação ao novo torneio.
Dias antes, ele havia enviado à CBF um documento no qual classificava a Primeira Liga como uma “competição pirata” e pediu para a CBF impedir os clubes participantes de disputarem outras competições nacionais caso não desistissem do torneio. Em entrevista recente, chamou os organizadores da Liga de “milicianos”.
Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, confia que as pressões de Lopes não vão prosperar. “A posição dos clubes é de jogar o torneio até 31 de março em caráter amistoso. Não há razão plausível para interrompê-lo.”
O dirigente afirma que a posição da federação sensibilizou os torcedores em favor da competição. “A Ferj é uma instituição que não tem a simpatia do grande público. Quando ela se posiciona de forma flagrantemente contrária à Liga, muitos passam automaticamente a considerar o torneio positivo.” Em apoio aos seus clubes, torcedores de Flamengo e Fluminense protestaram em frente à sede da federação na sexta-feira 29.
Diante das reações contrárias à CBF, Walter Feldman, secretário-geral da entidade, afirma que a resolução original não vetou a Primeira Liga. “O documento estabeleceu apenas que a competição não poderá ser oficializada em 2016.”
Ex-deputado pelo PSB, Feldman tem assumido a linha de frente da CBF, em especial nas negociações com a Primeira Liga. Embora o Coronel Nunes tenha assinado a primeira resolução, o atual presidente da CBF afirmou precisar se inteirar sobre o tema quando questionado a respeito do documento na segunda-feira 25.
“Tivemos autorização de Nunes para publicar a resolução. Ligamos para o presidente na véspera, lemos o documento e ele assinou”, afirma Feldman. “Minha dedicação ao tema tem sido de 70 horas ininterruptas, enquanto o presidente tem sido cientificado, notificado.”
À parte a briga de cartolas, a competição teve um início promissor. Embora os estádios não estivessem lotados, a média de público foi de 14 mil torcedores, com destaque para o clássico entre Flamengo e Atlético Mineiro, que atraiu mais de 30 mil ao Mineirão.
Alternativa aos campeonatos estaduais, cada vez menos charmosos e rentáveis, o torneio mostrou que tem potencial para superar com folga a frequência de torcedores nos campeonatos Carioca, Mineiro e Gaúcho, cujas médias de público foram inferiores a 6 mil pagantes no ano passado.
No caso do Campeonato Carioca, mais da metade das partidas disputadas em 2015 resultaram em prejuízo para os clubes. Enquanto isso, a Federação de Futebol do Estado arrecadou mais que qualquer time, ao cobrar taxas de 10% sobre a renda bruta dos jogos. O Flamengo lucrou 1,1 milhão de reais no Carioca de 2015, 400 mil reais a menos do que a federação.
O fracasso de público e renda dos estaduais em 2015 reacendeu o interesse pelas competições regionais. Torneios tradicionais como Rio-São Paulo, Sul-Minas e Copa do Nordeste foram suspensos a partir de 2003, quando a CBF adotou o sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro. A mudança obrigou os clubes a disputarem dez jogos a mais por ano, o que levou a entidade a suspender os regionais.
O caso da competição nordestina é, porém, um precedente importante para o sucesso da Primeira Liga. O torneio foi cancelado pela CBF em 2004, embora o contrato dos clubes participantes com a competição previsse mais algumas edições.
Diversos times da região entraram na Justiça para garantir a continuidade da copa, ao alegarem que a Lei Pelé dá liberdade aos clubes para organizar competições sem a anuência da CBF. Temerosa de ser obrigada a pagar uma multa milionária, a entidade permitiu a volta do torneio em 2010.
Eduardo Carlezzo, advogado da Primeira Liga, afirma que a Lei Pelé é clara sobre a independência dos clubes para organizar competições. “Os regulamentos e estatutos da CBF e das federações não podem se sobrepor ao que estabelece a legislação. São acordos privados, semelhantes a contratos. Qualquer medida punitiva tomada pela CBF e as federações será amplamente ilegal.”
O Bom Senso F.C., movimento de jogadores que pede a moralização do futebol brasileiro, participou ativamente da organização da Primeira Liga. O zagueiro Wallace, do Flamengo, representa o movimento no Conselho Técnico da competição.
Ricardo Martins, diretor-executivo do Bom Senso, não acredita que a CBF tenha poder para contestar o torneio neste momento. “Ao que parece, a resolução é mais um blefe de uma parte dos dirigentes ligados à Federação do Rio, e não uma visão homogênea da entidade.”
Embora a racionalização do calendário seja uma das principais demandas do Bom Senso, Martins defende a realização da competição mesmo que clubes como Flamengo e Fluminense sejam obrigados a disputar duas competições com seus times principais.
“Sabemos que a inclusão de um novo campeonato será prejudicial para a recuperação dos jogadores, mas a Liga é um terreno fértil para uma união dos clubes com o objetivo de organizar a principal competição do País no futuro.”
O primeiro passo foi dado, mas os próximos são incertos. Sem o apoio dos clubes paulistas, ainda fortemente ligados à Federação Paulista e, por consequência, a Del Nero, a Primeira Liga continuará a ser apenas a Copa Sul-Minas-Rio, uma competição regional ainda distante de representar o interesse coletivo dos maiores clubes do Brasil.
Sob pressão da Confederação Brasileira de Futebol por sua interrupção, a Primeira Liga teve seu início na quarta-feira 27 com bons jogos e públicos razoáveis.
Integrada pelos principais times da Região Sul e de Minas Gerais, além de dois representantes do futebol carioca, a competição que desafia o poder soberano da entidade sobre a organização do futebol brasileiro foi inaugurada em meio a uma intensa disputa de bastidores.
Ao final da primeira rodada, a continuidade da competição ainda era uma incógnita. Ao acenar com a oficialização do torneio apenas para 2017, a CBF quis impedir a realização das partidas marcadas para os próximos dois meses.
Amparados na Lei Pelé, os clubes participantes defenderam o caráter amistoso do torneio e prometeram disputar normalmente os jogos até 31 de março, data prevista para a final da Primeira Liga.
Diante das pressões, a CBF recuou e autorizou, na quinta-feira 28, a realização do torneio já neste ano, com a ressalva de que os jogos ocorram com uma diferença de 60 horas em relação às partidas dos estaduais.
Embora regional, a Primeira Liga carrega no nome sua intenção: promover futuramente uma competição nacional na qual os times sejam os acionistas e não sofram interferência de entidades esportivas, mesma receita seguida pela Premier League, principal campeonato do futebol inglês.
Durante a transmissão dos quatro primeiros jogos, o SporTV, canal pago da Rede Globo, preferiu reforçar o caráter ainda regional do torneio ao adotar o nome Copa Sul-Minas-Rio, embora as placas publicitárias estampassem o título ecumênico. Natural que a disputa se estenda ao campo simbólico.
O nome Primeira Liga certamente não agrada à CBF, preocupada em domar a rebeldia de seus filiados e disposta a preservar os campeonatos organizados pelas federações estaduais, responsáveis por mais de um terço dos votos nas eleições da entidade.
Dois dias antes do início da Primeira Liga, a CBF publicou uma resolução na qual afirmava não ter condições de aprovar o torneio em caráter oficial em 2016. O principal motivo seria o transtorno que a competição traria ao calendário anual do futebol brasileiro.
O imbróglio é apenas mais um capítulo da briga de bastidores entre a CBF e os organizadores da competição. Por trás da realização da Primeira Liga, há uma disputa entre dois desafetos: Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da entidade, e o dirigente catarinense Delfim Peixoto, vice-presidente da CBF para a Região Sul.
Investigado pelo FBI, Del Nero tem manobrado para impedir a posse de Peixoto como presidente. Em 2015, tentou alterar a regra estatutária segundo a qual o vice-presidente mais velho da entidade, à época o próprio cartola de Santa Catarina, assume a presidência no caso de renúncia do mandatário.
Sem sucesso, Del Nero convenceu as federações do Sudeste e alguns dos principais clubes paulistas a eleger Antônio Carlos Nunes, mais velho que Peixoto, como novo vice-presidente da região, embora ele fosse presidente da federação do Pará.
Com o segundo pedido de licenciamento por Del Nero no fim de 2015, Nunes assumiu a presidência da CBF. Em resposta às manobras do adversário, Peixoto tornou-se um dos maiores incentivadores da Primeira Liga.
A participação de Flamengo e Fluminense acentuou o objetivo político do novo torneio. Os clubes cariocas vivem às turras com a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, em especial com o presidente da entidade, Rubens Lopes.
Aliado de longa data de Eurico Miranda, presidente do Vasco, Lopes contrariou os dois times ao estabelecer que o preço máximo dos ingressos no Carioca de 2015 seria de 50 reais.
O tabelamento dos bilhetes resultou em uma troca de xingamentos entre o presidente da federação e dirigentes da dupla Fla-Flu. Os clubes deixaram então de enviar representantes às reuniões da Ferj e passaram a participar dos debates para a organização da Primeira Liga.
O Flamengo chegou a afirmar que escalaria um time alternativo no campeonato estadual deste ano, mas recuou após a Rede Globo, transmissora do Carioca, pedir para o time ir à campo com a equipe titular.
Lopes passou a ser um dos principais adversários da competição. Na segunda-feira 25, o dirigente compareceu à sede da CBF no Rio de Janeiro para cobrar uma posição mais dura da entidade em relação ao novo torneio.
Dias antes, ele havia enviado à CBF um documento no qual classificava a Primeira Liga como uma “competição pirata” e pediu para a CBF impedir os clubes participantes de disputarem outras competições nacionais caso não desistissem do torneio. Em entrevista recente, chamou os organizadores da Liga de “milicianos”.
Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, confia que as pressões de Lopes não vão prosperar. “A posição dos clubes é de jogar o torneio até 31 de março em caráter amistoso. Não há razão plausível para interrompê-lo.”
O dirigente afirma que a posição da federação sensibilizou os torcedores em favor da competição. “A Ferj é uma instituição que não tem a simpatia do grande público. Quando ela se posiciona de forma flagrantemente contrária à Liga, muitos passam automaticamente a considerar o torneio positivo.” Em apoio aos seus clubes, torcedores de Flamengo e Fluminense protestaram em frente à sede da federação na sexta-feira 29.
Diante das reações contrárias à CBF, Walter Feldman, secretário-geral da entidade, afirma que a resolução original não vetou a Primeira Liga. “O documento estabeleceu apenas que a competição não poderá ser oficializada em 2016.”
Ex-deputado pelo PSB, Feldman tem assumido a linha de frente da CBF, em especial nas negociações com a Primeira Liga. Embora o Coronel Nunes tenha assinado a primeira resolução, o atual presidente da CBF afirmou precisar se inteirar sobre o tema quando questionado a respeito do documento na segunda-feira 25.
“Tivemos autorização de Nunes para publicar a resolução. Ligamos para o presidente na véspera, lemos o documento e ele assinou”, afirma Feldman. “Minha dedicação ao tema tem sido de 70 horas ininterruptas, enquanto o presidente tem sido cientificado, notificado.”
À parte a briga de cartolas, a competição teve um início promissor. Embora os estádios não estivessem lotados, a média de público foi de 14 mil torcedores, com destaque para o clássico entre Flamengo e Atlético Mineiro, que atraiu mais de 30 mil ao Mineirão.
Alternativa aos campeonatos estaduais, cada vez menos charmosos e rentáveis, o torneio mostrou que tem potencial para superar com folga a frequência de torcedores nos campeonatos Carioca, Mineiro e Gaúcho, cujas médias de público foram inferiores a 6 mil pagantes no ano passado.
No caso do Campeonato Carioca, mais da metade das partidas disputadas em 2015 resultaram em prejuízo para os clubes. Enquanto isso, a Federação de Futebol do Estado arrecadou mais que qualquer time, ao cobrar taxas de 10% sobre a renda bruta dos jogos. O Flamengo lucrou 1,1 milhão de reais no Carioca de 2015, 400 mil reais a menos do que a federação.
O fracasso de público e renda dos estaduais em 2015 reacendeu o interesse pelas competições regionais. Torneios tradicionais como Rio-São Paulo, Sul-Minas e Copa do Nordeste foram suspensos a partir de 2003, quando a CBF adotou o sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro. A mudança obrigou os clubes a disputarem dez jogos a mais por ano, o que levou a entidade a suspender os regionais.
O caso da competição nordestina é, porém, um precedente importante para o sucesso da Primeira Liga. O torneio foi cancelado pela CBF em 2004, embora o contrato dos clubes participantes com a competição previsse mais algumas edições.
Diversos times da região entraram na Justiça para garantir a continuidade da copa, ao alegarem que a Lei Pelé dá liberdade aos clubes para organizar competições sem a anuência da CBF. Temerosa de ser obrigada a pagar uma multa milionária, a entidade permitiu a volta do torneio em 2010.
Eduardo Carlezzo, advogado da Primeira Liga, afirma que a Lei Pelé é clara sobre a independência dos clubes para organizar competições. “Os regulamentos e estatutos da CBF e das federações não podem se sobrepor ao que estabelece a legislação. São acordos privados, semelhantes a contratos. Qualquer medida punitiva tomada pela CBF e as federações será amplamente ilegal.”
O Bom Senso F.C., movimento de jogadores que pede a moralização do futebol brasileiro, participou ativamente da organização da Primeira Liga. O zagueiro Wallace, do Flamengo, representa o movimento no Conselho Técnico da competição.
Ricardo Martins, diretor-executivo do Bom Senso, não acredita que a CBF tenha poder para contestar o torneio neste momento. “Ao que parece, a resolução é mais um blefe de uma parte dos dirigentes ligados à Federação do Rio, e não uma visão homogênea da entidade.”
Embora a racionalização do calendário seja uma das principais demandas do Bom Senso, Martins defende a realização da competição mesmo que clubes como Flamengo e Fluminense sejam obrigados a disputar duas competições com seus times principais.
“Sabemos que a inclusão de um novo campeonato será prejudicial para a recuperação dos jogadores, mas a Liga é um terreno fértil para uma união dos clubes com o objetivo de organizar a principal competição do País no futuro.”
O primeiro passo foi dado, mas os próximos são incertos. Sem o apoio dos clubes paulistas, ainda fortemente ligados à Federação Paulista e, por consequência, a Del Nero, a Primeira Liga continuará a ser apenas a Copa Sul-Minas-Rio, uma competição regional ainda distante de representar o interesse coletivo dos maiores clubes do Brasil.
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