segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Haddad é ovacionado em ato na Paulista

Da revista Fórum:

O ato “Valeu, Haddad” reuniu manifestantes na tarde deste domingo (9) na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, em apoio ao prefeito Fernando Haddad (PT), que ficou em segundo lugar na votação do último domingo (2), quando tentou a reeleição ao cargo. O candidato João Doria (PSDB) foi eleito com 53%.

O dilema da esquerda na atualidade

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

O ciclo político da Nova República, a partir de 1985, tem produzido sucessivas fases de auge e crise nas principais agremiações partidárias. A herança do bipartidarismo consentido pela Ditadura Militar (1964 – 1985), sem a realização efetiva de uma reforma política estrutural, conforme pleiteado pelo documento Esperança e Mudança, de 1982, terminou parindo no regime democrático o pluripartidarismo sustentado pelo pragmatismo sem conteúdo programático e pelo personalismo oportunista das trajetórias individuais dos mandatos.

A decrepitude de Serra vira chacota

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O GGN foi o primeiro órgão a alertar para os sinais de senilidade precoce do chanceler José Serra. Desde que assumiu a chancelaria, as manifestações de Serra, as poucas entrevistas concedidas, em vídeos no Youtube, mostravam um estilo estranho, pastoso, lento.

No início, se supos que fosse Serra tentando envergar os gestos formais dos diplomatas. O episódio dos Brics, no entanto, consolidou as suspeitas sobre sua possível decrepitude. Não era meramente alguém sob efeito de remédios. A lentidão de raciocínio, a inclusão da Argentina nos Brics e outras tolices mostravam que, mais do que desinformação, algo se passava com o cérebro de Serra.

domingo, 9 de outubro de 2016

Os fascistas mirins se deram bem!

Por Altamiro Borges

Paparicados pela mídia golpista e financiados com recursos suspeitos, alguns grupos fascistas – como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua – ganharam projeção nas marchas pelo “Fora Dilma” no ano passado. Seus jovens líderes juravam que a iniciativa era “apartidária” e “espontânea” e enganaram muitos midiotas – a galera que acredita cegamente na imprensa venal. Agora, porém, a farsa está prestes a ser desmascarada. Alguns ingênuos que serviram como massa de manobra para o “golpe dos corruptos” já desconfiam que serão suas maiores vítimas. Já os fascistas mirins estão se dando bem – elegendo-se vereadores e ganhando cargos no governo.


A velha nova política de João Doria

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Folha: O sr. é um político experiente…

Paulo Maluf: Não, eu sou engenheiro.


Há dois anos, Maluf renegava sua condição de político em entrevista à Folha. Logo ele, um homem que infesta a política nacional desde o período jurássico. Viu sua fortuna crescer durante a ditadura militar, foi prefeito biônico da capital paulista e, após a redemocratização, se elegeu trocentas vezes para prefeito e governador em terras bandeirantes. Apesar de jurar não ser político, Paulo Maluf é o pai do malufismo – uma corrente político-filosófica conservadora que trouxe sua experiência na iniciativa privada para a vida pública e cunhou máximas gloriosas como “rouba, mas faz” e “estupra, mas não mata”.

Secundaristas: a força das novas ocupações

Foto: Leandro Taques/Jornalistas Livres
Por Maíra Mathias, no site Outras Palavras:

Desde a semana passada, jovens de vários cantos do país voltaram a ocupar escolas e ruas. Diferente da primeira leva de ocupações, que começou em novembro do ano passado em São Paulo e se espalhou por vários estados contra as respectivas políticas de educação, a nova onda mira um alvo comum e tem pressa para derrubá-lo. Trata-se da Medida Provisória (MP) 746, que institui a reforma do ensino médio. Enviada pelo presidente Michel Temer ao Congresso Nacional em 22 de setembro, a MP tem 120 dias para ser votada. Contrários ao método da mudança – considerado autoritário – e ao conteúdo da reforma, estudantes secundaristas apostam nessa estratégia como forma mais eficiente de pressionar governo e parlamento. Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal e Paraná já têm escolas estaduais e institutos federais ocupados.

Os graves retrocessos nas comunicações

Do site do FNDC:

Enquanto a mídia foca sua atuação na divulgação de temas que compõem sua própria agenda de interesses, propostas de lei que representam retrocessos têm sido aprovadas no parlamento de forma rápida, sem debate público e sem que a sociedade tome conhecimento. O alerta é da secretária geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Bia Barbosa. Embora essa realidade tenha afetado a sociedade em diferentes campos, os últimos retrocessos se deram especificamente no setor das comunicações, com a votação de quatro propostas impactantes na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados (CCTCI) na última quarta (5/10).

PEC-241 serve à especulação financeira

Editorial do site Vermelho:

A Constituição de 1988, cuja promulgação completou 28 anos nesta quarta-feira (5) é a segunda mais longeva do período republicano e sofre hoje o mais intenso ataque promovido pela direita e pelos neoliberais. São forças conservadoras que sempre rejeitaram os avanços econômicos, políticos e sociais nela consagrados. Tentam desfigurá-la, a título de uma “modernidade” perversa, em favor de poderosos interesses econômicos e contrários ao desenvolvimento e à soberania nacional.

O governo ilegítimo de Michel Temer encaminhou para o Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 241/16, que altera o regime fiscal do país para favorecer o rentismo e a especulação financeira. Elimina a obrigatoriedade constitucional com o emprego de recursos públicos nas áreas sociais como saúde e educação, mas não toca nos gastos orçamentários com o pagamento de juros.

Michel Temer: quem confia?

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Michel Temer propõe-se, como anda dizendo, a tirar o País do atoleiro. Entretanto, após cinco meses de governo, os indicadores de avaliação mostram uma crescente decepção da opinião pública com ele, conforme apontam os números de recente pesquisa do Ibope.

E, pior ainda, está se tornando um presidente no qual os brasileiros não confiam: 68% (Tabelas). Esse é um contingente de, aproximadamente, 120 milhões de pessoas em um total de 206 milhões.

Campanha da PEC do teto usa dados errados

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O esforço para ajudar a dupla Michel Temer-Henrique Meirelles a aprovar a PEC 241, que congela gastos públicos por 20 anos, atingiu o nível de um massacre, destinado a desqualificar a crítica e as possíveis vozes contrárias. A base de sua argumentação é que o Estado brasileiro assiste a uma explosão da dívida pública, que teria atingido níveis apocalípticos.

O problema é que se trata de uma noção errada, apoiada em dados tecnicamente falsos, que se destinam a lubrificar a aprovação de uma medida que só interessa capital financeiro e grandes rentistas.

Por que Moro não prendeu ainda Lula?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Por que Moro não prendeu ainda Lula?

É evidente que este é o objetivo supremo na Lava Jato.

A resposta é mais simples do que muitos suporiam: medo. Sim, medo.

Moro é valente. Mas não é louco.

A grande questão é: o que aconteceria caso Lula fosse preso? Uma convulsão social, talvez?

O fascismo voltou para ficar

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Acreditem, meninos, não é força de expressão.

Está bem vivo na memória da minha juventude o “Brasil, ame-o ou deixe-o”.

Onde discordar era ser inimigo do Brasil.

Onde era ser quase (ou completamente) criminoso.

“Comunistas ateus e apátridas”, mesmo que fosse o bispo Hélder Câmara.

A família Macri e os Panamá Papers

Por Martín Granovsky, no site Carta Maior:

O presidente argentino Mauricio Macri apareceu novamente em problemas no processo que investiga o seu envolvimento no escândalo dos Panamá Papers, desta vez, por causa da participação de seu pai. A Justiça receberá esta semana uma série de documentos que ampliarão a denúncia na causa por suposta lavagem de dinheiro, que está tramitando na Justiça Federal, sob a responsabilidade do magistrado Sebastián Casanello. O principal objetivo da investigação é elucidar os caminhos do dinheiro que fluiu pela Fleg Trading, a sociedade aberta pela família Macri em Bahamas. Os novos documentos apontariam ao papel desempenhado no esquema por Franco Macri, pai do mandatário.

sábado, 8 de outubro de 2016

Entenda os perigos da PEC-241

PEC-241 e a pressa dos ricos

Por Patrus Ananias

A facção governista da Câmara dos Deputados encaminha-se para favorecer uma vez mais, na próxima semana, os interesses antipopulares, antibrasileiros e, ainda, interesses antidemocráticos que estão determinando, nos meses mais recentes, a pauta e o calendário do Legislativo.

Ouvimos aliados do governo Temer no Congresso repetirem, com enorme insistência e vigor, que o Brasil tem pressa e que, por isso, querem votar já, entre outras propostas, a PEC 241 – que, se aprovada, congelará o país por 20 anos; desmontará a saúde, a educação, a assistência social, a agricultura, a Constituição, o estado democrático de direito e o estado brasileiro.

STF, democracia e política

Por Martonio Mont’Alverne Barreto Lima, na revista Teoria e Debate:

Após a Segunda Guerra Mundial e as redemocratizações da Europa Ibérica e da América Latina, o protagonismo das chamadas cortes constitucionais passou a reescrever as teorias constitucionais e da democracia do século 20. Praticamente inexiste qualquer obstáculo às teses quase unânimes de que o sucesso de uma constituição democrática estaria mais nas mãos de juízes do que naquelas dos políticos, dos partidos, da sociedade. Surpreende que mesmo quando se sabe por meio da história que juízes e tribunais não fazem revoluções democráticas – até ao contrário! – haja ainda uma grande maioria de intelectuais e juristas a apostar tanto no Poder Judiciário para os problemas econômicos, políticos e sociais.

Lava-Jato é a operação multiuso da direita

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

A Lava Jato é multiuso.

Primeiramente ela foi usada pela direita, através do seu grande comandante, o oligopólio midiático nacional, para uma tentativa de interferência no processo eleitoral de 2014.

Seus vazamentos seletivos saíam diretamente da mão dos heróis da República de Curitiba para a mídia amiga, que os utilizava para atingir o PT e tentar evitar que o partido ganhasse a quarta eleição presidencial seguida.

A imprensa botou preço no golpe

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Os jornais brasileiros – e em breve as revistas, TVs, rádios e blogs “limpos” – começam a receber a paga pelos serviços prestados. Ajudaram a planejar, divulgar, instigar e executar o golpe contra a democracia brasileira e, de quebra, a criar um clima de beligerância que divide a sociedade. Construíram ainda os alicerces do pensamento único, fecharam a porta para a diversidade e estabeleceram um padrão de julgamento ancorado em vazamentos seletivos e moralização judicial. Foi um serviço sujo, duradouro, pertinaz e, ao fim e ao cabo, bem-sucedido.

Carta aberta a Marcela Temer

Por Manuela D´Ávila, no site Sul-21:

Cara Marcela,

Quem me acompanha por aqui, ou na vida cotidiana, sabe o que eu penso sobre os cuidados e estímulos na Primeira infância. Tanto que decidimos, Duca e eu, ficar esse primeiro ano com Laura. Decidimos para tornar exclusiva a amamentação até o sexto mês, para prolongar a amamentação por mais tempo (Laura ainda mama com 1a1m), para curtirmos nossa pequena.

Porém, isso só foi possível pois Duca é um artista que, normalmente, não trabalha durante os dias em que eu trabalho. Isso só foi possível porque nós dois não temos jornadas equivalentes de trabalho, não somos “CLT”, pois eu posso viajar para o interior com Laura. Isso só foi possível porque nós somos dois, não sou sozinha nessa aventura. Isso só é possível porque eu tive acesso a toda informação sobre a importância da amamentação e,também, porque não ouvi de uma creche que era impossível armazenar leite materno ou que meu leite é fraco.

Pré-sal, Lula e a fase 2 do golpe

Por Renato Rovai, em seu blog:

Um golpe não é, um golpe vai sendo. E o que aqueles que coordenaram de forma distribuída a operação para derrubar Dilma e se apropriar do Estado estão fazendo agora já fazia parte da estratégia inicial. Nada é surpreendente e muito menos está sendo realizado de forma destrambelhada.

No cálculo dos que estão por trás de toda a operação havia a necessidade de uma legitimidade para que se pudesse agir em algumas áreas. A entrega do Pré-Sal, a reforma da Previdência, a votação do teto, os processos contra Lula, a reforma trabalhista já estavam sendo sinalizadas e operadas. Mas ficaram para ser escancaradas depois da eleição.

Marcela Temer e o "ridículo político"


Para a filósofa e escritora Marcia Tiburi, o uso da imagem da primeira-dama, Marcela Temer, alçada nesta semana ao centro do palco no lançamento do programa Criança Feliz, serve para "enfeitar" o governo e "acobertar e desviar o olhar da população daquilo que realmente importa". Em entrevista à Rádio Brasil Atual na manhã de hoje (7), Marcia afirma que "o ridículo político venceu" e que Temer "se esconde atrás da barra da saia de uma mocinha loira com quem ele casou".

O “apartidarismo de direita” do MBL

Do site da UJS:

Lembra daquele movimento “apartidário”, que lutava contra a “corrupção” e que apoiou o golpe? Aquele grupo que, como tantos outros de direita e extrema-direita, bradavam “sem partidos” em Junho de 2013.

Prometiam que não queriam mexer com política e que nunca se candidatariam, afinal de contas, participaram da onda golpista que minuciosamente desconstruiu a política no imaginário popular. Parece que não era bem assim…

A mídia golpista global

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Na 4a feira (5/10) participei de um debate na Fundação Escola de Sociologia e Política com o acadêmico alemão Thomas Meyer, autor do livro “Democracia midiática: como a mídia coloniza a política”. Meyer é intelectual de peso, membro do Grupo Consultivo da União Europeia para a área de Ciências Sociais e Humanas e vice-presidente do Comitê de Princípios Fundamentais do Partido Socialdemocrata da Alemanha.

O quadro que traçou da situação atual da mídia e da democracia alemãs é um retrato fiel do caso brasileiro.

Peça 1 - o fenômeno global da manipulação da mídia

“Brasil, ame-o ou deixe-o” em nova edição

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O espírito do fascismo realmente escapou da garrafa e está solto por aí, espalhando seu veneno. O governo, em sua ofensiva publicitária de viés fascista em defesa do ajuste fiscal lançou o bordão de duplo sentido "vamos tirar o Brasil do vermelho". Na mesma linha, a consultoria Empiricus está veiculando na Folha de São Paulo, versão online, outra peça tão ou mais divisionista e sectária, discriminadora dos que possam discordar da verdade única de que seria portadora. "Se você é contra a PEC 241 você é contra o Brasil", diz a campanha que busca adesões a uma petição em favor da aprovação da emenda constitucional que limita o gasto público à inflação do ano anterior.

Na tevê, Meirelles esconde o jogo

Do blog da Dilma:

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ocupou na noite de quinta-feira (6) cadeia de rádio e televisão para tratar do estado das contas públicas do país. Disse que assumiu o posto em meio à “pior recessão” da história do país, apontando que “os gastos públicos foram elevados muito além da arrecadação nos últimos anos”.

Diante das câmeras de tevê, Meirelles fingiu ao dizer que o déficit de R$ 170 bilhões foi o prejuízo que o governo Temer recebeu ao assumir o poder. Escondeu o fato de que este déficit de R$ 170 bilhões foi inflado pela equipe econômica para permitir que o governo ilegítimo de Temer gastasse mais para viabilizar o golpe a partir do impeachment fraudulento.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Banqueiros festejam o resultado eleitoral

Por Altamiro Borges

Os partidos políticos ainda avaliam os resultados das eleições municipais do último domingo. Alguns lambem as feridas pelas derrotas sofridas. Outros se embriagam com as vitórias e até já dão bicadas para saber quem capitalizará os êxitos. Um “partido”, porém, nem precisou se reunir para analisar o sentido das urnas. É o da máfia dos banqueiros – que não disputa votos, mas determina os rumos políticos e econômicos do país. Os abutres rentistas foram os grandes vitoriosos do pleito e não escondem a sua alegria, como descreveu uma reportagem publicada na Folha nesta terça-feira (4) com o sugestivo título: “Após as eleições, mercado financeiro reage com euforia aos resultados”.

A propaganda nazista de Temer

Por Altamiro Borges

De “vice-decorativo”, o Judas Michel Temer caminha celeremente para se tornar um ditador de quinta categoria. Nesta semana, ele tomou mais uma iniciativa que demonstra as suas tendências fascistoides. Torrando milhões em anúncios publicitários na mídia chapa-branca, o covil golpista obrou a campanha “Vamos tirar o Brasil do vermelho”. A peça lembra a propaganda nazista e tem o nítido propósito de estimular o ódio contra as forças de esquerda. Ela não se diferencia das horrendas campanhas da ditadura militar, com o seu “ame-o ou deixe-o”. Além de agressiva e intolerante, a peça é mentirosa. Ela tenta esconder as desgraças na economia produzidas pelo governo ilegítimo – e blindadas pela mídia venal.

Donos de rádio e TV se dão bem nas eleições

Por Ramênia Vieira, no site Vermelho:

O impacto da mídia sobre a agenda contemporânea, pautando temas que merecem – ou não – destaque na sociedade e influenciando a opinião pública é pra lá de conhecido. Nas eleições municipais de 2016, não foi nada diferente.

Da cobertura favorável a alguns candidatos à invisibilização de outros, os meios de comunicação foram decisivos para o resultado em muitas cidades. Mas isso não é novidade. O que, sim, vem se confirmando nos últimos processos e ficou explícito em 2016 é que candidatos comunicadores ou empresários ligados à comunicação tem conseguido uma ampla vantagem entre seus concorrentes, e alcançado postos de poder político em função de sua presença na mídia.

PEC-241 e o desmonte do Estado

Por Lindbergh Farias, na revista CartaCapital:

A Proposta de Emenda Constitucional 241 estabelece uma regra de teto para os gastos primários do governo federal. A regra é simples: os gastos primários (saúde, educação, saneamento básico etc.) de cada ano somente poderão aumentar de acordo com a inflação passada (medida pela variação do IPCA acumulada em 12 meses até junho do ano anterior).

A regra valerá pelos próximos 20 anos e sugere que poderá realizar mudanças econômicas benéficas. Mas, trará, de fato, muitas dificuldades para a sociedade. Desmontará o Estado brasileiro em todas as áreas. Vejamos algumas das promessas, a partir de trechos extraídos do texto da PEC:

PT pode renascer na luta do povo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Após um prolongado período de acomodação com as próprias fraquezas, num processo que terminou no esmagamento ocorrido nas eleições de domingo último, cresce dentro do Partido dos Trabalhadores a convicção de que sua sobrevivência como partido irá depender de um fator principal – a disposição de lutar com todas as forças para se unir às mobilizações populares destinadas a enfrentar a mais profunda ofensiva conservadora em curso no país desde o golpe militar de 1964.

As causas da derrota nas eleições

Por Jeferson Miola

O PT sofreu a mais acachapante derrota eleitoral da sua história. Uma derrota de tal magnitude que, fosse outro o partido a sofrê-la, sem o enraizamento social que o PT possui, e já estaria dissolvido. Assim mesmo, a oligarquia não conseguirá concretizar o sonho verbalizado pelo ex-senador Jorge Bornhausen, de “acabar com a raça dos petistas” e exterminar o petismo.

Esta derrota tornará complexa a sobrevivência e a tarefa de reconstrução partidária – não somente pela perda de espaço institucional; mas, sobretudo, pelo padrão da ofensiva contra o campo democrático e popular, que será intensificado no próximo período.

Quanto custou o anúncio de Temer na mídia?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O governo Michel Temer publicou, ontem, em diversos jornais, um enorme anúncio, no formato (que não se perca pelo nome) conhecido como “rouba-página”.

Pelo título, já vê o leitor que a exploração política é evidente.

Imaginem o governo Dilma ou Lula publicando um anúncio informativo que eram esclarecimentos para que a população “não fosse levada no bico”?

PEC-241: O seu futuro congelado

Marcela Temer não tem culpa

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Marcela Temer não tem culpa de estar sendo usada como garota propaganda de um governo feio, sujo e malvado. Depois de um vice decorativo, temos uma primeira dama que tenta decorar — ou edulcorar — uma catástrofe.

Ela discursou durante pouco minutos para apresentar uma papagaiada chamada Criança Feliz, um “programa social”.

Oficialmente, atuará como uma espécie de embaixatriz da coisa, sem receber pelo trabalho. Uma injustiça. Merecia um bom dinheiro pelo serviço. Bastou-lhe, no entanto, o gabinete que ganhou no Palácio do Planalto com vista para a Praça dos Três Poderes.

A quem serve o Banco Central?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A literatura é vasta em retratar e discutir o funcionamento das agências reguladoras em sua missão institucional no mundo contemporâneo. Esse modelo de organização das novas funções do Estado consolidou-se, em especial, no período posterior ao processo generalizado de privatização das empresas estatais. Em quase todos os países que optaram por esse processo de transferência do patrimônio público ao setor privado, a figura da agência reguladora se consolidou como alternativa de regulamentação, fiscalização e controle de áreas sensíveis do ponto de vista político, econômico e social.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Mônica Iozzi enfrenta Gilmar Mendes

Por Altamiro Borges

Gilmar Mendes, o ministro tucano do Supremo Tribunal Federal (STF), não tolera críticas. Como já acusou Joaquim Barbosa, ex-presidente do órgão, ele gosta de intimidar seus críticos como fazem os jagunços das fazendas da sua família – acusada de explorar trabalho escravo. Recentemente, ele abriu um processo contra a atriz e apresentadora Mônica Iozzi. Numa postagem na internet, em maio passado, ela ironizou as posturas seletivas do Judiciário e lembrou que Gilmar Mendes concedeu habeas corpus ao médico estuprador Roger Abdelmassih. “Se um ministro do STF faz isso... nem sei o que esperar”, ironizou.

Parque Augusta e o amiguinho do Doria

Por Altamiro Borges

A eleição do privatista João Doria (PSDB) representa um duro baque para os defensores da humanização da brutalizada cidade de São Paulo. O ricaço invasor de áreas públicas em Campos do Jordão já afirmou que pretende privatizar os parques, incluindo o Ibirapuera. Ele também manifestou a intenção de reduzir as ciclovias e de elevar o limite de velocidade nas avenidas da capital – para a alegria dos fanáticos da civilização do automóvel. Nesta sanha privatista, alguns amiguinhos do empresário-picareta deverão se dar bem. É que o revela uma reportagem publicada na Folha nesta quarta-feira (5).

Yahoo e a espionagem dos EUA

Ilustração: Harm Bengen/Cartoon Movement
Por Altamiro Borges

A agência de notícias britânica Reuters publicou nesta quarta-feira (5) uma denúncia gravíssima, que comprova mais uma vez a postura agressiva do governo dos EUA. Na era da internet, os falcões imperialistas estão hiperativos na espionagem, desrespeitando a privacidade individual e a soberania das nações. Não dá para ter qualquer ilusão sobre a segurança com as novas tecnologias da informação. Segundo a reportagem, “o Yahoo criou secretamente um software personalizado para pesquisar todos os e-mails recebidos por usuários de seus serviços. O programa buscava informações específicas requeridas por autoridades de inteligência dos Estados Unidos, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto”.

"Temos nosso próprio Berlusconi, o Doria"

Por Renato Rovai, em seu blog:

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), concedeu entrevista exclusiva ao blog em que, a partir dos resultados das eleições do último domingo (2), faz uma análise do atual momento político do país.

Para Dino, que em 2014 acabou, de forma histórica, com a era Sarney em seu estado ao vencer as eleições, a forma como a Lava Jato foi instrumentalizada, inspirada na Operação Mãos Limpas, da Itália, somada a outros fatores, provocaram uma “berlusconização” do país com seus primeiros frutos já dando as caras. A vitória do empresário João Doria (PSDB) em São Paulo seria um exemplo dessa situação.

Temer abre a torneira pra mídia golpista

Por Marcos Aurélio Ruy, no site da CTB:

O governo golpista de Michel Temer aumenta substancialmente as verbas publicitárias destinadas à mídia que lhe deu apoio ao golpe. “O Temer está claramente pagando a fatura do apoio recebido da mídia hegemônica”, diz Renata Mielli, coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

“Por mais que tenhamos críticas aos governos anteriores por destinar verbas muito polpudas à mídia comercial, pelo menos havia um movimento de destinação aos veículos alternativos, à mídia comunitária. Neste governo isso acabou”, reforça.

Os desmandos da Oi, Vivo e Claro

Editorial do Instituto Telecom:

Os números consolidados do 2º semestre de 2016 no setor de telecomunicações mostram claramente que não há crise para as Três Irmãs que dominam o mercado, um oligopólio privado que só traz prejuízos à sociedade e aos trabalhadores do segmento. As três juntas – Oi, Vivo/Telefônica e Claro -, tiveram uma receita líquida de R$ 26 bilhões no período.

Em relação aos indicadores, receita, market share de celulares a liderança é da Vivo. O Grupo Claro lidera no market share (termo que designa a participação de uma empresa em algum ramo de atuação) de banda larga fixa e nos acessos de TV por assinatura (52%). Já a Oi está à frente apenas no segmento, que cada vez perde mais valor, de telefonia fixa.

No Rio de Janeiro, é Freixo versus trevas

Por Bepe Damasco, em seu blog:

O Rio de Janeiro é uma cidade de inegável vocação cosmopolita e vanguardista. Tida e havida como uma espécie da caixa de ressonância do país na política, na cultura e nas artes, o Rio é plural e libertário por excelência, ditando costumes e comportamentos. Os cariocas e os visitantes sabem que o ar daqui está impregnado de liberdade.

Mas, todo esse patrimônio civilizatório está ameaçado pela candidatura do bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, à prefeitura. Já imaginou o Rio ter um prefeito que considera o homossexualismo pecado e crime? Já pensou o Rio ter um prefeito que só consegue enxergar a questão das drogas através da lente da repressão e da porrada? Já pensou o Rio ter um prefeito cuja mente turvada por dogmas religiosos o leva a criminalizar o aborto, e não encará-lo como um direito das mulheres e uma questão de saúde pública?

O que 2016 tem a nos ensinar?

Do blog do Levante Popular da Juventude:

O ano de 2016 será marcado profundamente pelas derrotas das forças progressistas no Brasil. A primeira derrota por fora das urnas, com a consumação do Golpe em 31 de Agosto, a segunda derrota por dentro das urnas, nas eleições de 2 de Outubro. Tais derrotas são importantes em si mesmas, mas mais do que isso elas apontam para a reconfiguração política que está em curso em nosso país. Portanto, é fundamental que todas e todos os militantes de esquerda tiremos as lições delas.

Temer presenteia os donos de rádio e TV

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Destaquei ontem o presente de Temer aos concessionários de rádio e televisão, embrulhado em mais uma discriminação à comunicação pública: a anistia de todas as outorgas do setor privado que estavam irregulares, deixando fora as mais de mil rádios comunitários que também estão com as autorizações vencidas e podem ser fechadas. Mas o exame da MP 747 de Temer revela o quanto sua política de radiodifusão é servil aos donos da mídia e hostil ao campo público.

Contra a entrega do Pré-Sal

Por Carlos Zarattini, no site Brasil Debate:

A alta produtividade dos campos do pré-sal tem demonstrado o valor dessa extraordinária riqueza. O presidente da Petrobras, Pedro Parente, teve de reconhecer que a previsão de produção dos poços dessa região foi ultrapassada. Era de 15 mil barris diários e estão produzindo 25 mil, chegando até 40 mil.

A Câmara dos Deputados poderá colocar em risco a Petrobras, seu conhecimento tecnológico, a soberania nacional, o desenvolvimento nacional e nossa autonomia energética se aprovar o Projeto de Lei 4567/2016, de autoria do senador José Serra que retira da Petrobras a obrigatoriedade na exploração na camada do pré-sal. Essa proposta entreguista permitirá que as multinacionais explorem os campos do pré-sal sem o essencial controle da Petrobras, que deixará de ser obrigatoriamente operadora.

A esquerda não será mais a mesma

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Algumas reflexões preliminares sobre os resultados eleitorais deste domingo (2):

1) Antipetismo: Como era de se esperar, o processo de impeachment e o bombardeio de denúncias de corrupção relacionadas à operação Lava Jato fizeram com que o Partido dos Trabalhadores fosse o maior derrotado desta eleição. Apesar de vitórias pontuais e da presença em algumas disputas de segundo turno, o PT será apenas uma sombra do que já foi considerando as administrações municipais. A menos que um fato novo ocorra, essa condição provavelmente se repetirá nas eleições de 2018, fazendo com que o partido perca a hegemonia na esquerda.

Marcela, a primeira-dama assistencialista

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Se o ministro da Cultura, Marcelo Calero, não estivesse na Suíça, a foto oficial do lançamento do programa Criança Feliz repetiria o que já se tornou rotina na era Temer: só homens nos principais lugares da cerimônia. A ausência de Calero foi providencial. Sentada entre o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e o senador José Medeiros, a interina da Cultura, Mariana Ribas, pôde servir de cota feminina e evitou que a primeira-dama Marcela Temer, designada “embaixadora” do programa, aparecesse cercada por engravatados nas imagens.

A vitória dos ricos nas eleições

Por Mauro Lopes, no site Outras Palavras:

O resultado das eleições é desastroso para os pobres. A vitória de João Doria no principal centro do país é o símbolo do que aconteceu neste domingo.

Os ricos venceram e não apenas pelo conteúdo dos projetos, mas venceram sendo eleitos eles próprios em grandes, médias e pequenas cidades.

O projeto das elites, urdido desde sempre, mas a partir de 2013 como um processo articulado de tomada de poder, está vitorioso: arrasou-se com o PT, prevaleceu o discurso do ódio, disseminou-se entre as classes médias e os pobres o “crack” do sonho de riqueza individual, tão ilusório quanto as viagens da pedra viciante.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Alckmin atropela Serra e Aécio no PSDB

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

O PSDB bem que poderia estar festejando o resultado das eleições municipais. Afinal, graças à ajuda da mídia chapa-branca e dos “justiceiros” da Lava-Jato, a sigla foi a maior vitoriosa do pleito de domingo (2). Foi o partido que mais votos obteve nas disputas para as prefeituras (17.612.608, contra 14.877.621 do segundo colocado, o PMDB), o que mais cresceu em número de prefeitos (pulando de 686 para 796 governantes locais) e o que ainda ganhou no primeiro turno a maior prefeitura do país, com a surpreendente vitória do picareta João Doria, um novato no ninho tucano. Mas, apesar destes êxitos, a legenda já está em guerra. O PSDB não é um partido, mas sim um ninho... de cobras!

Rede de Marina Silva afunda e racha

Por Altamiro Borges

Sem os holofotes da mídia privada, a diversionista Marina Silva não conseguiu atrair muitos eleitores no pleito deste domingo (2). O seu partido, Rede Sustentabilidade, afundou nas urnas. A sigla lançou 154 candidatos à prefeitura - dez deles em capitais -, mas elegeu apenas cinco prefeitos em pequenas cidades e ainda disputará em mais três municípios. A maior vitória parcial se deu em Macapá, capital do Amapá, onde o prefeito Clécio Luís deixou o PSOL para concorrer a eleição e chegou ao segundo turno. Para complicar ainda mais a vida da nova legenda, alguns de seus fundadores anunciaram nesta semana a sua desfiliação com duras críticas ao personalismo e autoritarismo de Marina Silva.