terça-feira, 6 de setembro de 2016

“Dona Folha” exigiu e a PM barbarizou!

Por Altamiro Borges

No início da noite desta segunda-feira (5), os 26 jovens presos arbitrariamente durante a marcha do “Fora Temer” em São Paulo foram soltos por ordem da Justiça. Eles permaneceram incomunicáveis por várias horas sob a acusação de “associação criminosa e corrupção de menores”. O juiz Rodrigo Tellini, do Foro Central Criminal da Barra Funda – que ordenou a soltura –, lamentou a truculência da tropa de choque da Polícia Militar sob o comando do governador tucano Geraldo Alckmin. “Vivemos dias tristes para a nossa democracia. Triste do país em que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada. Triste é viver em um país que a gente não pode se manifestar", declarou em seu despacho.

Eliane Cantanhêde reza por Temer

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

A jornalista Eliane Cantanhêde, que nunca escondeu a sua relação amorosa com a “massa cheirosa” do PSDB, está preocupadíssima com o futuro do Judas Michel Temer. Ela já percebeu que o covil golpista pode naufragar. Em artigo publicado nesta terça-feira (6) no jornal Estadão, a ex-colunista da Folha explícita os seus temores: “O início do governo efetivo de Michel Temer está mais tumultuado do que já se previa, com pressões vindas do exterior, dos movimentos aliados ao PT, dos analistas políticos e até de Aécio Neves, presidente do principal partido da sua base aliada”. Ela também reclama da divisão e da postura dúbia do PMDB, principalmente da ala liderada por Renan Calheiros, presidente do Senado.

O golpe em marcha e a teoria do avestruz

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O processo de fechamento político obedece a uma lógica conhecida:

Etapa 1 – o golpe inicial nas instituições, com a destituição do presidente eleito.

Etapa 2 – a perseguição implacável aos derrotados.

Etapa 3 –reação dos atingidos, na forma de protestos.

Etapa 4 – superdimensionamento e criminalização dos protestos, para induzir a mais repressão.

Etapa 5 – o golpe final, com a suspensão formal das garantias individuais.


De uma Diretas Já a outra, o sentido da luta

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

O lema Diretas Já volta à atualidade brasileira para expressar a vontade do povo de se reapropriar do direito de decidir os destinos do país. Foi o lema fundamental da fase final da luta contra a ditadura e naquele momento significava a rejeição da eleição do primeiro presidente civil depois da ditadura fosse feita por um Colégio Eleitoral recheado de membros biônicos nomeados pela ditadura.

Era a denúncia do caráter ilegítimo do governo que não surgisse do voto popular, expropriado dos brasileiros desde 1964 pelo golpe. Derrotada a Diretas Já, que teve ampla maioria no Congresso, mas sem chegar aos dois terços necessários para mudar a Constituição imposta pela ditadura, veio o governo ilegítimo escolhido pelo Colégio Eleitoral, que acabou colocando na presidência José Sarney, ex-presidente da Arena, o partido da ditadura e que havia comandado, desde o governo militar, a campanha contra as Diretas Já. Era o primeiro presidente do PMDB, eleito sem voto popular

O retrocesso na Comissão de Anistia

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na sexta-feira passada, dois dias depois do afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Rousseff, o governo de Michel Temer promoveu a troca da maioria dos membros da Comissão Nacional de Anistia, nomeando 19 novos integrantes, um deles acusado de ter sido colaborador da ditadura. As mudanças quebraram uma tradição que vinha do governo FHC, de compor a comissão com pessoas comprometidas com a luta contra a ditadura, a defesa dos ex-presos e perseguidos políticos e a reparação moral e econômica dos anistiados ou de suas famílias, no caso dos mortos e desaparecidos.

Folha não aceita ser chamada de golpista

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Folha é igualzinha a Temer. Foi peça vital no golpe, mas não aceita ser chamada de golpista.

Um editorial desta sexta é exemplar.

O jornal investe furiosamente contra os manifestantes anti-Temer que têm tomado as ruas de São Paulo. Chama-os de baderneiros, vândalos e coisas do gênero.

O motivo: os manifestantes elegeram a Folha como um dos alvos do esculacho. Foram até a sede do jornal na Barão de Limeira, no centro de São Paulo. Picharam “Folha Golpista”.

Os sinais das ruas contra o ilegítimo Temer

Rio de Janeiro (04/9/16). Foto: Silvia Izquierdo/AP Photo
Editorial do site Vermelho:

Crescem e se diversificam as formas de manifestação contra o governo imposto ao país através de um golpe parlamentar, jurídico e midiático. Das grandes manifestações com milhares de pessoas nas ruas até sessões de exibição do filme Aquarius – alvo de uma tentativa de boicote do governo ilegítimo – todas externam a insatisfação de expressivas parcelas dos brasileiras e brasileiros quanto aos rumos do país e a defesa de seus direitos ameaçados desde que o golpe de 31 de agosto.

Dois sonhos excludentes da direita liberal

Foto: Fernando Donasci/Reuters
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, em sua página no Facebook:

Os brasileiros que tanto lutaram pela democracia estão de luto desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mais do que isto, estão envergonhados. Este é, pelo menos, o meu caso. A democracia foi uma conquista do povo brasileiro, eu a considero consolidada, e por isso, diante do golpe parlamentar, senti vergonha e tristeza pelo meu país.

Ontem houve uma impressionante manifestação popular contra o impeachment em São Paulo. E a demanda foi por “diretas já”. Não creio, porém, que esta seja uma boa tese para as forças populares. Sem dúvida, o ideal seriam eleições presidenciais o mais breve possível, mas como aprová-las se o PMDB e o Centrão apoiam o novo governo?

Os valores obscenos do futebol-negócio

Por Irlan Simões, na revista Caros Amigos:

Lembra aquele zagueiro que fez o Brasil inteiro passar raiva no fatídico jogo de semifinal da Copa do Mundo de 2014? Está sendo vendido, mais uma vez, por um valor estratosférico.

Depois de ser vendido pelo Vitória para o Benfica, por 500 mil euros em 2007, David Luiz já acumula 113 milhões de euros movimentados em suas transferências. Do Benfica para o Chelsea foram 25 milhões em 2011; do Chelsea para o Paris Saint-Germain foram 49,5 milhões de euros em 2014. E agora, ele retorna ao Chelsea por nada menos que 38,5 milhões de euros.

A escalada autoritária de um governo fraco

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A coluna de Merval Pereira, o Cardeal de Richelieu do golpismo na mídia, traz hoje dois sintomas de que as coisas vão se complicando para o governo ilegítimo de Michel Temer.

A primeira é que a rua foi ganha pela oposição a Temer e perdida pelo golpismo, que a dominava, quase todo o tempo, desde o início do processo de deposição, já no primeiro mês do segundo mandato.


O arbítrio subiu no telhado

Largo da Batata, São Paulo/SP, em 04/9/16. Foto: Sebastião Moreira/EFE
Por Renato Rovai, em seu blog:

Até para quem acompanha passo a passo os acontecimentos tem tido imensa a dificuldade não só para entender o processo que estamos vivendo, como para tentar fazer prognósticos sobre ele.

Mesmo assim, já é possível arriscar algumas previsões.

Na linha do gato subiu no telhado, aquela velha maneira de contar um caso trágico, pode-se dizer que o arbítrio já desfila sobre as telhas das nossas cabeças.

Eleições 2016, o palanque dos milionários

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Dono da maior fortuna entre os pretendentes ao comando das capitais brasileiras nas eleições municipais deste ano, João Doria Júnior, do PSDB, vê-se obrigado a adotar hábitos populares e vestir a carapuça do Candidato Caô Caô. Gravado há quase 30 anos por Bezerra da Silva, o samba narra a campanha de um político em uma favela.

Ele sobe o morro sem gravata, bebe cachaça e usa “a lata de goiabada como prato” apenas para se enturmar com a comunidade e angariar votos. Doria segue o roteiro a contragosto. Nos primeiros dias da campanha à prefeitura de São Paulo, iniciada em 16 de agosto, deixou-se fotografar enquanto provava, visivelmente incomodado, um pingado de padaria em um copo americano.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Bancários enfrentam os agiotas golpistas

Por Altamiro Borges

A partir desta terça-feira (6), os bancários de todo o Brasil entram em greve por tempo indeterminado contra a intransigência patronal. A pauta de reivindicação da categoria foi entregue no início de agosto e, após cinco rodadas de negociação, a federação dos banqueiros (Fenaban) fez uma contraproposta humilhante e provocativa. Os trabalhadores reivindicam um reajuste de 14,78% (aumento real de 5%) e bancos propuseram apenas 6,5% – o que representa uma perda nos salários de 2,8%, com base na inflação de 9,57%. Diante do impasse, os bancários decidiram em assembleias enfrentar os agiotas financeiros, os principais pivôs do “golpe dos corruptos” que têm como maior objetivo arrochar os assalariados.

Reforma da Previdência: Acorda midiota!

Por Altamiro Borges

A jornalista Mônica Bergamo publicou nesta segunda-feira (5) na Folha fascista – o jornal da abjeta famiglia Frias que apoiou o golpe de 1964, chamou a sanguinária ditadura militar de “ditabranda” e prega maior repressão contra os manifestantes que exigem o “Fora Temer – uma nota que deveria servir de alerta até para os “midiotas” mais tapados:

“O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aconselhou o governo a não mandar para o parlamento a proposta que estabelece a idade mínima das aposentadorias antes das eleições municipais. Michel Temer tem dado declarações de que o projeto sobre o tema será enviado ainda em setembro”.


Os 100 mil na Paulista e a ditadura Temer

1964 e 2016: o mesmo golpe de classe

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Entre o golpe de 1964 e o golpe de 2016 há uma conaturalidade estrutural. Ambos são golpe de classe, dos donos do dinheiro e do poder: o primeiro usa os militares, o outro o parlamento. Os meios são diferentes mas o resultado é o mesmo: um golpe com a ruptura democrática e violação da sobernia popular.

Vejamos o golpe de 1964. René Armand Dreifuss em sua monumental tese na Universidade de Glasglow: “1964: a conquista do Estado, ação política, poder e golpe de classe” (Vozes 1981), um livro de 814 páginas das quais 326 são de documentos originais, deixou claro: “o que houve no Brasil não foi um golpe militar, mas um golpe de classe com uso da força militar”(p.397).

Marcha contra Macri prepara greve geral

Do site Carta Maior:

A Argentina viveu, nesta sexta-feira (2/9), mais uma multitudinária manifestação contra a administração do presidente Mauricio Macri. A chamada Marcha Federal reuniu mais de 200 mil opositores ao atual governo no centro de Buenos Aires, além de outros protestos menores que se replicaram em outras províncias do país.

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas contra uma política econômica macrista. Medidas que vão do aumento das tarifas de serviços básicos (água, gás e energia elétrica) ao corte de despesas com programas sociais, além de outros ajustes que levaram ao aumento do desemprego, da inflação e também dos níveis de pobreza.

Mídia e PM: destaques negativos do protesto

Foto: Jornalistas Livres
Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Mais de 100 mil manifestantes marcharam, neste domingo (4), da Avenida Paulista ao Largo da Batata, em São Paulo, para rechaçar o golpe que alçou Michel Temer à presidência do país. Ao longo dos pouco mais de 5km, a multidão entoou, de forma pacífica, palavras de ordem como "Fora Temer", "Nenhum direito a menos" e "Diretas Já". Mas não teve jeito: a Polícia Militar e a mídia mantiveram a tradição e foram os destaques negativos de mais um capítulo da luta em defesa da democracia.

Ministro da Cultura vira alvo: “golpista”



Por Altamiro Borges

Todo metido a valentão, o vaidoso Marcelo Calero, ministro da Cultura, está virando um dos principais alvos dos protestos contra o “golpe dos corruptos”. Na noite de sexta-feira (2), durante o festival de cinema de Petrópolis (RJ), ele foi vaiado e chamado de golpista pela plateia. Irritadinho, ele insultou os presentes e fez gestos ofensivos com as mãos. Segundo relatos, o cínico chegou a afirmar que “sou golpista sim, com muito orgulho”. Até quem não participou do protesto aplaudiu os manifestantes e deu as costas ao truculento. A sua valentia, porém, não durou muito tempo e o sujeito teve que deixar o auditório escoltado por seguranças.

O papel dos EUA no golpe contra Dilma

Temer é o nosso Mick Jagger das previsões

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Michel Temer havia chamado de inexpressivas as manifestações que protestam contra o processo de impeachment que o conduziu ao poder presidencial. ''São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso.''

Daí, neste domingo (4), manifestações reuniram uma multidão de pessoas em várias cidades do país contra o seu governo e a favor de eleições diretas para a Presidência da República. Apenas em São Paulo, os organizadores do evento estimaram em 100 mil almas.

Acredito que, sem querer, tropeçamos em uma descoberta científica que pode mudar a história do país: o desdém de Michel, com ou sem o uso de mesóclises, é capaz de levar à mobilização popular.

A prova do crime do impeachment de Dilma

Por Marcelo Zero

Passou despercebida uma mudança muito significativa que ocorreu no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2017, enviado pelo governo golpista ao Congresso Nacional.

No caput do artigo 4º agora se lê que os decretos suplementares são permitidos desde que estejam “de acordo com a meta de resultado primário fixada para o exercício de 2017”. Na LOA de 2015, esse mesmo artigo tinha uma redação diferente. Naquele ano, a redação dizia que os decretos suplementares seriam permitidos “desde que as alterações promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a obtenção da meta de resultado primário estabelecida para o exercício de 2015”.

Um golpe com sangue nos olhos

Por Flávia Martinelli, no site dos Jornalistas Livres:

Começou com sangue nos olhos. Um globo ocular dilacerado, cego e, por uma dessas ironias amaldiçoadas, esquerdo. Deborah Fabri, a estudante de 19 anos atingida por estilhaços de bala na primeira manifestação depois do golpe, foi perfurada em muito mais do que em seu direito de se manifestar. Figura de linguagem já não cabe mais na retórica da repressão inaugurada pelo golpista.

Houve também uma câmera fotográfica destroçada. A quantidade pedaços quebrados denuncia a ira do arremesso. E, ainda, centenas de olhos inflamados por spray de pimenta. Choro de gás e de inconformidade. “Mão na cabeça e cara virada pro muro, filho da puta! Olha pro chão, vândalo do caralho!”, é a clássica ordem de prisão policial da tropa de Geraldo Alckmin. E não dá para esquecer do olhar dos refletores do poder.

Temer: ou não governa ou cai!

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Com a consumação do impeachment de Dilma sem crime de responsabilidade e com a violação da Constituição, o que caracteriza o golpe, o país se encaminha para uma perigosa e irresponsável aventura política cuja desfecho é imprevisível. Mesmo que a democracia brasileira seja jovem, padecendo de enfermidades de nascença e muito imperfeita, não se pode brincar de democracia violentando a soberania popular e caçando 54 milhões de votos.

"Dona Folha" não sabe mais contar?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

“Milhares”, segundo a Folha de S. Paulo, participaram do protesto deste domingo contra Temer e a favor de novas eleições presidenciais. “A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente”, disse ainda o jornal paulista. Mas seu instituto de pesquisas, o Datafolha, “anteriormente” fazia estimativas do número de participantes dos protestos contra Dilma e a favor do impeachment, e algumas vezes eles até conflitaram com os números da PM ou com os dos organizadores. Agora, o Datafolha ficou de folga no domingo e não foi conferir quantas quantos eram “os 40 ou 50 que quebram carro”, no dizer de Temer.

O que levou Lauro Jardim a ser alcagueta?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Conheço Lauro Jardim. Levei-o para a revista Exame, de onde ele saiu para a Veja, e depois para a Globo.

É um bom cara. Não fosse, não o teria contratado. Ou o teria demitido logo. Caráter sempre foi um requisito indispensável nas equipes que montei ao longo de 25 anos como editor de revistas.

Lauro está longe de ser um canalha fundamental, como Diogo Mainardi ou Reinaldo Azevedo.

Tudo isso dito, pergunto: o que teria acontecido com o bom, sorridente Lauro para cometer uma barbaridade como a publicação do endereço em que Dilma vai morar no Rio de Janeiro?

A mídia golpista e a repressão ao povo

Editorial do site Vermelho:

A imagem da televisão era reveladora e constrangedora. Uma equipe de reportagem da Globo News acompanhava, ao vivo, em São Paulo a repressão à manifestação ocorrida, na noite do fatídico dia 31 de agosto, contra o golpe. Protegido pela tropa de choque da PM, o repórter narrava o empenho dos manifestantes em escapar da "caçada policial" pelas ruas do centro da capital paulista. E bradava: são “arruaceiros” e “baderneiros”.

"Diretas Já" farão tremer o chão de Temer

Por Bepe Damasco, em seu blog:                      

Não adianta criminalizar as manifestações do Fora Temer que ocorrem em todo o país, como fazem os jornalões a serviço da plutocracia. Tampouco as porradas da polícia fascista de Alckmin afastarão os patriotas das ruas. A repressão brutal e criminosa chegou até a cegar uma jovem manifestante. Mas quem está do lado certo da história não esmorece.

Ao contrário, a violência do Estado contra cidadãos, coisa típica de regimes de exceção como o que vivemos, terá o condão de engrossar cada vez mais os protestos. E da paisagem das ações de resistência democrática já brotam as faixas e palavras de ordem com potencial para unificar os progressistas, por um lado, e provocar um terremoto sob os pés dos canalhas que roubaram 54 milhões de votos: Diretas Já.

Mídia construiu a narrativa do golpe

Por Ivana Bentes, no site The Intercept Brasil:

Eis que a profecia autorrealizável se cumpriu. “PT deixa o governo após 13 anos” é a frase-slogan de triunfo de um grupo político 4 vezes derrotado nas eleições e estampado neste 31 de agosto de 2016 no site da Globo, deixando claro o que estava em jogo no impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A operação jurídico-midiática que viabilizou o impeachment também explicitou um fato sabido: o negócio da mídia brasileira não é jornalismo e nem notícias, é construção de crise, instabilidade e “normalidade”. É o que podemos chamar também de novelização das notícias e uma tentativa exaustiva de “direção de realidade”.

Marcela, a Maria Antonieta do Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Um dia após a consumação do golpe no Brasil, o jornal suíço “Tagesanzeiger” ironiza o mais famoso ‘conto de fadas’ brasileiro: Die brasilianische Marie Antoinette.

Marcela Temer é comparada à rainha francesa Maria Antonieta, cujos hábitos extravagantes, de luxo e riqueza, contrastavam com a miséria a que o povo fora submetido.

Filha do imperador Francisco I, Maria Antonieta se casou com Luís XVI aos 14 anos. A ideia era fortalecer a aliança franco-austríaca.

Assim se constrói um novo consenso

Por Priscila Figueiredo, no site Outras Palavras:

Na edição do Jornal da Globo da última quarta-feira, quando a votação dos senadores decidiu pelo impeachment de Dilma Rousseff, William Waack surgiu como tendo tirado um grande peso das costas. Não só ele, na verdade. A sua locução mais tarde, no bloco tradicional dos gols da rodada, continuaria naturalmente a tonalidade do bloco político. O céu se abriu no jornal e quase sem nuvens seguiria no programa seguinte, com Jô Soares e sua bancada agora de seis moças, risonhas e concertadas. Não se percebia nem sinal de rivalidade ou outra dissonância - estavam todos eram indignados com o fatiamento da votação pelo ministro Lewandovsky: “A Constituição de 88 foi rasgada!”, dizia o humorista. 

O jornalismo barnabé e o golpe

Por Mario Vitor Santos, na revista CartaCapital:

Este golpe não aconteceria sem a liderança da mídia. Ela foi a protagonista de primeira hora. Desde cedo, os jornais se incomodavam com o que consideravam “fraqueza” da oposição aos governos petistas e se dispuseram assim a substituí-la.

Para a ruptura institucional de agora, a mídia foi mais importante do que Eduardo Cunha. Antes de Cunha reunir as condições para desatar o impeachment, a mídia já tinha cerrado fileiras, engatado o revezamento de esforços complementares.

O show de horrores da GloboNews

Por Renato Rovai, em seu blog:

O golpista Michel Temer desafiou a ruas e as manifestações de hoje em todo o Brasil foram imensas. A de São Paulo, segundo relatos dos colegas que lá estiveram, contou com mais de 100 mil pessoas.

Saiu da Avenida Paulista, desceu a Rebouças e foi terminar no Largo da Batata. A GloboNews não cobriu nada do protestos. Deu imagens sempre controladas, mostrando espaços vazios, fachadas de prédios e num dado momento concentrou as cenas num caixão, que segundo o repórter, era o de Temer.

Nada de muita gente, nada de planos abertos, nenhuma entrada com mais de 1 minuto.

Aviso a Michel Temer: a luta continua

Foto: Mídia Ninja
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Estive na tarde de ontem na avenida Paulista, onde participei da concentração em frente ao Masp. À noite, acompanhei de carro uma imensa passeata pela Rebouças que fez o trajeto da Paulista até o Largo da Batata. Um colega que assistiu a passagem dos manifestantes de cima de um viaduto calcula que o cortejo prolongou-se por duas horas e acredita que pelo menos 100.000 pessoas desfilaram perante seus olhos. Os organizadores fazem o mesmo cálculo. Numa reação sintomática, a Policia Militar preferiu não revelar sua estimativa. Ficou feliz em dar porrada, quando o protesto já estava terminado e calmo.

domingo, 4 de setembro de 2016

Quem ordenou a covarde violência da PM?

Fotos: Eduardo Figueiredo / Mídia NINJA

Por Altamiro Borges

Durante três horas, mais de 100 mil pessoas caminharam pacificamente neste domingo da Avenida Paulista até o Largo da Batata na marcha pelo "Fora Temer". Não houve qualquer ato de violência ou vandalismo. Pelo contrário, os próprios manifestantes ajudaram a desviar os carros - já que o governo não acionou seus fiscais de trânsito, como sempre fez nos atos golpistas pelo "Fora Dilma". A marcha ocorreu na maior tranquilidade e alegria, inclusive com o criativo refrão: "Que coincidência. Não tem polícia e não tem violência".

Fora Temer! Fotos de SP e RJ

São Paulo


Michelzinho acertou: 40 pessoas na Paulista

Por Altamiro Borges

O usurpador Michel Temer não sabe fazer contas e ainda é um provocador incompetente. Na semana passada, várias manifestações contra o "golpe dos corruptos" sacudiram o país. Diante dos protestos, o arrogante afirmou que os atos tinham reunido umas "40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso" e que tinham sido organizados por "grupos inexpressivos". A resposta à bravata do Judas foi dada neste domingo (4) em São Paulo. Mais de 100 mil pessoas lotaram a Avenida Paulista e caminharam até o Largo da Batata por mais de três horas. O usurpador poderia pedir ao seu filho, o Michelzinho - que tem sete anos, mas já acumula uma fortuna de R$ 2 milhões - para fazer as contas da próxima vez.

Tio Sam abençoa o capacho Temer

Por Altamiro Borges

A presença do usurpador Michel Temer na reunião do G20, na China, não conseguiu alterar o quadro de isolamento internacional do covil golpista. Segundo o noticiário, o Judas foi tratado com frieza diplomática pelos outros chefes de Estado. Entreguista convicto, ele prometeu maiores privilégios aos investidores estrangeiros, com a privatização de estatais e novos contratos de concessão. Mas a oferta parece que não seduziu os "parceiros", desconfiados de que sua gestão não vai durar muito tempo. Na mídia nativa, que faz um baita esforço para blindar o golpista, a notícia com maior impacto nas redes sociais foi sobre sua ida a uma loja de sapatos. O Jornal do Brasil registrou a cena neste domingo (4):

Verissimo: Cara, cheiro e penteado de golpe

Por Altamiro Borges

O escritor Luis Fernando Veríssimo, um dos mais lidos no Brasil, nunca se curvou diante dos desejos dos barões da mídia - diferentemente de outros "imortais" da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da imprensa golpista, como os subservientes Ferreira Gullar e Carlos Heitor Cony. Na edição do jornal O Globo deste domingo (4), ele volta a espinafrar o "golpe dos corruptos" desfechado pelo tribunal de exceção do Senado na semana passada. Vale conferir a sua deliciosa crônica:

Joaquim Barbosa desnorteia os ‘midiotas’

Por Altamiro Borges

Até recentemente, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, era o herói dos "midiotas". Os manifestantes que saíram às ruas para rosnar contra Lula, Dilma e as esquerdas chegaram a cogitar o seu nome para presidente da República. Idolatrado pela imprensa golpista, ele foi capa de inúmeras edições da Veja - inclusive com o famoso título de "O menino pobre que mudou o Brasil". Por vários meses, durante o julgamento do chamado "mensalão petista", o ex-ministro foi manchete dos jornalões e motivo de excitação dos "calunistas" da tevê. Nas últimas semanas, porém, Joaquim Barbosa desnorteou os "midiotas", os que seguem acriticamente a mídia manipuladora.  

sábado, 3 de setembro de 2016

O estranho assessor de Temer sumiu!

Por Altamiro Borges

Na semana retrasada, o repórter Rubens Valente - autor do excelente livro "Operação Banqueiro" - publicou na Folha mais um dos seus furos jornalísticos. "Uma fundação do PMDB repassou, ao longo do ano passado, R$ 240 mil ao hoje secretário especial de comunicação do governo interino, Márcio Freitas. No mesmo período, ele recebeu salário como assessor de Michel Temer na vice-presidência da República. Pagamentos mensais de R$ 20 mil foram feitos pela Fundação Ulysses Guimarães à empresa Entretexto Serviços, da qual Freitas é sócio-proprietário".


A derrubada da classificação indicativa

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Política bem sucedida e que costuma gerar consenso na sociedade, a regra que obriga as emissoras de televisão a veicular conteúdos respeitando o horário estabelecido pela Classificação Indicativa não existe mais. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (31), que o mecanismo é inconstitucional e impõe “censura prévia” à programação.

A decisão vai na contramão da luta de organizações da sociedade civil, que chegaram a lançar, no início do ano, a campanha Programa adulto em horário adulto. “Trata-se de um enorme retrocesso”, avalia Renato Godoy, pesquisador do Instituto Alana. “A leitura feita pelo STF coloca interesses econômicos sobre os direitos da criança, privilegiando uma suposta liberdade de expressão que, na verdade, nunca esteve em xeque”.

Golpe contra a América do Sul

Por Martín Granovsky, no site Carta Maior:

Os escravocratas ganharam outra vez no Brasil. O golpe triunfou. O Senado acaba de limpar o caminho e, sem Dilma Rousseff como estorvo, já não restam obstáculos institucionais. Michel Temer pode subir ao palco para fazer o dueto com Mauricio Macri. A América do Sul, agora sim, mudará decididamente o seu rumo.

É verdade que Michel Temer já havia começado a trilhar o caminho neoconservador, desde que assumiu como presidente interino, em maio. Dois exemplos disso são os projetos para ampliação da terceirização e as medidas de ajuste fiscal ao estilo europeu adotadas em série, sem medo de deixar um rastro de vítimas sociais. Após a votação do Senado, Temer passou a ser presidente em exercício, com mandato até 31 de dezembro de 2018. Foi assim, através de um golpe, que a elite brasileira consagrou um tipo de governo que, na Argentina – e é importante destacar essa diferença essencial – chegou ao poder pela vontade de uma maioria eleitoral.

A lambança em dobro na EBC

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na pressa em sepultar o projeto de desenvolvimento da comunicação pública, o governo cometeu uma segunda lambança ao tratar da Empresa Brasil de Comunicação, a EBC. Baixou medida provisória que desfigura a empresa, tirando de seus canais a natureza pública e independência, mas teve que recuar da exoneração de Ricardo Melo da presidência. Como eu havia dito logo que divulgadas as decisões pelo Diário Oficial, a nomeação de Ricardo não deixou de ser ato jurídico perfeito por conta desta MP. O mandato deixa de existir para o futuro mas a lei não retroage para cassá-lo. Advertido pelo STF, o governo revogou a exoneração horas depois.

STF derruba a classificação indicativa

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

As emissoras de televisão receberam nesta quarta-feira (31) o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para veicular em qualquer horário da grade programas sem diferenciação do público. Para a corte basta inserir o caractere com a classificação indicativa. “Ou seja, agora as tevês podem exibir conteúdos impróprios ao meio dia”, afirmou Renata Mielli, coordenadora Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Senado toma decisão que inocenta Dilma

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A decisão do Senado Federal de sancionar a lei 13.362/2016 que altera regras para remanejar o orçamento (http://migre.me/uT3LX) cria elementos concretos para a anulação do impeachment.

Dois dias após a condenação de Dilma Rousseff por suposto crime administrativo - pela assinatura de decretos orçamentários -, o Senado flexibilizou as regras para abertura de créditos suplementares sem necessidade de autorização do Congresso.

Ne legislação penal vale o princípio de que a nova lei mais benéfica apaga a pena do réu. Denomina-se de "abolitio criminis", retroagindo quando em benefício do réu.

O crime de responsabilidade de Alckmin

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

Auditores fiscais do estado de São Paulo entraram ontem (1º) no Ministério Público do Estado de São Paulo com uma ação popular contra o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) por fraudes em operações de crédito. Se confirmados, os atos configuram crime de responsabilidade, implicando rombo futuro no patrimônio público para “maquiar” as contas, inflando o orçamento de curto prazo do estado.

“Se confirmado, isso configura crime de responsabilidade dos secretários e de quaisquer entes do governo que tenham parte nisso. Agora, cabe ao Ministério Público analisar. Para nós, as operações alteram o balanço, o orçamento do estado de forma fraudulenta”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp), o auditor fiscal Gláucio Honório.

Fim da CLT: bandeira ideológica do golpe

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

De uma perspectiva histórica, é possível perceber uma evolução que trouxe a relação entre capital e trabalho, engrenagem básica da sociedade capitalista, para um patamar menos truculento. Na Inglaterra do início do século XIX, que emergia como a grande potência econômica do planeta, os trabalhadores - incluindo crianças - eram acorrentados às máquinas e trabalhavam 14, 16 horas por dia. Embora de maneira não linear e com muitos refluxos, chegamos ao século XXI com muitos avanços. Devemos muito de tudo isso às ideias marxistas. A pressão da experiência socialista, enquanto durou, emprestou ao sistema capitalista uma lógica menos selvagem. O liberalismo, com sua postura de representar apenas os interesses de uma classe emergente - a burguesia -, foi substituído por projetos que pretendiam representar toda a sociedade. O impasse era simples: ou o capital balanceava melhor sua relação com o trabalho, ou este, embalado pelos ventos que sopravam de Moscou, implodiria o sistema.

Temer está acuado. É um perigo!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Michel Temer não tem a legitimidade do voto.

Não tem a hegemonia das forças políticas.

Não tem apoio público e, pior, a sua rejeição só faz crescer e ficar mais aguda.

Tem a mídia, mas não muito, porque esta está prontíssima a exigir, e já, o “serviço” de detonar os direitos sociais.

Radicalidade e unidade contra as ratazanas

Por Bepe Damasco, em seu blog:                              

Consumada a infâmia do golpe de estado, a única forma que a resistência democrática tem de expressar solidariedade à presidenta Dilma à altura do que ela merece, e na proporção adequada ao bárbaro crime contra o regime democrático, é a radicalização das lutas e a unidade de todo o campo progressista.

Violentada, a consciência democrática da sociedade já disse ao que veio logo nas primeiras horas depois do ato de vilania cometido pelos senadores, ocupando as ruas das principais capitais do país, praticamente de forma espontânea, já que não houve tempo paras as entidades organizarem essas manifestações.