sexta-feira, 15 de abril de 2016

Mídia golpista faz guerra psicológica

Por Lúcia Rodrigues, na revista Caros Amigos:

Uma guerra psicológica orquestrada para desmobilizar quem é contra o golpe. É assim que o professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), Laurindo Lalo Leal Filho, define o comportamento da mídia na veiculação de matérias sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que será votado no próximo domingo (17), no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Temer e a legião dos traidores

Por Alceu Luís Castilho, no site Outras Palavras:

A frase de Júlio César a Brutus provavelmente nunca foi dita: “Até tu, meu filho?” Hoje, na cena brasileira, seria impensável. Pois a presidente traída precisa comunicar à imprensa a reação ao vice-presidente traidor, que, por sua vez, terá exposto pela imprensa a própria traição. Sem diálogo direto entre os protagonistas. Vivemos em tempos de traição mediada, onde os meios de comunicação são utilizados como instrumento político. A própria mídia, que gosta de se apresentar como defensora da democracia, aparece como Judas central dessa história.

"Lula 2018" assombra a Globo

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Seja qual for o resultado da votação no domingo (dia 17), um fantasma já assombra a direita brasileira – que, conduzida pela Globo/Cunha/Temer/Moro/Serra/FHC levou o país a um transe antidemocrático.

Esse fantasma aparece não só nas conversas de bastidor. Mas ganha as redes, e agora os muros: “Lula 2018!”

Pelo menos duas inscrições surgiram durante esta madrugada, na região central de São Paulo.

O poder econômico no jogo do impeachment

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Por oito votos a três, o STF decidiu no ano passado que as doações de empresas às campanhas eleitorais são inconstitucionais. Representam, disseram alguns dos oito que votaram na tese da OAB, uma indevida interferência do poder econômico no funcionamento da democracia. E o que dizer então da poderosa campanha do empresariado organizado a favor da derrubada da presidente Dilma Rousseff através de um processo golpista travestido de impeachment?

A crise e a caça às bruxas

Por Rosana Pinheiro-Machado, na revista CartaCapital:

Eu tinha oito anos de idade quando algumas crianças apontaram para mim e gritaram “demônio, filha de comunista”.

Eu fui crescendo, a democratização foi se consolidando e as acusações pararam de acontecer. Tornei-me adolescente com o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim. Todo mundo queria fazer fila para comer no McDonalds recém-inaugurado.

Conforme os ares da ditadura iam ficando para trás, meu pai comunista se transformava mais em folclore do que uma ameaça. Eu me tornei adulta acreditando que eu podia ser bizarra de esquerda, mas ainda sim eu desfrutaria de uma liberdade que meus pais e meus tios nunca desfrutaram.

Golpistas, a guerra vos espera!

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Em 49 Antes de Cristo (ac), o ditador romano Caio Júlio César atravessou o rio Rubicão, uma fronteira natural que separava a Gália Cisalpina da Itália. O Senado Romano proibira que o exército do Império transpusesse a fronteira. Ao transgredir a ordem, Júlio César violou a lei e declarou guerra ao Senado. No instante em que atravessou o Rubicão, exclamou frase em dialeto local traduzida em latim popular como “Alea jacta est” (A sorte está lançada).

Os dois lados do mapa do impeachment

Por Jeferson Miola

O mapa do impeachment está desenhado. Ele tem dois lados:

- num lado, Michel Temer, personagem sorumbático e traidor que passa as horas vagas de vice “decorativo” conspirando para derrubar a Presidente que lhe fez vice-presidente sem que ele tenha recebido um único voto popular; e

- noutro lado, Dilma, Presidente eleita com 54.501.118 votos que jamais participou de conspiração ou traição, mesmo quando foi torturada pelos fascistas que deram o golpe de 1964.

Dilma/Lula ou Temer/Cunha?

Por Nicolas Chernavsky, em seu blog:

A argumentação de quem quer o impeachment de Dilma em geral se centra nas críticas à presidenta mas praticamente ignora o assunto de quem assumirá o cargo de presidente caso Dilma seja afastada. Entretanto, só é possível ter uma opinião minimamente coerente sobre a questão se levar-se em conta quem substituiria Dilma, que no caso é Michel Temer, e quem assumiria o lugar atual de Temer, que no caso é Eduardo Cunha. Como conclusão, fica claro que a escolha que os(as) deputados(as) farão no domingo é se governarão Dilma e Lula – respectivamente a primeira e a segunda figura do governo (se o STF permitir que Lula seja ministro da Casa Civil) – ou Temer e Cunha, respectivamente a primeira e a segunda figura de um eventual governo Temer.

O mundo rejeita "o golpe dos corruptos"


Por Marcelo Zero

A comunidade mundial está perplexa. Não consegue entender direito o que se passa no Brasil. Sobretudo, não consegue entender como uma presidenta sabidamente honesta pode ser afastada por adversários que são sabidamente corruptos e desonestos.

A comunidade internacional simplesmente não consegue entender a farsa monumental daquilo que alguns já chamam de “o golpe dos corruptos”.

O morro mandou avisar: não passarão!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O impeachment e a dança com dragões

Por Jandira Feghali

“Nem todos os homens foram feitos para dançar com dragões...”

A política nacional parece retratar quase perfeitamente a saga dos livros da ‘Crônica do Gelo e Fogo’, compilado literário do escritor George R. R. Martin e um sucesso na televisão mundial através da série Game of Thrones. Tanto na ficção, quanto na nossa realidade, personagens extremamente sorrateiros tentam de forma desonesta chegar ao poder.

Impeachment do processo civilizatório

Por Eduardo Fagnani, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:


O objetivo de construir uma sociedade civilizada, democrática e socialmente justa deveria ser um dos núcleos de um projeto nacional. A Constituição de 1988 representa um marco do processo civilizatório do país. Pela primeira vez em mais de cinco séculos, ela assegurou formalmente a cidadania plena (direitos civis, políticos e sociais) para todos os brasileiros. O novo ciclo democrático inaugurado por ela, associado aos avanços sociais obtidos na década passada, contribuiu para a melhoria do padrão de vida da população, especialmente dos mais pobres.

Globo é incompatível com a democracia

Estaremos diante da era Cunha?

Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Estamos correndo o risco de ter, em vez de a era FHC ou da era Lula, a era Cunha no Brasil.

Chamar um futuro "governo Temer" com este nome é uma piada.

Em primeiro lugar, porque se o golpe triunfar - e é bom lembrar que para isto não basta ganhar na Câmara no domingo, tem que ganhar depois em duas votações no Senado também e talvez em uma no STF, no meio do caminho - a direita vai partir para o massacre. Massacre de quem e do quê? Da esquerda, e de todos os programas sociais que puseram o Brasil num novo patamar histórico nos últimos anos.

Os ingredientes de um golpe parlamentar

Por Beatriz Vargas Ramos e Luiz Moreira, no site Brasil Debate:

O Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo, apresentou defesa da Presidenta Dilma Rousseff à Comissão de impeachment, na Câmara dos Deputados. A peça de defesa é uma resposta integral e detalhada às acusações que constituem o objeto do processo de impedimento. Nela, é feita a análise profunda e esgotante dos dois motivos em que se baseia a decisão de instauração do processo contra a Presidenta da República, a saber:

Golpe é para desmantelar direitos sociais

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

"Não tenho nenhuma dúvida de que o golpe visa à implantação de um projeto de retrocesso social, ou ainda, de desmantelamento dos direitos sociais”. A afirmação é do juiz do Trabalho André Luiz Machado, presidente da Associação de Magistrados do Trabalho da 6ª Região (Pernambuco). Segundo ele, as forças por trás do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff “são as mesmas que diariamente investem pesado no parlamento no sentido de aprovar leis que retiram direitos dos trabalhadores”.

A paralisia que nos sufoca

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

É bastante compreensível que os dias antecedendo à votação do processo de impeachment no Congresso Nacional ofereçam o atual quadro de expectativa imobilizadora. Em particular, esse é o drama que o Brasil enfrenta também no domínio da política econômica. A tensão política generalizada e a indefinição completa quanto ao eventual resultado final da votação no plenário da Câmara dos Deputados tendem a provocar atrasos em decisões importantes de empreendimentos e investimentos, em especial aquelas oriundas do setor privado. Estão todos em compasso de espera.

O impeachment e a violência no campo

Por João Pedro Stedile, no site da Adital:

O enfrentamento está nos gabinetes, nas periferias e nos acampamentos rurais.

A votação do impeachment, que está em uma semana decisiva, explicita os interesses das classes dominantes e a disposição delas em reverter os prejuízos decorrentes da crise econômica mundial. É a luta de classes nos gabinetes.

O Brasil vive uma grave crise econômica, política e social, e, nesse cenário, o poder econômico quer recompor suas taxas de lucro. Mas aqueles que detêm esse poder não vão sair da crise sozinhos. Para isso, eles precisam acabar com as conquistas sociais, retirar direitos dos trabalhadores, privatizar as elétricas e o pré-sal, e implementar o projeto neoliberal.

O STF agiu como Pôncio Pilatos no golpe

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Pôncio Pilatos.

O papel do STF no golpe em curso é o de Pôncio Pilatos: lavou as mãos e permitiu que mesmo sob provas esmagadoras de ladroeira e achaque Eduardo Cunha comandasse o processo de impeachment com total desembaraço.

Se, como Marco Aurélio Mello disse, o STF é a “última trincheira da cidadania”, sua omissão no impeachment foi simplesmente criminosa.

A repetição da tragédia brasileira?

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A cordialidade brasileira, em sua face sombria, descrita por Sérgio Buarque de Holanda, que se expressa pelo ódio e pela intolerância, fornece o húmus de onde pode precipitar-se novamente a tragédia brasileira.

Em que consiste esta tragédia? Nesse fato: sempre que o povo, os pobres, seus movimentos e seus líderes carismáticos irrompem no cenário político, surgem as velhas elites que carregam dentro de si a estrutura da Casa Grande para negar-lhes direitos, conspirar contra eles, difamar e criminalizar suas lideranças, empurrá-los para as periferias de onde nunca deveriam ter saído. Aos negros, aos índios, aos quilombolas, aos pobres e a outros discriminados se lhes negam reconhecimento e dignidade. E contudo constituem a grande maioria do povo brasileiro.

O povo luta e Dilma resiste

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quem procura uma explicação para a crise que o país atravessa e que está longe, muito longe talvez, de terminar, logo ouve a resposta: o país está polarizado, o governo e a oposição não se entendem, assim não dá para fazer nada. É bom desconfiar.

A novidade da conjuntura não é o impasse, o desentendimento. Isso sempre houve e haverá na história de povos e países, em qualquer época.

Juventude não embarcou nos atos golpistas

Por Dandara Lima, no site da UJS:

O mês de março foi marcado por mobilizações a favor e contra o impeachment. Em São Paulo, a Avenida Paulista recebeu dois grandes atos dos dois lados, um no dia 13 e o outro no dia 18. O Datafolha pesquisou o perfil dos manifestantes dos dois atos.

No dia 13, o Datafolha entrevistou uma amostra estatística de 2.262 de manifestantes na Avenida Paulista. Já no dia 18, foram 1.963 entrevistados. E duas características se destacam: a diferença etária e de renda entre eles.

Armínio Fraga se repete como farsa

Por Tadeu Porto, no blog O Cafezinho:

Era 28 de agosto de 2014 quando eu assitia o debate para presidenciáveis, na Band, apreensivo: Marina continuava “na cola” da presidenta Dilma e o segundo turno era fato consolidado.

Quando, ao final de debate, Aécio utiliza das suas considerações finais para anunciar o Armínio Fraga, presidente do Banco Central no segundo mandato (desastroso) do FHC, como seu futuro Ministro da Fazenda.

Ri alto, na hora.

Cunha, Moro e o "acerto" golpista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A Folha já deu ontem: o deputado que foi retirado da relatoria do caso Eduardo Cunha na Comissão de Ética da Câmara por ter apresentado um relatório por sua cassação, renunciou ontem a sua vaga no colegiado. Fausto Pinatto, que chegou a receber ameaças por isso, não diz, mas é óbvio que sabe que, vencendo, Cunha o esmagaria.

E o Estadão, numa discreta matéria, registra que Moro sonha com fim da Lava Jato até dezembro.

A hora da miséria na política

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Os golpes do passado aconteciam na calada da noite e surpreendiam o pais. Agora estamos na iminência da deposição legalizada da presidente eleita e um país cansado da crise na elite política conta as horas que faltam para o desfecho. Parlamentares e ministros do PT denunciam a guerra psicológica para criar o efeito manada entre as bancadas e asseguram ter cerca de 200 votos para barrar o impeachment. O outro lado diz ter votos de sobra. Ninguém sabe ao certo. Mais de cem deputados se ocultam na condição de “indecisos” para se livrar das pressões e pular no barco vencedor. Estes são os que não suportam viver fora de um governo, qualquer governo. Seja qual for o resultado, o Brasil não vai ao paraíso. Pelo contrário. Tempos mais amargos podem vir.

Duas partidas decisivas contra o golpe

A crise política e a agonia dos tucanos

Por Lindbergh Farias, na revista CartaCapital:

Logo que acabaram as apurações das eleições de 2014, com a presidenta Dilma Rousseff (PT) reeleita, o candidato perdedor,Aécio Neves (PSDB), em associação com as cabeças coroadas do comando tucano, tomou uma decisão temerária: extrapolar a medida de oposição política ao governo.

Não bastava mais questionar projetos e programas do governo. Era preciso também inviabilizar o novo mandado, como se tivesse baixado nas lideranças tucanas, em pleno século XXI, o espírito histórico das aves agourentas do lacerdismo e do udenismo golpista, que inviabilizaram o mandato de Vargas e derrubaram Jango. A presidenta não poderia ser candidata, se eleita não poderia tomar posse, se tomasse poderia não poderia governar.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Música pela democracia

Globo e Cunha montam show do impeachment

Por Altamiro Borges

A operação de guerra para forçar a aprovação do impeachment da presidenta Dilma já está montada. O correntista suíço Eduardo Cunha, que ainda preside a Câmara Federal, usou todos os expedientes para apressar e manobrar a votação. Já a bilionária famiglia Marinho, dona da Rede Globo e acusada de sonegação de impostos e de outros crimes, montou um verdadeiro show para o próximo domingo (17). O objetivo é criar um clima de já ganhou, levando os "midiotas" às ruas para constranger os deputados na hora do voto. A emissora inclusive anunciou que vai alterar sua grade de programação. Até os horários das partidas de futebol estão sendo mudados por pressão do império global.

O “consórcio de bandidos” e o impeachment

Por Altamiro Borges

Na insanidade geral que tomou conta do Brasil nos últimos tempos, os "midiotas" que vibram com a possibilidade da deposição de Dilma são massa de manobra de um "consórcio de bandidos" - como bem definiu o ex-governador cearense Ciro Gomes. Dos 65 membros da chamada "comissão especial do impeachment", que aprovou nesta segunda-feira (11) o relatório golpista de Jovair Arantes (PTB-GO), 36 deputados federais respondem ou já foram condenados por algum crime na Justiça comum ou eleitoral. Muitos são notórios corruptos, mais sujos do que pau de galinheiro, que estão prestes a condenar uma presidenta que nunca foi denunciada por qualquer crime. Um verdadeiro absurdo!

Alerta geral contra o golpe midiático

Por Breno Altman, em seu blog:

Os monopólios de comunicação tratam de vender uma imagem de derrota e rendição do governo diante da votação do impeachment. Os objetivos são claros: provocar o chamado efeito-manada entre os deputados e enfraquecer a mobilização democrática.

As informações passadas por estes veículos constituem pura guerra psicológica. A situação é difícil e perigosa, não resta dúvida, mas o placar real demonstra que a batalha contra o golpe poderá ser vitoriosa.

Hitler também achava que ia ganhar

Lula vence a Globo e o fascismo

Por Jeferson Miola

Já tentaram de tudo para destruir o Lula, e não vão abandonar a obsessão de aniquilá-lo. O justiceiro Sérgio Moto idealizou um show deplorável com a prisão dele no dia 4 de março mas, temendo as consequências, foi obrigado a recuar. Depois, num ato de desespero persecutório, cometeu haraquiri funcional e divulgou criminosamente grampos telefônicos ilegais da Presidente Dilma para impedir a posse dele na Casa Civil.

O impeachment e a garimpagem de votos

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A avaliação de analistas políticos sobre o que pode acontecer na votação do impeachment, marcada para domingo (17) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acordo com seus próprios interesses e regras, é de que é impossível fazer uma previsão. A negociação do governo com legendas e deputados, que já era instável, ficou ainda mais difícil de prever com o desembarque do PP da base do governo, anunciado hoje (12). PSD, PP e PR, nos quais o governo apostou algumas fichas, são legendas cujas direções não exercem controle sobre as bancadas.

Temer, o Judas!

Por Adalberto Monteiro, no blog de Renato Rabelo:

A presidenta Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade, sequer é investigada e até seus inimigos declarados atestam que ela é honesta. Grande parte dos que ontem votaram na Comissão Especial pela admissibilidade de um impeachment fraudulento é deputado investigado, e pairam sobre eles acusações de delitos, de crimes de corrupção. Eduardo Cunha que carrega nos ombros um atlas imundo de processos é o general dessa banda podre.

Ampliar a mobilização contra o golpe

Editorial do site Vermelho:

Não houve vencedores na segunda-feira (11), na Comissão Especial do Impeachment, da Câmara dos Deputados, é preciso dizer. O resultado obtido pela direita naquela comissão indica o tamanho do impasse colocado à democracia brasileira. E que será enfrentado na sessão da Câmara dos Deputados, que vai da sexta-feira (15) até domingo (17).

O momento é de preocupação e mobilização dos democratas e patriotas. A tentativa de golpe da direita divide o país e opõe a minoria que pretende romper a democracia e rasgar a Constituição aos que querem consolidar a democracia e a legalidade.

O DNA golpista da minoria prepotente

Por Gaudêncio Frigotto, no site Carta Maior:

No final da década de 1990 o sociólogo Francisco de Oliveira, um dos mais agudos críticos do projeto de sociedade da classe dominante brasileira, numa conferência na Universidade Federal Fluminense, mostrou que ao longo do século XX convivemos, mais de um terço do mesmo, sob ditaduras e submetidos a um golpe institucional a cada três anos. Ditaduras e golpes que plasmam uma sociedade que Oliveira a define com a figura do ornitorrinco - uma impossibilidade genética, pois não se desenvolve nem como pássaro e nem como mamífero. O ornitorrinco social brasileiro se expressa por uma sociedade que produz a miséria e se alimenta dela.

O golpismo avançou umas três casas

Por Renato Rovai, em seu blog:

O PP anunciou hoje sua saída da base do governo. Talvez essa tenha sido a maior derrota do Planalto desde que o processo de impeachment se iniciou.

Numa reunião da bancada, 37 deputados votaram a favor da cassação de Dilma e 9 contra. Uma goleada.

Ciro Nogueira, presidente do partido, prometia ao governo até 30 deputados. Pelo jeito vendia terreno no céu para os seus interlocutores e ao mesmo tempo negociava com Temer.

O assalto à soberania popular

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O esperado relatório do irrelevante deputado Jovair Arantes, do pouco ilibado PTB de Roberto Jeferson – um símbolo da miséria da política brasileira, recentemente redescoberto pela grande mídia graças à sua tenaz campanha pelo impeachment, no que, aliás tem a companhia ínclita do notabilíssimo Paulo Maluf – não é um raio caído de um céu azul.

Isto pois responde a momento crucial do processo de captura sem voto do Estado, dirigido de fora, com o propósito, entre outros, de abocanhar o Pré Sal, a maior descoberta de petróleo das últimas décadas no planeta, com o apoio da inefável Fiesp e seus acólitos, desde sempre comprometida com tudo que é antinacional e antipovo.

Como será o dia seguinte ao golpe de Temer

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O pior pecado depois do pecado é a publicação do pecado.

É uma das minhas frases favoritas. O autor é Machado de Assis.

Ela se aplica à perfeição ao áudio vazado em que Michel Temer festeja, antecipadamente, a vitória do golpe.

Em si, é uma infâmia, um despropósito, uma manifestação de pequenez.

O muro de Brasília e o muro do Brasil

Por Celso Vicenzi, em seu blog:

Na Esplanada dos Ministérios, um frágil muro em frente ao Congresso, erguido por presidiários (se não era ironia, agora é!) vai separar os manifestantes pró e contra o impeachment (leia-se golpe), durante a votação na Câmara Federal, neste domingo, 17 de abril de 2016. Um muro de placas metálicas que será protegido por cerca de 4 mil policiais que farão a segurança. Mesmo com todo o aparato policial, é uma temeridade juntar num mesmo espaço, separados por apenas alguns metros, talvez 50 mil manifestantes de cada lado. E se forem 100 mil de cada lado? Terminada a votação, um lado irá comemorar e não é difícil imaginar que poderá haver provocações. Quem segura essa massa? Algo pode fugir ao controle, mesmo com todo o esquema de segurança. É muita gente num espaço quase compartilhado. E o ódio que já tomou conta das redes sociais e do país, pode assumir, ao vivo, proporções temerárias.

terça-feira, 12 de abril de 2016

O irmão "fantasma" de Jair Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Com seu discurso de ódio e intolerância, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ganhou adeptos entre os "midiotas" e já desponta nas pesquisas eleitorais como presidenciável para 2018. Ele seria o candidato da extrema-direita, travestindo-se com a fantasia de vestal da ética. Mas, aos poucos, seus podres começam a aparecer. Na semana passada, uma reportagem do SBT mostrou que o seu irmão, Renato Antônio Bolsonaro, era funcionário fantasma da Assembleia Legislativa de São Paulo com um salário mensal de mais de R$ 17 mil. Diante da denúncia, o falso moralista alegou que não sabia da maracutaia familiar e ainda deu uma "bronca" no irmão. "Ele que se exploda". Baita cinismo!

Glenn Greenwald entrevista Lula

Chico Buarque fala em ato contra o golpe

Os golpistas não dormirão tranquilos

Por Rubens Casara, no blog Viomundo:

Golpe, por definição, é um estratagema, um ardil, uma manobra ilegítima. Assim, por exemplo, a utilização de um cheque (uma ordem de pagamento prevista na legislação brasileira) é legítima, mas utilizar um cheque sem fundos para lesar o patrimônio de uma outra pessoa é um golpe.

Da mesma maneira, a utilização da forma jurídica “impeachment” para derrubar um governante eleito sem que exista um fato concreto que encontre adequação típica entre os “crimes de responsabilidade” é um golpe, por mais que juristas de ocasião (os chamados de “juristas de estimação das corporações midiáticas”), que sempre aparecem em contextos golpistas, busquem justificar aos olhos de uma população desinformada (desinformação, em grande medida, produzida por esses mesmos meios de comunicação) a ruptura com as regras do jogo democrático.

Corrupção e corrupções no Brasil


Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

A tentativa golpista em curso e o processo de impeachment estão ancorados na ampla campanha desenvolvida pelos grandes meios de comunicação contra a corrupção. De acordo com a narrativa consensuada de forma quase unânime entre os principais órgãos de imprensa, tudo teria começado em 2003, quando o PT chegou ao governo federal pelo voto da maioria da população. Assim, de acordo com tal visão, repetida à exaustão para todos os cantos, os períodos anteriores da história de nosso país não guardariam nenhum registro a respeito de casos de malversação de recursos públicos.

Chico, Lula e 70 mil contra o golpe

Por André Vieira, no jornal Brasil de Fato:

A Lapa, no Rio de Janeiro, voltou a ficar vermelha. Cerca de 70 mil pessoas ocuparam nesta segunda-feira (11) o histórico bairro carioca para manifestar seu repúdio ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Foram realizados dois atos. O primeiro na Fundição Progresso, comandado pelo cantor Chico Buarque. O segundo foi na praça dos Arcos da Lapa, convocado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela Frente Brasil Popular.

Eduardo Cunha corre contra o tempo

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Réu por corrupção, vulgo “Caranguejo” na lista de doações da empreiteira Odebrecht, dramaturgo (a julgar pelas histórias contadas para se defender das acusações), Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, merecia mais um epíteto: Senhor Impeachment.

Suas digitais estão por todo lado na tentativa de depor Dilma Rousseff, plano que recebeu sinal verde de um relatório de DNA cunhista prestes a ser votado pelos deputados. Enquanto trama para apressar o desfecho do processo contra a presidenta, o peemedebista esperava desfrutar de certo sossego em seu infortúnio pessoal. Errou.

A multidão que não sai no jornal

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A foto aí de cima é a da multidão presente ao ato contra o golpe ontem, no Rio de Janeiro, vista dos Arcos da Lapa. Dentro do post você verá outra, de cima, onde o velho aqueduto carioca vai servir de referência para avaliar o tamanho da aglomeração de pessoas.

Fosse uma manifestação da direita, seriam 200 ou 300 mil pessoas e as fotos estariam na capa dos jornais que se penduram, como cartazes, nas bancas de jornal.

O perigoso muro da intolerância

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Trinta detentos da Papuda começam hoje a erigir as grades que vão separar manifestantes contra e a favor do impeachment a partir de sexta-feira, quando terá a início a sessão decisiva no plenário da Câmara, que chegará ao ápice no domingo. Símbolo da intolerância e do colapso das regras de convivência democrática, a cerca apresenta um risco de confronto é altíssimo e preocupante. A divisória planejada não terá resistência alguma diante dos ânimos que estarão bem mais exaltados que o das torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras no recente tumulto.