quinta-feira, 11 de julho de 2019

Por mínimo de decência, STF deve soltar Lula

Ilustração: Gladson Targa
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Não há dúvida de que as revelações do Intercept Brasil despertaram a consciência de inúmeros brasileiros que adormeciam embalados pelo mais recente salvador da pátria.

Pena que até agora não foram suficientes para retirar o Supremo Tribunal Federal de um sono profundo sobre a situação de Lula em Curitiba.

Vítima mais conhecida das maquinações ilegais de autoridades que deveriam, acima de tudo, preocupar-se em agir dentro da lei, Lula permanece trancafiado em sua cela minúscula, com direito a rápidas saídas para banhos de sol.

Vaza-Jato e a promiscuidade da Globo

Vladimir Netto e Moro no lançamento do livro sobre a Lava Jato
Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

A relação do jornalista Vladimir Netto, da Globo, com a Lava Jato é um escândalo dentro de um escândalo.

Conflito de interesses é a ponta de um iceberg.

A mulher dele, Giselly Siqueira, assessora especial de comunicação do Ministério da Justiça, de Sergio Moro, pediu demissão, informa Sonia Racy em sua coluna no Estadão.

Os motivos da saída não foram divulgados, mas é de se supor que seja instinto de sobrevivência: vazamento a caminho.

Sergio Moro pediu licença um dia antes para se “reenergizar”. Então tá.

Permanência de Fux no STF fica insustentável

Por Jeferson Miola, em seu blog:                               

As revelações do Intercept comprovam documentalmente que Luiz Fux era tratado como um velho parceiro; um grande amigo, um aliado da gangue da Lava Jato. Enfim, um “bom carioca” que convida a frequentar sua casa, como disse um deslumbrado e provinciano Deltan Dallagnol.

É de perguntar, ante tamanha efusividade do Dallagnol, se Fux não será um equivalente do “Uhu aha, o Fachin é nosso!”, o outro ministro do Supremo que também é “deles”.

Ninguém tem o direito de se opor às relações e vínculos pessoais, societários, de amizade ou afetivos que qualquer pessoa queira estabelecer na vida.

Um tapa na cara dos juízes brasileiros

Por Marcelo Semer, na revista Cult:

A publicação de uma longa reportagem na revista Veja deste fim de semana, com um resumo das mais comprometedoras mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil, levou o escândalo já conhecido como Vaza Jato a um novo patamar. A publicação da editora Abril assumiu ter tratado Sergio Moro como herói, dedicando-lhe cinco capas laudatórias. Com o extrato das conversas flagradas no Telegram, todavia, assinalou em editorial: “Não se pode fechar os olhos ante as irregularidades cometidas”.

A tropa de choque de Moro no Congresso

Reprodução do Twitter de Luciano Hang
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Na sexta, logo após saírem as novas revelações da Vaza Jato publicadas pela Veja em parceria com Intercept, Luciano Hang apareceu ao lado de Sergio Moro dizendo que “o Brasil o ama”. Ele agradeceu as palavras e não demonstrou qualquer constrangimento em aparecer amistosamente ao lado de um condenado por lavagem de dinheiro que deve milhões à Receita Federal e ao INSS. Ninguém pode se dizer surpreso. O dono da Havan simboliza muito bem a atual base de apoio de Sergio Moro.

O filho de Luiz Fux e o filho de Bolsonaro

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Em abril de 2016, Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou com o procurador Deltan Dallagnol e prometeu apoio à Operação Lava Jato. “In Fux we trust”, comemorou na época o então juiz Sérgio Moro, em mensagem a Dallagnol. Chefe do hoje ministro da Justiça, Jair Bolsonaro pode dizer o mesmo que Moro daquele que assumirá o comando do STF em setembro de 2020.

Moro agia contra Lula; não contra corrupção

Por Cláudio Silva, no jornal Brasil de Fato:

O povo brasileiro não aceita corrupção na política. Atentos a isso, os comandantes da Operação Lava Jato se aliaram à mídia para popularizar suas ações. Se aproveitaram de estratégias e instituições criadas nos últimos anos para combater a corrupção na política. É preciso reconhecer os avanços, mas, mesmo com um longo caminho a percorrer, vale lembrar que o período de maior investimento no combate à corrupção foram nos governos de Lula e Dilma.

A "moeda" que negociou a sua Previdência

Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:

A aprovação em primeiro turno do texto-base da proposta de reforma da Previdência na Câmara mal foi concluída e já passou a ser chamada de “tratorada”, diante das artimanhas usadas pelo governo e sua base para comprar votos. Além do aumento de emendas no valor total de R$ 2 bilhões para R$ 3 bilhões para os deputados, hoje (10) o Executivo autorizou refinanciamento de dívidas de agricultores – a pedido dos ruralistas. E o ministério da Saúde liberou mais R$ 100 milhões em verbas para o setor em vários municípios.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Minha homenagem a Paulo Henrique Amorim

Bolsonaro, Vaja-Jato e golpe da Previdência

Barão de Itararé presta homenagem a PHA

Do site da Centro de Estudos Barão de Itararé:

Adeus, Paulo Henrique

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé se despede do jornalista e ansioso blogueiro Paulo Henrique Amorim. A notícia de sua morte, nesta quarta-feira, 10 de julho de 2019, nos deixou a todos consternados e tristes.

Jornalista com longa trajetória profissional, um dos mais importantes do país, dividiu com todos nós, do Barão, o desafio de construir uma organização que tem como centro a luta por uma comunicação mais democrática.

O sorriso afiado de Paulo Henrique Amorim

Por Renata Mielli, no site Vermelho:

E lá vamos nós de perdas em perdas, acumulando luto, tristeza e tendo que respirar fundo e seguir. Nem consigo imaginar como vamos continuar daqui para frente sem o seu comentário afiado, sem a sua sagacidade, suas sutilezas nem sempre tão sutis.

Paulo Henrique Amorim não foi apenas um dos maiores jornalistas do nosso país, ele foi um dos poucos jornalistas no exercício da sua profissão que não se acomodou na indústria dos mass media.

O Paulo sabia, talvez mais do que a maioria esmagadora de nós, como a notícia era fabricada dentro das emissoras de televisão. Como ela era conduzida para atingir objetivos.

"Paulo Henrique era um irmão", diz Mino

PHA: cai um pilar da resistência

Por Tereza Cruvinel

"Obrigado, querida, disso entendemos nós dois: sobreviver". Foi o que me disse Paulo Henrique Amorim no dia 24, em resposta à minha mensagem expressando solidariedade. Ele acabava de ser afastado do Domingo Espetacular pela TV Record, por pressão do governo intolerante, autocrático e autoritário de Bolsonaro. Eu havia dito, na mensagem, que ele era um pilar da resistência e vítima do disfarçado e não comentado expurgo de jornalistas que vem acontecendo no país, afastando da mídia os combativos, os que não se vergam. "Eles passarão, nós passarinhos, ainda vamos gorjear", eu disse ainda ele.

A morte de Paulo Henrique Amorim

PHA e o jornalismo que não se cala

Por Renato Rovai, em seu blog:

Foi-se o amigo, o companheiro de muitas batalhas, um dos mais irreverentes, o sarcástico e o gênio. Mas, mais do que isso, foi-se o jornalista que deixa como legado a coragem dos que não se calam. Paulo Henrique Amorim parte num momento péssimo. E provavelmente vítima dele e dos canalhas, canalhas, canalhas que o perseguiam.

Paulo foi sem sombra de dúvidas o jornalista mais processado deste período digital. Alguns processos, justificáveis. Como cada um de nós, ele também errava. A ampla maioria, de criminosos que não aceitavam que aquele baixinho carioca berrasse em alto e bom som o que lhes era merecido ouvir. E que o fizesse com um toque de humor que expunha as entranhas dos pulhas e popularizava o mal feito.

O jornalismo brasileiro ficou mais pobre

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A morte de Paulo Henrique Amorim, aos 77 anos, na madrugada desta quarta-feira (10) deixa um vácuo no jornalismo brasileiro. Vítima de um infarto fulminante no Rio de Janeiro. Amorim trabalhou nos veículos mais influentes da mídia nacional, inclusive Rede Globo. Conheceu de perto os barões da comunicação, frequentou seus bastidores e tornou-se um crítico afiado e mordaz do chamado quarto poder, tema que lhe inspirou um livro e inúmeras crônicas.

Os bagaços: de Cunha a Moro

Por Emiliano José

Fico olhando, de soslaio.

Quando há crise de hegemonia, a volatilidade das figuras políticas dominantes é altíssima.

Os de cima navegam entre o pragmatismo e a traição.

Valer-se de figuras sem princípios para atingir objetivos de um preciso instante torna-se regra.

Aliada a outra: descartá-las logo que percam utilidade.

Eduardo Cunha foi essencial no golpe contra Dilma, preservado enquanto conduzia-o "com Supremo e tudo", no dizer jucaniano.

Venezuela e a Operação Lava-Jato