domingo, 14 de agosto de 2016

Cartaz contra a Globo é proibido na Rio-16

Da revista Fórum:

Um segurança abordou um grupo de pessoas que segurava um cartaz contra a Rede Globo de Televisão e mandou elas abaixarem o cartaz contra a emissora.

“Temer vocês podem erguer a vontade. Nada que tiver Globo. Não pode!”, disse.

A cena aconteceu durante a partida de futebol feminino entre a seleção brasileira e a Austrália no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), quando o Brasil bateu as australianas nos pênaltis.

Golpe de Temer é escancarado ao mundo

Por Tico Santa Cruz, no jornal Brasil de Fato:

As Olimpíadas são sobre esportes, mas também sobre política. Nos Jogos Olímpicos da Alemanha de 1936, tornou-se célebre o momento em que o atleta negro campeão Jesse Owens foi saudado por Hitler, fazendo o líder alemão se curvar a alguém que considerava um inimigo.

E em 1968, no México, dois atletas norte-americanos levantaram os punhos no pódio representando os Panteras Negras, que estavam lutando contra discriminação racial nos EUA. Em Munique, nos Jogos de 1972, jovens palestinos pegaram como reféns atletas israelenses, para denunciar a guerra contra seu país.

A reforma da previdência volta à cena

Por Milko Matijascic, no site Brasil Debate:

A reforma da previdência voltou à cena do debate público brasileiro. Até o momento, as regras de elegibilidade para a pensão por morte e aposentadoria por tempo de contribuição – ATC – já sofreram alterações e o presidente interino enfatizou que a continuidade do processo será uma prioridade.

O cenário atual se assemelha ao dos anos 1990, professando que as regras sociais previstas pela Constituição Federal impedem o crescimento econômico sustentável, em virtude dos riscos para as finanças públicas. O governo Fernando Henrique Cardoso – FHC, entre 1995 e 1998 patrocinou uma ampla reforma com esse viés, atingindo a previdência social, complementar e os regimes dos servidores públicos. A estratégia era desconstitucionalizar as regras, mas ela foi rechaçada pelo Congresso Nacional.

Deus e o Diabo na Terra de Tio Sam?

Por Hugo Albuquerque e Edemilson Paraná, no site Outras Palavras:

As eleições para a presidência dos Estados Unidos em 2016 agitam o mundo. Não apenas por decidirem os rumos do país mais poderoso da Terra, mas também pelas forças supostamente antagônicas em disputa. Hoje, a novidade é a ascensão da direita populista via Donald Trump, o candidato ungido dos republicanos, em uma disputa pintada em tons maniqueístas contra a ex-senadora, ex-primeira dama e ex-secretária de Estado Hillary Clinton. Existe um esquematismo maniqueísta pronto, não muito diferente de 2008. Mas o polo forte da questão, desta vez, é o medo de Trump e não a esperança em um Obama.

Nenhum direito a menos

Por Luiz Sérgio, na revista Teoria e Debate:

O Brasil vive um surto conservador gestado como contraposição aos avanços sociais e às conquistas progressistas alcançadas a partir da chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder, com Lula, em 2003. A composição do Congresso Nacional, saída das urnas em 2014, reflete essa realidade. De acordo com levantamento realizado pela CUT-Brasília (Cartilha O Maior roubo de Direitos dos Trabalhadores), há em tramitação nas duas Casas Legislativas mais de sessenta projetos cujos objetivos, em linhas gerais, são retirar direitos dos trabalhadores, reverter conquistas sociais e eliminar as políticas afirmativas. Desde maio, com o avanço do golpe parlamentar e o afastamento da presidenta Dilma Rousseff, essa representação conservadora ampliou seu espaço e ganhou musculatura para acelerar sua pauta nefasta. Hoje, a realidade é que o Palácio do Planalto passou a ser o quartel-general do retrocesso. Michel Temer, o presidente interino e golpista, é a encarnação do atraso.

Centrais vão às ruas contra o retrocesso

Do site da CUT:

A CUT, CTB, CSP, CGTB, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT realizam em 16 de agosto o Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos.

Além de paralisações nos locais de trabalho como bancos e fábricas, de uma, duas horas ou a manhã inteira, haverá atos em frente às sedes das principais federações patronais em todas as capitais do Brasil.

Um dos maiores desafios do movimento sindical brasileiro hoje é defender os direitos da classe trabalhadora, que estão sendo atacados pelo Congresso Nacional e pelo governo federal, e impedir que milhares de trabalhadores sejam demitidos.

Temer mira no 13º salário e nas férias

Por Joanne Mota, no site da CTB:

Desde que Michel Temer tomou, de assalto, o Palácio do Planalto, os direitos sociais e trabalhistas correm sérios riscos de desaparecerem. Em pouco mais de 90 dias de gestão interina, Temer tem ameaçado, sem pudor, a classe trabalhadora com reformas que não têm outro objetivo senão implementar uma cartilha ultraliberal e atender aos interesses do capital financeiro nacional e internacional.

Em ampla matéria publicada no jornal O Globo, a gestão interina tenta emplacar uma reforma trabalhista que prevê flexibilização de diversos direitos. Estão no alvo de Temer direitos assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como o 13º salário, férias, adicional noturno, licença-paternidade e salário mínimo.

sábado, 13 de agosto de 2016

Rede Globo: O golpe se vê por aqui

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Da manipulação ao ocultamento da informação, o Jornal Nacional (JN) resolveu partir para o escárnio na última semana. Do principal jornal do país, em pleno horário nobre, ouviu-se um silêncio “retumbante” frente às delações dos empresários da Odebrecht na Operação Lava Jato.

A delação de Marcelo Odebrecht, estampada no panfleto Veja, apontava R$ 10 milhões em propina pagos pela construtora ao PMDB, em 2014, a pedido de Michel Temer, o presidente ilegítimo e interino. Na Folha, destaque para as denúncias de um repasse de R$ 34,5 milhões ao caixa dois da campanha de Serra, em 2010.

Por que Moro não mexe com Cláudia Cruz?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Sérgio Moro tem medo de Eduardo Cunha.

Esta é a única explicação razoável para a inoperância patética da Lava Jato em relação a Cláudia Cruz, a mulher de Cunha.

A desculpa de que não foi possível notificá-la por não saber seu endereço é uma das coisas mais ridículas da história da Lava Jato e do golpe.

Operação “Cozinhem o Galo” com Cunha

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Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A esta altura, nem a mídia consegue disfarçar as evidências de que está em curso um plano para protelar até o indefinido a cassação do mandato de Eduardo Cunha.

A Folha, candidamente, registra hoje que…

O discurso do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que haverá quorum alto na votação do processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no dia 12 de setembro, uma segunda-feira, contraria a praxe na Casa.

Sérgio Moro tem obsessão pelos EUA

Gilmar Mendes e a quebra da legalidade

Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

O presidente do TSE, o inefável ministro Gilmar Mendes, após inexplicado café da manhã com a cúpula do PSDB, determinou a abertura de processo com vistas à cassação do registro do Partido dos Trabalhadores (PT), o partido da atual presidente da República e do ex-presidente Lula, enfim, partido que ganhou as quatro últimas eleições presidenciais.

A proscrição de um partido politico não é fato trivial em uma democracia. Na República inaugurada em 1946, no governo do Marechal Dutra e no auge da Guerra Fria, foi cassado o registro do Partido Comunista do Brasil que emergiria após mais de uma década de clandestinidade elegendo pouco mais de uma dezena de deputados federais e um senador (Prestes).

Fidel Castro, rosto e alma da revolução

Foto: Liborio Noval
Editorial do site Vermelho:

Um grupo de jovens dirigiu a luta contra o regime corrupto e despótico de Fulgêncio Batista, em Cuba, de 1953 até a vitória final, em 1º de janeiro de 1959.

Aquele grupo incluía revolucionários notáveis - Camilo Cienfuegos, Célia Sanchez, Ernesto Che Guevara, Haydê Santamaria, Raul Castro – jovens cujo líder foi um moço loquaz e, apesar da pouca idade, já veterano no embate contra o imperialismo e a tirania que oprimia a ilha: Fidel Castro. Ele tinha somente 32 anos mas já era o comandante inconteste da revolução da qual, nas décadas seguintes, seria o rosto e a alma: a revolução cubana.

Corrupção e a hipocrisia dos golpistas

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O impeachment quase consumado de Dilma Roussef só foi possível graças a um trabalho diuturno de manipulação da opinião pública pela mídia oligopolizada.

Praticamente desde que Lula assumiu a presidência o PT é pintado nos grandes meios de comunicação como o partido mais corrupto de todos.

Primeiro com a ajuda do STF, no mensalão, no qual petistas foram condenados sem provas com base na teoria do domínio do fato, cujo próprio autor criticou a forma como foi usada no julgamento.

PT ajudou o MPF a se tornar um partido

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Primeiro Movimento – o nascimento do ativismo judicial

A Constituinte de 1988 foi montada em cima de um retrovisor: o regime militar que se encerrava.

A relatoria da Constituinte tinha subcomissões. A do Ministério Público e do Judiciário foi relatada por Plinio de Arruda Sampaio, do PT. Do lado do MP, recebia assessoria de Álvaro Augusto Ribeiro Costa, Sepúlveda Pertence, Eugenio Aragão, Wagner Gonçalves e Aristides Junqueira, futuro Procurador Geral da República de Itamar Franco.

O Judiciário estava na defensiva. O PT questionou a presidência da Constituinte por Moreira Alves, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e foi apoiado por Ulisses Guimarães;

Agenda golpista e a encruzilhada do país

Por Walter Sorrentino, em seu blog:

Estão em curso duas grandes batalhas, ambas muito desafiadoras e difíceis para a jornada democrática e progressista no Brasil.

Uma é aquela relativa ao julgamento de Dilma Rousseff no Senado, em duas semanas. Por mais que se considere invencível, a denúncia de uma ruptura institucional golpista é importante como marco de resistência das forças democráticas para o que vem a seguir, pelo que se deve manter a mobilização até o último round.

O jogo sujo para entregar o pré-sal

O país que não pode votar

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ninguém precisa ficar surpreso com a insistência exibida por Michel Temer para dizer que não é candidato à eleição presidencial de 2018. Não é esperteza nem fingimento. É uma questão de sobrevivência.

No Brasil de hoje, a única certeza duradoura é a desvalorização do voto popular. Tornou-se uma mercadoria de alto risco.

Querer ocupar o poder através das urnas, método banal de toda democracia digna deste nome, tornou-se sinônimo de oportunismo e irresponsabilidade. Sinaliza falta de compromisso real com as reformas estruturais que foram cozinhadas pelo empresariado que bancou Eduardo Cunha e seus aliados na campanha de 2014 e anunciadas por Temer quando tomou posse de sua interinidade e agora são apontadas como caminho indispensável para a redenção do país.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A propina da Odebrecht para José Serra

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:



Apesar de a Operação Lava Jato e a mídia anti Lula tentarem transformar em verdadeiros palácios imóveis que afirmam que o ex-presidente só poderia ter adquirido aceitando propina, na verdade os já lendários tríplex no Guarujá e Sítio em Atibaia são propriedades modestas, de classe média, e, mesmo que fossem de Lula, seriam compatíveis com seus rendimentos.

O machismo do "ministro" da Saúde

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

A secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, repudiou declarações do ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, que afirmou que os homens vão menos ao médico porque "trabalham mais do que as mulheres e são os provedores" das casas brasileiras.

Em lançamento da cartilha Pré-Natal do Parceiro, Barros afirmou hoje (11) acreditar que, além de os homens possuírem "menos tempo" do que as mulheres, eles fazem menos acompanhamento por uma questão de hábito e de cultura. Não é primeira a ilustrar a imprudência de Barros com as palavras a respeito. Em 15 de julho, ele afirmara que muitos pacientes recorrem ao médico por imaginar doenças.

Nomeado no Ibama praticou crime ambiental

Da revista Fórum:

Nomeado pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, como superintendente do Ibama em Tocantins, Luciolo Cunha Gomes anunciou, em uma postagem de 2013, que havia comido um animal silvestre. Na mesma publicação, ele debochou do órgão que acabou de assumir. “Deliciando pernil de Caitutu (…) o medo aqui é só aparecer o IBAMA… rsss”, escreveu.

A violência da PM no Dia do Estudante

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

Ao menos 15 secundaristas foram detidos e três publicamente agredidos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) nesta quarta-feira (11) durante o Ato Nacional Pela Educação Pública, que ocorreu neste Dia do Estudante na capital paulista.
Poucos minutos após o início da concentração, que aconteceu na Praça Roosevelt, região central da cidade, a PMSP reprimiu violentamente a manifestação. Tereza, de 15 anos, foi arrastada e agredida por oficiais homens, e Paulo e Felipe, de 16 e 18 anos respectivamente, também foram agredidos e detidos por desacato à autoridade.

O risco na estratégia de aniquilar o PT

Por Róber Iturriet Avila, no site Brasil Debate:

Desde 2013 o Brasil vive momentos de tensão política e social. Indubitavelmente, o resultado desse processo foi uma derrota política retumbante do governo Dilma Rousseff, do seu partido, o PT, e da esquerda brasileira de uma maneira geral. Essa alteração é complexa e envolve uma miríade de variáveis, as quais podem ser categorizadas com profundidade. Análise essa que escapa dos objetivos deste pequeno texto.

Entretanto, é possível observar que houve uma derrota no campo das ideias e no imaginário da “opinião pública”, simbolicamente direcionada ao PT. De forma mais abrangente, é possível dizer que a esquerda brasileira perdeu corações e mentes no período recente. A despeito de seus enormes erros na condução do partido e dos governos, a transformação que se deu no poder foi paulatinamente construída pelos conservadores.

Gilmar Mendes, ministro com partido

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

O ministro Gilmar Mendes não é conhecido pelo recato jurídico. Frequentemente sua postura se assemelha mais à de um militante político do que de um magistrado. Mas, convenhamos, há limites para tudo, mesmo em tempos de “ativismo heroico” do Judiciário.

Gilmar parece não ter encontrado ainda os seus. Está sempre disposto a dar um passo além, ainda que isso o leve às raias do absurdo. Não há outra forma de descrever a representação que visa a cassação do registro do Partido dos Trabalhadores.

De volta ao passado: PM X estudantes

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O cheiro acre do gás lacrimogêneo pairou ontem sobre a rua da Consolação, em São Paulo, onde a Polícia Militar dispersou com bombas e cassetetes um protesto estudantil. Um outro confronto entre policiais e secundaristas, na Praça Roosevelt, já havia produzido 13 prisões, inclusive a apreensão de alguns menores, segundo publicou no Facebook o movimento Território Livre. Os estudantes não protestavam contra Temer mas contra o projeto “escola sem partido”, que tramita na Câmara, apoiado por um movimento conservador, e visa esvaziar de conteúdos críticos os currículos e práticas pedagógicas no ensino fundamental e médio. Mais informações em https://www.facebook.com/tlivre

Serra propôs lei que beneficia empreiteiras

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Por Breno Costa, no site The Intercept Brasil:

Entregue pela cúpula da Odebrecht como beneficiário de repasses ilegais de R$ 23 milhões para custear sua campanha à Presidência da República em 2010, o agora chanceler brasileiro José Serra buscou aprovar lei que beneficia um do braços mais promissores de atuação do grupo Odebrecht e de outras empreiteiras envolvidas nas descobertas da Operação Lava Jato logo que tomou posse como senador, em 2015, eleito pelo PSDB de São Paulo.

Nos mais de quatro anos entre sua derrota para Dilma Rousseff e sua posse no Senado, Serra não teve cargos executivos ou legislativos. Ficou, portanto, sem poderes para assinar decretos, portarias ou mesmo propor diretamente alterações em leis. Depois de todo esse hiato político e exatamente um mês depois de ser empossado senador da República, Serra apresentou um projeto de lei complexo, que claramente pode beneficiar empresas de saneamento controladas pela empreiteira.

Onda neoliberal sacode a Argentina

Por Juan Manuel Pericàs, no site Carta Maior:

No dia 30 de julho, pela primeira vez em quinze anos, um presidente argentino assistiu à abertura da exposição anual da Sociedade Rural Argentina - “a Rural”, como é conhecida. Fundada em 1866, esta associação patronal é o organismo onde se consolidam os interesses da oligarquia, primeiro a agrícola-pecuária e atualmente a agroexportadora, e vem desde assim desde os tempos do general Bartolomé Mitre, após conquistar definitivamente os territórios do interior do país, deixando um rastro de sangre de gaúchos e índios. 

A grosseria gratuita de Carmen Lúcia

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Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O que levou a ministra Carmen Lúcia a ser tão deselegante, tão impiedosa e tão maldosa exatamente no dia em que foi eleita para suceder Lewandowski no comando do STF?

A única resposta que me ocorre é uma combinação letal de ódio no coração com ignorância presunçosa.

Dizer que quer ser tratada como “presidente”, tudo bem. Mas afirmar que quer isso por ser “amante da língua portuguesa” é ao mesmo tempo uma crueldade com Dilma e um disparate linguístico.

“Entre Schiller e Merval Pereira”

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Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Johann Christoph von Schiller morreu ainda jovem, aos 46 anos, em maio de 1805, em Weimar, vinte e sete anos antes de Goethe. Este teve uma longa vida de 82 anos - contemporâneo de Schiller - e deixou, juntamente com ele, obras extraordinárias para formação da cultura democrática e iluminista europeia. A obra mais popular de Schiller, há mais de 50 anos publicada em quadrinhos no nosso país pela saudosa Editora Brasil-América, foi “Guilherme Tell”. Nela o autor celebrava a coragem e a determinação contra a ordem estabelecida pela aristocracia feudal, ainda dominante em grande parte do continente europeu. Guilherme Tell, Ivanhoé, Robin Hood, Miguel Strogoff - mitos da cultura democrática pré-iluminista - sempre povoaram nosso imaginário heroico infanto-juvenil dos anos cinquenta.

Cunha e fábula do burro falante

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Diz a velha história que o homem chegou ao reino dizendo ser tão bom professor que até a um burro ensinava a falar. O rei mandou indagar-lhe se era verdade e se o faria por ordem real.

O homem confirmou e impôs condições: estábulo para o burro do Palácio Real, aposentos suntuosos e concubinas para si e uma bolsa-burro de mil patacas de ouro a cada mês. E prazo, porque o burro, como sabia Sua Alteza, era burro e, sendo assim, era preciso um tempo longo, dez anos, para que o bichinho passasse a fluir no idioma reinol.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Temer realiza expurgos no Planalto

Por Renan Truffi, na revista CartaCapital:

Em julho, o governo Michel Temer deu início a exonerações em massa na Esplanada dos Ministérios. Para abrir espaço e acomodar aliados da base, o governo decidiu retirar ocupantes de cerca de 2 mil cargos de confiança da gestão da presidenta Dilma Rousseff.

Na prática, a operação ganhou conotação de perseguição política. Isso porque, mesmo sob a condição de presidente interino, Michel Temer colocou, semanas antes, um auxiliar na Casa Civil, sob o comando do ministro Eliseu Padilha, para esmiuçar e investigar a ficha de nomeados e servidores tanto em cargos importantes como em postos estritamente técnicos.

Temer, Maia e a nova direita no poder

Por José Reinaldo Carvalho, em seu blog:

Desde o infausto dia 17 de abril, quando a Câmara dos Deputados, ao protagonizar uma vergonhosa jornada de reacionarismo político, tomou a decisão primordial de desferir o golpe de Estado, a frente unida da direita brasileira, formada por PSDB, PMDB, DEM, PSD, PSB, PPS e o mal chamado Centrão, toma impulso na agressão à democracia e à própria instituição parlamentar, numa sucessão vertiginosa de ações.

Pelo fomento à comunicação alternativa

Por Jamil Murad

Vivemos um período de centralização e grande poderio dos enormes conglomerados midiáticos que defendem interesses próprios. A concentração dos meios de comunicação impede a diversidade informativa e cultural e afeta a democracia.

É preciso fazer mais do que a denúncia do monopólio da mídia. O Estado pode e deve contribuir com outros importantes setores da comunicação, como a comunitária e alternativa.

A comunicação comunitária na cidade de São Paulo é riquíssima, conta com rádios e jornais comunitários que ajudam a formar a identidade cultural de nossa metrópole. Assim como a mídia alternativa que ultimamente tem cumprido fundamental papel para arejar o debate que muitos vezes é interditado pelas empresas que formam os monopólios de comunicação.

Mídia e Lava-Jato assassinam reputações

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Noticia a Folha que a Polícia Federal pediu o arquivamento do inquérito que investigava o senador Humberto Costa, do PT. Trecho da matéria:

(...) a delegada da PF Graziela Machado da Costa Silva e Silva afirma que o pedido de arquivamento se deu por falta de provas que comprovem "configuração de solicitação e/ou recebimento de vantagem indevida".

"Sendo assim, esgotadas as diligências vislumbradas por esta autoridade policial, não foi possível apontar os indícios suficientes de autoria e materialidade a corroborar as assertivas do colaborador Paulo Roberto Costa", justificou.


Movimentos de uma democracia incompleta

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O Brasil é o país dos extremos, vítima de movimentos pendulares radicais.

Determinadas tendências vão se radicalizando pela inércia, sem que sejam contidas por fatores moderadores. Quando assumem proporções intoleráveis, são sucedidas por movimentos contrários que, primeiro corrigem os excessos anteriores para, depois, promoverem sua própria radicalização. E não há freios, amortecedores para reduzir a intensidade desses movimentos.

A corrupção e a seletividade da mídia

Foto: Felipe Bianchi
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Na noite da segunda-feira (8), em São Paulo, o jornalista Paulo Moreira Leite e o advogado Ricardo Gebrim, da coordenação da Consulta Popular, participaram de debate sobre mídia, política e corrupção no Brasil. Segundo eles, a seletividade dos grandes meios de comunicação na cobertura e denúncia de casos de corrupção é um grave problema para a democracia e serve a interesses estritamente privados.

Temer e o desmonte das políticas sociais

Por Patrus Ananias, na revista Teoria e Debate:

Os mais duros críticos da obra de Karl Marx são os que melhor atestam na prática a procedência de algumas de suas afirmações. A que diz respeito ao primado do econômico, por exemplo. As questões políticas e sociais se submetem de forma abusivamente explícita às exigências cada vez mais impositivas de poderosos interesses econômicos e que muito bem se utilizam de uma estranha e ardilosa entidade: o mercado todo-poderoso, cada dia mais personificado, quando não divinizado. O mercado, oráculo incontrastável dos nossos tempos, envia sinais que se tornam ordens inquestionáveis independentemente de suas consequências sociais e humanas; o mercado age, reage, fica calmo ou fica nervoso segundo as circunstâncias; direciona a aplicação dos recursos; estabiliza ou desestabiliza, à luz de seus critérios e conveniências sempre enigmáticos, governos e sociedades, pelo menos por algum tempo – o tempo do ganho, do lucro dos que querem controlar pelo dinheiro os destinos dos povos e da humanidade.

A relevância da EBC para a democracia

Do site do FNDC:

Fortalecer a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) é garantir que o Brasil possa continuar construindo sua experiência de comunicação pública a partir da complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal previstos na Constituição Federal. Essa foi mensagem que a coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, passou aos participantes do seminário realizado pelo Conselho de Comunicação Social (CCS) do Congresso Nacional para discutir o papel da EBC e da comunicação pública no país, na última segunda-feira (8/8).

Centrais convocam protesto nacional

Do site da CTB:

As principais centrais sindicais brasileiras organizam para a próxima terça-feira (16) um grande ato em defesa do emprego e das garantias de direitos da classe trabalhadora. A mobilização ocorerrá em todo o país e, em São Paulo, se reunirá na avenida Paulista, em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a partir das 10 horas.

O fascismo, o rabo e o cachorro

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O fascismo vive, historicamente, de grande absurdos e de um processo crescente, paroxístico, de negação da realidade, que troca a verdade por um determinado paradigma mítico que a substitui na mentalidade dos povos, levando-os a cometer supremas imbecilidades.

O movimento que levou Mussolini ao poder, baseava-se, entre outras coisas, na ideia de que um dos povos mais misturados do planeta, nos últimos dois mil anos, o italiano, situado no encontro de todas as esquinas do mundo - a África e a Europa, o Oriente e o Ocidente, o Leste e o Oeste - fosse descendente puro dos romanos - já então miscigenados de escravos e bárbaros por gerações - que habitaram a Península Itálica há 2.000 anos.

A derrota da censura na Rio-16

Por Thiago Cassis, no site da UJS:

O início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, foram marcados por cenas de brutalidades e autoritarismo por parte da Polícia em relação ao público que tentou se manifestar contra o golpe em curso no Brasil.

Ao contrário do que aconteceu durante a Copa do Mundo, quando a grande mídia amplificou os insultos, de cunho machista, que a presidenta Dilma sofreu por parte de quem estava (nos lugares mais caros) na estréia da seleção brasileira, o golpe perpetrado pelas elites conta com todo aparato policial para reprimir quem levante um simples cartaz com os dizeres “Fora Temer”.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Serra, Russomano e o dinheiro sujo

Por Renato Rovai, em seu blog:

Ninguém nada mais nada menos do que Marcelo Odebrechet teria revelado em negociação para delação premiada que o senador José Serra, atual chanceler do governo interino, teria recebido 23 milhões de reais, em 2010, para a sua campanha presidencial. Em dinheiro de hoje, 35 milhões.

Sei que o leitor deste blogue é inteligente e sabe fazer contas, mas só para efeito de comparação com esses 35 milhões dá para comprar uns 50 apartamentos ditos triplex localizados na praia da Enseada, no Guarujá, e que supostamente seriam do Lula.

O golpe e a escalada autoritária

Por Jeferson Miola

O golpe é a solução escolhida pelo mercado para derrubar uma Presidente inocente e empossar em seu lugar um governo usurpador, integrado pelos personagens mais conservadores, corruptos e misóginos da política brasileira.

O golpe é o remédio empregado pela burguesia para desempatar, a seu favor, o conflito distributivo instalado no Brasil com a crise capitalista mundial que teve início em 2008 nos EUA e na Europa. Com o golpe, a oligarquia realça sua índole reacionária e conspirativa, que rebrota ferozmente sempre quando sente seus privilégios ameaçados.

Serra quer implodir o Mercosul

Por Marcelo Zero, no site Brasil Debate:

O governo golpista do Brasil, juntamente com seus sócios paraguaios e argentinos, decidiu não reconhecer a presidência pro tempore da Venezuela no Mercosul. Além disso, agora se recusa a participar de quaisquer reuniões ou atividades presididas pela Venezuela.

Ora, o governo golpista não pode deixar de reconhecer a presidência da Venezuela, pois ela está prevista claramente na normativa do bloco. O artigo 12 do Tratado de Assunção, que fundou o Mercosul, estabelece que a Presidência do Conselho se exercerá por rotação dos Estados Partes e em ordem alfabética, por períodos de seis meses. Por sua vez, o Protocolo de Ouro Preto, que definiu, em 1994, a estrutura institucional do Mercosul, estipula, em seu artigo 5, que a Presidência do Conselho do Mercado Comum será exercida por rotação dos Estados Partes, em ordem alfabética, pelo período de seis meses.

O triunvirato repressor do governo Temer

Por Fernando Marcelino, no site Outras Palavras:

O governo Temer inicia um novo capítulo na história do Brasil. Mais uma vez, as mesmas forças que mataram Getúlio e derrubaram Jango agora aplicaram um golpe de Estado contra Dilma via impeachment.

Uma articulação que conta com o apoio decisivo dos Estados Unidos, operacionalizado por Michel Temer, setores reacionários do Congresso Nacional, do Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal, Tribunal de Contas e entidades empresariais, contando com a mão amiga de diversos órgãos de mídia – sob o comando da Globo, Estadão, Folha de São Paulo e outros jornais, revistas e mídias digitais – visando construir uma narrativa de normalidade do funcionamento das instituições. Um verdadeiro golpe institucional.

A hipocrisia oceânica no Senado

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Não há muito o que dizer sobre a noite da hipocrisia. Os que decidiram levar Dilma a julgamento fingiam cumprir o doloroso dever de condenar uma presidente eleita por ter ela cometido crime de responsabilidade. Fingiam acreditar que pedaladas fiscais foram um delito, e não uma prática orçamentária rotineira nos últimos governos, em que os bancos públicos desembolsam recursos e são posteriormente ressarcidos (com juros) pelo Tesouro. Fingiam não saber que os decretos “irregulares” de Dilma apenas remanejaram recursos, que não criaram despesas novas sem autorização legislativa.

O Brasil espera um gesto de recusa

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Sobraram duas alternativas: a heroica devolução do poder ao povo para renovar a República – e assim repactuar democraticamente as bases do desenvolvimento; ou o caos espiralado em direção a um novo ponto de coagulação repressivo da história nacional.

Os senadores brasileiros terão que se superar nessa escolha.

Sim, não há precedente de grandeza dessa ordem.

Os artistas lambe botas de Sérgio Moro

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Fora tudo, há um certo grau de perversão e crueldade na visita que um grupo de atores famosos e ex-famosos fez a Sérgio Moro.

Susana Vieira, Luana Piovani, Lucinha Lins, Victor Fasano, Fagner e outros viajaram a Curitiba para prestar apoio à Lava Jato e às tais dez medidas contra a corrupção do procurador Deltan Dallagnol.

Foram recebidos no gabinete do juiz e lhe deram um pen-drive com assinaturas de apoiadores. Depois desceram à porta do prédio da Justiça Federal onde congraçaram com 50 manifestantes que vestiam verde e amarelo e gritavam palavras de ordem. O tour finalizou com um almoço com o magistrado.

O delegado que convocou Marisa Letícia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Publica o Estadão que o delegado federal Márcio Anselmo mandou chamar a depor a mulher de Lula, Marisa Letícia, além de seu filho Fábio e os donos do sítio em Atibaia, que o ex-presidente frequenta: Jonas Suassuna e Fernando Bittar.

Nada de mais em Marisa prestar declarações, como qualquer cidadão ou cidadã.

Mas é bom recordar o nível de isenção do delegado que, em princípio, será o responsável por tomar seu depoimento, trazendo o texto do mesmo Estadão, em reportagem de Julia Duailibi, em novembro de 2014.

"Fora Temer" e a censura nas Olimpíadas

Por Débora Melo, na revista CartaCapital:

“Se você se manifestar com uma faixa ‘fora Temer’, vamos pegar a faixa”. Foi assim que um agente de segurança do estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, iniciou uma discussão com dois torcedores que assistiam à partida da seleção brasileira feminina de futebol contra a China, na quarta-feira 3. “Dentro do estádio não pode”, disse o funcionário, conforme vídeo que circula na internet.

Protestos contra o presidente interino Michel Temer (PMDB) têm sido reprimidos nos Jogos Olímpicos, e alguns manifestantes chegaram a ser expulsos das arenas. No sábado 6, ao acompanhar uma prova de tiro com arco, um brasileiro foi retirado do Sambódromo por agentes da Força Nacional de Segurança. Motivo: um controverso grito ‘fora Temer’.