Por Davidson Magalhães
A polarização política da última semana das eleições provoca intensa movimentação do eleitorado em uma clara antecipação do segundo turno. A vigorosa campanha de rua e o crescimento vertiginoso de Haddad nas pesquisas, herdando o patrimônio politico eleitoral de Lula, com simulações de segundo turno apontando a sua vitória sobre Bolsonaro, com altos índices de rejeição, o movimento #Elenão e a estagnação da candidatura de Alckmin, causaram pânico no consórcio político-midiático e jurídico responsável pela implementação da agenda ultraliberal e desmonte das políticas sociais e nacionais.
A reação foi imediata, utilizando todo o aparato conservador e reacionário. O Juiz militante de direita Moro descumpriu o TRF-4 e acordo da PF, liberando a armação (delação) de Palocci, retomando o protagonismo político eleitoral da Lava Jato, com objetivo claro de fomentar o antipetismo.
O STF através de Fux e do presidente Toffoli proíbe uma entrevista de Lula. A grande mídia passa a dar uma cobertura mais humanizada do Bolsonaro. Candidatos do DEM e PSD abandonam a candidatura tucana e declaram apoio a Bolsonaro. Militantes de igrejas pentecostais utilizando fakes promovem uma campanha difamatória contra a chapa Haddad-Manuela. Todos estes movimentos associados aos desgastes do enfrentamento eleitoral refletiram, nas últimas pesquisas, um crescimento do candidato fascista e uma estagnação de Haddad.
O comportamento dos eleitores indica claramente uma aglutinação do voto antipetista em torno do Bolsonaro, um esvaziamento das candidaturas de direita e uma estagnação de Ciro e Haddad. Diante deste quadro momentâneo, a extrema direita busca criar uma nova onda na tentativa de decidir a campanha já no primeiro turno, aproveitando-se da fragmentação das forças progressistas e da neutralização de setores democráticos ligados a outras candidaturas.
O momento é delicado e grave.
A candidatura de Haddad-Manuela, com maior densidade eleitoral para passar para o segundo turno, não pode apenas representar o legado dos governos Lula e Dilma. Nesta conjuntura, este projeto tem que representar a aglutinação das forças democráticas mais amplas. Deve sinalizar para um governo de coalizão e construir esta frente ampla o mais rápido e o mais amplamente possível.
Nos poucos dias que nos restam antes da eleição além de mobilizar as forcas progressistas e de esquerda contra o risco do fascismo, retomando a nossa militância de chegada, é urgente criar pontes com amplos setores para garantir a viabilidade eleitoral e de governança.
Não podemos agir como aqueles que pensam em começar a dieta só na segunda-feira. Pode ser tarde. O segundo turno já está em curso.
* Davidson Magalhães é presidente do PCdoB-Bahia e suplente de deputado federal.
A polarização política da última semana das eleições provoca intensa movimentação do eleitorado em uma clara antecipação do segundo turno. A vigorosa campanha de rua e o crescimento vertiginoso de Haddad nas pesquisas, herdando o patrimônio politico eleitoral de Lula, com simulações de segundo turno apontando a sua vitória sobre Bolsonaro, com altos índices de rejeição, o movimento #Elenão e a estagnação da candidatura de Alckmin, causaram pânico no consórcio político-midiático e jurídico responsável pela implementação da agenda ultraliberal e desmonte das políticas sociais e nacionais.
A reação foi imediata, utilizando todo o aparato conservador e reacionário. O Juiz militante de direita Moro descumpriu o TRF-4 e acordo da PF, liberando a armação (delação) de Palocci, retomando o protagonismo político eleitoral da Lava Jato, com objetivo claro de fomentar o antipetismo.
O STF através de Fux e do presidente Toffoli proíbe uma entrevista de Lula. A grande mídia passa a dar uma cobertura mais humanizada do Bolsonaro. Candidatos do DEM e PSD abandonam a candidatura tucana e declaram apoio a Bolsonaro. Militantes de igrejas pentecostais utilizando fakes promovem uma campanha difamatória contra a chapa Haddad-Manuela. Todos estes movimentos associados aos desgastes do enfrentamento eleitoral refletiram, nas últimas pesquisas, um crescimento do candidato fascista e uma estagnação de Haddad.
O comportamento dos eleitores indica claramente uma aglutinação do voto antipetista em torno do Bolsonaro, um esvaziamento das candidaturas de direita e uma estagnação de Ciro e Haddad. Diante deste quadro momentâneo, a extrema direita busca criar uma nova onda na tentativa de decidir a campanha já no primeiro turno, aproveitando-se da fragmentação das forças progressistas e da neutralização de setores democráticos ligados a outras candidaturas.
O momento é delicado e grave.
A candidatura de Haddad-Manuela, com maior densidade eleitoral para passar para o segundo turno, não pode apenas representar o legado dos governos Lula e Dilma. Nesta conjuntura, este projeto tem que representar a aglutinação das forças democráticas mais amplas. Deve sinalizar para um governo de coalizão e construir esta frente ampla o mais rápido e o mais amplamente possível.
Nos poucos dias que nos restam antes da eleição além de mobilizar as forcas progressistas e de esquerda contra o risco do fascismo, retomando a nossa militância de chegada, é urgente criar pontes com amplos setores para garantir a viabilidade eleitoral e de governança.
Não podemos agir como aqueles que pensam em começar a dieta só na segunda-feira. Pode ser tarde. O segundo turno já está em curso.
* Davidson Magalhães é presidente do PCdoB-Bahia e suplente de deputado federal.
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