sábado, 30 de setembro de 2017

Os estranhos “prêmios” da Lava-Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

[Da série Quem ganhou o golpe? 2ª parte: Os estranhos prêmios da Lava Jato. Leia todos os artigos da série clicando aqui.]

Após protestos de setores progressistas da comunidade jurídica brasileira, a University of British Columbia não concedeu prêmio à Lava Jato, uma das concorrentes ao prêmio Allard, oferecido pela faculdade de direito da instituição a projetos ligados à luta contra a corrupção.

Quem ganhou foi Khadija Ismayilova, uma jornalista do Azerbaijão, que trabalha para duas ongs financiadas pelo governo americano, com objetivo praticamente declarado de impor a visão americana sobre as regiões sob influência da Rússia: a Radio Free Europe, financiada 100% pelo governo americano, e que até 1972 era subsidiada diretamente pela CIA; a partir dessa data, o governo americano criou um fundo específico para financiar esse tipo de atividade; e a Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), financiada pelo Departamento de Estado, pela Open Society, do investidor George Soros, pelo Google e pela National Endowment for Democracy (uma outra organização subsidiada por verbas do governo americano).

A caixa de pandora do obscurantismo

Por Fábio Palacio, no site da Fundação Maurício Grabois:

E lá estamos nós, repentinamente, a assistir a tentativa de proibição judicial da livre manifestação do pensamento no interior das universidades públicas. É preciso notar que mesmo a ditadura militar de 1964 mostrou-se tímida na tentativa de interferir nos ambientes acadêmicos.

Tudo começou às vésperas do impeachment, com uma recomendação do Ministério Público Federal de Goiás para que a universidade federal daquele estado se abstivesse de sediar manifestações favoráveis à presidenta Dilma Rousseff. No despacho, o MPF fazia referência a um ato em defesa da democracia convocado por entidades acadêmicas e movimentos sociais, e que contou com a participação do reitor da UFG, Orlando Amaral.

Aécio, o PT e o dever da coerência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Um bom começo para quem deseja compreender o debate sobre o destino de Aécio Neves, afastado de suas funções parlamentares e punido com recolhimento domiciliar noturno em decisão por 3 votos a 2 da Primeira Turma do STF, é ouvir os argumentos dos deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Wadih Damous, (PT-RJ).

Como o leitor destas linhas deve estar informado, os dois são parlamentares de atuação combativa e exemplar, que honram uma Câmara tantas vezes comprometida pelo oportunismo e pela falta de escrúpulos. Reconhecem a importância crucial das denúncias contra Aécio, em grande parte apoiadas em diálogos gravados por telefone. Defendem que o senador seja investigado e julgado por cada de seus crimes - mas dentro do respeito absoluto à legislação em vigor, a começar pelos artigos 53 e 55 da Constituição Federal, que definem regras para punição e perda de mandato de parlamentares, reservando a palavra final ao próprio Legislativo.

Pré-sal e Alcântara no papo dos EUA

Professores debatem desafios da conjuntura

Do site da Contee:

A primeira mesa de debate do Consind, realizada dia 29, contou como expositores com o presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges; o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e a deputada federal Érika Kokay (PT-DF).

Altamiro considerou que “existe um momento de tensão do mundo, com crise prolongada do sistema capitalista, mudanças profundas no perfil de classe, tanto da burguesia (rentista, sem estado nacional, interessada unicamente no lucro, na ditadura do capital financeiro) quanto do proletariado (com o surgimento de novas técnicas de produção, precarização do trabalho, difícil mobilização e organização em torno de seus interesses). A democracia representativa conquistada pelos trabalhadores está em crise; suas instituições, em crise, não expressam o que ocorre na sociedade”.

Direita lança o “bolsa-coxinha”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Finalmente, a Folha mostra hoje o esboço do “fundo” que o banqueiro Eduardo Mufarrej e que, diz ele, “com a disposição de colaboradores como o apresentador Luciano Huck, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, o publicitário Nizan Guanaes, o empresário Abílio Diniz e o ex-técnico de vôlei Bernardinho.”.

Durante um tempo não especificado, os escolhidos” dos empresários receberão uma bolsa de R$ 5.000 para se prepararem para serem candidatos. Nada de militância social, nada de sindicatos de sua categoria, nada de associações de bairro, nada de luta por direitos, não.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Mídia e Justiça são gatinhos contra Aécio

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não é novidade o tratamento que a mídia e a Justiça dão para petistas em geral em comparação com o que dão para tucanos em geral, mas a comparação entre os casos de Lula e Aécio ultrapassa todos os limites do razoável.

Na última quarta-feira, o STF decidiu reinstaurar decisão do ministro Edson Fachin contra o senador pelo PSDB de Minas Gerais tomada em maio último, quando eclodiu a delação de Joesley Batista.

Para tanto, a primeira turma do STF – composta pelos ministros Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso – decidiu afastar o tucano do Senado e confiná-lo em sua residência à noite.

A vingança neoliberal contra o trabalhador

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

Interrompido pela vitória de Lula em 2002, o neoliberalismo no Brasil sofreu renhida resistência da classe trabalhadora. O breve governo Collor (1990-1992) tentou introduzi-lo no país. Mas sem bases política e social e enredado nos velhos e tradicionais esquemas antirrepublicanos das elites políticas e econômicas nacionais foi dragado por uma crise que lhe consumiu até ser afastado da Presidência da República por um impeachment, o que o impediu de levar a cabo o projeto para o qual foi eleito.

O general Mourão e a maçonaria no Brasil

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – general Mourão coloca Maçonaria na mira

As declarações do general Antônio Hamilton Mourão em uma Loja Maçônica do Distrito Federal foram amplamente cobertas pela mídia. Passou em branco o local da manifestação e as relações políticas da maçonaria no país.

Em Portugal, a Maçonaria teve papel central nas movimentações que resultaram na prisão e na destruição política de José Sócrates, ex-primeiro ministro de tendência socialista. Ressurgiu como poder político, não se sabe se efetivo ou superdimensionado pelo caráter misterioso dos maçons.

Cuiabá sedia encontro de ativistas digitais

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A Mídia, o Judiciário e a Democracia Brasileira serão temas do II Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais do Mato Grosso, que ocorre neste final de semana, em Cuiabá. A atividade reunirá jornalistas e juristas nos dias 29 e 30 de setembro, no Centro Cultural da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), com entrada franca.

A derrota da Lava-Jato no prêmio Allard

Por Eugênio Aragão, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não nos iludamos. O Prêmio Allard da Universidade de British Columbia, no Canadá, é um instrumento ideológico da economia global, que busca colocar países emergentes sob o denominador das economias centrais.

O tal “Combate à Corrupção” é mais um cavalo de batalha do imperialismo mercantil. Podem as economias centrais ver, no caso delas, a corrupção como comportamento desviante que enfraquece o standing das grandes corporações do capital em suas complexas sociedades.

Mídia monopolista é barreira pra democracia

Por Emílio Pio, no site do FNDC:

A concentração dos meios de comunicação é uma das barreiras enfrentadas pela democracia do Brasil. A mídia tradicional é controlada por conglomerados empresariais que estão ligados não somente a interesses editoriais, mas também a interesses privados de uma elite influente.

De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia 2016, realizada pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), a TV é o meio de comunicação mais acessado pelos entrevistados, sendo mencionada pela quase totalidade da amostra. Pouco mais de três quartos dos entrevistados assistem TV todos os dias da semana. As emissoras da TV aberta são as mais assistidas, principalmente a Rede Globo. Aproximadamente 73% dos entrevistados afirmaram assistir a TV Globo.

O debate estratégico sobre o papel da mídia

Por Joana Tavares, no jornal Brasil de Fato:

A mídia esteve e está no centro do golpe em curso no Brasil e também aparece com prioridade em planos de emergência e formulações sobre um novo projeto para o país. Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, participou da formulação do Plano Popular de Emergência, da Frente Brasil Popular, e também integra o grupo de comunicação do Projeto Brasil, outra iniciativa que busca refletir sobre que tipo de mudanças o país precisa para sair das diversas crises que enfrenta.

Confira sua análise sobre o que está sendo debatido por esses movimentos e também quais os desafios para uma imprensa contra hegemônica no quadro atual.


Um ano de retrocesso na indústria

Por Marcelo P.F.Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

A indústria de transformação brasileira segue com desempenho bastante preocupante ao longo de 2017. De acordo com análise publicada recentemente pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (leia aqui), no acumulado dos doze meses terminados em junho, foi registrada uma queda de 2,2% da produção física da indústria de transformação, a qual resultou de uma redução generalizada entre as quatro faixas de intensidade tecnológica avaliadas.

O pano de fundo das eleições na Alemanha

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A chanceler alemã, Angela Merkel, colheu uma vitória amarga nas eleições legislativas realizadas no último domingo, 24. A coligação que encabeçou (CDU e CSU) obteve apenas 32,9% dos votos, recuando 8,6% em relação ao pleito anterior. Ela terá dificuldades para compor um novo gabinete, uma vez que os sociais-democratas do SPD (com outro resultado magro, de 20,5%) decidiram abandonar o barco do governo, que já está fazendo água, e engrossar as fileiras da oposição.

A novidade ficou por conta da extrema direita, que pela primeira vez deste a derrota do nazismo em 1945 será representada no Parlamento. Seu partido, intitulado Alternativa para a Alemanha (AfD), ficou com mais de 12,6% dos votos válidos. A legenda de esquerda Die Linke conquistou cerca de 9%.


ONG de Luciano Huck é condenada

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Cotado em alguns círculos até para ser candidato à presidência em 2018, o apresentador da Globo Luciano Huck volta a se ver envolvido em um polêmica, agora relacionada à sua ONG, a Criar que, em parceria com a Brax Brazilian Experience, foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a pagar indenização por danos morais e materiais por não pagarem o prêmio, uma bolsa de estudos nos Estados Unidos, ao vencedor de um concurso promovida por ambas, em 2013.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

EUA adotam a estratégia da tensão

Por Albano Nunes, no blog Resistência:

Será que a política dos EUA é fundamentalmente determinada por um presidente “paranoico” e por uma administração “incoerente e errática”? Essa tem sido fundamentalmente a visão promovida pela comunicação social dominante que, passando ao lado da natureza de classe do sistema de poder norte-americano, dá cobertura e banaliza os mais graves atentados dos EUA à Carta da ONU e ao Direito Internacional.

A controvérsia sobre a desigualdade no Brasil

Editorial do site Vermelho:

Um estudo sobre distribuição de renda no Brasil, feito pelo instituto World Wealth and Income Database, levou alguns partidários do neoliberalismo de plantão a tentarem atacar uma conquista obtida pelo povo brasileiro na última década: a diminuição da desigualdade.

O caso do estudo do World Wealth and Income Database serve como uma luva para o debate. O estudo é realmente científico e seria leviandade tentar desqualificá-lo. Ele suscita um debate importante sobre os critérios usados quando se trata de distribuição de renda. E mostra, realmente, a extrema concentração que ocorre no Brasil, da renda e da propriedade.

Por que o odiado Temer não cai?

Por Pedro Paulo Zahluth Bastos, na revista CartaCapital:

Comecei há cerca de um mês meu ano sabático como professor visitante na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Isso explica tanto a descontinuidade da coluna quanto meu tema de hoje. Volta e meia tenho que explicar por aqui porque um presidente ilegítimo e corrupto não cai. Ele não só foi gravado em uma conversa noturna que levou à entrega filmada de uma mala de dinheiro a um enviado, o deputado Rodrigo Rocha Loures, como é o mais impopular da história das pesquisas modernas de opinião no Brasil.

STF põe fim às escolas públicas brasileiras

Por Elika Takimoto, no blog Cafezinho:

Está faltando amor no mundo mas também interpretação de texto, como disse Sakamoto. Acrescento: está faltando claramente contextualizar as informações.

Desde que tiraram Dilma da presidência, não economizamos em alertas de que o que motivou a interrupção do mandato não foi as tais pedaladas e muito menos a vontade de acabar com o corrupção do país. Basta olhar o histórico e a ficha de nossos deputados, senadores e daqueles muitos que vestiram a camisa da CBF para pedir o impeachment e veremos os interesses por detrás de tudo. O que queriam era instaurar um governo conservador – que jamais conseguiria vencer nas urnas – cuja base econômica está no agronegócio, historicamente alheio à questão nacional e à democracia. Quem nos governa hoje é o capital financeiro cuja articulação multinacional é a principal ameaça ao conceito de Estado-nação, como todos estamos testemunhando.