Por Altamiro Borges
O consórcio de veículos de imprensa divulgou o número de mortos desta fatídica quarta-feira (31). É algo assustador, entristecedor, revoltante. O Brasil desgovernado pelo genocida Jair Bolsonaro voltou a bater recorde nessa conta macabra: foram registrados 3.950 óbitos nas últimas 24 horas.
Pela primeira vez desde o início da pandemia, o país anota mais de 20 mil mortes numa única semana. Março fecha como o pior mês da crise, com 66.868 óbitos. No total, o Brasil já contabiliza 12.753.258 casos e 321.886 óbitos por Covid-19 desde o início desta tragédia.
quarta-feira, 31 de março de 2021
Nas cordas, Bolsonaro tenta fuga pra frente
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Isolado em seu labirinto, soterrado por 300 mil mortos e um estrondoso fracasso econômico e gerencial, Bolsonaro empreendeu uma “fuga para a frente” com o sacolejão ministerial desta segunda-feira.
Rendeu-se mais uma vez ao Centrão sem contentá-lo e semeou uma crise militar com a demissão do general Fernando Azevedo do Ministério da Defesa, que levará à trocas dos comandantes das três armas.
Agora há uma trincadura em sua relação com os militares, e isso só fará aumentar as tensões.
O safanão que ele deu no tabuleiro para mostrar-se dono da agenda e da iniciativa não trará qualquer alívio para a grande agrura da população, que anseia por vacina, emprego e renda.
Serviu, porém, para nos mostrar que ele não dispõe do conjunto das Forças Armadas para o autogolpe que continua desejando, embora elas também não tenham coesão para liderar ou somar-se a um movimento para encerrar o trágico experimento que é seu governo.
Isolado em seu labirinto, soterrado por 300 mil mortos e um estrondoso fracasso econômico e gerencial, Bolsonaro empreendeu uma “fuga para a frente” com o sacolejão ministerial desta segunda-feira.
Rendeu-se mais uma vez ao Centrão sem contentá-lo e semeou uma crise militar com a demissão do general Fernando Azevedo do Ministério da Defesa, que levará à trocas dos comandantes das três armas.
Agora há uma trincadura em sua relação com os militares, e isso só fará aumentar as tensões.
O safanão que ele deu no tabuleiro para mostrar-se dono da agenda e da iniciativa não trará qualquer alívio para a grande agrura da população, que anseia por vacina, emprego e renda.
Serviu, porém, para nos mostrar que ele não dispõe do conjunto das Forças Armadas para o autogolpe que continua desejando, embora elas também não tenham coesão para liderar ou somar-se a um movimento para encerrar o trágico experimento que é seu governo.
Bolsonaro esticou demais a corda
Por Luis Felipe Miguel
O único nome de algum peso nas nomeações de ontem é o novo ministro da Justiça, reforço à ala mais truculenta do governo.
Bolsonaro esticou demais a corda e gerou a crise que culminou na dança das cadeiras de ontem - e que prossegue hoje, com os comandantes das três armas colocando os cargos à disposição.
Foi incapaz de manter a fachada de civilidade e racionalidade, que é tudo que "as instituições" esperam dele e de seu governo.
Seria talvez difícil para Ernesto Araújo se "reinventar" como um sujeito equilibrado, mas Bolsonaro poderia tê-lo substituído antes, sem esperar que a situação se tornasse explosiva.
Mas para isso Bolsonaro também teria que se reinventar - e ele parece incapaz disso. Está preso à persona política que sempre cultivou.
Entre o mito e seus seguidores destacados há uma notável continuidade.
O único nome de algum peso nas nomeações de ontem é o novo ministro da Justiça, reforço à ala mais truculenta do governo.
Bolsonaro esticou demais a corda e gerou a crise que culminou na dança das cadeiras de ontem - e que prossegue hoje, com os comandantes das três armas colocando os cargos à disposição.
Foi incapaz de manter a fachada de civilidade e racionalidade, que é tudo que "as instituições" esperam dele e de seu governo.
Seria talvez difícil para Ernesto Araújo se "reinventar" como um sujeito equilibrado, mas Bolsonaro poderia tê-lo substituído antes, sem esperar que a situação se tornasse explosiva.
Mas para isso Bolsonaro também teria que se reinventar - e ele parece incapaz disso. Está preso à persona política que sempre cultivou.
Entre o mito e seus seguidores destacados há uma notável continuidade.
O Brasil que poderia ter sido, e será
Enviado por Silvio Tendler
O Brasil que poderia ser e será
Abaixo a morte. Viva a vida!
Jair Messias Bolsonaro, o genocida, defende o que de pior aconteceu durante a ditadura que teve início em 1964 e durou 21 anos: sequestros, prisões, tortura, estupros, assassinatos.
Sabotou as vacinas, não quis comprá-las, incentivou a população a não usar máscaras e a contaminar-se. Este genocida é o maior responsável por mais de 320 mil mortes, mais de 12 milhões de contaminados, unidades de saúde e UTIs abarrotadas, pessoas morrendo nas filas dos hospitais, profissionais de saúde esgotados, caos no sistema.
Hoje, 31 de março, 57 anos após o golpe de 64, o genocida orquestrou mais uma de suas provocações: convocou para comemoração nos quartéis. Generais apijamados, por falta do que fazer, fizeram coro. Na Ordem do Dia, o ministro da Defesa recém-empossado, celebrou o golpe que impediu as reformas agrária, urbana, tributária e política que modernizariam o Brasil.
Abaixo a morte. Viva a vida!
Jair Messias Bolsonaro, o genocida, defende o que de pior aconteceu durante a ditadura que teve início em 1964 e durou 21 anos: sequestros, prisões, tortura, estupros, assassinatos.
Sabotou as vacinas, não quis comprá-las, incentivou a população a não usar máscaras e a contaminar-se. Este genocida é o maior responsável por mais de 320 mil mortes, mais de 12 milhões de contaminados, unidades de saúde e UTIs abarrotadas, pessoas morrendo nas filas dos hospitais, profissionais de saúde esgotados, caos no sistema.
Hoje, 31 de março, 57 anos após o golpe de 64, o genocida orquestrou mais uma de suas provocações: convocou para comemoração nos quartéis. Generais apijamados, por falta do que fazer, fizeram coro. Na Ordem do Dia, o ministro da Defesa recém-empossado, celebrou o golpe que impediu as reformas agrária, urbana, tributária e política que modernizariam o Brasil.
A crise do cotovelo e a questão militar
Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:
Não fôssemos antes, somos obrigados agora a olhar com mais atenção às movimentações militares. Dito de outra maneira, às manobras do atual presidente, sobretudo com a demissão do general Fernando Azevedo do Ministério da Defesa, causadora de turbulência nas três forças só comparável à demissão de Ednardo D’Ávila Melo, em 1976, e Sylvio Frota por Ernesto Geisel, em 1977, anos de mortes e turbulências. Nas últimas horas, os comandantes das três forças decidiram pedir demissão em nítido protesto contra a demissão de Azevedo. Colocaram seus cargos à disposição do novo ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Neto, Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica).
Não fôssemos antes, somos obrigados agora a olhar com mais atenção às movimentações militares. Dito de outra maneira, às manobras do atual presidente, sobretudo com a demissão do general Fernando Azevedo do Ministério da Defesa, causadora de turbulência nas três forças só comparável à demissão de Ednardo D’Ávila Melo, em 1976, e Sylvio Frota por Ernesto Geisel, em 1977, anos de mortes e turbulências. Nas últimas horas, os comandantes das três forças decidiram pedir demissão em nítido protesto contra a demissão de Azevedo. Colocaram seus cargos à disposição do novo ministro da Defesa, general da reserva Walter Braga Neto, Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica).
Bolsonaro fecha o cerco
Por José Dirceu, no site Poder-360:
Sempre é arriscado escrever em cima dos fatos. Mas temos experiência suficiente e já conhecemos bem nosso personagem para dizer, a exemplo de outros analistas, que o presidente da República, na prática, saiu das cordas e reforçou seu controle sobre peças-chave do xadrez de seu governo. Braga Netto assume o Ministério da Defesa no lugar de Fernando Azevedo, que, pela sua nota e por fatos recentes como declarações do diretor de RH do Exército, general Paulo Sérgio, na linha oposta à do governo na mais importante questão hoje do país, a pandemia, caiu porque pretendeu manter as Forças Armadas fora da estratégia bolsonarista.
Sempre é arriscado escrever em cima dos fatos. Mas temos experiência suficiente e já conhecemos bem nosso personagem para dizer, a exemplo de outros analistas, que o presidente da República, na prática, saiu das cordas e reforçou seu controle sobre peças-chave do xadrez de seu governo. Braga Netto assume o Ministério da Defesa no lugar de Fernando Azevedo, que, pela sua nota e por fatos recentes como declarações do diretor de RH do Exército, general Paulo Sérgio, na linha oposta à do governo na mais importante questão hoje do país, a pandemia, caiu porque pretendeu manter as Forças Armadas fora da estratégia bolsonarista.
Bolsonarismo derrete e arma barricadas
Por Simão Zygband, no site Construir Resistência:
Anteriormente escrevi na minha coluna que o presidente em decomposição, Jair Bolsonaro, como todo bom psicopata, iria criar problemas maiores do que criou o seu amigo Donald Trump ao perder as eleições norte-americanas. O ex-presidente dos EUA demorou para reconhecer a derrota e quase teve que ser posto para fora da Casa Branca a pontapés.
Bolsonaro, um admirador do torturador Brilhante Ustra – e só por isso jamais deveria ter sido eleito e sim preso por apologia à tortura, crime previsto no Código Penal, – vendo que sua popularidade despenca a cada dia, que México, Argentina, Bolívia, entre outros colocaram fim à era de governos de direita, decidiu armar uma “barricada” para tentar se perpetuar no poder.
Anteriormente escrevi na minha coluna que o presidente em decomposição, Jair Bolsonaro, como todo bom psicopata, iria criar problemas maiores do que criou o seu amigo Donald Trump ao perder as eleições norte-americanas. O ex-presidente dos EUA demorou para reconhecer a derrota e quase teve que ser posto para fora da Casa Branca a pontapés.
Bolsonaro, um admirador do torturador Brilhante Ustra – e só por isso jamais deveria ter sido eleito e sim preso por apologia à tortura, crime previsto no Código Penal, – vendo que sua popularidade despenca a cada dia, que México, Argentina, Bolívia, entre outros colocaram fim à era de governos de direita, decidiu armar uma “barricada” para tentar se perpetuar no poder.
terça-feira, 30 de março de 2021
Bolsonaro e o Exército para chamar de seu
Por Fernando Brito, em seu blog:
Perdoem-me pela crueza os arrependidos, os que “não sabiam” que Jair Bolsonaro é um fascista, um autoritário e alguém que cuida do poder como de uma empresa familiar, se há algo que não se pode dizer do atual ocupante do Planalto é que ele deixa bem claro o que é e o que quer.
Pouca gente deu a devida importância quando, dias atrás, falando às suas falanges de fanáticos, referiu-se a “seu” Exército.
Pois é esta ideia de instrumento pessoal de poder que Bolsonaro tem das Forças Armadas, não a de serem “instituições de Estado”, como frisou ontem em seu “bilhete de despedida” o agora ex-ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
Perdoem-me pela crueza os arrependidos, os que “não sabiam” que Jair Bolsonaro é um fascista, um autoritário e alguém que cuida do poder como de uma empresa familiar, se há algo que não se pode dizer do atual ocupante do Planalto é que ele deixa bem claro o que é e o que quer.
Pouca gente deu a devida importância quando, dias atrás, falando às suas falanges de fanáticos, referiu-se a “seu” Exército.
Pois é esta ideia de instrumento pessoal de poder que Bolsonaro tem das Forças Armadas, não a de serem “instituições de Estado”, como frisou ontem em seu “bilhete de despedida” o agora ex-ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
Cavalo de Troia pode deixar militares a pé
Arte: Gladson Targa |
É falsa a imagem construída de Jair Bolsonaro, de líder popular de extrema-direita que ganhou as eleições e escolheu militares para ocupar a avassaladora maioria das posições de comando de seu governo. Um raciocínio invertido pode tornar muito mais compreensível a crise militar que eclodiu dentro do gabinete do presidente-capitão, com a demissão do ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva.
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