Por João Sicsú, na revista CartaCapital:
O termo ajuste fiscal sempre esteve associado às formas contracionistas que buscam o equilíbrio das contas públicas. É o caminho que busca equilibrar receitas e despesas públicas através do corte de gastos. Mas não é somente isso. Aproveita-se uma conjuntura de desequilíbrio fiscal para debilitar o Estado e seus programas que promovem o bem-estar. A ideia é a seguinte: o Estado precisa ser enfraquecido já que devido à sua força sempre poderá reorientar a economia. E políticas de bem-estar não são necessárias porque a competição entre os indivíduos ofertará a cada cidadão o que é merecido. Portanto, para os neoliberais, ajuste fiscal é um processo permanente – com ou sem desequilíbrios orçamentários.