Por Altamiro Borges
De “vice-decorativo”, o Judas Michel Temer caminha celeremente para se tornar um ditador de quinta categoria. Nesta semana, ele tomou mais uma iniciativa que demonstra as suas tendências fascistoides. Torrando milhões em anúncios publicitários na mídia chapa-branca, o covil golpista obrou a campanha “Vamos tirar o Brasil do vermelho”. A peça lembra a propaganda nazista e tem o nítido propósito de estimular o ódio contra as forças de esquerda. Ela não se diferencia das horrendas campanhas da ditadura militar, com o seu “ame-o ou deixe-o”. Além de agressiva e intolerante, a peça é mentirosa. Ela tenta esconder as desgraças na economia produzidas pelo governo ilegítimo – e blindadas pela mídia venal.
O seu objetivo também é ludibriar os “midiotas”, apresentando o pacote de maldades do covil golpista como indispensável para “reequilibrar as contas públicas” e para fazer “o Brasil voltar a crescer”. O Judas Michel Temer critica a chamada “herança maldita” e lista 14 pontos negativos na economia para justificar várias medidas contra os trabalhadores – não citadas na peça publicitária –, como o congelamento dos gastos públicos com educação e saúde, o aumento da idade para a aposentadoria, a entrega das riquezas do pré-sal e outros retrocessos. Ele gasta uma fortuna com anúncios na mídia chapa-branca para mostrar a urgência da austeridade fiscal. Haja cinismo do filhote de Joseph Goebbels e Adolf Hitler!
Como reagiu o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), “o conceito da campanha publicitária de Temer segue o padrão da propaganda nazista de Hitler e foi feita para perseguir partidos políticos, ideologias e pessoas. É condenável que campanhas publicitárias, ainda mais com o uso de recursos públicos, busquem disseminar o ódio e a violência no país, procurando o extermínio não só do PT, mas da esquerda como um todo... Temer não vai tirar o Brasil do vermelho, muito menos o vermelho do Brasil. Michel Temer entende é de tirar direitos. Isso sim ele vai fazer”. A justa reação do deputado petista poderia até ter acrescentado que o usurpador precisa, isto sim, tirar o seu nome do vermelho, do saldo negativo.
A mais recente pesquisa do Ibope, divulgada nesta terça-feira (4), aponta que o presidente ilegítimo é reprovado por 39% da população. Apenas 14% dos entrevistados classificam o seu governo como ótimo ou bom. O levantamento também indica o aumento do percentual de pessoas que consideram a gestão de Michel Temer pior do que a de Dilma Rousseff. A comparação desfavorável ao peemedebista subiu de 25% para 31%. O dado mais devastador, porém, aponta que 68% dos brasileiros não confiam no governo golpista. Ou seja: mais cedo do que tarde, a sociedade brasileira, inclusive setores descontentes das elites golpistas, poderá lançar a campanha “Vamos tirar o Temer do Brasil”.
Ainda sobre a campanha mentirosa do covil golpista, vale conferir o artigo da economista Laura Carvalho, publicada na Folha nesta quinta-feira (6):
*****
Para enfrentar a crise, Temer aumenta gastos com publicidade
"Essa foi a situação encontrada pelo governo", grita a dispendiosa campanha veiculada nos principais jornais do país na quarta-feira (5). A longa peça publicitária estampa um retrato detalhado das consequências da crise econômica que vivemos e do ajuste fiscal iniciado em 2015.
Tentando esconder a participação de Temer e de parte de seus ministros no governo eleito e derrubado, o anúncio enumera despesas federais não pagas; transferências atrasadas a Estados, municípios e organismos internacionais; obras públicas inacabadas por falta de recursos, e até prejuízos de empresa estatais.
"Vamos tirar o Brasil do vermelho para voltar a crescer", convoca a frase-título que manda o país de volta aos tempos da Guerra Fria. Mais fácil que pescar o trocadilho é perceber que as propostas que o governo coloca na mesa estão na origem do desastre e não vão levar à retomada do crescimento. Menos ainda ao saneamento das contas públicas.
A receita defendida e adotada desde o ano passado para nos tirar de um quadro fiscal deteriorado pela crise econômica –e a consequente queda de arrecadação tributária– está justamente na origem de boa parte dos problemas elencados. A aprovação de um deficit maior (de R$ 170 bilhões para 2016 e R$ 139 bilhões para 2017) pode até servir para quitar pagamentos atrasados, que são em grande medida o resultado do contingenciamento recorde em 2015 de gastos e do corte de despesas efetivas de cerca de 3% em termos reais –sendo mais de 30% nos investimentos.
Mas não é essa a mensagem dos publicitários do governo, que parecem querer vender a ideia de que farão um ajuste fiscal ainda mais rigoroso. As contradições são muitas.
Primeiro, se o corte de gastos nos próximos anos fosse ainda mais drástico do que o realizado pelo governo Dilma no ano passado, as obras mencionadas como inacabadas jamais seriam concluídas. No entanto, a PEC do "teto" de gastos, que a propaganda quer ajudar a aprovar, em nada garante esse caminho. O limite previsto pela PEC 241 para o crescimento das despesas é dado pela taxa de inflação do ano anterior, o que permite um aumento real de gastos enquanto a inflação cair.
Segundo, obras inacabadas só existem quando há obras iniciadas, o que passa longe dos planos do governo Temer para o futuro. Um congelamento no total das despesas de cada Poder forçaria uma redução ainda maior nos investimentos públicos em proporção do PIB.
Terceiro, não há ajuste fiscal possível sem o crescimento das receitas do governo, o que por sua vez depende da eliminação das desonerações fiscais e da própria retomada do crescimento econômico. Note-se que, ao contrário do que se costuma propagar, as despesas desde o primeiro mandato de Dilma Rousseff cresceram menos do que nos governos anteriores. O problema é que as receitas também.
Mas como retomar o crescimento desligando de vez o motor dos investimentos públicos, se o resto do mundo ainda patina e a massa de desempregados não contribuirá em nada para uma retomada do consumo e das vendas? Qual empresário vai investir em novas máquinas se a capacidade ociosa da indústria continua aumentando e mal há dinheiro para pagar dívidas anteriores?
A propaganda de governos autoritários costuma combater seus adversários canalizando os temores com a crise para bodes expiatórios, mas preocupam-se em entregar alguma coisa: emprego, renda, crescimento econômico. Concentrar os investimentos públicos em publicidade pode ser pouco para galvanizar algum apoio popular.
De “vice-decorativo”, o Judas Michel Temer caminha celeremente para se tornar um ditador de quinta categoria. Nesta semana, ele tomou mais uma iniciativa que demonstra as suas tendências fascistoides. Torrando milhões em anúncios publicitários na mídia chapa-branca, o covil golpista obrou a campanha “Vamos tirar o Brasil do vermelho”. A peça lembra a propaganda nazista e tem o nítido propósito de estimular o ódio contra as forças de esquerda. Ela não se diferencia das horrendas campanhas da ditadura militar, com o seu “ame-o ou deixe-o”. Além de agressiva e intolerante, a peça é mentirosa. Ela tenta esconder as desgraças na economia produzidas pelo governo ilegítimo – e blindadas pela mídia venal.
O seu objetivo também é ludibriar os “midiotas”, apresentando o pacote de maldades do covil golpista como indispensável para “reequilibrar as contas públicas” e para fazer “o Brasil voltar a crescer”. O Judas Michel Temer critica a chamada “herança maldita” e lista 14 pontos negativos na economia para justificar várias medidas contra os trabalhadores – não citadas na peça publicitária –, como o congelamento dos gastos públicos com educação e saúde, o aumento da idade para a aposentadoria, a entrega das riquezas do pré-sal e outros retrocessos. Ele gasta uma fortuna com anúncios na mídia chapa-branca para mostrar a urgência da austeridade fiscal. Haja cinismo do filhote de Joseph Goebbels e Adolf Hitler!
Como reagiu o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), “o conceito da campanha publicitária de Temer segue o padrão da propaganda nazista de Hitler e foi feita para perseguir partidos políticos, ideologias e pessoas. É condenável que campanhas publicitárias, ainda mais com o uso de recursos públicos, busquem disseminar o ódio e a violência no país, procurando o extermínio não só do PT, mas da esquerda como um todo... Temer não vai tirar o Brasil do vermelho, muito menos o vermelho do Brasil. Michel Temer entende é de tirar direitos. Isso sim ele vai fazer”. A justa reação do deputado petista poderia até ter acrescentado que o usurpador precisa, isto sim, tirar o seu nome do vermelho, do saldo negativo.
A mais recente pesquisa do Ibope, divulgada nesta terça-feira (4), aponta que o presidente ilegítimo é reprovado por 39% da população. Apenas 14% dos entrevistados classificam o seu governo como ótimo ou bom. O levantamento também indica o aumento do percentual de pessoas que consideram a gestão de Michel Temer pior do que a de Dilma Rousseff. A comparação desfavorável ao peemedebista subiu de 25% para 31%. O dado mais devastador, porém, aponta que 68% dos brasileiros não confiam no governo golpista. Ou seja: mais cedo do que tarde, a sociedade brasileira, inclusive setores descontentes das elites golpistas, poderá lançar a campanha “Vamos tirar o Temer do Brasil”.
Ainda sobre a campanha mentirosa do covil golpista, vale conferir o artigo da economista Laura Carvalho, publicada na Folha nesta quinta-feira (6):
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Para enfrentar a crise, Temer aumenta gastos com publicidade
"Essa foi a situação encontrada pelo governo", grita a dispendiosa campanha veiculada nos principais jornais do país na quarta-feira (5). A longa peça publicitária estampa um retrato detalhado das consequências da crise econômica que vivemos e do ajuste fiscal iniciado em 2015.
Tentando esconder a participação de Temer e de parte de seus ministros no governo eleito e derrubado, o anúncio enumera despesas federais não pagas; transferências atrasadas a Estados, municípios e organismos internacionais; obras públicas inacabadas por falta de recursos, e até prejuízos de empresa estatais.
"Vamos tirar o Brasil do vermelho para voltar a crescer", convoca a frase-título que manda o país de volta aos tempos da Guerra Fria. Mais fácil que pescar o trocadilho é perceber que as propostas que o governo coloca na mesa estão na origem do desastre e não vão levar à retomada do crescimento. Menos ainda ao saneamento das contas públicas.
A receita defendida e adotada desde o ano passado para nos tirar de um quadro fiscal deteriorado pela crise econômica –e a consequente queda de arrecadação tributária– está justamente na origem de boa parte dos problemas elencados. A aprovação de um deficit maior (de R$ 170 bilhões para 2016 e R$ 139 bilhões para 2017) pode até servir para quitar pagamentos atrasados, que são em grande medida o resultado do contingenciamento recorde em 2015 de gastos e do corte de despesas efetivas de cerca de 3% em termos reais –sendo mais de 30% nos investimentos.
Mas não é essa a mensagem dos publicitários do governo, que parecem querer vender a ideia de que farão um ajuste fiscal ainda mais rigoroso. As contradições são muitas.
Primeiro, se o corte de gastos nos próximos anos fosse ainda mais drástico do que o realizado pelo governo Dilma no ano passado, as obras mencionadas como inacabadas jamais seriam concluídas. No entanto, a PEC do "teto" de gastos, que a propaganda quer ajudar a aprovar, em nada garante esse caminho. O limite previsto pela PEC 241 para o crescimento das despesas é dado pela taxa de inflação do ano anterior, o que permite um aumento real de gastos enquanto a inflação cair.
Segundo, obras inacabadas só existem quando há obras iniciadas, o que passa longe dos planos do governo Temer para o futuro. Um congelamento no total das despesas de cada Poder forçaria uma redução ainda maior nos investimentos públicos em proporção do PIB.
Terceiro, não há ajuste fiscal possível sem o crescimento das receitas do governo, o que por sua vez depende da eliminação das desonerações fiscais e da própria retomada do crescimento econômico. Note-se que, ao contrário do que se costuma propagar, as despesas desde o primeiro mandato de Dilma Rousseff cresceram menos do que nos governos anteriores. O problema é que as receitas também.
Mas como retomar o crescimento desligando de vez o motor dos investimentos públicos, se o resto do mundo ainda patina e a massa de desempregados não contribuirá em nada para uma retomada do consumo e das vendas? Qual empresário vai investir em novas máquinas se a capacidade ociosa da indústria continua aumentando e mal há dinheiro para pagar dívidas anteriores?
A propaganda de governos autoritários costuma combater seus adversários canalizando os temores com a crise para bodes expiatórios, mas preocupam-se em entregar alguma coisa: emprego, renda, crescimento econômico. Concentrar os investimentos públicos em publicidade pode ser pouco para galvanizar algum apoio popular.
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