sábado, 8 de dezembro de 2018

O enigma dos “coletes amarelos” na França

Foto: Yanik Dumont Baron
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Em pânico, o gabinete do presidente francês, Emmanuel Macron, articula, para este sábado, uma operação policial poucas vezes vista na história do país. Cerca de 89 mil homens estarão nas ruas, fortemente equipados (inclusive como treze blindados). Tentarão evitar que a mobilização dos “coletes amarelos” [gilets jaunes, em francês] cumpra sua promessa de bloquear as rodovias de todo o país e chegar ao Palácio do Eliseu, sede do governo. Deflagrada há três semanas, contra o aumento do preço dos combustíveis, a revolta não parou de crescer, desde então. Mas o que é ela? E por que desafia tanto os ultra-capitalistas, de Macron, quanto a esquerda institucional?

Quem é quem na cúpula direitista das Américas

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Às vésperas do início do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, o Brasil será palco de uma Cúpula Conservadora das Américas, a primeira do gênero, uma iniciativa bolsonarista que tentará aproximar reacionários do continente para ações políticas conjuntas. A “fauna” a se reunir no sábado, 8, em Foz do Iguaçu, no Paraná, será variada e terá como estrela bolsonarista o filho caçula do ex-capitão, Eduardo, uma espécie de chanceler paralelo do futuro governo do pai.

Partido de Bolsonaro virou MMA

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O “chefe” já se deu conta do estrago e chamou uma (a primeira) reunião com o amontoado – chamar de bancada seria impróprio – de parlamentares eleitos à sombra do alugado PSL.

Jair Bolsonaro, entretanto, deveria pensar bem pois do jeito que as coisas vão a baixaria vai rolar solta.

O “barraco” de ontem entre Joyce Hasselman e seu filho “02”, Eduardo, continuou hoje.

A trincheira de Bolsonaro

Por Sergio Araújo, no site Sul-21:

Quer conhecer alguém? Repare nas atitudes e não nas palavras. Antes mesmo de assumir, Jair Bolsonaro dá mostras de que pretende ter um mandato com garantias de conclusão e até mesmo de continuidade. Cerca-se de ministros militares. Envia o filho para os EUA para se reunir com autoridades e empresários americanos. Recebe em sua residência o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton. E faz diversos acenos para agradar o presidente Donald Trump, como por exemplo, a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, críticas à política econômica da China e movimentos anti-Cuba (saída dos médicos cubanos).

O guru por trás do guru de Bolsonaro

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

Apesar de ser loucura, há método nela. (Shakespeare, Hamlet: Ato II, Cena II)

Já se disse que o Brasil não é um país desenvolvido nem subdesenvolvido. É um país de contrastes. Enquanto na Europa a Modernidade varreu os valores pré-modernos típicos das teocracias medievais, no Brasil corremos o risco de ver o contrário: depois da Modernidade, a Idade Média!

E, para cúmulo do surrealismo, uma Idade Média capitalista! Como vemos hoje em muitas partes do mundo, o capitalismo convive bem com regimes políticos autoritários e com valores conservadores da era pré-moderna.

Uma faísca de pragmatismo

Por Jorge Armindo Aguiar Varaschin, no site Brasil Debate:

O dia 28 de outubro deste ano, ao que tudo indica, inaugurou um certo tipo de distopia brasileira, quando o até então impossível torna-se efetivo, quando se consuma algo considerado inimaginável. A sensação de desamparo refere-se muito mais a isso, ao impossível que toma corpo, do que ao aspecto de isolamento político, já que o candidato do campo progressista, Fernando Haddad, teve votação expressiva. Nesse contexto, é necessário ter calma na análise da atual situação, sem subestimar ou superestimar qualquer elemento do cenário. Assim, aqui vão alguns apontamentos que considero relevantes.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

França reedita protestos de 2013 do Brasil

Foto: AFP
Por Rosana Pinheiro-Machado, no site The Intercept-Brasil:

Tem sido assim nos últimos dias: acordo, acesso as redes sociais e metade dos meus amigos está dizendo que as manifestações dos “coletes amarelos” na França – os gilets jaunes – são de extrema-direita, fascistas e ajudarão a eleger Marine Le Pen, a deputada da Frente Nacional. A outra metade comemora a revolta popular e está contente que os 50 anos das agitações de 1968 não passaram despercebidos.

Nós já vimos esse filme. E ele não leva a lugar algum.

Moro arquitetou em 2005 plano contra Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog: 

Em entrevista a Roberto D’Avila/Globo News, Onyx Lorenzoni revelou que Moro arquitetou o plano para prender Lula ainda em 2005, depois de frustrada a primeira tentativa durante o processo do chamado mensalão.

Naquele mesmo ano, no bojo da conspiração para derrubar o primeiro governo Lula, o oligarca Jorge Bornhausen, então presidente do PFL [atual DEM, partido do Onyx], fez a célebre declaração genocida, defendendo a “eliminação dessa raça [dos petistas] do país pelos próximos 30 anos”.

Deixando transparecer orgulho da amizade antiga com Moro, na entrevista Onyx acabou fazendo 1 confidência que tem o efeito de 1 bomba nuclear:

Caso Palocci e o jornalismo venal

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Ainda não chegou o dia em que os jornais brasileiros voltarão a fazer jornalismo. Na área policial e na primeira página, continuam, todos, meros joguetes de procuradores, delegados e juízes, enquanto nos artigos de fundos aumentam as preocupações com o estado policial, que eles mesmos ajudam a alimentar.

É um jogo desmoralizador para o jornalismo.

Esperança: Indignação e coragem

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Vivemos no Brasil nos últimos dois anos dois grandes golpes: o primeiro, o impeachment e a deposição de Dilma Rousseff, e neste ano de 2018 a ascensão da extrema-direita com a eleição de Jair Bolsonaro a presidente do Brasil.

Não foi Bolsonaro que ganhou. Foi o PT que perdeu e com ele o Brasil.

1. Vivemos tempos sombrios e incertos


Militares darão as cartas no futuro governo

Por Fernando Rosa, no blog Viomundo:

O atual governo conta com sete ministérios sob comando de militares, além de outros cargos ocupados por oriundos do meio militar.

Além do presidente, do vice e vários ministérios, duas secretarias chaves, a Secretaria de Assuntos Estratégicos e a Secretaria de Comunicação, serão ocupadas por militares.

A presença de militares no governo Bolsonaro é a mais expressiva desde a redemocratização e tão visível quanto os governos da ditadura militar, entre 1964 e 1985.

As dificuldades de ser patrão no Brasil…

Por Jean Wyllys, no blog Diário do Centro do Mundo:

Na sua mais recente declaração sobre como vê a situação dos trabalhadores no país, o presidente recém-eleito resolveu ser bem claro, e disse aos jornalistas que “está difícil ser patrão no Brasil”.

Isso, mesmo. Ser patrão.

Segundo Bolsonaro, tamanhos são os benefícios de empregados (na verdade, irrelevantes se comparados aos de outros países mais desenvolvidos), que os patrões locais estariam em uma situação “horrível”.

Os mitos da privatização da Previdência

Do site Vermelho:

Em artigo no jornal Valor Econômico, intitulado “Previdência e regime de capitalização”, os professores da FEA-USP Carlos Luque - também presidente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) -, Simão Silber e Roberto Zagha descrevem uma série de mitos sobre o chamado regime de capitalização para a aposentadoria, uma das propostas para substituir o atual sistema da Previdência Social. Eles recorrem à obra "A Balada de Narayama", escrita em 1956 Shichigoro Fukuzawa, para fazer uma analogia com a proposta.

Já apareceu um PC Farias dos Bolsonaro?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Reportagem de Fábio Serapião, publicada no Estadão desta quinta-feira, informa: “Coaf relata movimentação atípica de ex-assessor de Flávio Bolsonaro”.

Relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentação atípica de R$1,2 milhão, no período de 12 meses, na conta do PM Fabrício José Carlos de Queiroz, assessor parlamentar, motorista e segurança do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, que foi exonerado entre o primeiro e o segundo turno da eleição de outubro, quando a eleição já parecia decidida a favor do capitão reformado.

Brasil chega a 2019 entre 64 e 68

Por Renato Rovai, em seu blog:

Daqui a alguns dias chegamos em 2019. Parece muito que foi ontem quando conversávamos o que causaria o bug do milênio e dizia-se que muitos computadores iriam apagar por conta da programação da virada do seculo 19 para 20.

Parece que foi ontem, mas já faz 19 anos que o tal bug do milênio “assombrou” a terra.

Mas o que isso tem a ver com o título? Talvez muito pouco. Mas me lembro que no século passado falávamos muito do Brasil do próximo milênio, do cidadão do novo milênio etc. E agora na virada para 2019 estamos revivendo uma história que se passou a 60 anos como farsa.

A guerra de valores no Brasil

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Não nos iludamos, vivemos apenas um interregno em um processo que deve se acirrar depois de 1º de janeiro, quando toma posse o novo governo. Ocupados com a montagem da equipe ministerial, Bolsonaro, seus generais e os grupos evangélicos que o apoiam deram uma trégua na guerra de valores que está orientando a estratégia de recrutamento de sua equipe.

Colocando a economia de lado, porque esta será dirigida por economistas ultraliberais provenientes do mercado financeiro, inspirados por sua formação na Escola de Chicago e orientados a promover em larga escala a privatização de estatais para atender aos interesses especialmente do grande capital internacional e a direcionar os recursos públicos para alavancar os processos de acumulação, o governo que se constitui tem como projeto político a defesa de valores conservadores e de uma moral fundamentalista.

IBGE: é um país miserável!

A rebelião dos 'coletes amarelos' na França

Foto: AFP
Por Nuno Ramos de Almeida, no site Correio da Cidadania:

Se­gundo as es­ta­tís­ticas do Mi­nis­tério do In­te­rior francês, di­vul­gadas no mo­mento em que está convocada para o pró­ximo sá­bado uma quarta mo­bi­li­zação dos co­letes ama­relos, 136 mil pes­soas mani­fes­taram-se no dia 1 de de­zembro, 166 mil em 24 de no­vembro e 282 mil em 17 de no­vembro.

Mais de 682 pes­soas foram in­ter­pe­ladas pela po­lícia, 630 co­lo­cadas sob de­tenção. Pelo menos 281 pes­soas fi­caram fe­ridas, entre as quais 81 po­li­ciais.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Efeito devastador da privatização da Caixa

Por Lu Sudré, no jornal Brasil de Fato:

Mesmo antes de chegar à Presidência, a equipe de transição de Jair Bolsonaro (PSL) sinaliza que irá expandir a entrega de bens e empresas nacionais estratégicas ao setor privado. A política foi executada ao longo do governo Temer (MDB), que desestatizou partes significativas da Petrobrás e da Eletrobrás desde 2016.

O “raio privatizador” de Temer também mira os bancos públicos do país, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal (CEF). Embora Bolsonaro afirme que não pretende privatizar as instituições financeiras, declarações de sua equipe ministerial apontam para o sentido oposto e mostram que seu governo deve radicalizar a linha adotada pela última gestão. Paulo Guedes, que está à frente da pasta de economia do novo governo, já disse ser favorável a privatização de todas as estatais.


Assim o Facebook estrangulou o jornalismo

Por Paulo Motoryn, no site Outras Palavras:

O debate sobre a influência do Facebook no jornalismo nasceu para morrer. Não falo isso pela crise do próprio Facebook, sobre a qual alguns analistas já se apressaram em profetizar a queda do império de Mark Zuckerberg – o que está muito distante de acontecer. Eu digo isso porque não é o Facebook, mas o jornalismo que está em perigo.

É preciso começar assumindo que a crise do jornalismo existia muito antes do Facebook, o problema é que, se por um momento acreditamos que o Facebook nos aproximou de novos modelos para superar a crise que estava colocada desde a virada do século, agora ele nos levou para o caminho totalmente oposto ao de um jornalismo sustentável.