sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Faxina ética não pode excluir a imprensa

Por Sergio Araujo, no site Sul-21:

Com o clamor das ruas ainda ecoando pelos corredores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, pedindo a valorização da ética e da moralidade como pilares de uma nova era para a política e para a administração pública do país, observamos uma espécie de euforia midiática pela prisão de grandes figurões do cenário nacional.

O curioso é que foi justamente a mídia a principal responsável pela criação de vários dos mitos hoje encarcerados. Eike Batista por exemplo. Endeusado pela imprensa como exemplo de empreendedor bem sucedido, a criadora desse estereótipo age agora como carrasco impiedoso. Ou não é isso que ocorre na massificação das imagens de políticos e empresários indiciados pela Lava Jato e humilhantemente expostos em roupas de presidiário, com a cabeça raspada e habitando celas fétidas?

Mais um dia de popstar para Sergio Moro

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Podemos dizer, sem medo de errar, que Sérgio Moro é o juiz mais midiático da história do Brasil. Joaquim Barbosa teve seus momentos, mas Moro, O Justiceiro, o supera de longe.

Só hoje há três notícias envolvendo o herói coxinha em destaque nos portais da velha imprensa.

A primeira: Moro mandou soltar Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT, que estava preso desde junho do ano passado.

Obviamente era mais uma prisão cautelar, ou seja, sem que o cidadão sequer tenha sido julgado. Oficialmente a prisão foi determinada para que Ferreira não atrapalhasse as investigações.

Marisa Letícia, a bordadora de estrelas

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Marisa Letícia Lula da Silva bordou a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores. A estrela que foi ganhando forma com seu trabalho haveria de iluminar a história brasileira. A luz que se apaga agora deixa ainda presente o calor de sua memória. Há a política que se exerce com ações públicas, mas há a política, tão ou mais necessária, que se tece no dia a dia, em relações marcadas pela coragem e ancoradas no amor e na solidariedade com os próximos.

Aécio, Lava-Jato e a Andrade Gutierrez

Por Jeferson Miola

A empreiteira Andrade Gutierrez trapaceou a justiça para ajudar o PSDB e, a despeito dos crimes de falso testemunho e ocultação da corrupção tucana, assim mesmo foi premiada pela Lava Jato com acordos de delação, redução de penas e preservação da fortuna amealhada no assalto ao dinheiro público.

No processo que tramita no TSE sobre os gastos da campanha presidencial da chapa Dilma-Temer, o ex-presidente da empreiteira, Otávio Azevedo, prestou falso testemunho para incriminar Dilma, mentindo ter doado R$ 1 milhão de dinheiro supostamente proveniente de propina para a campanha dela de 2014.

A solidariedade à revolução sandinista

Enviado por Leonardo Severo:

Autor de livros sobre o papel da mídia e a América Latina, o jornalista Leonardo Wexell Severo, conselheiro do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, está organizando, junto com o seu irmão Leandro, ex-secretário de Comunicação de São Carlos, o livro “Nicarágua, a flor mais linda do meu querer”. O trabalho, que inclui reportagem fotográfica, relata a história da solidariedade brasileira à revolução sandinista e a luta anti-imperialista. Abaixo, uma pequena entrevista com Leonardo, que continua coletando material para a obra a ser lançada ainda neste ano.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Marisa Letícia? Dor, mas também raiva

Por Nirlando Beirão, na revista CartaCapital:

Por mais que se respeite o espírito cordato de Iemanjá, em seu dia festivo de hoje, não dá para separar na morte de dona Marisa a emoção da dor e um forte sentimento de raiva. Muita raiva. E uma tremenda sensação de injustiça.

Penso, por exemplo, naquelas duas patetas que foram fazer plantão de ódio diante do Sírio Libanês, quando a companheira de Lula foi internada.

Batiam naquela velha tecla, com seus cartazes ridículos: vai para o SUS, não para o Sírio.

Deu Fachin no sorteio da Lava-Jato, claro!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Dou o braço a torcer.

Merval Pereira tinha razão.

O algoritmo do STF escolheu Edson Fachin como novo relator da Lava Jato.

A gente tinha alguma dúvida, por vício de acreditar na Justiça. Acho que vício é palavra melhor, a esta altura, do que esperança.

Mas “deu” aquilo que em futebol chama-se de “passe telegrafado”.

O AVC de Marisa Letícia e a Lava-Jato

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Arrisca ser uma simplificação culpar diretamente o juiz Sérgio Moro pela morte da ex-primeira dama Marisa Letícia.

Mas como dissociar seu AVC da pressão a que estava sendo submetida?

Em 1997, o jornalista Elio Gaspari colocou o infarto de Paulo Francis na conta de Joel Rennó, ex-presidente da Petrobras que acionou Francis nos EUA.

Rennó, escreveu Elio, era um “estrategista vitorioso” porque “seu processo ocupou um espaço surpreendente na alma de Francis”.

Marisa Letícia, uma brasileira

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A morte de dona Marisa Letícia é a síntese dolorosa da força do ódio inoculado nas veias do Brasil nos últimos anos contra o PT, contra ela, Lula e a família, contra tudo o que representaram desde 2003. Sua ausência na vida do ex-presidente terá consequências pessoais e políticas mas haverá tempo para falar de Lula sem Marisa. A hora é de recordar uma mulher do povo, uma brasileira de fibra que silenciosamente ajudou a escrever páginas importantes da história contemporânea. Neste tempo, o aneurisma que era inofensivo há dez anos foi se expandindo sob o martelar constante das injúrias, implicâncias, achincalhes, preconceitos e, finalmente, da perseguição implacável contra os Lula da Silva, indiciados e denunciados sem provas para evitar banir o ex-presidente da política.

O assassinato de Dona Marisa

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por Renato Rovai, em seu blog:

A morte de Dona Marisa Letícia não foi natural. Ela foi sendo assassinada aos poucos por um conluio, cujo pilar foi a mídia tradicional com destaque ultraespecial às Organizações Globo, à grande maioria do Judiciário envolvido nas investigações da Lava Jato e a uma classe política corrupta que se lambuzou em acusações sem provas contra ela e sua família.

Dona Marisa Letícia sempre foi uma mulher simples, mas não simplória como alguns idiotas imaginavam. Fui o primeiro jornalista a entrevistá-la para uma publicação de caráter nacional ainda em 1989, quando Lula disputava sua primeira eleição presidencial.

Dilma: “Estamos juntos, presidente Lula"

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Hoje é um dia triste para todos nós, que conhecemos e admiramos Dona Marisa Letícia. Sabemos do amor e da força que sempre emprestou ao presidente Lula. Uma mulher de fibra, batalhadora que conquistou espaço e teve importante papel político.

Dona Marisa foi o esteio de sua família, a base para que Lula pudesse se dedicar de corpo e alma à luta pela construção de um outro Brasil, mais justo, mais solidário e menos desigual, desde as primeiras reuniões sindicais na Vila Euclides, passando pela fundação do PT e da CUT, até a chegada à Presidência da República.

Elegia para Marisa Letícia Lula da Silva

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A ele te dedicaste por décadas tantas
Como séculos, silente e loquaz,
Olhar sorridente, voz ausente
Regaço do exaurido, elixir do guerreiro

Torturada, nem um lamento te escapou
Da boca ou do olho, da voz ou do alhar
Desafiaste o carrasco, silêncio impávido,
Sereno, negando súplica, capitulação

Marisa Letícia: Não há de ser inutilmente!


Por Leandro Fortes, em sua página no Facebook:

A morte de Dona Marisa Letícia é o triunfo físico da narrativa de ódio reinaugurada pela direita brasileira, a partir da vitória eleitoral de Dilma Rousseff, em 2014, contra as forças reacionárias capitaneadas pela candidatura de Aécio Neves, do PSDB.

Em sua insana odisseia pela retomada do poder, ainda quando o TSE contabilizava os últimos votos das eleições presidenciais, Aécio e sua turma de mascarados se agregaram, não sem uma sinalização evidente, aos primeiros movimentos da Operação Lava Jato e com ela partiram, sob os auspícios do juiz Sergio Moro, para a guerra de tudo ou nada que se seguiu.

Marisa Letícia: Eterna companheira

Por Flávia Martinelli, no site Jornalistas Livres:

Foi num palácio. O Palácio da Alvorada. E era domingo festivo: Dia das Mães, 11 de maio de 2003, ano do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos jardins, acontecia um churrasco. Diante da corte de fotógrafos, jornalistas e curiosos, Lula ajoelha-se aos pés de sua mulher. A primeira-dama, então, pousa os pés sobre a perna do marido. E ele amarra o cadarço solto do tênis dela.

No dia seguinte, UAU, a foto sai estampada na capa dos principais jornais e revistas do país. Mais uma vez, o Brasil inteiro se derretia com a demonstração explícita de afeto do presidente por sua companheira, Marisa Letícia Lula da Silva. A vida de dona Marisa, no entanto, nunca foi de Cinderela. Nem Marisa sonhou ser princesa. Lula sempre a tratou como rainha, fato. Mas isso nada tem a ver com os jardins palacianos do flagra em Brasília. A majestade de dona Marisa Letícia já vinha de muito, muito antes do cargo de primeira-dama.

Morre Marisa Letícia: tristeza e revolta!

Do blog A justiceira de esquerda
Por Altamiro Borges

A confirmação da morte cerebral de Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, é muito triste e revoltante. Estive com ela em dezembro passado num belo jantar na residência de uma grande jornalista. Já tinha estado com ela em outras ocasiões mais formais – em solenidades e eventos políticos. Este foi meu primeiro contato mais direto, mais íntimo, com “dona” Marisa. O impacto foi muito positivo. Ela se mostrou uma pessoa carinhosa, risonha, cheia de histórias e com excelentes sacadas. Bem informada sobre o complexo quadro político, ela também não perdeu a oportunidade para aporrinhar Lula, demonstrando a sua enorme ascendência sobre o ex-presidente.

O zumbi da Base de Alcântara

Por Marcelo Zero, no site Outras Palavras:

No Brasil, há mortos-vivos. Quando você pensa que eles já se foram, acabam retornando do mundo dos mortos para nos assustar.

Um deles é o famigerado Acordo de Alcântara.

Em abril de 2000, os EUA e o Brasil (sob gestão tucana) assinaram acordo bilateral com o objetivo, em tese singelo, de permitir que empresas norte-americanas pudessem usar a nossa Base de Alcântara para lançar os seus satélites.

Conforme informações do governo da época, tal uso poderia gerar recursos de monta (cerca de US$ 30 milhões ao ano, numa avaliação muito otimista) para reativar a base que ainda está subutilizada. Para as empresas norte-americanas, este uso seria proveitoso, em razão do fato de que o Centro de Lançamentos de Alcântara está bastante próximo da linha do Equador, o que diminui significativamente os custos dos lançamentos.

Eike e a celebração ritual do linchamento

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O linchamento, moral ou físico, é ritual tão antigo quanto a civilização. A crucificação de Cristo foi celebrada. É o momento em que o pequeno pode atingir o grande, em que o anônimo se vinga dos célebres, o medíocre consegue seu momento de destaque. E todos se igualam, se democratizam na forma de manifestação ancestral: o ato de devorar a alma do inimigo, que pode ser qualquer um que as circunstâncias colocam do lado errado da onda.

Aécio, Janot e a conta em Liechtenstein

Por Marco Aurélio Carone, no blog Viomundo:

A cada dia que passa fica mais evidente o pouco ânimo do Ministério Público Federal (MPF) para investigar irregularidades cometidas pelo grupo político, econômico e familiar do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Em 8 fevereiro de 2007, agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal (PF) fizeram busca e apreensão num dos apartamentos do luxuoso edifício residencial Murça, na Avenida Rui Barbosa, 400, Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Era a“Operação Nobert” em andamento.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O mistério nos sorteios do STF

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O sorteio para escolha do sucessor de Teori Zavaski como relator da Lava Jato pode ser uma boa oportunidade para o STF esclarecer o método empregado para a distribuição de casos na corte.

Explico. Não há a menor dúvida de que o sorteio é feito eletronicamente, por um programa de computador, no qual todos os ministros têm chances iguais de serem concorridos.

A pergunta é se a escolha é 100% aleatória, como num bilhete de loteria. Ou se entram em conta outros fatores.

Janot vai investigar Aécio Neves. Será?

Por Altamiro Borges

O Jornal do Brasil noticiou nesta terça-feira (31) que Rodrigo Janot finalmente decidiu investigar as relações sinistras do cambaleante Aécio Neves com poderosas empreiteiras. "Após as delações da Odebrecht, a Procuradoria-Geral da República deve pedir nos próximos dias ao STF que um inquérito sobre o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, seja aberto. A acusação é de que o tucano teria recebido dinheiro das empreiteiras que fizeram as obras da Cidade Administrativa em Minas Gerais: entre elas a Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez".

O demagogo Doria já sumiu da periferia

Por Altamiro Borges

Durante a campanha eleitoral, o ricaço João Doria se fantasiou de “João Trabalhador” nos programas de televisão. Ele comeu pastel na feira e bebeu cafezinho em botecos da periferia de São Paulo – sempre com cara de nojo. Muita gente acreditou no marketing do candidato do PSDB. Tanto que ele venceu no primeiro turno a eleição para a prefeitura. Mas bastou um mês de gestão para revelar toda a falsidade do demagogo. Nesta terça-feira (31), a Folha serrista publicou uma matéria que mostra que o novo prefeito já abandonou a periferia da capital paulista. Pobre dos pobres que acreditaram em “João Dólar”.

Temer esconde custos das viagens aéreas

Por Altamiro Borges

Pelos nomes indicados para compor o seu “ministério de notáveis” já era possível prever que o “governo” de Michel Temer seria um paraíso dos corruptos. Vários deles estavam metidos em falcatruas, colecionando processos na Justiça. Sete deles inclusive já foram defecados do covil golpista. Outros tantos, como Eliseu Padilha e Moreira Franco, estão na linha de tiro. Mas a sujeira ainda não veio totalmente à tona. A quadrilha no poder tomou inúmeras medidas para encobri-la. A falta de transparência é uma marca deste bando. Uma matéria postada na servil revista Época é prova de que o pior ainda está por vir.

Globo, Lava-Jato e o circo Brasil

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

A manchete principal do site do jornal O Globo, às 18h29min desta segunda-feira, simboliza perfeitamente a principal arma da Globo para controlar a opinião pública: jornalismo de péssima qualidade.

A chamada, como se fosse a grande notícia do dia, é a seguinte: “Merval Pereira: Liberação das delações pode diminuir a pressão”.

O artigo de Merval (meus comentários vem em negrito):

O ego supremo na disputa do STF

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Tem ganhado espaço nos meios de comunicação os nomes de possíveis indicados a preencher a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, que era ocupada por Teori Zavascki, morto em desastre aéreo sob investigação. A enxurrada de sugestões que surgem em meio a balões de ensaios, defesas de posições e exibições vergonhosas de sabujice explícita, indica a força que o Judiciário vem ganhando no jogo político.

Como fica cada vez mais patente, não se trata de uma discussão que leve em conta apenas as atribuições da corte, mas seu papel decisivo num momento de desequilíbrio dos poderes da República. O interesse na substituição de Teori Zavascki não escondeu, em nenhum momento, a perspectiva de procrastinação possível dos processos por ele relatados. Toda a consternação com as circunstâncias trágicas da morte do ministro surgiu tingida de pragmatismo.

Um funeral para a universidade pública

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

Orçamento cada vez mais magro, greves recorrentes e o fantasma da privatização pairando no ar: o retrato da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) reflete o cenário apresentado em outras instituições públicas de ensino superior do Brasil, como as universidades estaduais de São Paulo, da Bahia e até mesmo da rede federal.

“Em praticamente todos os Estados da Federação há informes de que as universidades estaduais e municipais passam por momentos difíceis, em muitos casos interrompendo serviços que beneficiam sobretudo a parcela mais carente da população”, manifesta-se, em nota, a Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais.

Fim do ciclo progressista na América Latina?

Por Sérgio Martín Carrillo, no site Vermelho:

Depois de mais de 15 anos que as políticas neoliberais começaram a ser expulsas paulatinamente dos denominados países progressistas da região latino-americana, ao longo do ano de 2016 (coloquemos como início dezembro de 2015) começou a surgir a ideia de “mudança de ciclo” na América Latina.

Foram as vitórias da direita regional nas eleições presidenciais da Argentina e as legislativas na Venezuela que pareciam inaugurar este aparente novo ciclo político na região. A estas vitórias eleitorais se uniu a mudança de governo mediante um golpe orquestrado no Brasil contra a presidenta Dilma Rousseff e a derrota do governo boliviano em referendo. A Nicarágua foi a única nota dissonante no ano de 2016 [com a reeleição do presidente Daniel Ortega].

Cabral e Aécio: por que só um está preso?

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Um vídeo disponível no YouTube mostra o jovem Aécio Neves no desfile de abertura da Conferência Mundial da Juventude, realizada em 1985 na cidade de Moscou.

“Olha a delegação comunista do Brasil, o Aecinho segurando a bandeira”, narra o jornalista Marcelo Tas, que fazia dupla com Fernando Meirelles num programa da TV Gazeta de São Paulo, ele como repórter Ernesto Varella; Meirelles, como cinegrafista.

No mesmo grupo, Gonzaguinha e Martinho da Vila, reconhecidos pela militância de esquerda e, por isso, presenças naturais num evento organizado pelo governo comunista da União Soviética.

Presente neoliberal: 5 milhões sem emprego

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


O desemprego, medido pelo IBGE, chegou a 12% no último trimestre de 2016 (contra 11,8 no trimestre anterior), o que torna certo que a taxa subirá mais no início de 2017, pelo menos. Dezembro é um mês de dispensas, normalmente e, segundo o Ministério do Trabalho, passou de 400 mil o número de pessoas que perderam a carteira assinada no mês passado, sem contar os “bicos” de Natal.

"Não haveria o golpe sem a mídia"

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Não haveria 'esta' Lava Jato, com uso político, sem a mídia. A opinião é do procurador federal Eugênio Aragão. Em declaração ao Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, nesta segunda-feira (30), o ex-ministro da Justiça criticou o papel jogado pelos grandes meios de comunicação não apenas na espetacularização e partidarização da Operação Lava Jato, mas também no processo ilegal de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A Petrobras e a Fada dos Dentes

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Em nova mancada, do ponto de vista estratégico e de comunicação com o público, a diretoria da Petrobras acaba de anunciar outra "baixa" - ridícula - do preço dos combustíveis nas refinarias, da ordem de alguns centavos por litro, quando poderia estar guardando esse dinheiro para ajudar na recuperação do faturamento da empresa.

Temer veta escola de cinema de Cuba

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

“A decisão do Ministério da Cultura (MinC) é tacanha, baseada em uma visão ideológica tacanha de preconceito contra Cuba. Vamos ter uma perda, sem dúvida”, afirmou o ex-secretário executivo do MinC João Brant, que trabalhou na pasta até o fim do governo Dilma Rousseff (PT), sobre a descontinuidade do convênio de 30 anos entre o governo e a Escola Internacional de Cinema e TV de San Antonio de Los Baños (EICTV), em Cuba. “É lamentável que o ministério acabe com essa política de trabalho conjunto”, acrescentou, sobre ato governo de Michel Temer (PMDB).

Lava-Jato: o Brasil aguenta o tranco?

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Teori Zavascki, o juiz da Operação Lava Jato em Brasília, estava muito preocupado ao ver o filho Francisco pela última vez, em Porto Alegre, na véspera de encontrar a morte em um desastre aéreo rumo a Paraty, no litoral fluminense.

Examinava há alguns dias o roteiro das delações de mais de 70 executivos da construtora Odebrecht, papelada que caberia a ele validar ou anular. E ficara impressionado, a se perguntar se o País aguentaria o tranco. “Acho que 2017 vai ser muito mais complicado que 2016”, comentou com o filho, autor de relatos sobre a conversa. Por quê? “Pelo envolvimento de pessoas realmente poderosas.”

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Temer destrói contas públicas e culpa Dilma

Por Altamiro Borges

Marcela Temer, a primeira-dama “recatada e do lar” que recentemente foi censurada pelo marido, deveria sugerir a ele que deixasse de falar besteiras. Fica até parecendo que o rapaz está meio gagá. Nesta terça-feira (31), foram divulgados os dados sobre as contas públicas em 2016. Uma tragédia! O déficit primário acumulado foi de R$ 155,791 bilhões – o pior da história recente do país. Diante destes números dramáticos, que só confirmam o desastre causado pelo “golpe dos corruptos” e a total incompetência da quadrilha que assumiu o poder, Michel Temer afirmou que a culpa é do governo anterior. Haja cinismo!

Temer ignora STF e esconde “lista suja”

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira ainda não divulgou o cadastro de empregadores flagrados com mão de obra análoga à de escravo, a chamada ''lista suja'' da escravidão.

Criada em 2003 pelo governo federal, a ''lista suja'' é considerada pelas Nações Unidas um dos principais instrumentos de combate ao trabalho escravo no Brasil e apresentada como um exemplo global por garantir transparência à sociedade e um mecanismo para que empresas coloquem em prática políticas de responsabilidade social.

Temer e o fabricante de balas de borracha

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Tempos cada vez mais sombrios na presidência da República: foi anunciado hoje em Brasília que, entre os novos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o “conselhão” criado por Lula, será empossado o empresário Carlos Erane de Aguiar, que preside a Condor Tecnologias Não-Letais e o Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde). A Condor, empresa de Nova Iguaçu (RJ), é uma das maiores fabricantes de balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta do mundo. Ou seja, um especialista em reprimir manifestações virou conselheiro da presidência da República. Tudo a ver com a era Temer.

Trump: as contradições na burguesia dos EUA

Por Gaio Doria, no blog Resistência:

Para uma parte considerável dos observadores das últimas eleições estadunidenses, a vitória de Donald Trump apareceu como uma grande surpresa. Como foi possível um racista, misógino e “fascista” se eleger presidente no “país mais importante do mundo”? Ainda mais surpreendente, um candidato supostamente anti-establishment que enfrentou forte oposição até mesmo dentro da própria legenda por onde concorreu.

A delação e a dança dos mineirinhos

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o assalto final ao país

Tem-se um presidente da República suspeito de corrupção. Seu preceptor maior – ex-deputado Eduardo Cunha – já está preso. Se receberem o mesmo tratamento dado a Cunha, seus dois lugares-tenentes – Ministro Eliseu Padilha e Secretário Moreira Franco – também irão para a prisão.

Nos últimos tempos, no entanto, esse grupo abaixo de qualquer suspeita, colocou em prática as seguintes medidas, tentando desesperadamente acumular poder para impedir a marcha dos processos:

1. Assumir o controle geral das definições de produtos de conteúdo nacional para as compras públicas, colocando de lado os técnicos do BNDES e Finep. Empresa que quiser ter seu produto enquadrado, terá que beijar as mãos do grupo.

Sardenberg articula o pensamento da Globo

Do blog Viomundo:

Em comentário na rádio CBN, Carlos Alberto Sardenberg colocou o milionário Eike Batista no colo de Lula e Dilma.

Referiu-se a fotos publicadas nos jornais “provando” a proximidade entre o trio e disse que Eike é o exemplo descarado do capitalismo “de favor”.

Tomado por súbita amnésia, esqueceu que trabalha num império construído de braços dados com a ditadura militar.

O preço da mixofobia de João Dória

Por Jorge Felix, no site Brasil Debate:

O diversionismo é o instrumento mais vulgar do marketing político. Quando o governante intenta omitir algum ato ou projeto, inventa algo atraente para a imprensa e, sobretudo, seus adversários, ocupando assim aqueles que deveriam fiscalizar ou conhecer as suas verdadeiras intenções e ações. É receita conhecida do jornalismo político em primeiros dias de mandato. O maior exemplo na história foi o de Jânio Quadros na Presidência da República com suas ordens para criar um uniforme civil (o safari), proibir o biquíni na transmissão do concurso de miss, criminalizar o lança perfume, entre outras notícias com potencial para deixar jornalistas sem dormir de tanto trabalho.

E se um juiz não for com a sua cara?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                        

Não existe mais segurança jurídica no Brasil. As prisões preventivas e provisórias, que deveriam ser exceções, são regras. O encarceramento está banalizado. O punitivismo radical aplaudido pela sociedade idiotizada pela mídia contribui fortemente para que já tenhamos a quarta maior população carcerária do planeta, a caminho da terceira colocação.

Dias desses presenciei em um restaurante uma cena emblemática de como o estado de exceção captura corações e mentes. Um grupo de rapazes na mesa ao lado comemorava a notícia do mandado de prisão contra o empresário Eike Batista, de olhos vidrados no aparelho de TV sintonizado na Globo, é claro.

Janot deve pedir suspensão do sigilo

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Depois de receber o documento do Supremo Tribunal Federal com a homologação, pela ministra Cármen Lúcia, das delações dos 77 executivos da Odebrecht - o que deve acontecer ainda hoje - o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir ao STF o levantamento do sigilo sobre as delações, que foi mantido pela ministra. Ele poderá fazer a solicitação a ela mesma, mas fontes da PGR acham que o ideal será apresentar o pedido ao novo relator da Lava Jato, decisão que acontecerá a partir de quarta-feira, quando acaba o recesso do judiciário. 

Lava-Jato, Globo e a explosão da miséria

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Pobre Brasil.

Hoje o Valor, noticiou – sem destaque, claro, porque essa não é uma notícia que interessa à mídia corporativa, hoje empenhada em consolidar o golpe – uma notícia terrível, da qual reproduzo um trecho:

Com crise, base da pirâmide cresce e volta aos níveis de 2011

As classes D e E ganharam 4,3 milhões de famílias nos últimos dois anos e voltaram a representar 56,5% do total de domicílios do país, nível próximo do registrado em 2011, 57,4%. A proporção chegou a 51,4% em 2014, a menor observada durante o processo de mobilidade social que começou em 2003, quando 70,2% estavam na chamada base da pirâmide.


Reparem bem. As classes D e E representavam 70% da população brasileira em 2003. Caíram para 51% ao final de 2014, após três gestões petistas.

Rombo da previdência é discurso falacioso

Por Esther Dweck, no jornal Brasil de Fato:

Com o falacioso discurso de rombo da previdência e de que o objetivo da reforma é garantir o sistema para as novas gerações, tentam amedrontar a população, inclusive com uma campanha publicitária com dados, no mínimo, controversos.

A proposta em nada tem a ver com a sustentabilidade no futuro. O impacto é de curtíssimo prazo, atingindo grande parte dos que poderiam se aposentar nos próximos 10 anos, e priva diversos cidadãos do direito ao sistema público de previdência. A esses restará o sistema assistencial, que também é destruído enquanto garantia uma renda real mínima.

As razões do caos na Venezuela

Por Renaud Lambert, no site da Fundação Maurício Grabois:

A memória é por vezes cruel. Em 2 de fevereiro de 1999, em Caracas, um homem moreno pronunciou seu primeiro discurso de presidente. Seu nome: Hugo Chávez. “A Venezuela está ferida no coração”, afirmou citando Francisco de Miranda, herói da independência. Ele descreveu a crise “ética e moral” pela qual passava então seu país. Esse “câncer” gangrena a economia, de sorte que, disse, “começamos a ouvir falar de desvalorização, de inflação”. “Feito um vulcão que trabalha de maneira subterrânea”, a crise econômica e a crise moral geraram uma terceira: a crise social. O ex-chefe militar fez uma promessa: “Esta cerimônia não é apenas mais uma transferência de poderes. Não. Ela marca uma nova época; abre a porta a uma nova existência nacional. […] Não devemos frear o processo de mudança e muito menos desviá-lo: ele correria o risco de se voltar para si mesmo, de nos afogar novamente”.

Cala a boca já morreu, Cármen Lúcia!

Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Dezoito meses depois de usar uma expressão da infância de tantos brasileiros ("Cala a boca já morreu"), para justificar a liberação de obras biográficas sem prévia autorização dos envolvidos, Cármen Lúcia decidiu fazer segredo sobre as 77 delações premiadas da Odebrecht. É lamentável para o país e para a democracia.

Não só porque envolve o direito da população ser informada sobre o teor de documentos oficiais, que têm fé pública.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A maior ameaça aos direitos trabalhistas

Editorial do site Vermelho:

A Câmara dos Deputados vai reiniciar suas atividades legislativas neste dia 1º de fevereiro e, com elas, abre-se o período da votação dos atentados que o governo golpista de Michel Temer planeja contra o povo e os trabalhadores, como a reforma trabalhista e a previdenciária.

São ameaças graves contra os trabalhadores. A reforma trabalhista, que o grupo que assumiu o governo quer fazer tramitar a toque de caixa, representa uma mudança tão profunda na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que nem a ditadura de 1964 ousou cometer.

O sigilo de Cármem Lúcia e o alívio de Temer

Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

A quem a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármem Lúcia, pensa estar enganando quando ao passo que homologa as 77 delações da Odebrecht, mantém o seu mais absoluto sigilo?

Como já é do conhecimento até do reino mineral, no Brasil do golpe não existe um único ato por parte dos grandes figurões de nossa tragédia democrática que não seja milimetricamente pensado e elaborado para que toda essa farsa seja mantida, quando não da mesma forma, com as oportunas mudanças de cenários que as ocasiões da empreitada assim o exigem.

O jurista Merval Pereira inverte a lei

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O doublê de jurista Merval Pereira, em seu comentário hoje, na CBN, é um dos jornalistas que parece ter ficado aliviado com a manutenção do sigilo sobre as delações dos executivos da Odebrecht.

Pela lei, depoimentos só são liberados no final do processo, quando houver uma decisão do Ministério Público em pedir a condenação dos delatados. No entanto, haverá uma pressão muito forte pela liberação, disse ele.

Merval, não é e nunca foi assim e a pressão foi e é pela não liberação.

Temer e o cerco aos bancos públicos

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Nos últimos meses, o governo brasileiro não apenas está tomando medidas temerárias do ponto de vista estratégico como também o está fazendo na contramão do mundo, em um momento em que o nacionalismo e o Estado se fortalecem, como reação à globalização, até mesmo pelas mãos da extrema direita, nos países mais desenvolvidos.

O que vem sendo apresentado, com a cumplicidade de uma mídia imediatista, irresponsável e descomprometida com os objetivos nacionais, não passa de uma sucessão de “negócios” apressados e empíricos que têm como único norte o acelerado desmonte, esquartejamento e inviabilização em poucos anos, do Estado, com deletérias, estratégicas, e talvez irreversíveis consequências para o futuro.

Temer ameaça demarcação de terras indígenas

Da Rede Brasil Atual:

Para o antropólogo Rinaldo Arruda, integrante do Núcleo de Estudos de Etnologia Indígena, Meio Ambiente e Populações Tradicionais (Nema) da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, as recentes mudanças promovidas pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, relativas aos processos de demarcação de terras indígenas, enfraquece a Fundação Nacional do Índio (Funai) e deslegitima mecanismos que já vinham sendo utilizados.