terça-feira, 3 de março de 2020

As esquerdas precisam se entender

Por José Dirceu, no site Metrópoles:

Está na boca do povo, nos jornalões, nas redes, o debate sobre frentes, seja Democrática, Ampla ou de Esquerda.

Parte-se do pressuposto de que a Frente, qual seja ela, é imprescindível diante da ameaça real de autoritarismo e obscurantismo, de retrocesso nas liberdades democráticas conquistadas na luta contra a ditadura militar e consagradas na Constituição de 1988. As diferentes forças políticas e sociais devem se unir para impedir o avanço do autoritarismo do governo Bolsonaro.

Frente de Esquerda, na prática mais simples, torna-se mais difícil hoje. Estamos falando de aliança entre PT, PDT, PSB, PSol e PC do B. Tudo indica que não há acordo entre esses partidos sobre 2022, embora estejam do mesmo lado na oposição a Bolsonaro e concordem com os riscos que ele representa.


Bolsonaro e um novo "punho de ferro"

Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

O presidente da República está convocando em suas redes sociais uma mobilização contra o Congresso Nacional, segundo informaram os jornais nesta terça-feira, 26. A manifestação prevista para o dia 15 de março foi deflagrada na semana passada por grupos de ultra-direita, com apoio público do general Heleno. Ou seja, o capitão Bolsonaro e o general Heleno parecem sonhar com os “gloriosos” e efervescentes dias pré-golpe de 31 de março de 1964.

Movimentos sociais debatem a crise

Moro assume papel de chefe da ultradireita

Março tem agenda intensa de mobilizações

segunda-feira, 2 de março de 2020

Petardo: Bolsonaro envenena os brasileiros

Por Altamiro Borges

O "capetão" vai envenenar o povo brasileiro. A Folha informa que "o Brasil nunca importou tantos agrotóxicos como em 2019. Quase 335 mil toneladas de inseticidas, herbicidas e fungicidas desembarcaram no país de janeiro a dezembro". Volume é recorde histórico, 16% maior do que em 2018.

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Ainda segundo a Folha, o laranjal de Bolsonaro libera de forma acelerada o uso de agrotóxicos. No ano passado, foram registrados 474 novos pesticidas, a maior quantidade dos últimos 14 anos. Hoje, o Brasil tem 2.247 agrotóxicos registrados. Um crime para as gerações futuras.

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A expansão sem controle dos agrotóxicos sacia o apetite dos ruralistas e das multinacionais. Empresas como a suíça Syngenta e as alemãs Bayer e Basf obtêm seus maiores lucros no Brasil. "A Syngenta menciona o país como destaque nas vendas de agrotóxicos em 2019", relata a Folha.

Bolsonaro explora brechas para ditadura

Por Jeferson Miola, em seu blog:           

Este texto constitui a 2ª parte do artigo O assobio do Bolsonaro à matilha, que pode ser lido aqui. Nele, afirmamos que com o assobio à matilha fascista representado na convocação de manifestações hostis ao Congresso e ao STF, Bolsonaro confirma seu desapreço pela débil institucionalidade ainda vigente no regime de exceção e sulca o caminho para o avanço ditatorial no país.

O assobio do Bolsonaro à matilha tem similitude histórica com o processo de esgarçamento institucional, político e social por meio do qual Hitler se alçou ao poder e implantou o regime nazista na Alemanha dos anos 1930.

"Pobre no avião, sinto o cheiro de longe"

Por Esther Solano, na revista CartaCapital:

Cena-1

Há dez anos moro no Brasil. Uma das coisas que mais me impressionaram quando aqui cheguei foi o elevador de serviço. Nunca havia visto um. São os objetos cotidianos os que carregam mais crueldade, porque a crueldade deles é aquela que se repete todo dia, a todo instante, sem descanso, um ciclo infinito e ao mesmo tempo tão costumeiro que ninguém lhe presta atenção.

Na época, quando vi o primeiro, não entendia sua utilidade, pensei que era um elevador exclusivo para quando o prédio ou algum apartamento individual passasse por reforma. Pensei ser estupidez e um desperdício sem sentido ter um elevador só para isso, até que certo dia entendi o seu real significado. Vários amigos haviam me falado que por esse elevador subia e descia “o serviço”, mas acho que eu não tinha realmente captado a magnitude do significado que expressava essa palavra.

Moro, o afilhado e a apologia do motim

Por Fernando Brito, em seu blog:

Sérgio Moro sai às redes sociais para capitalizar o fim do motim policial no Ceará.

Seu afilhado de casamento e diretor da Força Nacional de Segurança , Aginaldo de Oliveira, subiu ontem ao palanque, fardado, numa assembleia de amotinados para pedir calma, porque eles seriam protegidos.

“Acreditem: vocês são gigantes, vocês são monstros, vocês são corajosos; demonstraram isso ao longo desses dez, onze, doze dias que estão aqui dentro desse quartel, em busca de melhoria da classe, e vão conseguir. Vão conseguir! Sem palavras para dizer a coragem que vocês estão tendo ao longo desses dias”.

A resposta das ruas a Bolsonaro

Do site Vermelho:

As centrais sindicais, movimento social e partidos políticos intensificam nesta semana a mobilização para uma série de atos políticos em defesa da democracia, do emprego, dos serviços públicos e da educação.

A atitude de Bolsonaro em compartilhar vídeo convocando manifestação contra o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) acabou ampliando a pauta de reivindicação dos movimentos.

A paralisação nacional da educação em defesa dos serviços públicos, marcada para próximo dia 18, por exemplo, terá como tema também a defesa da democracia.

Antes, mais dois atos nos dias 8 (Dia Internacional da Mulher) e 14 de março (Memória da morte da vereadora Marielle Franco) devem ganhar peso por conta do clima político.

Sindicalismo e o tripé equilibrado

Por João Guilherme Vargas Netto

Para agir corretamente nos dias de hoje é preciso equilibrar o tripé com a defesa da democracia, o respeito às instituições e a exigência de medidas emergenciais que aliviem o sufoco do povo.

Mas o estardalhaço das redes sociais e o apelo desenfreado às ruas tiram o foco das questões que dão fundamento à crise e daquelas que dizem respeito aos interesses dos trabalhadores e do povo.

Qual dirigente sindical, qual ativista, qual trabalhador pode acompanhar as tratativas e negociações a respeito do orçamento nacional e o uso de suas emendas pelos parlamentares? Qual de nós pode afirmar, com conhecimento de causa, a quantas andam a MP 905, as PECs governamentais, as reformas tributária e administrativa? E como estão a retomada do crescimento e a criação de empregos?

A decadência do Brasil enquanto nação

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Desde a sua fundação enquanto colônia, o Brasil se constituiu no formato de um entreposto do comércio externo.

Através da grande empresa colonial portuguesa, o território foi dominado pela gerência da terra, opressão da população indígena local e organização da produção para a instalação do ciclo de exportação extrativista.

A arte de governar estabelecida pela grande empresa colonial impôs de forma inédita o domínio transoceânico pela metrópole portuguesa no século 16. Assim, o Brasil colônia estava simultaneamente integrado com a África pelo tráfico escravista e com a Europa pela exportação de primários e a importação de bens de maior valor agregado de cada época.

Como enfrentar o governo Bolsonaro

O que Brizola diria sobre Bolsonaro?

Lula recebe título de Cidadão Parisiense

Escravidão: gado vale mais que gente...

Os efeitos do coronavírus na economia

Direita quer domesticar a mulher

domingo, 1 de março de 2020

A promessa de campanha e o leão

Por Amir Khair e Paulo Gil Souza, no site da Fundação Perseu Abramo:

Caso você tenha um rendimento médio mensal superior a R$1.903,98 até R$3.881,85 está entre os 10 milhões de brasileiros que seriam isentos de imposto de renda, caso a tabela do imposto de renda fosse atualizada com a inflação acumulada desde 1996. Aqueles que ganham até R$ 4.770,00 estariam isentos caso o presidente Bolsonaro cumprisse a sua promessa de campanha. O que não ocorreu, a faixa de isenção não vai ser corrigida nem pela inflação.

Considerações sobre o Papa Francisco

Por Michel Löwy, no site A terra é redonda:

A hipótese de Max Weber

Max Weber argumentava, em seu célebre ensaio de sociologia das religiões, que a ética protestante era favorável ao desenvolvimento do capitalismo, especialmente na Inglaterra e nos Estados Unidos; encontramos uma hipótese análoga, meio século antes, em certos escritos de Marx (em especial, nos Grundrisse). Todavia, neste mesmo texto, Weber sugere que a ética católica era, ao contrário, fundamentalmente hostil ao espírito do capitalismo.

Em uma nota de rodapé, no contexto de uma polêmica contra os trabalhos de Franz Keller, ele afirma que as tomadas de posição da Igreja Católica em relação ao capitalismo enquanto tal são determinadas por uma “aversão tradicionalista, sentida o mais das vezes de forma confusa, contra o crescente poder impessoal do capital – dificilmente suscetível, por isso mesmo, de eticização”[i]