Por Bepe Damasco, em seu blog:
O Rio de Janeiro é uma cidade de inegável vocação cosmopolita e vanguardista. Tida e havida como uma espécie da caixa de ressonância do país na política, na cultura e nas artes, o Rio é plural e libertário por excelência, ditando costumes e comportamentos. Os cariocas e os visitantes sabem que o ar daqui está impregnado de liberdade.
Mas, todo esse patrimônio civilizatório está ameaçado pela candidatura do bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, à prefeitura. Já imaginou o Rio ter um prefeito que considera o homossexualismo pecado e crime? Já pensou o Rio ter um prefeito que só consegue enxergar a questão das drogas através da lente da repressão e da porrada? Já pensou o Rio ter um prefeito cuja mente turvada por dogmas religiosos o leva a criminalizar o aborto, e não encará-lo como um direito das mulheres e uma questão de saúde pública?
Uma das maiores conquistas da humanidade, e que lhe custou milhões de vidas, foi a separação entre igreja e Estado. Pois, por mais que negue, Crivella na prefeitura significa contaminar o Estado laico com o vírus letal do fundamentalismo religioso. Não pode dar certo.
A dimensão religiosa de cada ser humano merece todo o respeito, bem como o merecem os que, como eu, não professam nenhum tipo de credo religioso. Exatamente por isso é extremamente nocivo para o regime democrático a mistura de política com religião.
Basta ver o estrago causado pelo ativismo político de figuras abjetas como Malafaia e Feliciano. Aliás, Malafaia já iniciou sua pregação das trevas em defesa de Crivella. Com ele, certamente marcharão os próceres da onda de ódio, preconceito e intolerância que vem alcançando setores crescentes da sociedade. Nesse ponto não cabe tergiversações: parcela significativa da população se aproxima de forma alarmante de valores totalitários e fascistas.
Barrar esse avanço obscurantista no Rio acaba sendo um dever da cidadania. Não se trata gostar ou não do candidato Marcelo Freixo, ou de comungar com as posições de seu partido, o PSOL. Neste momento, o buraco é bem mais embaixo. O resultado geral das eleições municipais é inequívoco quanto à vitória das forças do atraso e do golpe, antinacionais e antipopulares até a medula. O desafio dos democratas e progressistas cariocas é fazer do Rio, com a vitória de Freixo, um bunker de resistência ao retrocesso.
Freixo e seu partido se colocaram ao lado da democracia, na luta contra o golpe midiático-jurídico-parlamentar. Agora, com a ida ao segundo turno no Rio, têm uma oportunidade de ouro para deixar o sectarismo de lado, conquistando o apoio de todas as forças que acreditam numa cidade ainda mais humana, libertária e plural, onde as cartas não sejam dadas pela máfia do transporte e pela especulação imobiliária.
O Rio de Janeiro é uma cidade de inegável vocação cosmopolita e vanguardista. Tida e havida como uma espécie da caixa de ressonância do país na política, na cultura e nas artes, o Rio é plural e libertário por excelência, ditando costumes e comportamentos. Os cariocas e os visitantes sabem que o ar daqui está impregnado de liberdade.
Mas, todo esse patrimônio civilizatório está ameaçado pela candidatura do bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, à prefeitura. Já imaginou o Rio ter um prefeito que considera o homossexualismo pecado e crime? Já pensou o Rio ter um prefeito que só consegue enxergar a questão das drogas através da lente da repressão e da porrada? Já pensou o Rio ter um prefeito cuja mente turvada por dogmas religiosos o leva a criminalizar o aborto, e não encará-lo como um direito das mulheres e uma questão de saúde pública?
Uma das maiores conquistas da humanidade, e que lhe custou milhões de vidas, foi a separação entre igreja e Estado. Pois, por mais que negue, Crivella na prefeitura significa contaminar o Estado laico com o vírus letal do fundamentalismo religioso. Não pode dar certo.
A dimensão religiosa de cada ser humano merece todo o respeito, bem como o merecem os que, como eu, não professam nenhum tipo de credo religioso. Exatamente por isso é extremamente nocivo para o regime democrático a mistura de política com religião.
Basta ver o estrago causado pelo ativismo político de figuras abjetas como Malafaia e Feliciano. Aliás, Malafaia já iniciou sua pregação das trevas em defesa de Crivella. Com ele, certamente marcharão os próceres da onda de ódio, preconceito e intolerância que vem alcançando setores crescentes da sociedade. Nesse ponto não cabe tergiversações: parcela significativa da população se aproxima de forma alarmante de valores totalitários e fascistas.
Barrar esse avanço obscurantista no Rio acaba sendo um dever da cidadania. Não se trata gostar ou não do candidato Marcelo Freixo, ou de comungar com as posições de seu partido, o PSOL. Neste momento, o buraco é bem mais embaixo. O resultado geral das eleições municipais é inequívoco quanto à vitória das forças do atraso e do golpe, antinacionais e antipopulares até a medula. O desafio dos democratas e progressistas cariocas é fazer do Rio, com a vitória de Freixo, um bunker de resistência ao retrocesso.
Freixo e seu partido se colocaram ao lado da democracia, na luta contra o golpe midiático-jurídico-parlamentar. Agora, com a ida ao segundo turno no Rio, têm uma oportunidade de ouro para deixar o sectarismo de lado, conquistando o apoio de todas as forças que acreditam numa cidade ainda mais humana, libertária e plural, onde as cartas não sejam dadas pela máfia do transporte e pela especulação imobiliária.
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