quarta-feira, 23 de junho de 2021

“Caminho da Índia” vira o centro da CPI

Por Fernando Brito, em seu blog:

O assunto brotou no final de semana, com a notícia de que um funcionário do Ministério da Saúde falava em pressões de um tenente-coronel, subordinado a Eduardo Pazuello para que se encontrasse a “exceção da exceção” para comprar a vacina indiana Covaxin.

Ganhou volume ontem, quando o cheiro forte do dinheiro apareceu no preço mais alto do imunizante, equivalente a R$ 82 por dose na data em que a compra foi anunciada (25 de fevereiro), antes mesmo da compra da da Pfizer (comprada a 19 de março, ao preço anunciado de pouco mais de R$ 54).

E ameaça virar um imenso escândalo com o depoimento, previsto para sexta-feira, do deputado Luís Miranda, do DEM, e de seu irmão, que é o tal funcionário que prestou depoimento denunciando a pressão para a compra suspeita.

Rastro de corrupção e barbárie de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:


A denúncia de corrupção no contrato para o fornecimento da vacina indiana Covaxin, que teria um aditivo contratual superfaturando o valor da licitação junto ao Ministério da Saúde, revela uma das faces do governo Bolsonaro. Primeira constatação: se há denúncia, é preciso investigá-las com rigor. Segunda: essa revelação se soma aos escândalos que se vão sucedendo, um tapete que precisa ser levantando, além da cadeia de desmandos que se formou a partir do método autoritário do presidente da República, a denúncia se junta a outras, com evidências de tráfico de influência, favorecimento de empresas e pessoas, entraves em investigações e ações fiscalizatórias contra infratores de normas legais e até da Constituição.

Direita prepara "segunda via"; Mourão apoia

Por Rodrigo Vianna, no site Brasil-247:


A extensa (e, por isso mesmo, surpreendente) cobertura da Globo às manifestações de 19 de junho não foi uma rendição puritana ao jornalismo factual.

Não. As imagens que passaram de forma generosa pela tela da emissora, com destaque para o povo na rua a pedir "Fora Bolsonaro", são parte de uma estratégia política mais ampla e manhosa - que fez acender o sinal amarelo no Palácio do Planalto.

Porta-voz da direita liberal (que oficialmente ainda sonha com uma "Terceira Via", entre Lula e Bolsonaro), a emissora da família Marinho escancara que o projeto na verdade mudou: a única saída para os liberais é a "Segunda Via".

Ou seja: é preciso desidratar e afastar Bolsonaro, deixando o caminho livre para uma candidatura que possa enfrentar Lula em 2022.

Privatização da Eletrobras e o crime da Vale

Por Pedro Carrano, no jornal Brasil de Fato:

O governo Bolsonaro, e setores que o apoiam, aprovaram no Congresso Nacional a privatização da Eletrobras, por 258 votos a 136. Se o que foi decidido for concretizado será um das maiores roubos da nossa História.

Essa iniciativa se acelera em um momento de crise econômica, quando a economia necessita de investimentos, sobretudo a partir do Estado, e o governo de características neofascistas entrega à burguesia uma empresa lucrativa que repassa cerca de R$ 19 bilhões à União anualmente, de acordo com estudo do Dieese. Na mesma rota o governo pretende também entregar a lucrativa empresa dos Correios.

Há algo de podre no Palácio do Planalto

Por Adilson Araújo, no site da CTB:


Jair Bolsonaro é um farsante cujas máscaras estão caindo, uma a uma. É público e notório que ele se elegeu sob a bandeira do combate à corrupção, que serviu de senha também para a deflagração do golpe de Estado de 2016 e, na sequência, a prisão de Lula em abril de 2018.

Mas o Clã Bolsonaro, com destaque para o presidente e os três rebentos, sempre esteve envolvido em transações nebulosas, contando nisto inclusive fortes indícios de envolvimento com a milícia carioca e o assassinato da vereadora Marielle Franco. Os escândalos do senador da rachadinha Flavio Bolsonaro são famosos e ocupam recorrentemente farto espaço na mídia.

Neste momento, enquanto avança a investigação da CPI da covid, vêm à tona abundantes sinais de um crime de corrupção que provavelmente será julgado como ainda mais revoltante, ruinoso e sórdido, uma vez que envolve a compra de vacinas e não só o dinheiro mas também a saúde e a vida do povo brasileiro no âmbito de uma política sanitária genocida.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Preço 1.000% mais alto na compra de vacina

Por Altamiro Borges


Siga o dinheiro – e não apenas os milhões desperdiçados em cloroquina. A investigação pode derrubar Jair Bolsonaro – o que talvez ajude a explicar seus ataques histéricos recentes. O Estadão estampa na manchete desta terça-feira (22): "Governo comprou vacina indiana por preço 1.000% mais alto" do que o estimado pelo próprio fabricante.

Segundo a reportagem, "telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado, ao qual o Estadão teve acesso, informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose)". Mas o Ministério da Saúde pagou US$ 15 pela unidade da Covaxin – a mais cara das seis vacinas compradas até agora pelo laranjal bolsonariano.

Investimento estrangeiro despenca no Brasil

Por Altamiro Borges


A revista Exame – dedicada à cloaca burguesa, que bancou e segue sustentando o fascista Jair Bolsonaro – publicou nessa segunda-feira (21) que "o Brasil foi o país da América Latina que teve a maior queda de investimentos estrangeiros em 2020". A pandemia da Covid-19 não explica totalmente a drástica retração do Investimento Estrangeiro Direto (IED).

Apesar de seguir “passando a boiada” para os empresários ávidos por lucros e sem escrúpulos, parece que o capital externo já desconfia de uma tragédia no Brasil – com o morticínio causado pelo genocida, a devastação ambiental sem controle e o risco de conflagrações políticas. Estes fatores, entre outros, ajudariam a explicar a redução da grana externa.

A juventude é só lacração?

Aos berros, Bolsonaro ataca jornalista

Impactos da Lava-Jato para o povo brasileiro

Bolsonaro não tem força para o golpe

500 mil vidas: a história cobrará respostas

Por Jandira Feghali, na revista CartaCapital:


Dores, orfandades, impotências, amores perdidos, gestantes morrendo com seus filhos no ventre, histórias interrompidas cada vez mais cedo, deixando famílias dilaceradas. São muitos outros cenários ainda que formam o atual retrato de perdas imensuráveis. Não preciso descrever todos porque são vistos diariamente nas telas, nas redes e nos impressos.

A questão é repetir a pergunta: por que chegamos neste lugar, onde, em números oficiais, mais de 500 mil pessoas tiveram suas vidas perdidas por infecção do coronavírus nesta pandemia, fazendo do Brasil o 2º país em número absoluto de mortes?

Bolsonaro perdeu a confiança

Por Moisés Mendes, no site Brasil-247:


Dizer que Bolsonaro perdeu o controle, como os jornais disseram depois do ataque de nervos do sujeito nessa segunda-feira, é uma redundância.

Bolsonaro está permanentemente descontrolado e sob ataque de nervos.

O que Bolsonaro perdeu foi a confiança.

Bolsonaro não atacou a imprensa na entrevista de improviso em Guaratinguetá porque desejava mandar mais um recado à Globo.

É mais grave.

Bolsonaro está pedindo socorro, sem saber direito a quem.

O sujeito sentiu o abalo de dois fatos que o fragilizaram mais do que os estragos da CPI do Genocídio.

Governo militar e o morticínio de brasileiros

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Mesmo considerando dados oficiais subnotificados, o morticínio por Covid no Brasil superou meio milhão de brasileiros. E com viés de alta, como indica a média diária ao redor de 2 mil óbitos.

O Brasil avança para ser ter a maior mortandade em todo planeta. Em que pese representar 2,7% da população planetária, o país responde por 12,9% do total de perdas humanas no mundo – atrás, temporariamente, apenas dos EUA neste ranking tétrico.

As perspectivas poderão ser ainda mais assombrosas. O Plano de Imunização é marcado por incertezas e atrasos devidos ao descalabro do governo militar, que sabotou a compra de vacinas e de insumos para a produção nacional de imunizantes.

Nota oficial da ABI: Renuncie, Presidente!

Do site da Associação Brasileira de Imprensa (ABI):

Descontrolado, perturbado, louco, exaltado, irritadiço, irascível, amalucado, alucinado, desvairado, enlouquecido, tresloucado. Qualquer uma destas expressões poderia ser usada para classificar o comportamento do presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, insultando jornalistas da TV Globo e da CNN.

Com seu destempero, Bolsonaro mostrou ter sentido profundamente o golpe representado pelas manifestações do último sábado. Elas desnudaram o crescente isolamento de seu governo.

Que o presidente nunca apreciou uma imprensa livre e crítica, é mais do que sabido. Mas, a cada dia, ele vai subindo o tom perigosamente. Pouco falta para que agrida fisicamente algum jornalista.

Seu comportamento chega a enfraquecer o movimento antimanicomial – movimento progressista e com conteúdo profundamente humanitário. Já há quem se pergunte como um cidadão com tamanho desequilíbrio pode andar por aí pelas ruas.

EUA já não impõem seus desígnios à China

Ilustração: Chen Xia/GT
Por Jair de Souza

Os Estados Unidos acabam de lançar um ultimatum à China para que franqueie a seus agentes de espionagem o acesso a todos os seus dados relacionados com o aparecimento do vírus da covid-19, sob pena de sofrer fortes represálias. Os chineses responderam deixando claro que vão retrucar com igual ou maior violência às tentativas de ingerência inamistosa por parte dos Estados Unidos.

Até pouco tempo atrás, as ameaças de sanções feitas pelos representantes do imperialismo estadunidense tinham o poder de intimidar e encurralar a seus países desafetos, por maiores que estes fossem. Para fazer valer seus pontos de vista em detrimento do que aspiravam os demais, além de sua enorme superioridade militar, os Estados Unidos contavam com a força incomparável e a pujança de sua economia. Sim, assim eram de fato as coisas até recentemente.

A ignorância e a estupidez não são eternas

Por Tarso Genro, no site Sul-21:


Em um conhecido livro de literatura infantil está o relato sobre o “Pequeno Príncipe” (Saint-Exupéry, 1943), que chegou a um diminuto planeta, onde habitava um “faroleiro”, que cuidava de um farol a ser aceso quando caía a noite. Embora a rotação do pequeno planeta – nos últimos tempos – tivesse aumentado “vertiginosamente”, passando da noite para dia “em breves instantes, as regras para acendê-lo e apagá-lo”, queixava-se o faroleiro, “continuavam as mesmas”.

A realidade material mudava, portanto, mas as normas que o faroleiro deveria cumprir permaneciam estanques. No pequeno e valioso livro “La eficacia del derecho” (Centro de Estudios Constitucionales, Madrid 1990, pg. 96) onde está a referência a Saint-Exupéry, o Professor Pablo Navarro, ao escrever sobre a “dinâmica da realidade” sobre o Direito, construiu uma brilhante parábola – a partir da literatura – sobre as mudanças do mundo real e os seus efeitos sobre as normas.

Grito contra Bolsonaro ecoa fora do país

Indígenas continuam acampados em Brasília