quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Bolsonaro e a facada do Datafolha

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O desempenho de Jair Bolsonaro no Datafolha se deve à sua capacidade de se superar no sentido da iniquidade.

Foi de 22% para 24%, dentro da margem de erro, portanto.

A rejeição, porém, foi de 39% para 43%. Perde para todos os concorrentes no segundo turno.

Bolsonaro chegou ao teto e não passa dali.

Carta de Lula ao Povo Brasileiro

Foto: Ricardo Stuckert
Do site Lula:

Curitiba, 11 de setembro de 2018

Meus amigos e minhas amigas,

Vocês já devem saber que os tribunais proibiram minha candidatura a presidente da República. Na verdade, proibiram o povo brasileiro de votar livremente para mudar a triste realidade do país.

Nunca aceitei a injustiça nem vou aceitar. Há mais de 40 anos ando junto com o povo, defendendo a igualdade e a transformação do Brasil num país melhor e mais justo. E foi andando pelo nosso país que vi de perto o sofrimento queimando na alma e a esperança brilhando de novo nos olhos da nossa gente. Vi a indignação com as coisas muito erradas que estão acontecendo e a vontade de melhorar de vida outra vez.

Bolsonaro é o Trump brasileiro?

Por James N. Green, no site Carta Maior:

Não é surpresa para ninguém que Donald Trump esteja fora de controle.

As seções do novo livro de Bob Woodward, Medo, que foram divulgadas na semana passada, confirmam o que é amplamente conhecido: o presidente é um maníaco egocêntrico com a personalidade de uma criança de sete anos. Creio que o jovem D. Pedro II era muito mais maduro quando foi aclamado imperador em 1831 aos cinco anos de idade.

Mulheres se unem para frear Bolsonaro

Da Rede Brasil Atual:

Três dias bastaram para unir mais de 700 mil mulheres com um só objetivo: impedir a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). No domingo, em meio ao temor de que o ataque com faca ao candidato aumentasse as intenções de voto nele, surgiu no Facebook o grupo de discussões “Mulheres contra Bolsonaro”.

De todos os cantos do Brasil, a maioria dessas mulheres reunidas neste grupo fechado - só entra quem é convidada ou aceita pelas administradoras - quer que, no primeiro turno, as colegas votem em quem quiserem, menos no candidato do PSL. E, caso ele alcance o segundo turno, votem no adversário do militar, seja quem for.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Ofensiva golpista e a contradição nacional

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Um conceito fundamental da interpretação do Brasil nos ajuda a compreender a dimensão da destruição em curso causada pela ofensiva desencadeada pelo golpe. 

Caio Prado Júnior iniciou sua grande obra, "A Formação do Brasil Contemporâneo", com a afirmação: "Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um certo 'sentido'. Este se percebe não nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem num largo período de tempo". Ao tratar de todo o "sentido" da colonização brasileira identificou o conflito central que marca nossa história, como sendo a contradição entre a nação e a não nação.

Prisão de Richa beneficia aliado dos Moro

Por Ricardo Costa de Oliveira, no blog Viomundo:

A prisão da família Richa, uma vez que a política tradicional paranaense é operada por famílias, representa mais um cálculo do partido político do judiciário e das fases da Lava Jato.

Muito tarde e muito pouco.

Já deveriam ter sidos presos há vários anos, pelo menos desde o massacre dos professores.

A notícia da prisão de Beto Richa, Fernanda Richa e de José Richa Filho, o Pepe, super-secretários na gestão anterior, beneficia diretamente a candidatura senatorial de Flávio Arns, aliado próximo de Rosângela Moro, esposa do juiz Sérgio Moro e também ofusca as manchetes políticas do dia sobre Haddad e Lula, em Curitiba, em um momento em que Haddad precisa de visibilidade para subir nas pesquisas ao lado de Lula.

Ditadura Globo-Lava Jato num beco sem saída

Por Jeferson Miola, em seu blog:

As pesquisas eleitorais confirmam que todos os arbítrios perpetrados contra Lula não surtiram os efeitos planejados pela ditadura Globo-Lava Jato.

É ainda mais paradoxal: aconteceu exatamente ao contrário do esperado. A cada dia fica mais claro que a ditadura se encontra num beco sem saída. Além de não ter nenhuma chance de vencer a eleição de outubro, assiste passivamente ao triunfo político, eleitoral e moral do Lula.

A respeito das novas mentiras de Palocci

Do site de Dilma Rousseff:

Sobre as velhas declarações de Antonio Palocci, exibidas mais uma vez como novas pela Rede Globo de Televisão, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff informa:

1. Em todos os períodos eleitorais do qual a Presidenta participou, a Rede Globo criou factóides a fim de atingir a imagem, a honra e a autoridade política de Dilma Rousseff. Foi assim em 2010, 2014 – nos dois turnos – e, agora, em 2018.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O 'jornalismo' não vê o salto de Haddad

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Jair Bolsonaro passou de 22 a 24% no Datafolha. Estatisticamente, como já se disse, nada diante da megaexposição depois da facada recebida em rede nacional de TV.

Ciro Gomes, de 10 para 13%, um resultado por certo expressivo, que muito tem a ver com a guinada de seu discurso para a defesa de Lula.

Mas Fernando Haddad dá um salto espetacular, passando de meros 4% para 9% e empatando estatisticamente com o “bolo” formado em segundo lugar pelo próprio Ciro, Marina Silva e Geraldo Alckmin.

Bolsonaro é candidato do setor financeiro

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

“Bolsonaro é uma contradição”, diz a economista Leda Paulani. O motivo está no fato de o candidato do PSL ser alguém de origem militar, mas que abriu mão de pautas em defesa da soberania e do desenvolvimento nacional para agradar o mercado. Ao aproximar-se do guru Paulo Guedes, ele abraça o liberalismo econômico, mas ignora valores liberais, como respeito à individualidade e às crenças. “Juntou o pior dos dois mundos”, resume. Uma combinação que o financismo não rejeita, ao contrário.

“Eu não tenho nenhuma dúvida de que agora todo o setor financeiro vai cair de boca no Bolsonaro”, aposta Leda, que é professora da USP.

Toga e farda irmanadas na escalada fascista

ONU acusa Brasil de ‘má-fé’ contra Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Pela segunda vez o Comitê de Direitos Humanos da ONU exorta o Brasil a respeitar o Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos e acusa o país de violar os direitos humanos de Lula, a quem chama de vítima, e de violar a Convenção de Viena sobre Tratados internacionais. A ONU reafirma, em nota, que o Brasil tem obrigação de cumprir o tratado que assinou.

Veto militar a Lula é um risco para o país

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao colocar as Forças Armadas no papel de guarda armada da Operação Lava Jato, o general Villas Boas compromete a função da instituição num regime democrático e prepara uma armadilha para o futuro dos militares brasileiros.

O veto a Lula representa um retorno ao projeto tacanho e autoritário de várias gerações de comandantes militares que tiveram um triste papel em nossa história política. Tentaram impedir a candidatura de Juscelino em 1955 e a posse de Jango em 1961, quando colocaram o país às portas de uma guerra civil. Organizaram o golpe de 64, pressionaram pelo AI-5 em dezembro de 1968 e, como se não fosse suficiente, em 1969 assumiram o governo num golpe dentro do golpe, entrando para o anedotário com o apelido divertido e corajoso de Três Patetas, criado por Ulysses Guimarães, primeira liderança civil da redemocratização.

Vamos conversar sobre fascismo e ódio?

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Todos, independentemente da opinião que têm sobre este ou aquele político ou partido, precisam parar, respirar fundo e recompor suas posturas e comportamentos, sem precisar abrir mão de suas opiniões, antes que seja tarde demais para o convívio entre diferentes. Ter uma visão crítica sobre os acontecimentos - mesmo sobre aqueles que vão ao encontro das suas opiniões - é fundamental neste momento.

Ao longo desse conturbado processo político que o Brasil vive, pelo menos desde 2013, um fenômeno perigoso tem sido o protagonista: o discurso de ódio. Ele emergiu das profundezas para se tornar o principal ingrediente da acirrada disputa entre dois projetos antagônicos de país, de sociedade.

Globonews e a miséria do jornalismo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A entrevista de Fernando Haddad à bancada da Globonews é reveladora de um dos vícios mais entranhados no jornalismo brasileiro: a incapacidade dos entrevistadores de analisar realidades complexas.

Eles fazem um tipo de pergunta padrão e esperam uma resposta padrão para a qual já tem engatilhada uma tréplica padrão. Quando o entrevistado sofistica um pouco a análise e inclui outros elementos na resposta, provoca um curto-circuito nas cabeças dos entrevistadores. E eles não sossegam enquanto não receber a resposta padrão, para poderem rebater com a tréplica padrão.

O esgotamento da Nova República

Por Gustavo Zullo e Jaime León, no site Brasil Debate:

Entendemos que a crise que atravessa o país vá para muito além de uma “mera” crise política ou de uma crise econômica iniciada a partir da atuação de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Apresentamos brevemente a hipótese de que a crise atual expressa um estágio avançado do esgotamento da Nova República, período histórico de conciliação de classes que se assentou sobre uma base econômica já em declínio - o que, economicamente, deve ser compreendido desde duas perspectivas.

O desafio de pacificar o país

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Nos dias que precederam o impeachment da ex-presidente Dilma, justificando a medida que lhe presentearia com o governo, a pretexto de punir corriqueiras pedaladas fiscais, o presidente Temer fez pregação correta que não teria capacidade de cumprir. “Alguém precisar ser capaz de pacificar e reunificar o país”.

Se ela não foi, ele, muito menos. Mas já não importa, porque será de todos, e sobretudo do futuro presidente, o desafio de pacificar um pais que, tal como indicado pelo atentado contra o candidato Bolsonaro, segue marchando para a radicalização e a cisão, vizinhas da barbárie.

Bolsonaro e o antagonismo político

Por Pedro Estevam Serrano, na revista CartaCapital:

O lamentável ataque ao deputado e candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) nos impele a uma imprescindível reflexão sobre a fragilidade do momento político e social que atravessamos.

Chantal Mouffe, uma das mais importantes teóricas da política contemporânea, observa muito precisamente que, diferentemente do que gostaríamos, a política não é mero debate racional de ideias pelo qual se chega ou se pretende chegar a um consenso. A ação política é também orientada por afetos, paixões e sentidos de diversas naturezas, ou seja, é muito mais ambiente afetivo do que de consenso racional e, justamente por isso, é feita de disputas.

Bolsonaro, Amoêdo e Alckmin são perigo

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Temos que fugir como o diabo da cruz não apenas do Bolsonaro, mas também do Amoêdo e do Alckmin. Essa gente é um perigo muito grande para o Brasil. Eles vão nos condenar ao subdesenvolvimento de longo prazo”.

A advertência é de Luiz Carlos Bresser-Pereira em entrevista ao Tutaméia [confira os detalhes no vídeo]. Para ele, existem hoje “dois candidatos muito bons: Lula/Haddad e Ciro”. Ambos, diz, adotam em seus programas propostas do novo desenvolvimentismo e “têm condições de governar o Brasil”.

domingo, 9 de setembro de 2018

As eleições e a linguagem do povo

Por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

As eleições deste ano buscam sensibilizar um eleitorado no qual 49% dos que têm mais de 25 anos ainda não completaram o ciclo do Ensino Fundamental (IBGE); no qual 95 milhões de brasileiros têm renda de até R$ 14 por dia (46%) e 41 milhões, renda entre R$ 14 e R$ 21 por dia (20%); no qual 13,7 milhões de desempregados se somam aos milhões que perderam as esperanças de encontrar uma vaga.

Buscar mantê-los na ignorância, doutriná-los por meio da televisão, controlá-los pela violência parece ser a alternativa adotada pelos donos do poder para tentar submetê-los à sua vontade. Segundo eles, as questões sociais não cabem no orçamento público e os pobres têm de ficar no seu lugar.