quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O pensamento econômico antipovo na eleição

Por Pedro Rossi, no site da Fundação Maurício Grabois:

Desconfie de frases feitas como “O Estado não cabe no PIB” e “o Brasil deve escolher entre crescer ou distribuir”. Quando se diz “o brasileiro não aguenta mais impostos”, de qual brasileiro estamos falando? Aqui os 10% mais pobres gastam 50% de sua renda com tributos e os 10% mais ricos 23%. Uniformizar o problema é dizer que não teremos justiça tributária. Na foto, Guedes, o "Posto Ipiranga" do Bolsonaro, um dos economistas antipovo.

O pré-sal e o desenho do golpe

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

Enquanto a população se concentra (ou se distrai) no processo eleitoral, o governo encaminhou, no finalzinho de setembro, a 5ª Rodada de Licitação do Pré-sal, na qual, segundo análise da FUP (Federação Única dos Petroleiros), as petrolíferas estrangeiras levam mais de 90% dos barris de petróleo leiloados. Segundo a referida análise, no leilão do dia 28 o preço médio pago por cada barril leiloado foi de R$ 0,34. Isso numa conjuntura em que o barril está sendo vendido no mercado mundial por algo em torno de US$ 75, com tendência a aumentar em função dos recentes, e cada vez mais ameaçadores, acontecimentos na geopolítica mundial.

Bolsonaro e os investimentos de Paulo Guedes

Da Rede Brasil Atual:

Anunciado como futuro ministro da Fazenda em um eventual governo Bolsonaro, o economista Paulo Guedes deve se beneficiar diretamente com as propostas do seu plano de governo nas áreas de educação, energia e óleo e gás. Chamado pelo presidenciável de "posto Ipiranga", a quem cabe responder sobre os temas da economia, Guedes é sócio e membro do comitê executivo da Bozano Investimentos, que administra R$ 2,7 bilhões em capitais e tem participação direta ou indireta em empresas que atuam nesses setores.

Uma frente ampla para derrotar Bolsonaro

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

Quem sabe, sabe; conhece bem. Na quinta-feira, o jornalista Janio de Freitas advertiu: “Comparados os anos recentes de militares e do sistema judicial, não é na caserna que se encontram motivos maiores de temer pelo estado democrático de direito. Os avanços sobre poderes do Legislativo e do Executivo, os abusos de poder contrários aos direitos civis, ilegalidades variadas contra os direitos humanos – a transgressão da ordem institucional, portanto – estão reconhecidos nas práticas do Judiciário e da Procuradoria da República”.

O dinheiro é esperto, mas a ambição é burra

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O “mercado” comemora, com alta na Bolsa e baixa no dólar, a suposta ascensão de Jair Bolsonaro.

Mas, afinal, o que comemoram?

Será que pensam que Bolsonaro é um Donald Trump tupiniquim?

Trump é  o que é – e olhem que não anda sendo “grandes coisas “- por que é presidente dos Estados Unidos.

É preciso frisar: E-U-A…

O risco Bolsonaro em oito pontos

Por Ronaldo Pagotto, no jornal Brasil de Fato:

Há alguns meses no Brasil – e mais intensamente nas últimas semanas – não se fala de outra coisa nas ruas, bares, restaurantes, redes sociais, no transporte público, nas universidades, bairros e escolas. O monotema das eleições, especialmente as presidenciais, se tornou onipresente na vida cotidiana brasileira.

No meio dessa sala de espelhos quebrados, recheada de impressões, desespero e notícias falsas, o lugar da análise, a importância dos programas e projetos para o Brasil e a oportunidade do pensamento crítico têm sido sufocados.

O segundo turno já começou

Por Davidson Magalhães

A polarização política da última semana das eleições provoca intensa movimentação do eleitorado em uma clara antecipação do segundo turno. A vigorosa campanha de rua e o crescimento vertiginoso de Haddad nas pesquisas, herdando o patrimônio politico eleitoral de Lula, com simulações de segundo turno apontando a sua vitória sobre Bolsonaro, com altos índices de rejeição, o movimento #Elenão e a estagnação da candidatura de Alckmin, causaram pânico no consórcio político-midiático e jurídico responsável pela implementação da agenda ultraliberal e desmonte das políticas sociais e nacionais.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

A mídia obrou o fascista e está inquieta

Por Altamiro Borges

Na reta final do primeiro turno das eleições presidenciais, a mídia monopolista parece sofrer de certa esquizofrenia. Ela não sabe como se portar diante do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, “O Coiso”, que segue à frente nas sondagens eleitorais. A mídia chocou o ovo da serpente que resultou o avanço do fascismo, com sua milícia de fanáticos e oportunistas. Agora, porém, ela teme ser vítima dessa horda de trogloditas, que prega o ódio e a violência contra tudo e contra todos.

Mídia já se prepara para o segundo turno

Por Altamiro Borges

A mídia monopolista foi a principal protagonista do golpe que depôs a presidenta Dilma Rousseff e levou ao poder a quadrilha de Michel Temer. O criminoso impeachment não tinha nada a ver com as tais pedaladas fiscais – que já foram esquecidas – ou com as denúncias de corrupção feitas pelo presidiário Eduardo Cunha e por outros moralistas sem moral.

Haddad e a matemática do antipetismo

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Os 2 fenômenos mais relevantes revelados na pesquisa Ibope de 1º/10 são [1] a interrupção do crescimento do Haddad e [2] a resiliência do Bolsonaro, que impediu sua queda. O Datafolha divulgado em 2/10 coincide nos resultados.

Examinando-se a série de levantamentos realizados a partir de 20 de agosto, quando Lula figurou pela última vez nas pesquisas eleitorais, constata-se as seguintes realidades:



Luta política levará Haddad ao segundo turno

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quando faltam quatro dias para o primeiro turno da eleição presidencial, os principais sinais da campanha apontam para a passagem de Fernando Haddad para a segunda fase da eleição.

Ficando nos grandes números. Se uma decisão em primeiro turno exige de 50% + 1 dos votos válidos, Bolsonaro atingiu 31% das intenções de voto, contra 54% na soma dos adversários.

Seu crescimento nos últimos dias não deve confundir as coisas. A eleição segue em disputa, talvez a mais dramática em tempos recentes. Máquina de chegada, com 24% de aprovação popular, nestas horas o Partido dos Trabalhadores costuma desempenhar um papel decisivo num debate político dada vez mais necessário - e irresistível, do ponto de vista dos interesses da maioria.

O aecismo adere a Bolsonaro em Minas

Por Evilazio Gonzaga Alves, no blog Viomundo:

O autodenominado “estrategista político” Marcio Coimbra, publicou um texto que está sendo amplamente divulgado pelos canais do portal do thinktank da direita brasileira, o Instituto Millenium.

Sob o título “A importância de Minas”, o artigo de Coimbra, publicado em fevereiro de 2018, defende a tese de que as eleições presidenciais sempre passam pelo eleitorado mineiro.

Essa concepção orienta a estratégia eleitoral dos mais competitivos partidos da direita no Brasil.

Para eles, vencer em Minas Gerais é conquistar o Brasil.

Bolsonaro: o risco de um Temer piorado

Editorial do site Vermelho:

Um governo Temer piorado. Essa é a essência do programa do candidato fascista Jair Bolsonaro. Nele está dito, com todas as letras, que seu governo aprofundará os cortes de direitos dos trabalhadores e do povo, uma confissão explícita de que o atual desmonte do Estado e do seu arcabouço social, iniciado com o golpe de 2016, são apenas os primeiros passos de uma inédita ofensiva conservadora. Pode-se prever, sem risco de cometer exageros, que estão em sua alça de mira o que sobrou da Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), os capítulos dos direitos e sociais da Constituição e os direitos previdenciários.

Os candidatos dos programas policialescos

Por Bia Barbosa, na revista CartaCapital:

O uso das emissoras de rádio e televisão como trampolim político é prática frequente no país. Embora os tribunais eleitorais sejam rígidos em sua fiscalização durante os períodos de campanha, a propaganda de candidatos com espaço na programação dos canais dura o ano todo. E um tipo de programa – e seus respectivos apresentadores – tem se destacado neste universo, sobretudo diante de um processo eleitoral marcado pelo debate da segurança pública: os programas policialescos.

Qualquer coisa é melhor que Bolsonaro

Por Marcelo Zero

As nossas oligarquias têm uma imensa dificuldade em pensar. Em agir racionalmente a partir de um diagnóstico fidedigno da realidade do país.

Não têm visão clara e projeto concreto para o país. Em geral, agem politicamente com base em impulsos e emoções. Principalmente medo e ódio. Também em preconceitos historicamente arraigados. Empresários racionais, esclarecidos e com um mínimo de sensibilidade social, como Ricardo Semler e Abílio Diniz, parecem ser minoria num bando de lêmingues apavorados e propensos ao suicídio coletivo.

Os bumbos do antipetismo

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Entre sexta-feira e ontem, quando o Datafolha fez sua última pesquisa, Jair Bolsonaro cresceu quatro pontos, passando de 28% para 32%, apesar das manifestações nacionais que as mulheres fizeram contra ele no sábado.

O petista Fernando Haddad encolheu de 22% para 21%, e se não se recuperar, irá para o segundo turno enfraquecido.

Os economistas de mercado adoram o fascismo

Por André Araújo, no Blog do Renato:

A história da França de Vichy sempre me fascinou, desde os anos 60, coleciono livros sobre o período para entender o abismo politico que a França tenta esquecer. Vichy é a prova de que países não desaparecem, não quebram, não acabam, apenas decaem.

Como foi possível a França de Luis XIV, o País que criou o Estado Nacional na Era Moderna, com personagens do porte dos Cardeais de Richelieu e Mazarin, o Pais das glórias do Imperador Napoleão e do maior diplomata do Século XIX, o Principe de Talleyrand, como foi possível esse Pais poderoso e imperial, símbolo do Estado forte se entregar de forma vexatória à dominação alemã? Não foi uma simples derrota militar, foi um rendição humilhante para o mundo, depois de uma luta apenas para constar, dois terços das armas francesas não foram usadas na campanha de 1940, quando a França se rendeu docemente. Mas o pior veio depois, a colaboração consentida e alegre com o conquistador. A saga de Vichy é uma lição de História, do que pode acontecer a países em situações muito especiais.

Brasil entra em clima de máxima tensão

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

Desde a tarde de sexta-feira (28/9), o Brasil entrou em clima de tensão máxima. Em seu quarto de hospital, o capitão reformado e candidato presidencial ultradireitista Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao apresentador televisivo sensacionalista José Luiz Datena, cujo programa é transmitido ao vivo.

Duas frases marcaram a temperatura da conversa: Bolsonaro disse que não aceitará outro resultado nestas eleições (cujo primeiro turno acontecerá no domingo, 7 de outubro) que não seja a sua vitória. Denunciou antecipadamente que qualquer quadro diferente disto será recebido por ele como uma fraude.

Que frente política vencerá nas urnas?

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

O processo eleitoral delimitou uma questão-chave, bipolar, um divisor de águas na acirrada disputa em curso: o que importa mais para as lideranças políticas, sociais e econômicas e para os eleitores, o antibolsonarismo ou o neoantipetismo, que emerge desde 2014? Essa polarização alavanca duas grandes frentes lutando para conquistar a maioria nas urnas: a frente anti-Bolsonaro e a frente anti-PT. O pano de fundo conceitual e prático da disputa tem o seguinte conteúdo subjetivo e objetivo: no que os atores apostarão, no autoritarismo pró-mercado excludente ou na democracia capitalista inclusiva? Afinal, os significados das candidaturas de Bolsonaro e de Haddad são, respectivamente, por um lado, o neoliberalismo autoritário e, por outro lado, a democracia social-desenvolvimentista.

O sistema se entrega a Jair Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A lógica de Bolsonaro é ser anti-sistema, o representante do país sombrio, da maioria silenciosa que nunca se viu representada na política. No parlamento, é o baixo clero. Na mídia, é personagem secundário, restrito aos veículos regionais. Ou limitando-se a ver o país através das lentes dos programas policiais e do filtro dos jornais nacionais, sempre na posição passiva.

Os bolsonaristas são cidadãos de um país anacrônico, que acompanhava, passivamente, o cosmopolitismo provinciano do Rio e de São Paulo, mas não se sentia politicamente integrado.