terça-feira, 14 de junho de 2016

Eleições devem ampliar guerrilha na rede

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

A proibição de doações de pessoas jurídicas a campanhas, que passará pelo seu primeiro teste nas eleições municipais deste ano, tem potencial para contribuir com a mudança no cenário político brasileiro, diminuindo a influência de grandes empresas que, na prática, “contratavam'' políticos através de polpudos financiamentos. Boa parte dos escândalos de corrupção no país nasceram dessa relação de luxúria e lascívia, sem medo de dar beijo na boca e deixar marcas no pescoço, entre corporações e seus candidatos. Ou seja, há uma boa expectativa para a medida decidida pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado.

Liberdade de Cunha versus prisão de Dirceu

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A mais cruel demonstração da justiça iníqua brasileira está no seguinte.

José Dirceu apodrece na prisão enquanto Eduardo Cunha janta em restaurantes finos no Rio, em São Paulo e em Brasília.

A diferença essencial entre eles: Cunha é um serviçal da plutocracia. Ganha gorjetas para defender criminosamente os superricos. Na Câmara, impediu por exemplo que fosse discutida a regulação da mídia e deu todo o apoio à terceirização.

Serra e os lacaios do imperialismo

Globo e a crise do futebol brasileiro

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

"A Globo é a única que transmite gratuitamente em TV aberta, como também fazemos com o futebol brasileiro há 40 anos. Mas protestar é direito do cidadão". Galvão Bueno, na TV Globo, em 02.03.2016, ao falar sobre protesto de torcedores do Corinthians

"2015 vai entrar na história do futebol brasileiro como um grande ano. O ano em que há poucas semanas o presidente José Maria Marin passou o bastão para o presidente Marco Polo. Presidente Marin, em nome do grupo Globo, em meu nome, eu gostaria de agradecer todo o carinho, toda a atenção com a qual o senhor sempre nos brindou, sempre aberto a discutir os temas que interessam ao futebol brasileiro, dos quais me permito destacar, o novo formato da Copa do Brasil, que deu mais charme a essa competição promovida pela CBF, que é a verdadeira competição do futebol brasileiro". Marcelo Campos Pinto, ex-todo poderoso da Globo Esportes, discursando em evento em 2015


A frase de Galvão Bueno, dita durante uma partida entre Corinthians e Santa Fé, no Itaquerão, pela Libertadores da América, foi uma resposta às várias faixas que a Gaviões da Fiel exibiu na arquibancada. Futebol refém da Globo, dizia uma delas. Globo manipuladora, dizia outra.

Lavar e enxaguar a lambança de Temer

Editorial do site Vermelho:

Há sinais fortes de que a conjuntura política mudou. A presidenta Dilma Rousseff, afastada para o julgamento do processo de impeachment, saiu das cordas, ao mesmo tempo em que – às vésperas de completar um mês de interinidade – o vice-presidente que ocupa ilegitimamente a Presidência da República, Michel Temer, se vê cada vez mais isolado, no Brasil e no mundo.

São dois os sinais da mudança na conjuntura – o primeiro foi a entrevista com a presidenta Dilma Rousseff na TV Brasil (exibida nesta quinta-feira, dia 9); o outro foram as enormes manifestações pelo “Fora Temer” desta sexta-feira (10).

O sistema de assassinatos nos EUA

Por Jeremy Scahill, no site Outras Palavras:

Desde seus primeiros dias como comandante em chefe, o presidente Barack Obama fez do drone sua arma preferida, usada pelos militares e pela CIA para perseguir e matar as pessoas que seu governo considerou – por meio de processos secretos, sem acusação ou julgamento – merecedores de execução. A opinião pública tem colocado foco na tecnologia do assassinato remoto, mas isso tem servido frequentemente para evitar que se examine em profundidade algo muito mais crucial: o poder do Estado sobre a vida e a morte das pessoas.

Os 12 produtos mais perigosos da Monsanto

Do jornal Brasil de Fato:

O Resumen Latino Americano listou 12 produtos comercializados pela Monsanto, empresa especialista na fabricação de sementes geneticamente modificadas e herbicidas, que causaram e ainda causam muita controvérsia. Alguns destes produtos demonstraram, em estudos científicos amplamente divulgados, a incidência de doenças como câncer em animais - logo após comprovados em seres humanos. Outros são polêmicos pelos desastres humanitários que geraram, como a Bomba Atômica, que dizimou milhares de pessoas.

Prioridade de Dilma deve ser a democracia

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Por Renato Rovai, em seu blog:

Há análises para todos os gostos e sabores a respeito de como o país pode sair desta encalacrada golpista em que se encontra. Algumas buscando alternativas concretas, mesmo que isso implique em riscos. Outras mais interessadas em marcar posição, porque só enxergam um único caminho para trilhar. Dialogo neste texto com a apresentada por Valter Pomar, dirigente petista e professor universitário, que criticou o artigo que escrevi sobre o tema.

Plebiscito 1 – A questão é Michel Temer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Lançada há duas semanas por Roberto Requião (PMDB-PR), com apoio de pelo menos duas dezenas de senadores e a benção pública de Dilma Rousseff, a proposta de se realizar um plebiscito para antecipar as eleições presidenciais tornou-se o centro de um debate decisivo para derrotar Michel Temer e cicatrizar a ruptura institucional produzida pelo golpe de abril-maio de 2016.

A discussão em torno do plebiscito tem crescido, nos últimos dias, na mesma medida em que crescem manifestações de repudio ao golpe parlamentar que afastou Dilma.

Dilma e o dilema do plebiscito

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

Entre a entrevista concedida à CartaCapital e a conversa com o jornalista Luís Nassif transmitida na noite da quinta-feira 9 pela TV Brasil, passaram-se duas semanas. Quando eu, Mino Carta e André Barrocal encontramos Dilma Rousseff no Palácio do Alvorada, a presidenta afastada fugiu apenas de dois assuntos: o que faria para tentar reverter os votos desfavoráveis no Senado e quais medidas tomaria caso fosse reconduzida ao cargo.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Intelectuais boicotam a mídia hegemônica

Por Lu Sudré, na revista Caros Amigos:

“O grande partido da elite brasileira hoje é a imprensa. Eles não fazem uma cobertura equivocada, são claramente promotores do golpe”, declara Gilberto Carvalho, ex-ministro do governo Lula e Dilma, em entrevista à Caros Amigos.

Recentemente, Carvalho recebeu um convite do jornal Estado de São Paulo para entrevista sobre a atual conjuntura política, que, segundo a jornalista responsável pela matéria, seria um bom espaço para que o petista tornasse pública sua opinião. Sem pensar duas vezes, negou. “Não achei adequado dar espaço e colaborar com um veículo desses, que só solicitou a entrevista para justificar um suposto equilíbrio, uma pseudo imparcialidade”, afirma.

Bolsa-empresário e o desmonte da EBC

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O capitalismo brasileiro tem aversão ao risco e adora uma boquinha. Segundo publicou a Folha de S. Paulo, os cinco principais programas de estímulo à indústria brasileira vão consumir, em isenções fiscais, R$ 52 bilhões até o final do ano. E tudo indica que os beneficiários não cumpriram as contrapartidas, tais como investimentos, atualização tecnológica e inovação. Simplesmente embolsaram o que deixaram de pagar em impostos. Já os cerca de R$ 500 milhões destinados à EBC para fazer comunicação pública e governamental, o governo provisório acha um absurdo e ameaça fechar a empresa para evitar “gasto supérfluo”.

A onda de ódio e preconceito em debate


Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A onda de ódio e preconceito na sociedade será tema da 8ª edição do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, marcada para o dia 4 de julho, às 19 horas, na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé (Rua Rego Freitas, 454, conjunto 83), em São Paulo. Estão confirmadas as presenças dos seguintes debatedores:

A democracia de papel (moeda) do Senado

Por Antônio Albano de Freitas, no site Brasil Debate:

Diz lá no início de nossa Constituição Federal de 1988 que todo o poder emana do povo, e que este o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da própria Constituição (Art. 1º. parágrafo único).

Com a permissão de alguns números, no entanto, vamos levantar hipóteses acerca deste exercício de poder e representatividade, em específico, para o caso dos 81 senadores que votaram pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente, agora afastada, Dilma Rousseff.

O Globo quer a revogação da CLT

Foto: Caio Santos/Jornalistas Livres
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Dois posts atrás, citei os dados da matéria de Max Leone, em O Dia, com uma tenebrosa avant-première da reforma previdenciária urdida pelo Governo Temer.

Há outra, porém, aguardando apenas a confirmação do usurpador no cargo de Presidente que ele jamais atingiria pelo voto.

É a trabalhista, que hoje é “exigida” por O Globo em, como disse um amigo, um pornográfico editorial.

A reforma trabalhista.

Temer ataca símbolos do “petismo”

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No domingo 12, o governo de facto de Michel Temer completou um mês. Por alguma razão, vem sendo qualificado pelos adeptos do impeachment (golpe) como “governo de salvação nacional”. Mas que medidas o governo interino tomou para ser brindado com esse título?

Se formos perguntar aos conservadores o que Temer fez de bom nos primeiros trinta dias de sua usurpação, certamente elencarão ataques a símbolos do petismo e à presidente Dilma.

Golpe contra a liberdade de imprensa

Por Breno Altman, em seu blog:

A Secretaria de Comunicação Social do governo interino de Michel Temer resolveu, no final de maio, cancelar verbas publicitárias para sites e blogs considerados simpáticos ao Partido dos Trabalhadores.

Não foram os únicos procedimentos destinados à degola dos setores de imprensa confrontados com o novo bloco de poder. A demissão ilegal do presidente da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), suspensa liminarmente pelo STF, também integra o portfólio de providências para minar veículos de informação críticos ao impeachment.

sábado, 11 de junho de 2016

Atos no Brasil e no mundo contra Temer

Foto: Jornalistas Livres
Da Rede Brasil Atual:

Ao menos 18 estados registram manifestações de repúdio ao governo interino de Michel Temer (PMDB). Os manifestantes exigem o retorno da presidenta Dilma Rousseff (PT), afastada em 12 de maio após admissibilidade de processo de impeachment no Senado. Ao longo do dia, várias cidades no exterior também contaram com atos em defesa da democracia.

Os protestos foram convocados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem dezenas de movimentos sociais. Além das capitais, muitas cidades do interior são palcos de protestos pedindo a saída de Temer da presidência. Nas rede sociais, a hashtag #ToNaRuaForaTemer figura entre os assuntos mais comentados do país no Twitter.

O mundo do FMI e o mundo de Temer

Por Marcelo Zero, no site Brasil Debate:

O FMI já não é mais o mesmo. Está fazendo, já há algum tempo, uma revisão de seu credo liberalizante e de sua ortodoxia fiscal.

Num artigo recente intitulado “Neoliberalismo: Sobre-estimado?” os economistas Jonathan D. Ostry, Prakash Loungani, e Davide Furceri, todos do Departamento de Pesquisa do FMI, fazem um espécie de mea culpa relativo ao apoio indiscriminado que a instituição deu, no passado, à adoção de políticas neoliberais.

Não há meias palavras: é golpe!

Do site Carta Maior:

O Governo Federal brasileiro encontra-se sob intervenção judicial. A Presidente da República foi afastada do cargo com todos os ritos formais cumpridos – aprovação por maioria qualificada na Câmara, maioria simples no Senado e chancela do Supremo. Na aparência, tudo na mais perfeita ordem.

No entanto são irônicos aqueles que usam esses argumentos para defender a legitimidade do processo. Não houve crime cometido de maneira intencional e na gravidade necessária para o afastamento da mandatária, durante seu mandato de Presidente. Na realidade, nem crime houve. E todos sabem que em cada uma dessas instâncias ocorreram julgamentos políticos, no sentido pequeno da palavra, de acordos e negociatas visando a implantação de um governo com novo arranjo de poder.

O Brasil vai vivendo o golpe

Por Elaine Tavares, no site da Adital:

Desde o dia em que o Senado aprovou o afastamento da presidenta Dilma Roussef, sem contar com qualquer comprovação de ilegalidade ou corrupção, que uma boa parte das forças vivas da política popular, sindical e comunitária não sai das ruas. Em todos os cantos do país, nas cidades grandes, nas pequeninas, nos cantões mais retirados há alguma passeata, uma marcha, uma manifestação. Muito dessa gente que tem saído para as ruas não apoiava o governo petista, mas entende que o que acontece no país é um golpe, um rompimento da Constituição e, no melhor estilo liberal, defende que a carta magna seja respeitada.

Mídia agora fala em crise internacional

Agora ela até ri
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

E subitamente, para a grande mídia, os problemas da economia se originam lá fora.

Caiu a bolsa? Aconteceu alguma coisa no exterior. O dólar subiu? Também.

Não acredito que seja uma instrução organizada dos chefes de redação. Acho que se trata de reflexo automático. Os editores sabem o que seus patrões querem que eles façam e o que não façam.
No governo Dilma, era como se o mundo vivesse dias de gloriosa prosperidade e apenas o Brasil soluçasse. A responsabilidade de todos os problemas era de Dilma.

Com Temer é o oposto.

Em defesa da comunicação pública

Do site do FNDC:

O mandato de diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) será tema de audiência pública na Câmara dos Deputados, no dia 21 de junho. De acordo com a pauta, o debate se dará em torno do disposto no Artigo 19 da Lei 11.652/08, que autoriza a criação da empresa e institui os princípios e objetivos da radiodifusão pública, entre outros pontos. A reunião é uma iniciativa conjunta das comissões de Cultura (CCULT), de Legislação Participativa (CLP) e de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) daquela casa e do FNDC, que enviou requerimento à CLP solicitando a realização de audiência para discutir a situação da empresa logo após a crise instalada pela intervenção do governo interino de Michel Temer.

O Brasil é feito de Cunhas

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

A votação da abertura do processo de impeachment foi a ingestão de uma dose cavalar de morfina para muitos que saíram às ruas a fim de pedir o fim da corrupção, que é uma reivindicação mais do que justa.

Mas, agora, anestesiados, voltam à sua vida normal acreditando terem cumprido seu dever cívico quando apenas puxou-se a ponta do novelo de lã.

Lula: “Eles querem o desmonte do país”

Foto: Christian Braga/Jornalistas Livres
Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (10) do ato na avenida paulista, em São Paulo, contra o governo de Michel Temer. Lula afirmou que o presidente provisório “chegou ao poder através de um golpe dos fascistas, conservadores e dos direitistas deste país”. “Não é possível que as pessoas não se dêem conta de que eles querem fazer um desmonte neste pais”, ressaltou.

Lula chamou de desfaçatez o conluio que afastou a presidenta Dilma sem a existência de crime de responsabilidade. Ele lembrou ainda que os que apoiaram o golpe agora tem vergonha de assumir a posição. “Tem vergonha de dizer que querem o Temer, que querem o golpista e eu espero que eles saiam na rua pra gente poder ver a cara do que eles defendem neste país”, disse.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Os fantasmas de Temer

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

Michel Temer sempre foi um homem dos bastidores. Construiu sua influência nas sombras, como estrategista da pequena política, negociando cargos e votos no Parlamento. Não por acaso foi presidente da Câmara por duas vezes e dirigiu o PMDB por tantos anos. Ali se movimentava com destreza.

Nesse habitat natural armou a conspiração que o levou à Presidência da República. Mas toda negociação tem seu preço. A de um golpe então! Custa caro. Temer subiu a rampa do Planalto com uma extensa lista de restos a pagar. Isso explica a sucessão de presepadas de seu governo em menos de um mês. Anúncios desastrados, um ministério aristocrático e a perda de alguns de seus principais aliados por envolvimento orgânico com corrupção.

A pior imprensa do mundo

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Os dados são da organização internacional Repórter sem Fronteiras (Reporters sans Frontières): em matéria de liberdade de imprensa o Brasil ocupa o 104º lugar. Há seis anos, ficava em 58º. Quem revela essa vergonha é o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, conhecido por ter denunciado o escândalo da rede de grampos da NSA, que mora no Rio de Janeiro e é um analista atento da política e da ação da imprensa no país. Em entrevista à Carta Capital, o ganhador do Pulitzer crava ainda: “Tudo ficou mais claro: é golpe”. Rosa Weber deve ter se contorcido. Indecisa, ela vive se contorcendo. Mas, deixando de lado a conjuntura, a avaliação da inconsistência da imprensa brasileira traz elementos que merecem atenção.

As pedras no caminho de Hillary Clinton

Por Michael Knigge, na revista CartaCapital:

Um dos fantasmas que ronda a campanha de Hillary Clinton, cada vez mais próxima de se confirmar como candidata democrata à Casa Branca, é a polêmica em torno do uso por ela de um servidor particular de e-mail entre 2009 e 2013, quando era secretária de Estado do governo Barack Obama.

O governo americano proíbe o trabalho com informação confidencial fora dos seus canais controlados, o que dá margem a ataques de adversários republicanos, que dizem que ela deixou segredos sensíveis vulneráveis a hackers. Para analistas políticos, porém, a campanha de Hillary tem preocupações maiores.

Dilma trucou e Temer fica sem alternativas

Por Renato Rovai, em seu blog:

A presidenta Dilma Rousseff gritou Truco ontem nas entrevistas que deu ao jornalista Luís Nassif e ao Brasil 247. Ao anunciar que o país precisa de um plebiscito para decidir se deve ou não ter novas eleições, isolou ainda mais o governo Temer na sociedade.

Temer é hoje presidente de um condomínio político destruído. De um grupo que assaltou o poder e que é assaltante de máquina pública há um bom tempo.

Temer vai testar as ruas

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Recluso até agora no circuito Jaburu-Planalto, e amargando uma aprovação de apenas 11,3%, o presidente interino Michel Temer resolveu empreender na semana que vem as primeiras incursões pelos estados. Temer busca certamente reverter a baixa aprovação com estas viagens que serão também um teste importante de sua rejeição nas ruas.

No dia 14, terça-feira, ele vai a Floresta, em Pernambuco, de lá seguindo para Arapiraca, em Alagoas. No dia seguinte, 15, participa de eventos relacionados com as Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro. Nas duas viagens, Temer vai colher o que Dilma semeou.

A crise e o projeto da direita

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A crise política em curso, tocada por semeadores de ventos que não acreditam em tempestades, caminha a passos largos para transformar-se em grave impasse institucional.

Diante de uma estarrecida opinião pública, desfilam os chamados Poderes da República (poderes formais, pois não se incluem, entre eles, a Febraban e o Sistema Globo de Comunicação), carentes de legitimidade, alvos do justo descrédito popular. Sobrenadam, abraçados como náufragos. Nenhum parece consciente da gravidade da crise que ajudaram a semear.

Em que vai dar tudo isso?

Temer inicia caça as bruxas a magistrados

Por Carlos Eduardo, no blog O Cafezinho:

Um amigo me envia artigo do jornal O Dia - aliás um que deveria ler com mais frequência, pois no Rio de Janeiro talvez seja o único que não se alinhe ao pensamento único imposto pela Globo e adjacências - com uma denúncia gravíssima: o governo Temer já iniciou uma perseguição ideológica contra magistrados e servidores públicos que se manifestaram abertamente contra o golpe, a favor da democracia e do respeito à constituição.

Jornalistas sofrem assédio no trabalho

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Difícil encontrar um jornalista que não tenha uma história para contar sobre gritos histéricos de superiores na redação, chefes que arremessam objetos, humilham, destratam… É tão comum este tipo de comportamento que muita gente nem sabe que isso tem nome: assédio moral.

A profissão de jornalista é uma das campeãs em assédio, tanto moral quanto sexual. Uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal traz números assustadores: quase 80% das jornalistas entrevistadas relataram ter sofrido assédio moral no ambiente de trabalho por parte de chefes ou colegas.



Parlamentarismo é canto de sereia

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A noção de que o país necessita de uma reforma política é um desses falsos consensos que periodicamente aparecem política brasileira. Em 2016, todos parecem estar de acordo com a noção que o sistema político atual armazena tantos defeitos e tantos problemas que seria muito razoável fazer uma mudança de envergadura, a qual se dá o nome de "reforma política."

O problema é dizer quais problemas são estes e quais os remédios adequados para que sejam resolvidos. Como acontece com outras quimeras da vida nacional, o risco é abrir passagem para uma abstração ("reforma política") sem fazer o debate concreto, sobre o que se quer reformar, para quê, a favor de quem.

Temer, a Cultura e a burrice autoritária

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A Ilustrada da Folha publica hoje uma boa matéria sobre como se espalham, em espetáculos artísticos aqui e e lá fora, as manifestações de repúdio ao governo que se instalou no Brasil.

É o que se tem dito: onde junta gente, é “Fora, Temer”.

E é impressionante que, embora em qualquer circunstância fosse haver oposição à ruptura da ordem democrática, a direita brasileira conseguiu, em menos de um mês, criar quase um clima de “1968” contra si na área cultural.

A entrevista de Dilma na TV Brasil

'Temer é a síntese do que pensa Cunha'

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Na esperada entrevista a Luis Nassif, que foi ao ar na noite de ontem (9) na TV Brasil, a presidenta afastada Dilma Rousseff falou sobre crise política, impeachment, economia, relações exteriores, aliados e adversários. Criticou duramente o chanceler interino do governo provisório de Michel Temer, o tucano José Serra. Segundo Dilma, minimizar a importância dos Brics ou do G20, em termos geopolíticos e econômicos, como Serra tem feito, "é miopia tendendo à cegueira".

Você quer mesmo votar em Bolsonaro?

Por Caio Botelho, no site da UJS:

Tem circulado pela internet uma ferramenta que permite conferir todos os seus amigos no Facebook que curtem a página de Jair Bolsonaro (se tem essa curiosidade, clique aqui). Ao contrário do que estimulava uma campanha nas redes sociais, não excluí absolutamente ninguém, tanto por considerar que uma curtida em uma página não representa, necessariamente, compromisso com o que defende o parlamentar, quanto pelo fato de que sempre discordei dessa ideia de se isolar, como em uma ilha imaginária onde só estejam os que pensam igual ou semelhante. Ora, uma das tarefas de quem deseja ajudar a mudar o mundo é justamente a de se propor dialogar com as pessoas à sua volta, sobretudo com as que tem pontos de vista diferentes, por mais difícil que isso seja.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Delações revelam poleiro sujo dos tucanos

Por Altamiro Borges

A sorte dos tucanos de alta plumagem é que a mídia garante forte blindagem aos seus escândalos de corrupção. Nos últimos dias, vários delatores da midiática Operação Lava-Jato deram detalhes sobre as falcatruas de importantes dirigentes do PSDB. Citaram o ex-presidente FHC, o cambaleante Aécio Neves e até um tucano já falecido, o coronel Sérgio Guerra. As denúncias, porém, não ganharam as manchetes dos jornalões, não foram capas das revistonas e nem viraram motivo de comentários nas emissoras de rádio e tevê. Esta omissão só confirma uma brincadeira que circula na internet; basta ser filiado à sigla dos "cheirosos" para não ser investigado, julgado, condenado e, muito menos, preso!

Cláudia Cruz será presa? E o maridão Cunha?

Por Altamiro Borges

A situação de Cláudia Cruz, esposa do correntista suíço Eduardo Cunha – presidente afastado da Câmara Federal que segue dando as cartas no covil golpista de Michel Temer –, parece que se complicou. Nesta quinta-feira (9), o juiz Sergio Moro aceitou a denúncia contra ela, o que a torna ré no midiático processo da Lava-Jato. Ela é acusada de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cláudia Cruz tinha plena consciência dos crimes que praticava e é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos, entre 2008 e 2014.

Dilma e a escolha do futuro

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Qualquer observador realista sabe que a ruptura representada por um golpe militar ou constitucional abre trincas duradouras na vida da sociedade.

Atravessado o Rubicão, dificilmente se retorna ao ponto original, ainda que os golpistas sejam derrotados.

Não há motivos para imaginar que será diferente no Brasil de 2016.

O golpe de 12 de maio evidenciou uma beligerância conservadora que soube construir as condições necessárias ao assalto ao poder, num esforço de convencimento, e autoconvencimento, ao longo de quatro derrotas em escrutínios presidenciais.

Japonês da Federal, Temer e os oportunistas

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A saga do Japonês da Federal, preso por contrabando, encarna à perfeição o roteiro do impeachment.

Newton Ishii pegou quatro anos e seis meses de prisão em regime semi aberto por causa de crimes na fronteira do Panará com o Paraguai.

Até ontem, era celebrado como herói absoluto do coxinismo revoltado online. Máscaras com sua face foram vendidas no Carnaval e exibidas com orgulho por milhares de seres que o viram em fotos conduzindo presos da Lava Jato.

A aposta de Janot no fim da política

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há duas possibilidades no pedido de prisão de Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá pelo Procurador Geral da República Rodrigo Janot.

A primeira, é a de que os elementos de que dispõem são apenas as gravações divulgadas pela mídia. Nesse caso, seria blefe. A fala de Renan não é motivo sequer para a abertura de um inquérito, quanto mais um pedido de prisão.

Fosse apenas isso, as consequências seriam desastrosas para o PGR. Ele ficaria enfraquecido, contando apenas com o apoio das Organizações Globo. Formar-se-ia uma unanimidade contra o arbítrio, ficando mais fácil convencer o grande condutor Globo para a necessidade do pacto.

Outubro trará surpresas para a esquerda?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                  

Há poucos meses, muitos vaticinavam uma performance desastrosa do PT nas eleições municipais de outubro. A tragédia eleitoral anunciada atingiria também o principal aliado dos petistas na esquerda, o PCdoB.

As projeções, objetivamente, levavam em conta os efeitos do massacre midiático sofrido pelo PT (dia sim outro também associado a casos de corrupção) e as ações da força-tarefa golpista de Curitiba comandada por Moro.

Fórum-21 promove "ato contra o golpe"


Do site do Fórum-21:

O Fórum 21 convida a todas e todos para o ato “Contra o golpe, pelo povo brasileiro” que acontece na próxima sexta-feira, dia 10 de junho, às 15 horas, no Teatro do Maksoud Plaza. O evento contará com as presenças, já confirmadas, da presidenta Dilma Rousseff, do brazilianista James Green (Brown University); de Vagner Freitas, presidente da CUT Nacional; e Guilherme Boulous, da coordenação nacional do MTST.

O ataque aos movimentos sociais

Foto; Jornalistas Livres
Editorial do site Vermelho:

O jornal O Estado de S. Paulo se arvora como radical defensor do governo ilegítimo de Michel Temer. Prega a intolerância e incita a ação policial e repressiva contra os movimentos sociais, revelando o caráter ditatorial que espera da interinidade golpista.

A pregação autoritária está presente em dois editoriais publicados nesta segunda-feira (6), sob os títulos “O desespero petista” e “Ganhando no grito” – dois textos exemplares da limitada concepção de democracia daquele porta-voz do obscurantismo que defende a criminalização do movimento social que não se enquadra nas limitadas regras da classe dominante, que rejeita o protagonismo popular. A participação política deve restringir-se ao ato meramente formal de votar, quando a elite julgar conveniente...

Petroleiros fazem greve contra o golpe

Do site da FUP:

Como em outros momentos da nossa história, o petróleo está novamente no centro do golpe que coloca em xeque o Estado Democrático. O desmonte de direitos e conquistas vai atingir em cheio os trabalhadores, que precisam reagir aos golpistas enquanto ainda há tempo.

A paralisação de 24 horas que os petroleiros realizam nesta sexta-feira, 10, será a retomada das mobilizações da categoria contra a entrega do Pré-Sal e a privatização da Petrobrás, que culminaram na greve de novembro do ano passado.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Cultura está fora dos planos de Temer

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A extinção do Ministério da Cultura pelo governo provisório de Michel Temer é um sinal claro: a Cultura não faz parte do projeto que tem como prioridade alimentar o setor financeiro. A colocação é de João Brant, ex-secretário executivo da pasta. Segundo ele, o fato de Temer voltar atrás em sua decisão tem apenas um motivo: “É óbvio que a compreensão deles sobre o tema não mudou, apenas tornou-se politicamente insustentável”.

A censura bate à porta…

Por Renato Rovai, em seu blog:

Um golpe não é, ele vai sendo. Tenho batido nesta tecla há algum tempo porque num certo ponto do processo político, diferentes grupos se alinharam para derrubar a presidenta eleita Dilma Rousseff.

E aos poucos foram construindo as condições políticas para derrubá-la, sem que houvesse motivos legais para isso. Ou seja, esse golpe foi ganhando formas no processo.

E não foi em 2013 que isso aconteceu, como insistem alguns. Pode-se até concordar que algumas tecnologias de mobilização foram criadas lá. Isso é um fato. Mas o golpe começou a ganhar forma no primeiro semestre de 2014, quando a Lava Jato já estava mostrando boa parte dos seus dentes e as ruas passaram a pedir o impeachment.

Temer prepara a regressão trabalhista

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Revelada na terça-feira, 31, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios rea­lizada pelo IBGE entre fevereiro, março e abril deste ano apontou que 11,4 milhões de brasileiros estavam à procura de emprego no período. No dia seguinte à divulgação, cerca de 10 mil metalúrgicos do ABC Paulista foram às ruas protestar para não engrossar a estatística.

A categoria, uma das mais organizadas no País, teme uma provável rodada de demissões nas principais montadoras de São Paulo, capaz de atingir mais de 4 mil trabalhadores nos próximos meses.