sexta-feira, 17 de março de 2017

Reforma trará precarização e não empregos

Da Rede Brasil Atual:

Em nova audiência pública da comissão especial da Câmara que trata da reforma trabalhista, hoje (16), a ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), afirmou que a proposta do governo trará precarização em vez de postos de trabalho. "Em lugar nenhum do mundo, as reformas geraram empregos; ao contrário, geraram a precarização de empregos", disse a magistrada, para quem os argumentos do governo contêm "grandes inverdades".

Como é a aposentadoria em outros países

Do site Opera Mundi:

Movimentos sociais e sindicais foram às ruas nesta quarta-feira (15/03), em todo Brasil, protestar contra a proposta de reforma da previdência apresentada pelo governo de Michel Temer (PMDB). Mas, e lá fora, como funciona o sistema de aposentadoria? Há idade mínima? O cálculo é feito pelo tempo de contribuição? Saiba como é:

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a idade mínima para se aposentar, que era de 66 anos em 2014, subirá gradativamente até 2022 para 67. A elegibilidade para o benefício depende do número de anos de contribuição, sendo o mínimo necessário de 10 anos. Segundo dados da Administração de Seguridade Social, no país, é possível antecipar a aposentadoria para os 62 anos, mas com recebimento do valor parcial. Ou adiar até os 70 anos, com o acréscimo do benefício.


Protestos do 15M: o que você não viu na TV

Praça Castro Alves/Salvador, 15/3/17. Foto: Jornalistas Livres
Por Eduardo Amorim, Oona Castro, Mabel Dias e Bia Barbosa, na revista CartaCapital:

Depois deste ano, o 15 março também será marcado como uma data histórica de protestos da esquerda. Lembrado como o dia em que, em 2015, as ruas do país foram tomadas de verde e amarelo pedindo o impeachment de Dilma Rousseff, nesta quinta-feira o mesmo 15 de março virou uma grande onda vermelha contra o governo Temer e suas reformas que retiram direitos.

Mais de 125 cidades, incluindo 25 capitais, registraram grandes manifestações e paralisações de trabalhadores. Os atos foram maiores do que os últimos convocados pelos movimentos sociais contra o golpe, o que indica uma possível retomada das mobilizações populares.

Previdência e a quadrilha que tomou o poder

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – os cabeças de planilha de Temer

Uma característica de todo economista neófito de governo são as propostas radicais, voluntariosas, a radicalização das medidas propostas, como se não houvesse limites sociais e políticos, e como se todas as soluções da economia dependessem apenas da força de vontade e quanto mais radicais, mais virtuosas.

São ignorantes na análise do tempo político ou mesmo nos efeitos de medidas radicais sobre o ambiente econômico e social. Todos acreditam na fada das expectativas positivas – basta mostrarem firmeza que os agentes econômicos acreditarão e da fé nascerão os investimentos.

Lula e greve geral: dois ícones da esquerda

Por Helena Borges e Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

Um desavisado que chegasse à Avenida Paulista, na capital de São Paulo, por volta das 19 horas de quarta-feira (15), poderia facilmente supor ter topado com um comício do PT. A avenida estava completamente tomada por bandeiras vermelhas enquanto, em cima do carro de som, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escutava o povo ao redor entoar o olê-olá clássico de suas campanhas eleitorais. Quem segue minimamente o noticiário, contudo, sabe que não se tratava disso. Ou não apenas disso.

O objetivo dos atos, que se espalharam por 19 capitais, era gritar contra a proposta de reforma de previdência do governo Temer que, como haviam previsto diversos líderes e analistas, trouxe a esquerda de volta às ruas, após um longo período em que os protestos não passavam de fagulhas isoladas. Na principal avenida de São Paulo, a maior das manifestações do dia 15 reuniu cerca de 200 mil pessoas, segundo organizadores. Curiosamente, nem a Polícia Militar, nem os institutos de pesquisa tradicionais deram-se ao trabalho de calcular o número de presentes.


A surpresa verde na eleição da Holanda

Por Nuno Ramos de Almeida, no site Outras Palavras:

A montanha parece ter parido um rato: o Partido “da Liberdade” – de extrema direita – de Geert Wilders, que chegou a estar nas sondagens com 42% dos votos em 2016, ficou-se pelos 13,1%, elegendo 20 deputados em 150. Ficou muito longe do Partido Liberal e Democrático (VVD) do primeiro-ministro Mark Rutte, que declinou ligeiramente obteve 21,6% e perdeu 8 deputados e fica com 33 lugares no parlamento.

Apesar deste alívio para os apoiadores da União Europeia, os principais derrotados nestas eleições são os partidos que formavam o governo: liberais de direita e sociais-democratas perdem 32 deputados. Os sociais democratas de Ascher perdem 24 lugares, ficando com apenas 9 deputados. Os grandes vencedores destas eleições são os ecologistas que passam de 4 deputados para 14. Entram no parlamento holandês mais dois novos partidos: o Denk, um partido de esquerda para os descendentes de imigrantes (3 cadeiras) e o FvD, populista de direita (2). Vão estar 13 partidos representados no parlamento, e para formar governo serão precisos quase meia dúzia de partidos.

Milhões nas ruas para derrotar o governo

Trabalhadores na Volks, em São Bernardo, 15/3/17. Foto: Adonis Guerra/SMABC
Editorial do site Vermelho:

O dia 15 de março de 2017 inscreve-se na história da luta política como aquele em que as grandes manifestações de massa foram retomadas no Brasil. Categorias como professores, metroviários, condutores de ônibus, bancários, servidores públicos e metalúrgicos, com apoio dos estudantes e militantes de diversos movimentos sociais, tiveram papel central no sucesso deste Dia Nacional de Paralisação.

Mais de um milhão de brasileiros saíram às ruas para derrotar o governo usurpador e suas ameaças contra direitos duramente conquistados pelo povo. As imagens e fotos divulgadas – muitas delas pelas redes sociais e por este Portal Vermelho – não deixam dúvidas sobre a grande extensão da manifestação que ocorreu hoje no Brasil.

Devagar com o andor com a lista Janot

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Tenho lido por aí que as delações da Odebrecht e a lista de Janot são um horror mas são portadoras de esperança. Horror porque revelam que toda a elite política, desde sempre, foi alugada por empresários. Que a corrupção é uma prática geral e antiga e não foi inventada pelo PT. Mas, dizem editoriais e colunas, o mar de lama traz a esperança de mudança na cultura e nas práticas políticas, elevando a qualidade da nossa democracia um tanto fake. Quando os políticos e as eleições eram comprados, temos um simulacro de democracia. Contra estas ilusões, é preciso atentar para as consequências da lista de Janot. Segundo os melhores conhecedores do STF, nenhum dos nomes listados, se denunciado, será julgado antes de quatro anos.

15M: um marco na luta contra o golpismo

Brasília, 15/3/17. Foto: Lula Marques/AGPT
Do blog do Levante Popular da Juventude:

Mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas neste 15 de março em protesto contra os retrocessos promovidos pelo governo golpista de Temer. Em todo o Brasil, nas grandes metrópoles e em milhares de pequenos municípios do interior, as ruas foram tomadas por organizações de juventude, entidades sindicais, movimentos sociais do campo e da cidade. No intuito de chamar a atenção da população para os gigantescos retrocessos que estão por vir, o Ministério da Fazenda foi ocupado, assim como diversos prédios da Previdência Social também foram alvo da atenção de milhares em marcha pelas ruas do país. Linhas de ônibus, trens e metrôs paralisaram a circulação de pessoas, numa mostra de força e disposição dos setores organizados em resistirem ao extermínio do futuro promovido por Temer e sua quadrilha.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Algumas impressões sobre o 15 de Março

Por Gilberto Maringoni, na revista Caros Amigos:

1. Tudo indica que o dia de protestos superou as expectativas dos mais otimistas. Aconteceram em todo o país, desde capitais até cidades médias e pequenas. O sucesso não deve ser medido apenas pelo número de pessoas - ainda não calculado, mas que bem pode, no total, chegar a um milhão - mas por ter entrado para a agenda nacional.

2. Um tema entra para a agenda nacional quando torna-se assunto de conversas, da mídia e sobre o qual a maioria das pessoas emite opinião. O fato de a maior parte das paralisações ter encontrado eco e simpatia até mesmo entre os não diretamente envolvidos nelas é um poderoso sinal de que a questão da Previdência não é abstrata.

Povo nas ruas apressa o fim do golpe

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Pronto. Apareceu o que faltava para apressar o fim do golpe: o povo nas ruas.

O governo Temer não tem a menor condição de enfrentar as ruas.

A mensagem delas é clara: primeiro, não às reformas, feitas para beneficiar os ricos à custa dos pobres. (Parece uma simplificação, mas é assim mesmo).

Depois, e sobretudo, não ao regime que se instalou com o golpe.

O truque do Janot para inviabilizar Lula

Por Jeferson Miola

O que poderia ser celebrado como sinal de normalidade institucional – os pedidos do Rodrigo Janot ao STF para abrir inquéritos das delações da Odebrecht – na realidade é apenas um truque do procurador-geral para [i] proteger o bloco golpista, em especial o PSDB; mas, sobretudo, para [ii] viabilizar a condenação rápida do Lula e, desse modo, impedir a candidatura do ex-presidente em 2018, isso se a eleição não for cancelada pelos golpistas.

Janot seguiu fielmente Maquiavel: “aos amigos, os favores; aos inimigos, a lei”. Os golpistas, cujos indícios de crimes são contundentes, com provas de contas no exterior, jantares no Palácio Jaburu, códigos secretos para recebimento de dinheiro da corrupção e “mulas” para carregar propinas, serão embalados no berço afável do STF.

Rodrigo Maia e a ousadia dos canalhas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A Folha noticia que Rodrigo Maia quer dispensar a votação em plenário e aprovar a reforma trabalhista apenas na comissão da Câmara, onde os líderes partidários controlam a composição do plenário de 37 deputados, apenas.

É o que diz na Folha, quando fala que "regimentalmente não poderia revogar a tramitação 'enxuta' do projeto, porque os técnicos dizem que “o pacote de reforma trabalhista não se encaixa no rol dos que necessitam de votação no plenário”.

Temer é a nossa Maria Antonieta

Por Renato Rovai, em seu blog:

O presidente Michel Temer não parece ser apenas um político menor e sem qualquer condição de conduzir um país com a importância do Brasil. Também não parece ser apenas mais um desses golpistas sem caráter. A cada dia que passa ele se parece muito mais a um sociopata, cidadão ao qual falta qualquer senso de responsabilidade moral ou consciência do que se passa.

Num dia em que o país inteiro se mobiliza para dizer não as suas propostas de reformas trabalhista e previdenciária. E ao mesmo tempo para gritar Fora Temer, ele faz um pronunciamento a empresários onde diz que “a sociedade brasileira tem compreendido a necessidade de apoiar as reformas”.

Grande mídia esconde protestos contra Temer

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Incrível.

Acabo de entrar nas páginas de Globo, Estadão e Folha. Não há NENHUMA referência às grandes manifestações contra Michel Temer e sua reforma da previdência, que ocorreram em todo país, nesta quarta-feira, 15 de março.

A única pauta é Lava Jato.

O que não falta, porém, são anúncios do governo federal… Em todos os jornalões, topei com a publicidade, em formato pop-up, do BNDES.



O povo nas ruas e o jantar do poder

Uberlândia/MG, 15/3/17. Foto: Jornalistas Livres
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

15 de março de 2017: a quarta-feira começou com protestos contra o governo, que atravessaram o dia todo nas ruas de 19 Estados, e terminou com um jantar oferecido por Gilmar Mendes à cúpula do poder, em Brasília.

Se daqui a um século os historiadores do futuro quiserem contar como era a nossa época poderão utilizar estas duas cenas para fazer um resumo da ópera.

* Por todo o país, desde cedo, centenas de milhares de pessoas fazem manifestações contra as propostas das reformas previdenciária e trabalhista aos gritos de "Fora Temer!".

* Em Brasília, o superministro Gilmar Mendes recebe o presidente Michel Temer e outras altas autoridades para um jantar de gala em homenagem ao aniversariante José Serra.

Emoção e história no livro de Miruna

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país onde golpes de Estado se produzem com frequência lamentável e nociva, a resistência democrática já deixou de ser um movimento exclusivo de organizações políticas e lideranças sociais para integrar a vida cotidiana de muitas famílias brasileiras. É o que se observa a partir de duas obras diferentes, escritas com meio século de distância, envolvendo personagens distintos mas que tiveram seu papel relevante no esforço para mudar as engrenagens da História.

Em lançamento nesta semana, a partir do olhar da primogênita Miruna, o livro “Felicidade Fechada” retrata o cotidiano da mulher, Rioko, e dos três filhos de José Genoíno, guerrilheiro do Araguaia que se revelou um dos mais competentes parlamentares brasileiros após a democratização, até que em 2012 teve a vida política estropiada pelas provas fracas e penas fortes da AP 470.

PSDB é a grande novidade da lista de Janot

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A nova lista de denúncias do procurador-geral Rodrigo Janot atinge o coração do governo Temer, os presidentes da Câmara e do Senado e dois presidentes da República, mas esses são os ditos “suspeitos de sempre”, ou seja, petistas que, desde 2014, vem sendo acusados pelo MPF e pelo Judiciário. Mas eles estão longe de ser a novidade.

A delação de funcionários da Odebrecht claro, atinge em cheio o governo Temer; ministros mais próximos do presidente, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Aloysio Nunes e Bruno Araújo. Mas, claro, foram colocados dois petistas graúdos pra compensar, Dilma e Lula.

Justiça suspende propaganda de Temer

Por Charles Nisz, no blog Socialista Morena:

A juíza Marciane Bonzanini, da 1ª Vara da Justiça Federal de Porto Alegre, determinou a imediata suspensão da campanha do governo federal sobre a reforma da Previdência por não informar devidamente os brasileiros e sim fazer propaganda do projeto do PMDB. “A campanha publicitária questionada não possui caráter educativo, informativo ou de orientação social, restringindo-se a trazer a visão dos membros do partido político que a propõe e passando a mensagem de que, caso não seja aprovada a reforma proposta, o sistema previdenciário poderá acabar’, criticou a juíza em seu despacho.

Os mais pobres não terão aposentadoria

Por André Machado, no jornal Brasil de Fato:

Toda grande mentira é contada a partir de uma meia verdade. A meia verdade que o governo Temer (PMDB) usa para fazer propaganda da tal "Reforma da Previdência" é que os mais pobres, que ganham até um salário mínimo, cerca de 63% dos brasileiros, serão beneficiados porque contribuirão somente por 25 anos ao INSS para se aposentar.

Será que isso é verdade?

Pela nova regra, de fato, trabalhadores que receberão o piso poderão se aposentar com 25 anos de contribuição. Mas, com um único detalhe, somente se atingirem a idade mínima de 65 anos. Isso muda tudo.