quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Marisa foi alvo dos esbirros de Curitiba

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No meio da tarde da última terça-feira, 24 de janeiro, explodiu como uma bomba na internet e nos meios de comunicação tradicionais a informação de que a esposa do ex-presidente Lula, Dona Marisa Letícia, sofreu um Acidente Vascular Cerebral de caráter hemorrágico, do tipo mais grave.

A partir dali, de norte a sul do país levantou-se uma onda de solidariedade, comoção e indignação diante das causas óbvias do mal que acometeu dona Marisa, que, como todos podem imaginar, pela idade e pela perseguição política que, junto a marido e filhos recebe da Lava Jato e de hordas fascistas, está tendo a saúde afetada.

Donald Trump na era da pós-verdade

Ilustração: FadiToOn/Cartoon Movement
Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Corre uma discussão em diferentes mídias mundiais de que estaríamos vivendo, no jornalismo, nas redes sociais e de um modo geral, a "era da pós-verdade". Normalmente, as pessoas usam o prefixo "pós" quando não sabem muito bem o que querem definir, mas sabem de onde partem para esta indefinição. O termo "pós-moderno" é o exemplo mais bem acabado disso.

Também deve-se considerar, previamente, que antes o termo "era" valia para um período muito extenso, coisa de milhões, milhares ou pelo menos uns dois séculos de duração. Hoje este prazo se abreviou consideravelmente, e fala-se descontraidamente em "era FHC", "era Lula", "era Dunga", para ficar em alguns exemplos caseiros. Já há até quem fale em "era Temer", enquanto outros anunciam, esperançosos, ou porque querem sucedê-lo, ou porque querem simplesmente vê-lo pelas costas, que "Temer já era".

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O herdeiro criminoso da afiliada da Globo

Por Altamiro Borges

Na madrugada de sexta-feira para sábado, o estudante Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, filho do dono da afiliada da TV Globo na Paraíba e do maior grupo da indústria alimentícia no Estado, atropelou um agente do Detran ao fugir de uma blitz da Lei Seca em João Pessoa. Dirigindo seu luxuoso Porsche, ele não prestou socorro à vítima, o trabalhador Diogo Nascimento, de 34 anos, que faleceu na noite deste domingo (22). A juíza de plantão mandou o playboy para a cadeia, mas o desembargador público revogou a prisão ainda na madrugada – o que gerou uma onda de revolta na Paraíba. O assunto, porém, não foi destaque na TV Globo.

Ives Gandra Filho: O Opus Dei no STF?

Por Altamiro Borges

Setores da mídia já definiram o substituto “ideal” para o posto do falecido ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se do arquiconservador Ives Gandra Filho, atual presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e feroz inimigo dos direitos trabalhistas. O jornal O Globo está em plena campanha. Já a Folha até tenta embelezar a biografia do filho do introdutor da seita fascista Opus Dei no Brasil. Na coluna Painel desta terça-feira (24), o jornal destaca apenas: “Cotado para assumir a cadeira de Teori Zavascki no Supremo, Ives Gandra Martins Filho, presidente do TST, é chamado de ‘monge’ pelos amigos” e orgulha-se de ser “um homem de Deus”. É quase um santo!

O retrato envelhecido de Doria Gray

Por Renato Rovai, em seu blog:

A história do jovem Dorian Gray, da obra de Oscar Wilde, de alguma forma, tem elementos bastante próximos ao roteiro que vem sendo desenhado pelo marketing vaidoso e ególatra do prefeito João Doria Jr.

No romance, Dorian Gray é pintado por Basil Hallward no auge da sua juventude. E para se manter sempre belo e jovial faz um acordo com o demônio. Mas enquanto seu corpo mantém-se imutável o retrato de Dorian vai envalhecendo e o faz lembrar o que ele realmente é.

Temer e uma toga em leilão no STF

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Para não recuar muito, nem Fernando Henrique, nem Lula, nem Dilma permitiram que a indicação de um ministro do Supremo Tribunal Federal fosse ao leilão político e se transformasse em presa dos apetites fisiológicos de partidos políticos e outros grupos de interesse. Já com Temer, num momento de grave crise entre as instituições, para não falar em crise institucional, a escolha do ministro que ocupará a vaga de Teori Zavascki já se transformou em disputa e pode até render uma escaramuça.

Uma métrica para legitimar o arbítrio

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Jeferson Miola

A edição d´O Globo desta terça-feira 24/01 dedica reportagem de página inteira para construir o argumento da legalidade da Lava Jato. A matéria “Aval supremo” é ilustrada com uma foto [que ocupa um terço da página 3 do jornal] de um Sergio Moro pisando firme no tapete azul do Senado.

O Globo reproduz dados da força-tarefa da Lava Jato – aparentemente sem confrontá-los com qualquer parâmetro técnico-jurídico – e afirma que “os réus perderam em 81,4% das vezes [nos recursos e habeas corpus impetrados no STF], ou seja, em quatro de cada cinco casos”.

O caso Ludmilla e a mídia reacionária

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Há uma ideia corrente nas redes sociais de direita que defende a existência de uma hegemonia do pensamento de esquerda na mídia internacional. Este delírio antes se restringia às sombras da extrema direita, mas, ultimamente, vem se tornando popular e ganhando força nas redes sociais.

Não é exatamente surpreendente que seja identificada como de esquerda qualquer abordagem mais progressista.Os telejornais, os telejornais policiais e programas que misturam entretenimento com jornalismo ainda são grandes fontes de informação para grande parte dos brasileiros. 

Doria em SP: por uma cidade cinza

Por Thedy Corrêa, no site Jornalistas Livres:

Como dói, Dória
Ver essa parede cinza
Onde antes havia alegria
Como dói, Dória
Lembrar da beleza
Do que antes havia
Como dói, Dória
Pensar que se fosse o Guernica
Você também o apagaria
Pois a sua noção de beleza
Jamais o entenderia

A aliança de Temer com os ruralistas

Do jornal Brasil de Fato:

O avanço do neoliberalismo no mundo, o papel da luta popular, a unidade da esquerda e os retrocessos do governo não eleito de Michel Temer (PMDB) foram alguns dos temas debatidos no painel de abertura do encontro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ocorre entre esta segunda-feira (23) até a sexta (27),em Fortaleza, no Ceará.

A atividade tem como objetivo refletir sobre os desafios para a organização sem-terra e a agenda de lutas do movimento para este ano.

Repetições da história: tragédias e farsas

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

“A história aparece como tragédia e se repete como farsa”, escreveu Karl Marx no livro “Dezoito Brumário de Louis Bonaparte”, em 1852. Estudamos História para iluminar o entendimento do presente ou para nos servir como guia a seguir no futuro desconhecido?

A heurística – a arte de inventar ou fazer descobertas – mostra que as pessoas fazem seus julgamentos baseadas na similaridade entre situações atuais e outras situações vividas ou protótipos daquelas situações. Essa ligação heurística conduz-nos a acreditar que novo evento “parece igual” a alguma experiência prévia e confundir “aparência” e “realidade”. Porém, “semelhança com a verdade não é o mesmo que a verdade”…

Haddad ganha de Villa na Justiça

Da revista Fórum:

A Justiça de São Paulo rejeitou nesta segunda-feira (23) ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) por ter publicado agenda oficial com informações incompletas, para enganar um comentarista de rádio. Para a juíza Carolina Duprat Cardoso, da 11ª Vara de Fazenda Pública, o ato de improbidade não acontece mesmo se comprovadas ilegalidades formais, mas apenas quando há “violação substancial” dos bens da administração pública.

Brasil: o paraíso tributário dos super-ricos

Do blog Socialista Morena:

Os brasileiros super-ricos pagam menos imposto, na proporção da sua renda, do que um cidadão típico de classe média alta, sobretudo assalariado, o que viola o princípio da progressividade tributária, segundo o qual o nível de tributação deve crescer com a renda.

Essa é uma das conclusões de artigo publicado em dezembro pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Doria deixa SP mais cinza e mais burra

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

João Doria passará para a história como o prefeito que conseguiu a proeza de deixar São Paulo mais feia e mais estúpida.

Não há dia em que Doria não faça alguma idiotice midiática em sua hiperatividade estéril. Esgotou o guarda roupa com seu fetiche por uniformes de operários.

Já se fantasiou de gari, pedreiro, jardineiro, operador de motor de compressão. A última jogada populista foi sair de cadeirante, uma ofensa a quem não tem como se locomover com as pernas.

Sigilo? País exige saber tudo sobre Teori

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Leio no R7: "Justiça decreta sigilo em investigação de acidente que matou ministro Teori Zawascki".

Pergunto: sigilo por quê, se o que o País inteiro mais quer saber neste momento, desde o acidente em Paraty na semana passada, são as causas e todas as circunstâncias da queda do avião que matou o ministro relator da Lava Jato.

Não se fala de outro assunto e, enquanto não há informações oficiais sobre o acidente, multiplicam-se nas conversas e nas redes sociais as mais insanas teorias conspiratórias em busca de culpados.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Roberto Freire e a cultura aos reacionários

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

A reação toma o poder na área cultural. Para além das distinções tradicionais entre direita e esquerda minimamente esclarecidas, o cenário nacional aponta para uma vigorosa inflexão da área cultural ao viés fortemente reacionário.

A práxis conservadora no setor dá algumas pistas de métodos e contornos que pouco dizem respeito aos temas culturais propriamente ditos: abandono de projetos tidos como “menores”, em detrimento de vitrines de gestão, empreguismo galopante e, em oposição ao assembleísmo petista, certa gabinetização, um ensimesmamento dos dirigentes. As exceções são raras.

Temer quer financiar as multinacionais

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

O presidente Michel Temer diz que não há dinheiro para gastos sociais, mas quer financiar, com verbas públicas, a atuação de empresas estrangeiras no Brasil. Decreto assinado por ele, na semana passada, possibilita que o Tesouro e bancos públicos concedam crédito ao capital internacional para atuar agora em quase todos os setores econômicos. A benesse sinaliza o caráter antinacional e subalterno da gestão.

Trump puxa tapete de Temer e dos coxinhas

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Que diabo é a Parceria Transpacífico (TPP) e por que você deveria se preocupar com o fato de que o recém-empossado presidente Donald Trump caiu fora dela?

TPP é o maior acordo comercial regional já negociado. Não passaria pelo Congresso dos Estados Unidos, por isso a decisão de Trump é acima de tudo simbólica.

A idéia por trás do acordo era “ancorar” a economia asiática aos Estados Unidos, reduzindo a influência regional da China.

Caso Teori: 10 episódios para duvidar

Por Cauê S. Ameni, Hugo Albuquerque e André Takahashi, no site Outras Palavras:

Teoria da conspiração ou desconfiança justificada? Após a queda do avião que, dentre outras vítimas fatais, resultou na morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras e mais três pessoas imediatamente se instaurou um debate narrativo sobre o que aconteceu. Teori era relator do processo da Lava Jato na Suprema Corte e estava às vésperas de retirar o sigilo de cerca de 900 depoimentos e homologar as 77 delações da Odebrecht. O mais relevante acordo de colaboração da história da Justiça do país, envolvendo nomes de figurões dos mais variados partidos. Há quem prefira ver nisso uma trágica coincidência, mas será que aqueles que desconfiam de tal versão não tem motivos para tanto?

O poder judiciário como partido político

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

Um dos principais pensadores da política que intitulamos como “moderna”, Antonio Gramsci a analisou em seus diversos significados, em suas formas de operar, em sua complexidade quanto à representação e em seu papel tanto nas conjunturas como nas estruturas de poder. Observou, argutamente, que certas instituições políticas sediadas na chamada “sociedade civil” por vezes fariam a função e o papel dos partidos políticos formais como “intelectuais orgânicos” de determinadas classes ou frações de classes sociais. Deve-se notar que, para Gramsci, o Estado é “ampliado”, no sentido de articulação entre os aparatos do Estado – como o Poder Judiciário, por exemplo – e as organizações da “sociedade civil”.

STF, Lava-Jato e a politicagem

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Poder Judiciário como um todo está ameaçado de total desmoralização a depender da “solução” que o presidente Michel Temer e a ministra Carmén Lúcia derem para a substituição do relator da Lava Jato naquela Corte. Do primeiro não se espera nada, da segunda não se espera muito, mas se espera, ao menos, um mínimo de compostura.

Um bom exemplo do que pode acontecer de mortal para o STF na designação da relatoria da Lava Jato é a incumbência cair nas mãos de um membro do Tribunal que não guarda o menor pudor em adotar posições político-partidárias.

Fittipaldi e a velocidade nas marginais

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), segue em sua agenda para distrair a plateia com muito marketing e pouco governo. Depois de prometer, durante a campanha eleitoral, doar seu salário para uma “associação de crianças defeituosas” e causar polêmica ao cogitar extinguir a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Doria andou de cadeira de rodas neste domingo (22) para tentar simular problemas que os cadeirantes costumam enfrentar na capital.

Higienismo de Doria e a população de rua

Por Renan Quinalha, no site Justificando:

Dória publicou hoje no Diário Oficial, às pressas e sem qualquer discussão pública, alterações muito graves no decreto de zeladoria urbana que afetarão duramente a população em situação de rua.

O decreto n. 57.069, de 2016, foi construído depois de muita crítica à gestão Haddad, que cometeu equívocos enormes àquela época no tratamento com a população de rua. Defensoria, MP e entidades da sociedade civil discutiram um marco legal para restringir o “poder de polícia” da GCM contra a população de rua. Apesar dos seus limites e dificuldades de implementação, foi um avanço importante na efetivação dos direitos humanos desses segmentos vulneráveis.

Os dilemas do pós-Teori

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

No final de semana em que Teori Zavascki foi enterrado, o Brasil seguiu tangenciando, com meias-palavras, argumentação oblíqua e eufemismos, os dilemas decorrentes de sua morte. A mídia, além de contornar a suspeita de que pode ter havido um atentado, ocupou-se da sucessão na relatoria da Lava Jato no STF, discutindo hipóteses sem tocar na ferida que lateja: investigados não podem indicar o investigador/julgador. Isso vale para Temer, que indicará o novo ministro, e para os senadores, que aprovarão o nome indicado.


Temer, Gilmar e Moreira: os “bons amigos”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

No Fantástico de ontem, o encontro de “bons amigos” de “mais de 30 anos”: Gilmar Mendes, Moreira Franco e Michel Temer.

Discutiram, certamente, a atuação de Rogério Ceni como técnico do São Paulo na Copa da Flórida. E também a reestréia do valente time da Chapecoense.

Dois denunciados nas delações da Lava Jato e um ministro que pode vir a ser o novo relator do caso, com a morte de Teori Zavascki, numa tarde de domingo, pura inocência.

A morte de Teori e o dever da suspeita

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Teori Zavaschi, como homem e como juiz, a exemplo de qualquer um de nós, tinha defeitos e virtudes. Ainda sem uma biografia, e ao que se sabe pela imprensa e pelas suas decisões, declarações e visão de mundo, é possível dizer que tinha mais virtudes do que defeitos. Num pais que enfrenta um grave déficit de pessoas públicas virtuosas, a sua morte representa uma enorme perda, tanto pelo lado humano, quanto pelo lado político e histórico. A sua morte merece ainda mais lamentações pelas circunstâncias jurídico-politicas em que ele estava envolvido, a iminência da homologação das delações da Odebrecht, seu papel na Lava Jato etc.


Valdemiro garfa R$ 8 milhões com “tragédias”

Por Altamiro Borges

A exploração abjeta da fé dos brasileiros – que não tem nada a ver com a arraigada religiosidade popular, que deve ser sempre respeitada – dá muito dinheiro. Que o diga o “pastor” Valdemiro Santiago, o chefão da Igreja Mundial do Poder de Deus. Na semana retrasada, ele levou várias facadas no pescoço durante um culto em São Paulo. Com a camisa ensanguentada, ele passou a pedir aos fiéis a módica contribuição de R$ 8 milhões para pagar um mês de aluguel do seu programa de televisão. Já na semana passada, ele foi vítima de outra “tragédia”. Já recuperado das facadas, a lancha em que o pastor curtia a vida em uma luxuosa praia do litoral paulista foi à deriva e ele foi “milagrosamente” resgatado após quase 15 horas no mar.

Padilha é alvo de mais uma ação. Versátil!

Por Altamiro Borges

A cada mês aparece uma nova denúncia contra o peemedebista Eliseu Padilha, o poderoso ministro da Casa Civil do covil golpista de Michel Temer. Não é para menos que no passado o coronel ACM, do DEM da Bahia, apelidou o velhaco de “Eliseu Quadrilha”. Neste domingo (22), a Folha revelou que o sinistro é alvo de uma ação no Rio Grande Sul, sua base eleitoral, por receber muita grana suspeita de uma universidade. Duas empresas dele, Rubi e Fonte, garfaram R$ 3,9 milhões (R$ 7 milhões em valores corrigidos) da instituição de ensino. Vale conferir a reportagem de Felipe Bächtold. Antes, porém, um alerta.

Mídia promove as fantasias de Doria

Por Altamiro Borges

Logo no seu segundo dia como prefeito de São Paulo, o ricaço João Doria se fantasiou de gari para lançar uma demagógica campanha de limpeza da cidade. Ele pegou na vassoura, talvez pela primeira vez na vida, por alguns segundos – o serviço já havia sido feito pelos verdadeiros garis durante a madrugada. Na sequência, ele se vestiu de pintor e apagou os grafites nos muros de uma avenida da capital. O fascistoide preferiu o cinza para embelezar a cidade. Já neste sábado (21), João Doria – que derrapou ao tratar as pessoas com deficiência como “defeituosas” – percorreu cem metros em uma cadeira de rodas para testar a acessibilidade nas calçadas. Toda esta picaretagem marqueteira, porém, ganhou os holofotes da mídia.

Morte de Teori vai “estancar a sangria”?

Por Altamiro Borges

Nos seus telejornais, a TV Globo jura de pé junto que a morte do ministro Teori Zavascki e de outros quatro passageiros na queda de um jatinho em Paraty (RJ) foi decorrência do mau tempo. Tamanha insistência inclusive gera desconfianças. Já nas redes sociais, muita gente acredita que o relator da midiática Operação Lava-Jato foi assassinado. Pesquisa do Instituto Paraná aponta que 83% dos brasileiros acreditam nesta hipótese. No momento, porém, tudo é só especulação. Apenas uma rigorosa apuração – se é que ela será feita – poderá explicar o que de fato ocorreu. Uma certeza, entretanto, já é quase consensual, inclusive em setores da mídia chapa-branca. Quem mais ganha com o falecimento de Teori Zavascki é a quadrilha que assaltou o poder no ano passado.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Cunha vai detonar o palanque de Bolsonaro?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o jornal Estadão noticiou que o lobista suíço Eduardo Cunha, que está preso desde outubro passado, já teria definido uma contagem regressiva para iniciar a negociação da sua delação premiada no bojo da midiática Operação Lava-Jato. Ele estaria insatisfeito com a possiblidade da prisão de sua esposa e com a “traição” dos seus comparsas no Congresso Nacional e no covil golpista de Michel Temer, que o abandonaram por completo. Ainda segundo o jornal, ele já teria “mandado recados” aos seus antigos aliados e deu um prazo até final de janeiro para abrir o bico. Um dos alvos da sua irritação é o PSC, legenda presidida pelo “pastor” Everaldo que pretende dar voos mais altos com o lançamento da candidatura presidencial do fascista Jair Bolsonaro.

Nem Temer salva o jornal O Globo

Por Altamiro Borges

O usurpador Michel Temer bem que se esforça para recompensar os mercenários da mídia que protagonizaram o “golpe dos corruptos”. Distribui verbas publicitárias – só para as revistonas o aumento da grana foi de 900% nestes oito meses – e garante outras benesses na alcova. Mas apesar deste socorro, a situação dos veículos de comunicação, principalmente da mídia impressa, é cada dia mais grave. Quem sofre são os profissionais destas empresas que são tratados como escravos – inclusive alguns jornalistas, mais realistas do que o rei, que teimam em chamar o patrão de companheiro. Nesta semana, a famiglia Marinho promoveu a fusão das redações dos jornais O Globo e Extra. Resultado: mais de 30 profissionais demitidos!

O que o Moro foi fazer no velório?​

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

O cachalote, aquele em quem o professor Belluzzo identificou traços do "sábio idiota", foi a Porto Alegre para o velório do Ministro Teori.

"Nem tudo está perdido", disse Moro, de forma enigmática.

"Tudo", o que?

A prisao do Lula para que não seja candidato em 2017 ou 18?
Ou a jurisprudência do "não vem ao caso", no caso de tucanos gordos?

O velório de Teori e o sorriso de Serra

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Às vezes, quase sempre, em política e judiciário, o criminoso está presente no velório”. Teori Albino Zavascki

José Serra dando risada e a gangue de Temer reunida em torno do caixão no velório de Teori Zavascki.

Poucas imagens são tão emblemáticas da tragédia brasileira quanto essas.

Serra, citado na Lava Jato como destinatário de 23 milhões de reais que teriam sido pagos por meio de caixa dois em contas no exterior, tenta influenciar a escolha do novo ministro do STF.

Trump, Lava-Jato e a era das incertezas

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

O que tem a ver a posse do bufão Donald Trump na presidência dos Estados Unidos e o futuro da Lava Jato no Brasil após a morte trágica de Teori Zavascki?

Estes dois fatos sem nenhuma ligação entre si têm um ponto em comum: jogam o Brasil e o mundo na era da incerteza.

Incerteza é a palavra mágica para definir o que está acontecendo neste começo de 2017 no momento em que ninguém pode prever o que vai acontecer amanhã, na semana que vem ou no próximo ano.

Temer e companhia no velório de Teori

Foto: Beto Barata/PR
Por Henrique Cartaxo, no site Jornalistas Livres:

A presença Temer e seus homens no velório de Teori Zavascki foi fotografada com empenho especial pela imprensa ali presente. O evento prometia as tais imagens de mil palavras.

Cumpriu a promessa, como era inevitável. E o Brasil já vê, e bem lê, o grupo de engravatados, Michel Temer, Alexandre de Moraes, Eliseu Padilha, Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, José Serra, velando um caixão coberto com a bandeira do Brasil. A foto não é a coisa fotografada: a imagem se descola da sua realidade e dá espaço para abstrações do simbolismo da cena.

Morte de Teori exige distância de Temer

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Glenn Greenwald, no site The Intercept-Brasil:

O ministro do Supremo Tribunal Federal responsável pela Operação Lava Jato morreu após o avião particular de pequeno porte em que ele era tripulante cair no mar na tarde de ontem. Embora não haja provas de que a queda não tenha passado de um acidente causado pelas condições meteorológicas, as circunstâncias políticas levaram a pedidos e, evidentemente, exigem uma investigação rigorosa e independente, assim como uma proteção robusta para que a investigação de corrupção possa prosseguir com integridade.

Meirelles foi a Davos leiloar o Brasil

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

Henrique Meirelles, o Ministro da Fazenda do governo golpista de Michel Temer foi a Davos, no Fórum Econômico Mundial, oferecer aos investidores facilidades para ingressar no Brasil, em uma verdadeira "doação" de nossas riquezas nacionais. Na verdade, embora a mídia comercial conservadora não tenha informado a respeito, Meirelles foi a Davos mostrar que o governo Temer está fazendo tudo o que manda o figurino neoliberal.

Previdência e a "revolução demográfica"

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

Sua vida será pior quando você se aposentar? Essa pergunta foi feita a 5.500 pessoas em 11 países. Os entrevistados tinham mais de 25 anos, estavam empregados e nos melhores níveis de renda. Céticos, 56% dos franceses disseram que sim. Temerosos da crise, 53% dos japoneses concordaram. Desesperançados, 38% dos brasileiros assinaram embaixo. “O Brasil registrou o pior nível entre os países emergentes”, disse Norman Sorensen, responsável pelas operações internacionais da seguradora norte-americana “Principal”, que promoveu a pesquisa. “Os brasileiros estão profundamente desconfiados de que não vão receber seu dinheiro quando se aposentarem”, afirmou.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Começa a Era Trump...

Ilustração: Emanuele Del Rosso/Cartoon Movement
Por Ignacio Ramonet, no site Carta Maior:

Alguns dias depois do acordo entre Rússia e Turquia que permitiu acabar com a interminável batalha de Alepo, ao ler um famoso semanário francês, encontrei o seguinte comentário: “a crise permanente no Oriente Médio está longe de ser resolvida. Uns pensam que a solução passa obrigatoriamente pela Rússia, enquanto outros acreditam que tudo depende da Turquia. Entretanto, o que fica claro agora é que, de novo, e definitivamente – ou ao menos podemos desejar que assim seja –, a Rússia tem em suas mãos os argumentos decisivos para por um ponto final nesta crise”. O que tem de interessante este comentário? O fato dele ter sido publicado pela revista parisina L’Illustration, em… 10 de setembro de 1853.

Arquivo queimado. E agora?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Não é preciso transformar o ministro Teori Zavascki, morto num acidente suspeitíssimo, em herói. Encarregado do processo da Lava Jato no STF, ele foi, como quase todos os seus colegas, incapaz de defender a Constituição e a imparcialidade da justiça. Mas é facílimo identificar os que se beneficiam com seu desaparecimento. Em primeiro lugar o presidente Temer; seu “governo de réus” (para usar a feliz expressão de Paulo Sérgio Pinheiro); as cúpulas do PSDB e PMDB; e centenas de deputados e senadores destes e outros partidos governistas. Todo este grupo estaria ameaçado e desmoralizado já a partir de fevereiro, quando Teori homologaria as delações premiadas dos executivos da Odebrecht, expondo a corrupção e hipocrisia dos que derrubaram o governo eleito e tomaram o poder em maio.

Na Globo, "mercado" festeja morte de Teori

Da Rede Brasil Atual:

“É simplesmente inacreditável que o mercado financeiro veja como positiva a morte de Teori Zavascki. A explicação, dada pela jornalista da Globo, assusta pela completa falta de humanismo diante de um acidente trágico”, escreveu ontem (20) o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) em sua página no Facebook, ao postar vídeo de notícia da Globo News sobre o comportamento do mercado financeiro.

O próprio título é cruel com o ministro morto em acidente aéreo em Paraty na quinta-feira (19): “Mercado financeiro abre positivo com dados da China, posse de Trump e morte de Teori”. Na matéria divulgada na manhã de ontem (20), na abertura dos trabalhos do mercado financeiro, a jornalista Thais Herédia afirma: 

Serra negocia Base de Alcântara com EUA

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Brasil e Estados Unidos retomaram secretamente as negociações de um acordo sobre o uso de uma base militar brasileira no Maranhão para o lançamento de foguetes norte-americanos. Encerradas em 2003, início do governo Lula, as conversas voltaram por iniciativa do ministro das Relações Exteriores, José Serra, interessado em uma relação mais carnal entre os dois países.

O embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, conversou sobre o assunto com o subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado norte-americano, Thomas Shannon, ex-embaixador em Brasília. Uma proposta mantida até aqui em sigilo foi elaborada e apresentada pelo Itamaraty a autoridades dos EUA. Teria sido rejeitada, segundo CartaCapital apurou.

Lava-Jato pode acabar para os golpistas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Continuam surgindo indícios de que a morte de Teori Zavascki pode não ter sido apenas um acidente. Nas primeiras horas da manhã de sexta-feira (20), espalhou-se a notícia de que o site contendo a base de dados do avião em que o ex-ministro do STF morreu foi acessado 1.885 vezes no dia 3 de janeiro último, duas semanas antes do desastre.

Apesar dos indícios e do imenso número de interessados na paralisação das investigações da Lava Jato contra políticos com foro privilegiado, há sempre uma turma para a qual tudo é teoria da conspiração – o golpe parlamentar contra Dilma que este blog enxergava como plenamente possível anos e anos antes de ocorrer era visto como “exagero” pelos mesmos que, agora, acham que a morte de Teori foi uma infeliz coincidência.

Sergio Moro e o marketing da morte

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Indecoroso. Não há outra palavra para definir o “discurso” de Sérgio Moro no velório de ministro Teori Zavascki.

Não foi uma visita final a alguém que está sendo velado. Nessas, o visitante contrito, é silencioso, respeitoso.

Também não é o discurso fúnebre, que faz que tem autoridade ou amizade com o morto a quem se está dando as despedidas.

A Lava-Jato com a morte de Teori

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Figura curiosa, a do Ministro Teori Zavascki.

No cargo, personificou a figura do magistrado, com as virtudes públicas da discrição, da firmeza, em tempos em que Ministros passaram a se comportar como celebridades e figuras públicas se confundem com perfis de Facebook e, para se tornar presidenciável basta cometer frases como “não se mude do Brasil, mas mude o Brasil”.

O viés de baixa do Brasil

Por Cynara Menezes, na revista Caros Amigos:

Um ano atrás, nesta mesma época, ao desejar aos leitores um “feliz ano novo”, imaginei, pensando de forma otimista, que 2016 pudesse ser o ano em que afinal sairíamos da “deprê”. Nossa, nunca errei tanto. O ano de 2016 conseguiu ser pior do que 2015. Nem me arrisco a pensar o que será de 2017.

O Brasil entrou inegavelmente num viés de baixa desde que a direita, ops, o gigante acordou, em 2013. Depois disso, perdemos até de 7 a 1 para a Alemanha... Mas, ao contrário de muitos esquerdistas, não culpo os manifestantes de junho pela escalada fascista que se seguiu àquela jornada. É preciso reconstituir os fatos para entender o que se passou desde então.

Eliseu Padilha: tempo para quê?

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Carece de esclarecimento a declaração do ministro-chefe da Casa Civil de Temer, Eliseu Padilha, sobre consequências da morte do ministro do STF Teori Zavascki: "A morte, por certo, vai fazer com que a gente tenha, em relação à Lava Jato, um pouco mais de tempo agora para que as chamadas delações sejam homologadas ou não".

“A gente” quem? O governo? Os delatados e seus advogados? O Supremo?

Previdência, um ataque à dignidade humana

Editorial do site Vermelho:

Na esteira dos bombardeios ao Estado social estabelecido pela Constituição de 1988, Michel Temer pretende levar à votação, no primeiro semestre deste ano, a sua reforma da Previdência. É a mais perversa iniciativa anunciada por sua gestão, símbolo deste governo que age como um Robin Hood às avessas. Um ataque à dignidade humana, as mudanças golpeiam sobretudo os trabalhadores mais pobres e vulneráveis do país.

Quem ganha com a morte de Teori?

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A internet hoje está cheia de gente que inicia o texto falando que não gosta de teoria de conspiração, e que, logo em seguida, lança um monte de teoria de conspiração.

Eu, por exemplo, sou um deles.

É inevitável. Primeiramente, o ambiente político brasileiro não poderia ser mais favorável a teorias de conspiração.

A imprensa não é confiável. O jornalismo brasileiro está morto e enterrado há muito tempo, e hoje é dominado por dois ou três grupos de mídia comprometidos profundamente com o golpe.