domingo, 7 de abril de 2019

As codornas do jornalismo estão de volta

Por Leandro Fortes

Nos governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, era muito comum um tipo de assédio a parlamentares no Congresso Nacional levado a cabo por uma turma de alegres repórteres – homens e mulheres – que saltitavam em torno de deputados e senadores quando estes circulavam pelos salões Verde e Azul do parlamento.

Tratava-se de uma bajulação grotesca, um tipo de pantomima que incluía afetadas saraivadas de elogios ridículos ("líder, seu discurso foi simplesmente maravilhoso") e falsas observações estéticas ("senador, vem cá para eu arrumar essa gravata"), ao mesmo tempo em que se criava em torno dos bajulados uma ciranda de puxa-sacos ciscando na porta dos plenários.

Lula, muito além da política

Rio de Janeiro, 07/4/19. Foto: Jorge Pereira/Mídia Ninja
Por Lu Sudré, no jornal Brasil de Fato:

Há quase um ano sem contato direto com o que acontece do lado de fora das paredes da Polícia Federal de Curitiba, em um silêncio forçado, Luiz Inácio Lula da Silva causa impacto na vida de muitos brasileiros. Aos 73 anos, o ex-presidente continua a despertar sentimentos e opiniões opostas.

De um lado, aqueles que reconhecem que grande parte da população foi beneficiada por suas políticas públicas. São os que sentiram na própria pele como as condições de vida melhoraram durante seus governos. Do outro, os que reproduzem um discurso de que Lula é um atraso para o país e, a todo custo, tentam manchar sua imagem. Tal dualidade é constante na vida política do ex-presidente, mas, sua importância na história do país é inegável. São diversos os motivos que fazem com que Lula não caia no esquecimento da população e não saia dos holofotes da mídia.

Sergio Moro: Este sim é o culpado

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Nada de mais fácil entendimento do que a entrega do ministério da injustiça, com amplos poderes de investigar quaisquer cidadãos, a alguém que com a Justiça não tem o mais pálido achego. Em compensação Sérgio Moro e sua Lava Jato são os primeiros responsáveis pela desgraça que se abate sobre todos nós, cientes ou não. O prêmio a Moro dispensa explicação. Ninguém como este oportunista recalcado e provinciano, disposto a se atribuir alcances impensáveis e a mantê-los com o beneplácito de uma suprema corte de fancaria, foi tão eficaz para atingir o objetivo principal do golpe urdido desde antes do impeachment de Dilma Rousseff à sombra da inquisição curitibana: eliminar Luiz Inácio Lula da Silva do cenário político. A viagem do processo capaz de unir a tantos em nome desse denominador comum demora cerca de cinco anos para juntar passageiros díspares, de Eduardo Cunha a Michel Temer, dos chamados ministros do STF à mídia nativa, dos delatores acovardados a Antonio Palocci para nos conduzir à eleição de Jair Bolsonaro e sua turma tresloucada. Recheada também de generais entreguistas que por ora o mantêm na Presidência. Nisso tudo campeia Sérgio Moro.

Doria sabota feira da reforma agrária do MST


A Feira da Reforma Agrária, que vinha se consolidando no calendário de maio da cidade de São Paulo, será adiada. De acordo com João Paulo Rodrigues, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), responsável pela feira, o governo Doria não liberou o Parque da Água Branca, na zona oeste da capital, para a quarta edição do evento, programada para os dias 2 a 7 do próximo mês. Com isso, a feira deverá ser realizada apenas em agosto.

Por que têm tanto medo de Lula Livre?

Em Fortaleza, centenas de pessoas foram às ruas hoje pela
liberdade de Lula e em defesa da democracia. Foto: Mídia Ninja
Por Luiz Inácio Lula da Silva, no Blog do Renato:

Faz um ano que estou preso injustamente, acusado e condenado por um crime que nunca existiu. Cada dia que passei aqui fez aumentar minha indignação, mas mantenho a fé num julgamento justo em que a verdade vai prevalecer. Posso dormir com a consciência tranquila de minha inocência. Duvido que tenham sono leve os que me condenaram numa farsa judicial.

O que mais me angustia, no entanto, é o que se passa com o Brasil e o sofrimento do nosso povo. Para me impor um juízo de exceção, romperam os limites da lei e da Constituição, fragilizando a democracia. Os direitos do povo e da cidadania vêm sendo revogados, enquanto impõem o arrocho dos salários, a precarização do emprego e a alta do custo de vida. Entregam a soberania nacional, nossas riquezas, nossas empresas e até o nosso território para satisfazer interesses estrangeiros.

Se a eleição fosse hoje, Bolsonaro perderia

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A provável demissão de Ricardo Vélez seria um episódio de importância crucial num governo bem constituído, preocupado com as questões relevantes do país.

A verdade é que, em três meses de gestão, pudemos aprender que a Educação está longe de ocupar o lugar merecido em qualquer governo brasileiro.

Como a própria nomeação de Vélez deixou claro, sua função, no Planalto de nossos dias, é funcionar como um aparelho ideológico para o padrinho, Olavo de Carvalho. A Educação, aqui, era e continuará sendo um ministério de valor zero enquanto sua função for alimentar as lutas estúpidas do bruxo da Virgínia.

Carta do povo brasileiro ao presidente Lula

Lava-Jato e a crônica da destruição do país

Por Gustavo Noronha, no site Carta Maior: 

A operação Lava Jato e suas diversas fases desvendaram grandes casos de corrupção no Brasil e se tornaram um fetiche nacional. Um dos pontos mais curiosos é que sendo ao mesmo tempo Brasil rota do tráfico internacional de drogas e grande mercado consumidor de drogas (o que também torna o país importante destino do tráfico internacional de armas), todos os desdobramentos desta operação que tem seu nome derivado da descoberta de uma grande lavanderia de dinheiro só tenha tido novas fases relacionadas apenas à corrupção política.

Um ano da prisão política de Lula

'Rainha da Retomada' põe as barbas de molho

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como sabe quem acompanha suas colunas, Miriam Leitão é, desde o golpe de 2016, a “rainha da retomada da economia”, sempre achando que a fórmula que nunca deu certo daqui a algum tempo trará de volta o progresso.

Portanto, quando ela diz que os sinais de alarme se acendem na atividade econômica, sinal que a coisa é séria.

Libertação de Lula virá da política

Arte: Gladson Targa
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O segundo golpe político dado contra o PT e contra o Brasil desde 2016, o golpe da prisão do ex-presidente Lula, chega a 365 dias. Um ano inteirinho desde que, não um homem, mas um projeto político e social foi encarcerado. Lula não foi preso pela lei e pela Justiça; foi preso pela política. A Justiça fez o que a política queria. Para libertar Lula, portanto, a política terá que dar a ordem à Justiça.

Economia da direita mostra a cara da pobreza

Editorial do site Vermelho:

O relatório do Banco Mundial divulgado quinta-feira (4) mostrando que a pobreza aumentou no Brasil entre 2014 e 2017, atingindo 21% da população (43,5 milhões de pessoas), é uma espécie de atestado de que a fórmula econômica dos golpistas e da extrema direita vitoriosa nas eleições de 2018 é um atentado ao povo. É a conhecida receita neoliberal, apresentada ao mundo como milagrosa pelos governos de Margareth Thatcher (Inglaterra) e Ronald Reagan (Estados Unidos) nas décadas de 1970 e 1980, a pregação radical de que as “forças de mercado” substituiriam com sucesso a “vontade dos governos”.

sábado, 6 de abril de 2019

Até Olavo de Carvalho já descarta Vélez

Por Altamiro Borges

A situação de Ricardo Vélez Rodríguez, o colombiano adulterado que paralisou totalmente o Ministério da Educação com suas atitudes fascistas, complicou-se de vez. Até o seu mentor intelectual, Olavo de Carvalho, decidiu defecá-lo. Após a sinalização do “capetão” Jair Bolsonaro de que vai exonerar o “sinistro” incompetente na próxima segunda-feira (8), o astrólogo de Virgínia postou em seu perfil no Facebook que não irá lamentar o melancólico fim do seu pupilo:

"Conheci o Prof. Vélez por seus livros sobre a história do pensamento brasileiro, publicados mais de vinte anos atrás. Nunca tomei conhecimento das suas obscenas tucanadas e clintonadas, que teriam me prevenido contra seu comportamento traiçoeiro... Não vou fazer nada contra ele, mas garanto que não vou lamentar se o botarem para fora do ministério".

Quem paga os robôs do bolsonarismo?

Por Altamiro Borges

Na avalanche de fake news que estimulam o ódio nas redes sociais, o bolsonarismo não conta apenas com milicianos de carne e osso. Como já se suspeitava, boa parte das postagens criminosas é disparada por “robôs”. Isto acaba de ser comprovado por um estudo feito pela Universidade de Indiana (EUA). O que não se sabe ainda é quem banca esse lixo virtual. Uma averiguação mais rigorosa até poderia resultar em processos judiciais e na prisão dos financiadores desses crimes. Mas é bom não nutrir ilusões. Nas eleições do ano passado, empresários picaretas – como os donos da Riachuelo e da Havan – financiaram disparos milionários e ilegais no WhatsApp em favor do presidenciável fascista do PSL. Mas nada foi feito até hoje contra esses jagunços virtuais.

Boçalidade fez do Brasil uma republiqueta

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Acompanhar a política brasileira é tão legal quanto passear num lixão atômico (…) Além do empobrecimento material, a contaminação envenena a cultura. Cinema, música, literatura e artes plásticas andam entorpecidos. Silêncio e renúncia são subprodutos da ruína atômica que Brasília erige” (Mario Sergio Conti, na Folha).

Foi tudo muito rápido.

Num outro sábado, um ano atrás, Lula era carregado pela multidão em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde tudo começou.

No mesmo dia, foi levado pela Polícia Federal para a cadeia de Sergio Moro em Curitiba.

1964 foi golpe, 2016 também

Por Rodrigo Perez Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Ninguém gosta de trazer a palavra “golpista” escrita na testa. É feio, não pega bem. Por isso, as experiências de ruptura políticas sempre têm sua memória disputada. Os que tomaram o poder se dizem “revolucionários”, ou “defensores da lei, da ordem e do interesse público”.

Ninguém aqui vai duvidar que “revolucionário” e “defensor da lei” soam aos ouvidos bem melhor que “golpista”. Já os que foram derrubados produzem outra memória e gritam “golpistas”, com o dedo em riste.

É necessário estabelecer um critério capaz de definir com mais rigor se uma determinada experiência de ruptura política pode mesmo ser definida como um golpe de Estado. É isso que tento fazer neste texto, em um exercício de síntese histórica.

Moro e Guedes, o sem lei e o sem planilhas

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

As discussões sobre tigres e tchutchucas serviram apenas para Paulo Guedes encontrar o álibi para se retirar da Comissão de Constituição e Justiça.

O ponto central da sabatina é óbvio: Guedes não apresentou em nenhum momento os microdados nos quais se baseou para sua proposta de reforma da Previdência. Em nenhum regime democrático e minimamente racional, toma-se decisão de tal natureza sem abrir os números. É o mínimo que se espera. Guedes continuou chutando estatísticas sem abrir os números.

Trump, Bolsonaro e os perigos da atualidade

Por Wladimir Pomar, no site Correio da Cidadania:

A vi­sita de Bol­so­naro a Trump ilu­minou com maior ni­tidez seu pro­jeto es­tra­té­gico de trans­formar o Brasil numa se­mi­colônia dos Es­tados Unidos. Não se trata apenas de su­bor­dinar as cor­rentes brasileiras de co­mércio aos in­te­resses norte-ame­ri­canos. Trata-se de abrir to­tal­mente as portas do Brasil à ação pre­da­tória das em­presas ca­pi­ta­listas norte-ame­ri­canas, in­cluindo a cessão de ter­ri­tó­rios e de áreas tec­no­ló­gicas es­tra­té­gicas, a exemplo da base de lan­ça­mento de fo­guetes de Al­cân­tara.

As políticas para gerar inclusão na cultura

Por Wagner de Alcântara Aragão, no site Brasil Debate:

Em cidades de grande e médio porte são consideráveis as atrações artísticas com entrada gratuita. Exposições em museus, rodas de conversa em bibliotecas, sessões de exibição de filme, feiras de artesanato, oficinas, shows musicais, entre outras atividades – promovidas pelo poder público ou por instituições do terceiro setor – representam possibilidade de acesso da população mais pobre a bens culturais.

Chilenos se revoltam contra capitalização

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em dia 31 de março, os chilenos foram mais uma vez às ruas de diversas cidades protestar contra o sistema de aposentadorias implantado no país pelo ditador Augusto Pinochet e que vem deixando os idosos em situação de penúria.

Por conta do sistema de capitalização imposto a mão de ferro em 1981, cada trabalhador chileno é obrigado a depositar de 10% a 15% de seu salário em uma conta particular que fica sob gestão de um dos cinco fundos privados de previdência (chamados lá de Administradoras de Fondos de Pensiones - AFP).