sábado, 22 de outubro de 2016

Queda de juros para inglês ver?

Por Lecio Morais, no blog de Renato Rabelo:

A última reunião do Copom ao reduzir a meta da taxa Selic de 14,25% para 14% foi uma decisão política. Ela não foi feita para gerar resultado prático, mas para engrossar as expectativas criadas pelos mercados financeiros de que o pior da crise econômica já passou e que a taxa de inflação consolidou uma virada para baixo.

O efeito concreto da redução de 0,25% na atividade econômica é zero. Nenhuma taxa de juro da economia irá se reduzir, nem no crédito ao consumidor, nem no crédito ao comércio e muito menos o do investimento. A única consequência real será uma redução do custo de captação dos bancos, ficando mais barato, por exemplo, emitir CDB, uma aplicação financeira de curto prazo bastante popular.

Carta aberta a José Dirceu e João Vaccari

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Prezados

Bem sei o quanto são absolutamente remotas as possibilidades de vocês acessarem esse texto. Imagino as duras restrições que lhes são impostas pelas regras das masmorras de Curitiba.

Aposto que há controle prévio de tudo que leem, visitas apenas nos dia marcados, televisão só através dos canais abertos e internet nem pensar.

Essa carta aberta, portanto, acaba tendo mera conotação de desabafo diante da indizível injustiça que sofrem. Que seja. Acabo de ler o apelo dramático que você, Dirceu, fez a seu carrasco, clamando por liberdade para trabalhar e garantir o sustento de sua filha de seis anos.

Os criminosos de Mariana serão punidos?

Por Altamiro Borges

Após quase um ano do crime de Mariana (MG), que matou 19 pessoas e resultou na maior tragédia ambiental da história do país, o Ministério Público Federal (MPF) finalmente denunciou 21 dirigentes da mineradora Samarco e de suas controladoras, a privatizada Vale e a multinacional BHP Billiton. A sentença foi proferida na quinta-feira (20) sob a acusação de homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de matar. As empresas ainda são suspeitas dos crimes de inundação, desabamento, lesões corporais graves e crimes ambientais. A procuradoria também denunciou a consultoria que apresentou um laudo falso sobre a tragédia.


Loja Daslu e os trambiqueiros da elite

Do blog A justiceira de esquerda
Por Altamiro Borges

A Loja Daslu já foi um símbolo da opulenta elite brasileira. Situada em área nobre da capital paulista, ela reunia marcas de grife, limitiva o ingresso dos seus ricos frequentadores e tinha até heliporto. A filha de Geraldo Alckmin "trabalhou" no oásis do consumo e o governador inclusive participou da sua inauguração. Com o tempo surgiram as primeiras denúncias de que ela importava produtos de forma ilegal e a Daslu foi processada e perdeu os holofotes da mídia. Agora, porém, ela voltou ao noticiário, mas sem muito alarde. A Folha publicou nesta quinta-feira (20) que o antro dos ricaços caloteiros recebeu ordem de despejo imediato. Os "coxinhas" devem estar de luto!

Juízes e promotores detonam Gilmar Mendes

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br
Por Altamiro Borges

Além de sabotar a economia nacional e promover ações seletivas e arbitrárias, a midiática Lava-Jato tem gerado uma guerra no próprio Poder Judiciário. O caos está instalado, com tiros para todos os lados. Nos últimos tempos, o ministro Gilmar Mendes (representante do PSDB no Supremo Tribunal Federal) andou criticando os juízes e promotores. Preocupado com o descontrole da operação, ele chegou a acusar estes agentes de "chantagear", "ameaçar parlamentares" e "praticar, às escâncaras, abusos de autoridade". A reação da Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas) – que congrega 40 mil juízes e membros do MP – foi imediata e dura. É bom ficar atento para os efeitos desta guerra, que já deixou os bastidores deste hermético poder.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A revolta contra o "pacote da ignorância"

Por Patrus Ananias

Os estudantes do Brasil estão mobilizados por uma grande e justa causa: resistir a três propostas que, originárias das forças antipopulares e antidemocráticas instaladas no Governo Temer e no Congresso, ameaçam sacrificar os avanços alcançados nos últimos anos e impor ao país um terrível retrocesso na área vital que é a educação.

Essas ameaças estão contidas na PEC 241, na Medida Provisória 746 e no projeto da Escola sem Partido – também conhecido como Lei da Mordaça. São propostas altamente comprometedoras do interesse público nacional, lesivas e perversas à maioria do povo e, especialmente no caso da PEC 241 e da MP 746, tocadas no Legislativo com a pressa exigida pelos interesses privados.

PEC-241: Que Brasil nós queremos!

A quebra de protocolo na prisão de Cunha

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Das estranhezas da prisão de Eduardo Cunha, a mais gritante é a quebra de protocolo com relação às anteriores, supondo-se que haja um protocolo.

Primeiro, não há um apelido genial. Operação Malparido, digamos.

Não houve vazamento para a imprensa preparar o show. Não havia equipes de TV com câmeras.

Num despacho, Sérgio Moro determinou que “não deve ser utilizada algema, salvo se, na ocasião, evidenciado risco concreto e imediato à autoridade policial”.

A origem do movimento pró-impeachment

Por Alberto Saldaña, no site Brasil Debate:

Entre 2014 e 2016 o Brasil foi surpreendido pelo surgimento de grandes manifestações contra o governo de Dilma Rousseff. As mobilizações de direita mexeram com o cenário político brasileiro, facilitando a mudança de governo e o impeachment de uma presidenta eleita nas urnas. Se os protestos de 2013 foram considerados uma surpresa, as mobilizações de direita que começaram no final de 2014 não foram menos.

O boi de piranha mais suculento da República

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A celebração pela prisão de Eduardo Cunha foi chocha diante do regozijo dos articulistas da imprensa chapa-branca em “provar” aos críticos da Lava-Jato que a operação “não é seletiva” nem tem como alvo apenas petistas, como ficou patente até agora. Como se a prisão do ex-deputado federal cassado fosse capaz de diluir o estrondoso fato de que, embora citados em várias delações, os tucanos continuem fora da mira do juiz Sergio Moro e a punição de algum deles siga um sonho distante para os reais defensores do fim da impunidade em nosso país.

Cadê o "livro" do Cunha, Dr. Moro?

Do blog A justiceira de esquerda
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Todos os jornais anunciam que Eduardo Cunha dedicava-se, nos últimos dias, a ditar o seu livro (caixa?) de memórias políticas.

A Folha assim o registra:

Em recente conversa com a Folha, Cunha disse que tinha mais de cem páginas prontas. Buscava um profissional para auxiliá-lo a formatar o texto e deixá-lo de modo publicável.

Para colocar suas “memórias” no papel, levantou agendas antigas de compromissos públicos e privados. Há meses vinha também esquadrinhando todas as doações que capitaneou para o PMDB, um levantamento que delegou ao corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, que acabou preso em julho.

Antes, porém, Funaro relatou a aliados que havia juntado “quilos de papéis”.


Gilmar Mendes ameaça os trabalhadores

Por Augusto Vasconcelos, no site da CTB:

O Brasil vive uma escalada conservadora, de conteúdo neoliberal, cujo alvo são os trabalhadores e a democracia. A ascensão de forças, vinculadas ao grande capital, não tem medido esforços para desmontar as conquistas sociais contidas na Constituição de 1988.

Na semana em que se discute a polêmica proposta de congelar investimentos em saúde, educação e demais áreas por 20 anos, através da PEC 241, eis que surge mais um retrocesso. Dessa vez pelas mãos do STF.

A arriscada aposta de Sergio Moro

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

Chegou o dia que o Brasil tanto esperava e que Brasília tanto temia: Eduardo Cunha está preso. Tardiamente, é verdade. Contra Cunha, ao menos desde o ano passado, pesam muito mais do que convicções. Há provas contundentes, como os extratos de contas na Suíça associados à corrupção na Petrobras.

Que, a esta altura, sua prisão seja “preventiva” chega a soar irônico, após ele ter chantageado uma presidente aos olhos do país, ter conduzido o processo de impeachment que a derrubou e feito ameaças a torto e a direito. O ônus deste atraso cabe a Teori Zavascki. O ministro do Supremo demorou mais de quatro meses para afastar Cunha após o pedido do MPF, feito ainda com Dilma no governo, e negou seu pedido de prisão em junho último.

Lava-Jato é "parcial", aponta pesquisa

Da revista Fórum:

Um pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada nesta quinta-feira (20), aponta que 39,6% dos brasileiros acredita que a Operação Lava Jato traz benefícios para o Brasil, mas que está sendo conduzida de maneira parcial.



A pesquisa traz um termômetro da maneira como os brasileiros estão enxergando o momento político atual sob vários aspectos. O índice de desaprovação do presidente Michel Temer é superior o da sua aprovação. Segundo os dados apresentados, 51,4% dos entrevistados não aprovam o governo atual.

As violações à liberdade de expressão

Do site do FNDC:

O FNDC completa 25 anos de atuação exortando a sociedade a denunciar violações à liberdade de expressão. A campanha Calar Jamais!, lançada nesta terça (18/10) num ato político na Câmara dos Deputados, será o principal instrumento dessa iniciativa. Renata Mielli, coordenadora geral do Fórum, explica que objetivo é denunciar casos de violações dentro e fora do Brasil, para organizações como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e ONU, entre outras. "Não queremos que seja uma campanha só nossa, mas que todas as organizações e movimentos sociais se apropriem dela para denunciar a repressão às vozes dissonantes que não se calam diante do golpe em curso no país".

Delação de Cunha é problema dos golpistas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O simbolismo envolto na prisão extemporânea de Eduardo Cunha convulsionou Brasília de tal maneira que memes sugestivos como o abaixo espalharam-se como fogo em capim seco na última quarta-feira.



No que diz respeito à esquerda, a prisão de Cunha causou uma preocupação não com o que ele possa revelar, mas com a razão de ele ter sido preso.

O conservadorismo e o emburrecimento

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

A intenção do governo de Michel Temer (PMDB) de sabotar a educação pública veio à tona em 8 de setembro, logo que o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) mostrou que o ensino médio continuava patinando, sem atingir a meta estipulada para 2015. No mesmo dia, o ministro Mendonça Filho anunciou que tomaria medidas urgentes para resolver os problemas de uma etapa marcada por evasão e notas baixas e longe de oferecer formação adequada para quem vai para a universidade ou precisa ingressar no mercado de trabalho.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A hipocrisia do financismo e a Selic

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Na terça-feira, dia 18 de outubro, teve início a 201ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Com seus encontros regulares previamente agendados para intervalos a cada 45 dias, o colegiado responsável por esse importante instrumento do conjunto da política econômica deverá anunciar no final do dia 19 sua decisão a respeito do patamar da taxa oficial de juros, a Selic.

Trata-se do penúltimo encontro dos integrantes da diretoria do Banco Central (BC) com esse objetivo específico marcado para 2016. Durante dois longos dias esse grupo deverá discutir exaustivamente a respeito das condições da conjuntura econômica internacional e nacional, buscando avaliar as condições em cada um dois setores de atividade. Como costuma acontecer, ao final da reunião, as expectativas da imprensa e dos formadores de opinião no âmbito do financismo serão confrontadas com a decisão anunciada: i) elevação; ii) redução; ou iii) manutenção da taxa.

Voto e dinheiro de João Doria

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Devemos ao repórter Artur Rodrigues uma relevante descoberta sobre nossos novos costumes eleitorais. Em reportagem na Folha de S. Paulo, ele revela que João Dória, o novo prefeito de São Paulo, patrocinou a campanha de 9 vereadores que irão compor sua base de apoio na Câmara Municipal (Dória financiou outros cinco candidatos, que acabaram como suplentes).

Capaz de apostar R$ 2,9 milhões em sua própria campanha, dinheiro retirado do próprio bolso, Dória gastou R$ 980 000 com a vereança. Seis vereadores receberam em torno de R$ 100 000, uma raridade em tempos de vacas esqueléticas. Em oito casos, os recursos de Dória representam pelo menos 20% do total de contribuições amealhadas, sinalizando a importância de sua ajuda para as candidaturas.

Xadrez do fator Eduardo Cunha

Por Diego Novaes
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A graça de um cenário é quando consegue identificar fatos pouco conhecidos, montar ilações pouco percebidas, tirar conclusões inesperadas.

Não é o caso da prisão do ex-deputado Eduardo Cunha, respeitosamente detido pela Polícia Federal, com autorização do juiz Sérgio Moro, e com a recomendação de não fazerem espetáculo.

As conclusões unânimes são as seguintes:

Lula e Lava-Jato: "Cortem-lhe a cabeça!"

Por Paulo Teixeira

Na trama de "Alice no País das Maravilhas", a Rainha de Copas, num de seus surtos de cólera, condena Alice à decapitação. É então constituído um improvável tribunal do júri, durante o qual testemunhos são descartados e nenhuma evidência é citada. Ainda assim, seu presidente conclama os jurados a proferir sua decisão. "Não!", ordena a rainha. "Primeiro a sentença, depois o veredito."

Embora sem o brilhantismo do livro de Lewis Carroll, a Operação Lava Jato repete o modus operandi do tribunal de Alice ao condenar o ex-presidente Lula e só então oferecer as acusações. E, atualizando os cânones do surrealismo literário, reproduz o caráter autoritário da Rainha de Copas ao desprezar a necessidade de provas. Nas acusações dirigidas a Lula, a falta de evidências é proporcional à abundância de convicções, como aferido em famosa apresentação promovida pela força-tarefa do Ministério Público. E essas convicções têm a densidade jurídica de um coelho que fala.

Petrobras é patrimônio do povo brasileiro

Por Luciana Santos

A política brasileira de investimento na exploração do petróleo data da década de 1930, a partir do decreto-lei 366/1939 que regulava a concessão e fiscalização da pesquisa e da lavra do petróleo, a ser realizada por brasileiros ou por empresas constituídas por brasileiros, conforme determinava a constituição daquela época. Era, portanto, um documento de caráter nacionalista, mas não estatizante, e desde então é polêmico o papel da União em operações de risco.

Economia contradiz discurso de Temer

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

A atividade econômica no país continua a cair, agora em ritmo ainda mais acelerado. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve retração de 0,91% em agosto - a maior queda em 15 meses - e de 5,6% nos últimos doze meses. Trata-se de mais um indicador negativo, que contradiz o discurso de Michel Temer de que já há uma recuperação. Para o professor de economia da PUC-SP, Antonio Corrêa de Lacerda, os dados mostram que o diagnóstico do governo não bate com a realidade.

Uma Bienal preocupada com a democracia

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Com homenagens à poeta mineira Adélia Prado e ao pensador português Boaventura Sousa Santos, será aberta amanhã, no estádio Mané Garrincha, a III Bienal do Livro e da Leitura de Brasília (21 a 29 de outubro), um evento lítero-cultural que já encontrou seu lugar na agenda nacional. A programação deste ano reflete as aflições deste momento com a democracia, com os direitos humanos e com a intolerância que ameaça a convivência pluralista. “Precisamos reinventar a democracia se quisermos que ela faça parte da solução”, disse Boaventura em mensagem preliminar ao evento onde, além de homenageado, fará palestra e autografará livros no dia 28.

O espectro da total dominação

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A desordem mundial: o espectro da total dominação

O título é do último livro de Luiz Alberto Moniz Bandeira (Civilização Brasileira, 2016), o nosso mais respeitado analista de política internacional. O autor teve acesso às mais seguras fontes de informação, a múltiplos arquivos, aliando tudo a um vasto conhecimento histórico. São 643 páginas densas, mas escritas com tal fluidez e elegância que parece estarmos lendo um romance histórico.

Moniz Bandeira é antes de mais nada, um minucioso pesquisador e, ao mesmo tempo, um militante contra o imperialismo estadunidense, cujas entranhas corta com um bisturi de cirurgião. Não sem razão, foi preso entre 1969 e 1970 e novamente em 1973 pelo temível Centro de Informações da Marinha (Cenimar), pois se opunha criticamente, no contexto da guerra-fria, ao principal suporte da ditadura: os Estados Unidos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Da realeza fisiológica à queda solitária

Da revista CartaCapital:

Preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira 19, o deputado cassado Eduardo Cunha, do PMDB, foi conduzido para Curitiba, sede da força-tarefa das investigações da Operação Lava Jato. Uma das figuras mais controversas da história recente do Parlamento, o ex-presidente da Câmara é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

No processo relativo à sua prisão, Cunha é acusado de possuir contas na Suíça abastecidas com propinas que somam 1,5 milhão de dólares, originárias de contratos envolvendo atividades da Petrobras na África. O MPF bloqueou os bens do político no valor de 220,6 milhões de reais.

Três perguntas sobre a prisão de Cunha

Por Theo Rodrigues, no blog Cafezinho:

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acaba de ser preso. O pedido de prisão foi feito pelo juiz Sergio Moro após solicitação do Ministério Público Federal.

Por razões distintas tem muita gente comemorando e outros nem tanto.

Seja como for, a prisão de Cunha suscita três perguntas:

O que virá da delação premiada de Cunha?

O primeiro dia do fim do governo Temer

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Foi tarde.

Foi estupidamente tarde.

Foi tragicamente tarde.

A prisão de Eduardo Cunha deveria ter vindo muito antes. Ele jamais poderia ter conduzido, de mãos inteiramente livres, o processo que levou ao impeachment de Dilma.

Todos os argumentos apresentados agora para sua prisão já estavam detalhados no documento que o MPF de Janot entregou a Teori, no final de 2015.

Moro ganha força com prisão de Cunha

Por Renato Rovai, em seu blog:

É mais do que evidente que a prisão de Eduardo Cunha, realizada no início da tarde pela Polícia Federal a partir de autorização de Sérgio Moro, dá ainda mais força ao juiz curitibano.

A partir de agora, o homem de preto poderá dizer que não age de forma seletiva. Que já prendeu mais de uma dezena de petistas graúdos, alguns com base em indícios que depois foram se desmanchando no ar, como o tal JD, que era José Dirceu e depois virou Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete de Antônio Palocci. Mas que também foi ele que prendeu o ex-todo poderoso Eduardo Cunha.

Em defesa da democracia na UFABC

Por Igor Fuser

Um abaixo-assinado em solidariedade à Universidade Federal do ABC (UFABC) está circulando desde ontem, terça-feira, e já recebeu centenas de adesões. A UFABC foi “denunciada” ao Ministério Público por ter prestado ajuda à estudante Deborah Fabri, aluna dessa universidade, de 19 anos de idade, que perdeu a visão de um olho ao ser atingida por uma bomba durante a brutal repressão policial a manifestantes que protestavam contra o golpe, em São Paulo, em 31 de agosto, a noite da deposição da presidenta Dilma Rousseff.

Calar Jamais! Pela liberdade de expressão

Artistas dizem não à PEC-241

Gaudencio Torquato, o “fake” do Planalto

Por Altamiro Borges

Assíduo frequentador do Instituto Millenium, o antro dos magnatas e dos barões da mídia, o “consultor de comunicação” Gaudencio Torquato parece que abandonou os seus conhecimentos acadêmicos para se transformar em um fabricante de calúnias e infâmias na era da internet. Neste final de semana, o “assessor especial” do Judas Michel Temer reproduziu em sua conta no Twitter mais uma mentira obrada por Augusto Nunes, o psicopata da “Veja”. Ele postou que a presidenta Dilma Rousseff, em entrevista à “Rádio Gaúcha”, teria dito que se Lula for preso pela Operação Lava-Jato, o Brasil será invadido pelos exércitos da Venezuela, Bolívia e Equador. O absurdo foi imediatamente replicado por seus fanáticos seguidores, os “midiotas” de sempre. Mas também virou motivo de chacota dos internautas.

Temer sonha com 2018. Cadê a pinguela?

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Por Altamiro Borges

Já que a mídia brasileira perde celeremente a sua credibilidade, um artigo publicado no jornal argentino Clarín nesta segunda-feira (17) promete agitar os bastidores do covil golpista em Brasília. Segundo o diário, o usurpador Michel Temer não descarta mais concorrer à presidência da República em 2018. O jornal ouviu algumas pessoas próximas ao Judas, que afirmam que ele será candidato à reeleição “se a economia decolar”. A reportagem lembra que até recentemente o peemedebista negava terminantemente a possibilidade de disputar o pleito. Ele receava que esta ideia implodisse o pacto mafioso que se formou para viabilizar o “golpe dos corruptos” que depôs a presidenta Dilma, dificultando ainda mais a sua gestão ilegítima. Agora, porém, ele já não guarda mais segredo para o seu entorno que sonha em continuar no Palácio do Planalto.

Os alckmistas atropelam o cambaleante

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

A mídia privada, que adora fofocas e intrigas, tem evitado dar destaque à implosão que se avizinha no PSDB. Ela sabe que isto pode ser fatal para a gangue que promoveu o “golpe dos corruptos” e tomou de assalto o Palácio do Planalto. Além de fragmentar ainda mais a base pragmática de apoio ao Judas Michel Temer, uma divisão no principal partido golpista teria reflexos na economia, gerando desconfianças no chamado “deus-mercado”. O problema é que os boatos sobre as sangrentas bicadas no ninho tucano seguem crescendo. Nesta semana, a revista Época publicou uma matéria, intitulada “Os alckmistas estão chegando”, que mostra o grau de tensão no PSDB. O cambaleante Aécio Neves deve ter curtido uma baita overdose. Já o “chanceler” José Serra, entre uma e outra derrapada diplomática, deve estar fabricando mais um dos seus corrosivos dossiês.

Metrô de São Paulo coleciona cadáveres

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Em janeiro de 2007, sete pessoas morreram após serem engolidas por uma cratera aberta no local onde hoje fica a redonda estação Pinheiros da linha 4. O consórcio responsável Via Amarela (Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Alston) chegou a culpar, na época, a natureza, o terreno, as chuvas, rochas gigantes, o Imponderável da Silva, enfim, grandes forças malignas do universo contra as quais He-Man lutava, pela tragédia.


Democracia não cabe no neoliberalismo

Por Emir Sader, na Revista do Brasil:

A retomada do modelo neoliberal, fracassado nos anos 1990, derrotado sucessivamente em 2002, 2006, 2010 e 2014, só pode se dar mediante um governo não democrático. Golpista no acesso ao poder, porque não obteria maioria democrática nos processos eleitorais com um projeto tão antipopular e autoritário, porque tem que governar contra o interesse da grande maioria da população.

Um governo que se coloca como objetivo a aplicação de um duro ajuste fiscal, que corta direitos adquiridos pela massa da população, que acentua ainda mais a recessão econômica e, com ela, o desemprego e a perda de poder aquisitivo dos salários, é incompatível com a democracia, porque governa contra a grande maioria dos brasileiros. Temer disse que se conforma com ter o apoio de 5% da população, porque sabe que governa para essa minoria. Mesmo contando com o apoio da velha mídia, não conseguiria obter apoio popular para um programa tão antipopular.

As "confissões ridículas" de Bia Doria

Do site Carta Maior:

O jornal francês analisa a entrevista da mulher do novo prefeito de São Paulo, João Doria Jr, à "Folha de S. Paulo”. De acordo com o Le Monde, Bia Doria se considera "do povo” e deixa transparecer uma visão machista e ultrapassada da mulher brasileira. Declarações que trazem à tona as desigualdades da sociedade brasileira.

Segundo Le Monde, a crise e a decepção do Brasil com as elites levaram a população a se "consolar" com temas mais levianos, como a “paixão” pelas primeiras-damas. Um dos exemplos, cita o diário, é o debate sobre os vestidos de Marcela Temer, a mulher do novo presidente. A política do espetáculo, lembra o jornal francês, agora tem uma nova representante: Bia Doria, descrita pelo Le Monde como artista de fino-trato, ecologista chique e especialista em esculturas de madeiras.

A falácia do pai de família e a PEC-241

Por Guilherme Haluska e Kaio Pimentel, no site Brasil Debate:

O discurso moralista diz que o Estado, assim como um pai de família, deveria sempre gastar menos do que ganha. Esse discurso acaba por sugerir ao cidadão, leigo em economia, que: 1) é possível a todos os agentes de um sistema econômico ganhar mais do que gastam, e 2) que o Estado apresenta algum tipo de restrição financeira, típica de um pai de família. Esse discurso é falacioso porque: 1) não é possível no agregado de um sistema econômico ganhar mais do que é gasto e 2) o Estado não quebra quando se endivida na moeda que ele mesmo emite, ou seja, na dívida pública denominada em sua própria moeda (reais, no caso brasileiro).

O que fazer com a Rede Globo?

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog Segunda Opinião:

O que fazer com o Sistema Globo de Comunicação é um dos mais difíceis problemas a solucionar pela futura democracia brasileira. A capacidade de fabricar super-heróis fajutos, triturar reputações e transmitir versões selecionadas e transfiguradas do que acontece no mundo, lhe dá um poder intimidante a que se foram submetendo o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. A referência aos três poderes constitucionais da República resume a extensão do controle que o Sistema Globo detém e exerce implacavelmente, hoje, sobre toda e qualquer organização ou cidadão brasileiro. 

Carmen Lúcia e a remilitarização do país

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há tempos venho juntando um conjunto de indícios que apontam para um aumento da interferência militar nas políticas internas do país. O ápice foi a atitude da nova presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carmen Lúcia, de convocar as Forças Armadas (FFAAs) para discutir segurança interna.

A respeito do “Xadrez das Vivandeiras dos Quarteis” (http://migre.me/vgKxM), recebo o seguinte e-mail do jornalista O, que recebeu de L., brasileiro que mora na Argentina. Ambos pediram sigilo de fonte.


Em troca de favores, Temer incha a máquina

Do site Vermelho:

Apesar do discurso de cortes de gastos, o governo de Michel Temer (PMDB) vem ampliando o número de comissionados na sua gestão. Segundo dados do Portal da Transparência, o número total de cargos de confiança e funções gratificadas aumentou na atual gestão, passando de 107.121, em maio, para 108.514 em 31 de agosto. As contratações ocorreram no período que o peemedebista ainda era interino, ou seja, quando o processo de impeachment não havia sido finalizado.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Desemprego explode e mídia abafa

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca, embriagada com o aumento da grana da publicidade oficial, prefere estampar nas manchetes a "histórica" queda no preço da gasolina - de 1 centavo! - do que tratar com seriedade sobre a explosão do desemprego no país. Os últimos dias foram carregados de péssimas notícias para os que vivem do trabalho. Mas elas não viraram capa dos jornais e das revistas e nem foram motivo de comentários apocalípticos na televisão. Os ex-urubólogos da imprensa, que antes só alardeavam o pessimismo, agora se converteram em porta-vozes de Michel Temer e só dão notícias paradisíacas sobre o Brasil. Haja puxa-saquismo para compensar a propina - o "imprensalão" - do covil golpista.

Em 2036, almoço com a família PEC-241

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao longo de várias gerações, reprises e versões, os brasileiros já acompanharam o destino de várias famílias fictícias. Entre 1967 e 1971, era possível dar boas gargalhas com a Família Trapo, onde Ronald Golias, no papel do inesquecível personagem Bronco Dinossauro, produziu momentos antológicos do humor brasileiro.

Em 328 capítulos, exibidos pela primeira vez entre 1970 e 1971, o jovem Tarcísio Meira no papel principal, Irmãos Coragem contava a epopeia de uma família de um garimpeiro as voltas com a tirania de um coronel sem escrúpulos numa cidade remota do país. Muitos enxergavam neste microuniverso uma metáfora sobre a ditadura militar que esmagava o país, na época.

A reforma trabalhista dos patrões

Por Piero Locatelli, no site Repórter Brasil:

O governo anunciou que a reforma trabalhista deve ficar para o segundo semestre de 2017, mas a maior organização empresarial do país tem pressa. As reivindicações da Confederação Nacional da Indústria (CNI) já estão na mesa e podem ser aprovadas a qualquer momento no Congresso Nacional, sem o alarde de uma grande reforma.

A Repórter Brasil resumiu os principais desejos da indústria e conversou com especialistas para saber quais as consequências para os trabalhadores e para a sociedade como um todo.


PEC-241 afeta os direitos humanos

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que instaura o Novo Regime Fiscal, segue no centro das preocupações de especialistas e movimentos que alertam para o risco de deterioração dos direitos humanos. Prevista para ser votada em segundo turno na Câmara Federal no começo da próxima semana, a medida já movimenta também a arena política do Senado, para onde será encaminhada em caso de aprovação definitiva na Câmara.

Os gastos de Temer com publicidade

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Vou fazer um compilado aqui do que já publicamos sobre o aumento da publicidade federal nesses primeiros meses de governo Temer. E fazer alguns apontamentos que ainda não fiz antes.

Eu publiquei uma série de 3 posts. Os dois primeiros foram muito divulgados. O terceiro, circulou pouco, mas por culpa minha, que fiz um texto muito prolixo, com laudas e laudas de opinião.

Vou dar o link dos dois primeiros.


Os "marajás brasileiros" do Judiciário

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Os juízes brasileiros vivem em um paraíso. No ano passado, embolsaram 46,1 mil reais mensais de remuneração, em média. Em um país em que a renda per capita mensal foi de 1,1 mil reais em 2015, segundo informações do IBGE, é como se cada magistrado valesse 41 cidadãos.

Os vencimentos dos 17 mil togados foram conhecidos nesta segunda-feira, 17, em uma radiografia anual do Judiciário divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça, órgão existente para fiscalizar tribunais. Os servidores à disposição dos juízes também ganharam bem: salário médio de 11,8 mil mensais em 2015.

PEC-241: o verdadeiro sentido

Por Laura Carvalho, no site Outras Palavras:

De acordo com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, se a PEC “do teto de gastos” não for aprovada, o Brasil teria de enfrentar alternativas “muito mais sérias e muito piores para o país”, como a alta de impostos. De fato, como já vem ocorrendo desde 2015, o que a regra garante por meio de uma alteração na Constituição é que, independente de quanto se arrecadar, o debate econômico e o conflito distributivo sobre o orçamento público fiquem restritos por 20 anos a uma disputa sobre um total já reduzido de despesas primárias, onde os que detêm maior poder econômico e político saem vencedores.

Mercosul e Brics: alvos do golpismo

Por José Arbex Jr., na revista Caros Amigos:

“Não gostamos muito do fato de que o chanceler (José) Serra tenha vindo ao Uruguai nos dizer – ele fez isso publicamente, por isso digo – que pretendiam suspender a passagem (da presidência do Mercosul para a Venezuela) e que, se ela fosse realmente suspensa, nos apoiariam em suas negociações com outros países, como se estivesse tentando comprar o voto do Uruguai”, disse Rodolfo Nin Novoa, ministro das Relações Exteriores uruguaio, aos deputados de seu país, em 10 de agosto, durante uma audiência da Comissão de Assuntos Internacionais.