quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Um país que perdeu o medo do ridículo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em São Paulo, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima discorre sobre história do Brasil. Fala dos degredados que incutiram nos brasileiros a malandragem atávica, poupando apenas os procuradores.

Em algum lugar do Brasil, o Ministro Luís Roberto Barroso cita Faoro e Buarque e o grande pensador Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo, para discorrer sobre reforma trabalhista e sobre a malandragem brasileira, que poupou apenas o Supremo

No Twitter, o procurador Hélio Telho rebate o economista Paulo Rabello de Castro e diz que ele (Telho) precisa ensinar capitalismo de verdade a esses capitalistas de compadrio.

O país da Casa-grande

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Desde a transição democrática de meados dos anos 80, o povo brasileiro contempla, entre perplexo e cada vez mais desencantado, o espetáculo da mudança sem esperança ou, como dizia um crítico de Adorno, “a realização das esperanças do passado”.

Assim os senhores da terra concebem o progresso. As eleições diretas sucumbiram diante do Colégio Eleitoral. A nau de Ulysses encalhou nas praias do transformismo e os náufragos do regime militar saltaram alegremente para bordo.

Veja é multada em R$ 100 mil por calúnia

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O geólogo Guilherme Estrella, que foi diretor de Exploração e Produção da Petrobras nos governos Lula e Dilma e um dos pioneiros na pesquisa que levou à descoberta de petróleo no pré-sal no mar territorial do Brasil, venceu uma disputa judicial que travava com a revista Veja por causa de duas reportagens publicadas em abril de 2014, quando era intenso o noticiário em torno da Petrobras e a Lava Jato.

Ele foi acusado de receber “propina paga por uma fornecedora holandesa da Petrobras”. A fonte da informação era um suposto depoimento do publicitário Marcos Valério - depoimento que nunca apareceu - e uma sindicância da empresa, que existiu, mas que não tinha nenhuma relação com Estrella.

O Brasil em liquidação para salvar Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Poder360 traz a lista daquilo que, em pouco mais de um ano, o governo Temer quer vender para, ainda assim, continuarmos com um rombo gigantesco nas contas públicas.

Vender e vender correndo, a toque de caixa, sem produzir, sequer, algum benefício para o funcionamento dos serviços públicos.

Reproduzo a lista escandalosa [aqui].

Nem, assim, porém, as contas estão fechando, porque o país, paralisado, arrecada menos e menos.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Desemprego dizima 15 vagas por hora em SP

Por Altamiro Borges

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou nesta semana um dado assustador sobre a alta do desemprego na região metropolitana de São Paulo – hipoteticamente, a mais desenvolvida do país. Segundo o levantamento, a região fechou, entre janeiro e junho deste ano, 15 vagas por hora, ou 364 postos por dia. Ao todo, são 66 mil postos de trabalho dizimados no primeiro semestre. O jornal Agora deste domingo (13) ouviu algumas destas vítimas. Mesmo jurando que a economia está melhorando – sabe-se lá para quem – o diário do Grupo Folha expôs o drama dos sem-emprego.

Bolsonaro é multado. Devia ser cassado!

Por Altamiro Borges

Por quatro votos a zero, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve nesta terça-feira (15) a decisão que determinou que o fascista Jair Bolsonaro (PSC-RJ) pague indenização à deputada Maria do Rosário (PT-RS) por danos morais. Ele já havia sido condenado em duas instâncias da Justiça pelo crime de incitação ao estupro. Em dezembro de 2014, ele disse no plenário da Câmara Federal – e depois reafirmou ao jornal gaúcho Zero Hora – que não estupraria a parlamentar porque “você não merece”. Ele recorreu da decisão e agora perdeu novamente. A multa aplicada é de apenas R$ 10 mil – um valor insignificante para o deputado que é apoiado pela indústria das armas, pelos ruralistas e outros ricaços reacionários.

As medidas para barrar a desindustrialização

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

“Hoje trabalhadores e empresários industriais estão excluídos no Brasil”, afirmou o ex-ministro e professor da Fundação Getúlio Vargas, Bresser-Pereira, durante o debate “Indústria e Desenvolvimento” nesta terça-feira (15), em São Paulo. Clemente Ganz, do Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e Marilane Teixeira, pesquisadora da Unicamp, também foram palestrantes do evento organizado pela Fitmetal e pela CTB.

Dados do Dieese apontam que 2017 pode ser o 4º ano consecutivo de queda no emprego metalúrgico, fato inédito entre a categoria. A queda na produção industrial extinguiu 326 mil empregos no ano passado. A indústria automobilística voltou a patamares de produção registrados em 2005.

Regulação da mídia é censura?

Aspectos ditatoriais no Brasil de hoje

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site Brasil Debate:

Por que um continente com tantas riquezas como a América Latina tem tanta pobreza? Bernardo Kliksberg em seu livro “Como enfrentar a pobreza e a desigualdade? Uma perspectiva internacional”, publicado pela Editora Fundação Perseu Abramo, tenta recolocar no debate essa questão. A resposta do autor é que os índices de pobreza estão ligados à desigualdade, ou melhor, existe pobreza porque existe desigualdade. Inclusive, o autor aponta que se as ditaduras militares na América Latina não tivessem promovido um modelo de desenvolvimento que propiciasse o crescimento da desigualdade, ao fim destas ditaduras a quantidade de pessoas que padeciam da pobreza teria sido a metade na região.

Nenhum tucano preso na Lava Jato; nem será!

Por Daniel Giovanaz, no jornal Brasil de Fato:

Uma das principais críticas à operação Lava Jato é a seletividade. Ou seja, a ideia de que os juízes e procuradores interpretam os indícios de maneira diferente, conforme o nome do réu ou o partido político envolvido nas denúncias.

PT, PSDB e PMDB foram os que mais receberam dinheiro de empresas citadas na Lava Jato. Os partidos se defendem dizendo que as doações foram feitas conforme a lei. Entre os três mais citados, apenas o PSDB não teve nenhum dos membros preso.

O senador Aécio Neves é o único político tucano com abertura de inquérito solicitada pela Procuradoria Geral da República. E os indícios contra ele não são poucos.

A Marina Silva que se esconde nos detalhes

Por Renato Rovai, em seu blog:

O sociólogo Luiz Eduardo Soares concedeu entrevista a BBC Brasil na qual trata da sua frustração em relação à parceria que teve com a ex-senadora Marina Silva.

Soares foi o primeiro presidente da Rede no Rio de Janeiro e apoiou Marina na eleição de 2014, tendo papel destacado na sua campanha.

Na opinião de Soares, ao decidir pelo apoio ao impeachment de Dilma, a ex-senadora jogou fora suas possibilidades de ser uma candidata com chances reais em 2018.

A culpa não é do povo

Por Caio Botelho, no site da UJS:

Os retrocessos civilizacionais em curso no Brasil são imensos e o governo golpista liderado por Michel Temer conta com a repulsa da quase unanimidade dos brasileiros, de acordo com as recentes pesquisas de opinião. Diante desse cenário, não é estranho perguntar: onde está, afinal, o povo? Como se mantém silente mesmo quando estão em jogo questões tão fundamentais, como os direitos trabalhistas e a garantia de sua aposentadoria?

Sem meias palavras: nazismo, nunca mais

Por Francisco Carlos Teixeira, no site Carta Maior:

Depois de seguidas manifestações de ódio racial, de gênero – misógino, feminicídio, homofobia, transfobia –, de brutais preconceitos contra regionais brasileiros, em especial nordestinos em grandes cidades do Sul-Sudeste, e agora de refugiados haitianos e sírios no Brasil, vimos com espanto o toque de reunir dos neonazistas na cidade de Charlottesville, na Virgínia, Estados Unidos.

Na Europa, Alemanha, Polônia, Hungria, Letônia, Ucrânia e Áustria são assoladas por grupos cada vez mais explícitos, numerosos e fortes, de homens e mulheres, que defendem uma agenda claramente fascista, ou mesmo nazista: claro ódio aos judeus, aos negros, ao povo LGBT, a tudo que surge como uma forma de alteridade – um outro, o “alter”, que deve ser negado e anulado em face de um “Nós” homogêneo, racialmente “limpo” e “superior”.

É o petróleo, estúpido!

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Hoje eu me deparei com um texto no blog do Nassif, assinado pelos economistas Leonardo Guerra e Günther Borgh, comentando a tal “conta petróleo”, que teria ficado positiva nos primeiros sete meses do ano. Fui pesquisar melhor o assunto e vi que essa conta-petróleo é um dado que a imprensa brasileira vem divulgando sem oferecer mais detalhes ao público e sem pedi-lo também ao governo.

No sistema Alice, o banco de dados oficial do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, aberto e público, não encontrei nenhum superávit.

Crimes contra a vida da dupla Alckmin-Doria

Por Alexandre Padilha, na revista Fórum:

Nesta semana nem a mídia tradicional, que elegeu e mantém a dupla tucana Alckmin-Doria, conseguiu esconder. As capas de dois jornais de grande circulação em São Paulo mostraram a insanidade das medidas adotadas por ambos contra a segurança das pessoas: “Mesmo com ações policiais, cresce o número de roubos na região da Cracolândia” – Estado de S. Paulo, 07/08. “Apenas 17% concluem internação em ação anticrack da gestão Doria” – Folha de S. Paulo, 08/08.

A política econômica de Temer fracassou

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A equipe econômica do governo Michel Temer vai refazer as contas para estabelecer nova meta de déficit de 2017 e 2018. Com receitas em permanente queda, o governo deve ampliar a meta do déficit deste ano, passando de R$ 139 bilhões para R$ 158 bilhões. Projeções também indicam que os investimentos do governo federal podem chegar ao final deste ano no menor nível em dez anos.

“Isso quer dizer que estamos na maior depressão da história econômica, maior do que a dos anos 30 do século 20. E, num cenário como esse, o investimento público tem que substituir o privado, porque o investimento privado é feito com base em expectativas do mercado. E numa depressão, as expectativas são muito negativas e pessimistas”, diz o professor do Instituto de Economia da Unicamp Fernando Nogueira da Costa.

O "outro mundo" da democracia brasileira

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

"É outro mundo". Foi essa a definição que a ex-ministra da Justiça da Alemanha, Herta Däubler-Gmelin, deu para o Brasil em sua passagem pelo país esta semana. Ela estava espantada com o fato de o presidente brasileiro não ter renunciado logo após a denúncia da PGR. Pobre, Herta. Mal sabe que isso é quase irrelevante perto da pornochanchada que tomou conta das instituições brasileiras.

Mas há quem acredite que está tudo normal. Quando a Câmara livrou Temer da denúncia de Janot por corrupção passiva, Gilmar Mendes comemorou a estabilidade que o engavetamento do caso trouxe ao país e ressaltou a normalidade do funcionamento das instituições: “Isso é uma questão da competência da Câmara. O sistema de ‘checks and balances’ (sistema de freios e contrapesos) está funcionando.”

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Sim, o Brasil pode se tornar uma Venezuela

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não importa quantos fatos incontestáveis a gente mostre sobre a Venezuela, esse bando de energúmenos que se tornou especialista no país vizinho só por assistir a Globo se recusa a enxergar.

No último capítulo (no post anterior), esta página propôs a seguinte questão aos leitores: entre uma pesquisa usada por TODA A COMUNIDADE INTERNACIONAL como REFERÊNCIA para comparar a qualidade de vida entre os povos (O Relatório do Desenvolvimento Humano, apurado pelas Nações Unidas) e uma pesquisa desconhecida feita por grupos políticos venezuelanos, a qual delas você daria mais atenção?

Brasil regride no combate à fome

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Versão-síntese do Relatório do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030 sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) mostra resultados extremamente preocupantes para o Objetivo 2 (Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura).

O relatório relembra que o acesso aos alimentos pela população em situação de maior vulnerabilidade apresentou avanços significativos no Brasil ao longo das duas últimas décadas, o que levou o país a deixar de ter a marca da fome como uma de suas principais mazelas sociais. Para isso, o aumento da renda dos extratos sociais pobres e de extrema pobreza e melhores índices de emprego, formalização, elevação dos salários (particularmente do salário mínimo) e fortalecimento da transferência de renda para a população em maior vulnerabilidade foram fundamentais. Outros pontos importantes, segundo o relatório, foram:

Doria, Bolsonaro e a marcha fascistoide

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Algumas pessoas de esquerda e democratas bem pensantes se apressaram em condenar a ovada que o prefeito João Dória recebeu em Salvador. Na verdade, os manifestantes soteropolitanos devem ser parabenizados, pois Dória merece ser alvo de muitas ovadas por ser um elemento provocador, desrespeitoso, estimulador do ódio, usando frequentemente uma linguagem e práticas que resvalam para a arruaça política. Dória precisa ser tratado como inimigo, já que ele trata as pessoas progressistas e de esquerda como inimigas.