terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Três respostas ao golpe fracassado

Charge: Quinho
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:


A devastação nacional promovida pelo bolsonarismo tem agora uma metáfora imagética adequada. As paredes de vidro estraçalhadas do Palácio do Planalto. A fogueira ateada no Salão Verde do Congresso. O busto de Ruy Barbosa destruído no STF. As obras de arte perfuradas a golpes de estilete – tudo é símbolo de um projeto que tentou tirar proveito da crise brasileira para convocar ressentimentos e recalques, e fazer aflorar o que o país tem de pior.

Golpe abortado

Charge: Latuff
Por Frei Betto, em seu site:


Ao destruir os palácios dos três poderes no domingo, 8 de janeiro, em Brasília, os terroristas bolsonaristas mostraram as caras e as garras. Trumpistas miméticos, reproduziram aqui em dimensões mais amplas o vandalismo ocorrido no Capitólio, em Washington, há dois anos, numa demonstração cabal de que seu lema é “ditadura sim, democracia não!”

A segurança falhou por cumplicidade do governador de Brasília, Ibaneis Rocha, e seu secretário de Segurança, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A Polícia Militar da capital federal, responsável pela defesa do patrimônio nacional, facilitou a ação dos criminosos e só prendeu alguns vândalos após Lula decretar intervenção federal na segurança pública de Brasília.

O mundo se solidariza com Lula

"Trumpismo no Brasil". Charge: Emad Hajjaj/BBC
Por Flavio Aguiar

As notícias e as cenas do ataque contra os prédios do três poderes constitucionais por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro estão correndo o mundo.

De todos os quadrantes e de governantes de diferentes tendências ideológicas estão chegando mensagens de solidariedade com o presidente Luis Inácio Lula da Silva e com a democracia brasileira. Editoriais e comentários na mídia mundial repudiam os atos de vandalismo.

Ao mesmo tempo questionam se não houve no mínimo negligência ou até cumplicidade por parte de autoridades responsáveis pela segurança do Distrito Federal, apontando a lentidão e ineficiência das primeiras atitudes das forças policiais.

Plataformas são o embrião do golpismo

Imagem divulgada dia 8/01/23, incentivando os golpistas
Por Renata Mielli, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O Brasil e o mundo assistiram perplexos, neste domingo, a ação terrorista na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Mas a perplexidade não deveria ser acompanhada da surpresa. O que aconteceu neste dia 08 de janeiro estava sendo gestado há meses em grupos bolsonaristas no Telegram, WhatsApp e em vídeos e lives promovidas por canais de extrema-direita no Youtube e Instagram. Todos os sinais estavam explícitos. Pior, a esmagadora maioria dos conteúdos que estavam circulando – ou melhor ainda estão – viola os termos de uso das plataformas e a própria legislação brasileira, por atentaram abertamente contra o Estado Democrático de Direito.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Brasil sofre seu pior ataque golpista

Terroristas de Brasília devem ser punidos

Lula, Múcio e os militares

Depredação no STF, 08/01/23. Foto: Alex Rodrigues/Agência Brasil
Por Cristina Serra, em seu blog:


O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, precisa tomar cuidado com a língua condescendente que distorce fatos e agride a realidade, transformando atos golpistas em “manifestações da democracia” que, inclusive, contaram com a participação de “familiares e amigos” dele. O ministro disse ainda que escolheu os novos comandantes militares pela internet.

A historiadora Heloisa Starling, da UFMG, estudiosa da atuação de militares na política, aponta dois erros de Múcio. “O que temos visto é a tentativa de corroer a democracia por dentro. A naturalização do golpismo contribui para essa corrosão. Ele não é ministro do Bolsonaro. É ministro de Lula e tem que defender a democracia”.

O Capitólio de Brasília, finalmente

Prédios dos Três Poderem foram vandalizados.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Jeferson Miola, em seu blog:


Os fascistas cumpriram sua promessa. O Capitólio de Brasília, que há tanto tempo se previa, finalmente aconteceu. E com requintes de gravidade em relação à inspiração original, a invasão do Congresso dos EUA, em 6 de janeiro de 2021.

Neste 8 de janeiro de 2023, além da sede do Congresso Nacional, terroristas de extrema-direita também invadiram e vandalizaram a sede dos poderes Judiciário e Legislativo. O Palácio do Alvorada só não foi alvejado porque o presidente Lula ainda não reside no local. Caso, no entanto, já residisse lá, correria o risco de ser assassinado.

Existe mais um agravante em relação ao Capitólio original: enquanto nos EUA o comandante do Exército se opôs à tentativa golpista do presidente Donald Trump, aqui no Brasil as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas estão diretamente implicadas com o extremismo fascista.

Capitólio de Brasília desmascara uma ilusão

Estrago patrimonial no prédio do Congresso Nacional.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:


Não foi preciso esperar mais do que uma semana desde a posse de Lula no Planalto para o golpismo de extrema-direita exibir sua face violenta e imunda aos brasileiros e brasileiras. 

A invasão de Brasília foi uma operação covarde, típica de traidores da Pátria que não possuem escrúpulos nem qualquer espírito decente, contra um governo eleito em dois turnos, num pleito sem fraudes ou irregularidades.

Transportados por uma centena de ônibus que partiram de vários Estados brasileiros, num movimento organizado sem muita discrição por gerentes do bolsonarismo, os invasores deixaram um rastro de destruição e ameaça.

Imagens internas de salas e corredores da Presidência da República, do Congresso e do Supremo, alvos escolhidos não por acaso, deixam claro qual o objetivo real da operação - ferir a democracia, destruindo o simbólico para atingir o real.

Os golpistas e os cúmplices

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Fernando Brito, em seu blog:

Não há qualquer surpresa ou imprevisto na invasão do Congresso Nacional – e a do próprio Palácio do Planalto, a ser ainda confirmada – que ocorre neste instante em Brasília.

Todos sabiam que ia acontecer e não apenas se omitiram, mas foram seus cúmplices.

As cenas patéticas de um punhado de policiais, com seus carros atirados já dentro do espelho d’água do Congresso tentando resistir a alguns milhares de fanáticos bolsonaristas, que se concentraram e se organizaram às portas do QG do Exército são absolutamente intoleráveis.

Todos os alertas foram dados e o governo da República não pode ficar nas mãos de golpistas que comandam a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, cujos efetivos são pagos, aliás, com o dinheiro da União.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Movimentos sociais repudiam golpismo

Reprodução do facebook de Mídia Ninja
Enviado por Marcelo Fragoso


As organizações sindicais e populares que integram as Frentes Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, o Fórum das Centrais Sindicais, a Coalizão Negra Por Direitos e a Convergência Negra, reunidas em defesa do Estado Democrático de Direito vêm a público para:

a. Registrar o mais veemente repúdio aos atos de vandalismo e criminosos praticados no dia de hoje em Brasília, que atentam contra a democracia e depredaram a sede dos três poderes da República. Adotamos estado de mobilização e vigilância permanente em defesa da democracia, do governo legitimamente eleito, contra o golpismo e pela punição dos responsáveis pelos ataques às instituições.

Comissão Arns exige punição dos terroristas

Reprodução de fotos do facebook de Gleisi Hoffmann
Da Comissão Arns


A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns vem a público manifestar o seu total repúdio aos atos de violência que atentaram contra o Estado Democrático de Direito, neste domingo (8/1) no Distrito Federal. A invasão e depredação dos prédios que abrigam os poderes da República é inaceitável, representando uma tentativa de abolir pela violência o regime democrático, o que é crime, tipificado pelo artigo 359-L do Código Penal.

Impossível aceitar que se busque, pela via da força, do caos, do desacato às autoridades e às leis, obstruir a soberania popular expressa pelo resultado democrático das urnas em 2022.

Campanha #DesmonetizaJP ganha força

Lula presidente é o novo Brasil no mundo

Hang abandona golpistas e corteja Lula

Charge: Laerte
Por Ivan Longo, na revista Fórum:

O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, divulgou através de sua assessoria de imprensa, nesta sexta-feira (6), uma nota em que tenta se dissociar dos atos golpistas promovidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e que chega a cortejar o novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Considerado um ícone do bolsonarismo, o "Véio da Havan", como é conhecido, está banido das redes sociais por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é investigado no inquérito dos atos antidemocráticos por, inúmeras vezes, ter incentivado ações golpistas em prol de Jair Bolsonaro. Contumaz divulgador de fake news, o empresário, com a guinada, aparenta estar tentando evitar a prisão em meio à investida do STF contra bolsonaristas que insistem em ações contra o Estado Democrático de Direito.

Governo Lula-3 e a pauta dos trabalhadores

Por Nivaldo Santana, no site Vermelho:


No dia 7 de abril de 2022 foi realizada a nova Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat-2022), convocada por nove centrais sindicais. A Conclat aprovou a Pauta da Classe Trabalhadora ancorada em quatro pontos: emprego, direitos, democracia e vida.

Em um representativo ato político, o Fórum das Centrais Sindicais entregou a Pauta da Conclat aos pré-candidatos Lula e Alckmin. Os dirigentes sindicais enfatizaram, na ocasião, a necessidade de revogar os marcos regressivos da legislação trabalhista e previdenciária.

Três prioridades dessa Agenda foram encaminhadas antes mesmo da posse dos eleitos. Com a aprovação da PEC da Transição, ficaram assegurados o pagamento do Bolsa Família de 600 reais, o aumento real do salário mínimo e o fim do teto de gastos.

Reconstrução se faz com mobilização

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Por Frei Betto, em seu site:


A vitória eleitoral de Lula sinaliza a derrota das forças destrutivas que se apoderaram da administração federal nos últimos quatro anos. Não sei se o lema do novo governo – “União e Reconstrução” – se transformará em fato. União nacional não é tarefa fácil.

A cultura bolsonarista, impregnada de ódio, contaminou inúmeras pessoas que se somaram aos 58 milhões de votos recebidos por Bolsonaro no segundo turno. E não há possibilidade de união nacional nessa sociedade injustamente marcada por gritante desigualdade social.

Contudo, reconstrução é viável. Lula tem plena consciência do que precisa ser feito. Seus discursos de posse expressam o caráter deste terceiro mandato, onde se destacam três prioridades: combater a fome e a insegurança alimentar; reduzir a desigualdade social; proteger nossos biomas e fortalecer as políticas socioambientais.