quinta-feira, 21 de julho de 2016

Surgem novas evidências da fraude da Folha

Por Glenn Greenwald e Erick Dau, no site The Intercept:

Na quarta-feira (20), a Intercept publicou um artigo documentando a incrível “fraude jornalística” cometida pelo maior jornal do país, Folha de São Paulo, contendo uma interpretação extremamente distorcida das respostas dos eleitores à pesquisa sobre a crise política atual. Mais especificamente, a Folha – em uma manchete que chocou grande parte do país – alegava que 50% dos brasileiros desejavam que o presidente interino, e extremamente impopular, Michel Temer, concluísse o mandato de Dilma e continuasse como presidente até 2018, enquanto apenas 3% do eleitorado era favorável a novas eleições, e apenas 4% desejava que Dilma e Temer renunciassem. Isso estava em flagrante desacordo com pesquisas anteriores que mostravam expressivas maiorias em oposição a Temer e favoráveis a novas eleições. Conforme escrevemos, os dados da pesquisa – somente publicados dois dias depois pelo instituto de pesquisa da Folha – estavam longe de confirmar tais alegações.

Desafio a dois economistas

Por Laura Carvalho, no site Outras Palavras:

No domingo passado (17), os economistas Marcos Lisboa e Samuel Pessôa malharam, com razão, o Judas da vez: a tal da Nova Matriz Econômica (NME).

Na entrevista em que criou o termo, em 2012, o então secretário de Política Econômica, Márcio Holland, enumerou os pontos de ruptura com as políticas vigentes entre 2006 e 2010: “Essa matriz combina juro baixo, taxa de câmbio competitiva e uma consolidação fiscal ‘amigável ao investimento'”, o que, junto à “intensa desoneração dos investimentos e da produção”, garantiria a retomada do crescimento.

E a economia? Agora vai?

Por Lecio Morais, no blog de Renato Rabelo:

Abriu-se um debate sobre como a troca de governo decorrente do golpe parlamentar influenciaria a crise econômica. De modo geral, analistas e articulistas da imprensa são otimistas quanto à resposta positiva do capital ao novo “ambiente macroeconômico” e o início da superação da crise já de imediato, embora haja discrepância quanto à velocidade com que a volta do crescimento acontecerá e a situação fiscal tem uma solução estruturante adequada e já assumida pelo novo governo, mesmo que a mais longo prazo.

Datafolha e o medo da votação no Senado

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Chega a ser um pouco engraçado o tom de surpresa que o laureado jornalista Glenn Greenwald e seu colega Erick Dau imprimiram a denúncia feita no excelente The Intercept – que, a partir de agora, passa a integrar os sites indicados pelo Blog da Cidadania. A matéria em questão, que você confere aqui, é idêntica a centenas de outras que esta página publicou sobre institutos de pesquisa nos últimos onze anos.

'Escola sem partido' é golpe na escola

Por Paulo Pimenta, no blog Viomundo:

Sem dúvida, uma escola sem pluralidade, sem liberdade, sem diversidade, sem inclusão, sem democracia é a escola do pensamento único, da segregação, da discriminação e da repressão.

Esse modelo de escola é marca característica de regimes autoritários, de uma sociedade que se assenta sob um sistema de desigualdade e de exclusão e que não permite a educação como prática transformadora que consolide ideais democráticos de igualdade e valorização das diferenças.

Datafolha repete o golpe de 1964

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A manipulação da pesquisa do Datafolha em torno da aprovação de Michel Temer e Dilma Rousseff não chama atenção pela originalidade - mas pela perversidade.

Em 1964, a Federação do Comércio de São Paulo, envolvida na conspiração que derrubou João Goulart, encomendou uma pesquisa sobre aprovação do governo. Descobriu que Jango era aprovado por mais de 60% da população. Até em lugares onde a oposição era fortíssima, como São Paulo, pontos essenciais de seu programa de Reformas de Base, a Reforma Agrária era apoiada por mais de 50%.

Escola Sem Partido e a geração de zumbis

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Educar por educar, passando apenas dados e técnicas, sem conscientizar o futuro trabalhador e o cidadão do papel que ele pode vir a desempenhar na sociedade, sem considerar a realidade à sua volta, sem ajudá-lo a construir um senso crítico e questionador sobre o poder, seja ele vindo de tradições, corporações, religiões ou governos, é o mesmo que mostrar a uma engrenagem o seu lugar na máquina. A um tijolo, em qual parte do muro deve permanecer.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Saiu da Fiesp, mas não pagou o pato

Da revista Fórum:

O empresário Laodse de Abreu renunciou ao cargo de diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta quarta-feira (20). Embora tenha deixado o cargo da organização responsável pela campanha “Não vou pagar o pato”, utilizada principalmente em manifestações “contra a corrupção” e pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o empresário não se retratou publicamente e nem sinalizou se vai pagar a dívida de R$ 6,9 bilhões que o transforma em “o maior caloteiro do Brasil”.

Doleira da Lava-Jato vira modelo na 'Veja'

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Pelas informações do jornal O Estado de S.Paulo de domingo (17/07), graças às delações premiadas, quinze dos condenados pela Operação Lava Jato já reduziram suas penas em 326 anos. Isso corresponde a 28% dos 1.149 anos de prisão sentenciados pelo juiz Sérgio Moro.

Sorte maior, porém, teve a doleira Nelma Kodama. Com uma primeira condenação de 15 anos e investigada em mais 15 inquéritos ainda em andamento, mesmo sem ter delatado ninguém nas investigações da Lava Jato, teve a prisão domiciliar antecipada em três meses por Moro. Foi uma decisão atípica, em um despacho cujo teor está sendo mantido em segredo, como ele determinou:


Datafolha e o jornalismo de guerra da Folha

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Datafolha passou, oficialmente, a fazer parte do “jornalismo de guerra” da Folha e, por extensão, de toda a mídia.

Jornalismo de guerra foi a expressão utilizada pelo editor chefe colunista político do Clarín para designar o que seu jornal fez para destruir o governo de Cristina Kirchner. “Não é jornalismo”, admitiu, num traço notável de sinceridade.

A adesão oficial do Datafolha ao jornalismo de guerra se deu no levantamento do último final de semana. O objetivo não foi mostrar como estão as relações entre os brasileiros e o governo Temer. Foi, simplesmente, alavancar de forma artificial Temer e, com ele, o golpe.

O golpe e o baixo astral olímpico

Por Luis Edmundo Araujo, no blog Cafezinho:

No início tudo foi festa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia vencido o mensalão (a vanguarda do golpe, pra sondar o terreno) e pairava sobre altos índices de popularidade enquanto vibrava na Dinamarca ao lado de Sérgio Cabral, Eduardo Paes, Carlos Arthur Nuzman e outros próceres da candidatura olímpica do Rio. Passou-se o tempo e vieram as manifestações de 2013, a campanha contra a Copa, a Copa, a disputa pela Presidência e o golpe iniciado logo em seguida pela trupe do entreguismo aloprado, tudo tão seguido, com tanto estardalhaço que relegou à Olimpíada do Rio deste ano, a primeira da América do Sul, um segundo plano longínquo, quase esquecido enquanto páginas e mais páginas, minutos infindáveis de vídeos, centenas de áudios eram gastos com o objetivo maior, prioritário.

A unidade dos trabalhadores contra os juros

Editorial do site Vermelho:

“Eu quero agora, eu quero já, eu quero ver o juro abaixar” – esta foi a palavra de ordem entoada na manifestação unitária promovida nesta terça-feira (19), em São Paulo, pelas seis principais centrais sindicais (CTB, Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central e CSB).

A unidade das centrais em torno de um programa comum de reivindicações tem importância estratégica. E eleva a novo patamar a luta contra as ameaças representadas pela dupla Michel Temer/Henrique Meirelles que comanda os golpistas que foram levados ao governo federal.

O desmonte social no plano Temer-Meirelles

Por Daniel Arias Vazquez, na revista CartaCapital:

O Projeto de Emenda Constitucional nº 241 (PEC 241) demonstra de forma clara o que está na agenda política do governo Michel Temer e na pauta econômica do ministro Henrique Meirelles. A proposta impõe um limite para o aumento do gasto público federal definido pela inflação do ano anterior, por um período de 20 anos. Ou seja, propõe congelar o gasto público em termos reais, retirando a decisão de gasto da esfera da política ao estabelecer um indexador econômico fixo, que não possui qualquer relação com capacidade de arrecadação (receita) ou com as demandas por bens e serviços públicos (despesa), que são as variáveis centrais da função alocativa de qualquer governo.

Qual MP vai processar a Folha?

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Antes de se tornar tudo aquilo que o Eugênio Aragão disse que é, o Ministério Público, segundo a obsoleta Constituição de 1988 - que exige crime de responsabilidade para depor uma Presidenta... - o MP tinha a nobre função de defender a sociedade.

Hoje, como se sabe, se omite (e compactua?) diante do Golpe!

Defende um pedaço - minoritário - da sociedade.

A quadrilha no Hospital das Clínicas em SP

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal, deflagrou nesta segunda-feira a Operação Dopamina, com objetivo de desarticular esquema criminoso de desvio de recursos públicos na compra de equipamentos destinados a pacientes que sofrem de doença de Parkinson. O caso vinha sendo investigado desde fevereiro.

A investigação teve início pela procuradora da República Karen Louise Jeannete Kahn após relatos de pacientes atendidos pelo Sistema único de Saúde (SUS) no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Os usuários estariam sendo forçados, por um médico, a acreditar que havia necessidade de realização de cirurgias urgentes para implantes de marca-passo e eletrodos de estímulos ao cérebro, com recursos do SUS, mas sem que realmente precisassem.

A onda mundial de ódio

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É impressionante como as homepages dos portais de notícias trazem cinco, dez, vinte chamadas relativas à brutalidade.

Terror na França, pena de morte na Turquia, assassinatos raciais nos EUA, agorinha um homem com um machado fazendo 21 feridos em um trem na Alemanha…

O “Estado Islâmico” pode ser um horror, uma aberração fanática, mas a onda de ódio que se espalha sobre o mundo – aqui, inclusive – vai muito além de uma mera manifestação de um grupo de fundamentalistas.

Fascistas enrustidos perderam a vergonha

Por Bepe Damasco, em seu blog:              

O fascismo cresce a olhos vistos. Jamais imaginei que a população brasileira abrigasse tantos adeptos de valores xenófobos, racistas, sexistas e homofóbicos. Cada vez mais, nas ruas e nas redes, gente que destila intolerância, ódio e todo tipo de preconceito mostra que perdeu a vergonha de se manifestar.

Talvez esteja aí o xis do problema. Os que compartilham a ideologia dos Bolsonaros, Malafaias e Felicianos da vida sempre foram muitos. Só que se escondiam diante de uma conjuntura que lhes era desfavorável, já que da redemocratização do país para cá foi o vento progressista que soprou mais forte.

A pintura da paisagem para o golpe

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Há alguns dias, o Brasil começou a parecer um país agradável nos telejornais, especialmente no Jornal Nacional, com notícias amenas e apresentadores serenos. Os jornais deixaram de falar de uma paisagem devastada e começaram a dar notícias boas: “Cresce o otimismo com a economia”, anunciou o Datafolha divulgando uma pesquisa pouco convincente, tanto em aspectos políticos como econômicos. Agora, 50% querem que Temer fique, contra 32% que preferem a volta de Dilma. Em abril o instituto apurou que a maioria não queria Dilma nem Temer. 61% aprovavam o impeachment dela, e 58% o dele. Alguma fada deve estar protegendo Temer porque nada mudou no cenário que justifique tal guinada do sentimento popular.

Petrobras: o golpe da privatização

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A conjunção da crise política e da crise econômica ao longo dos últimos tempos tem contribuído para provocar uma preocupante paralisia nas atividades do conjunto do setor público brasileiro. Em particular, ganha destaque o caso de nossa maior empresa estatal, a Petrobrás.

As denúncias e as investigações associadas à Operação Lava Jato somaram-se ao aprofundamento das dificuldades globais enfrentadas pelo setor petrolífero. A maior preocupação dos que operam no setor vem do movimento empreendido pelos países produtores, liderados pela Arábia Saudita, forçando a redução do preço dessa importante “commodity” nos mercados mundiais. Isso significou uma perda significativas de suas receitas.

A fraude do Datafolha para alavancar Temer

Por Glenn Greenwald e Erick Dau, no blog The Intercept:

Um dos mistérios mais obscuros da crise política que atingiu o país nos últimos meses (conforme relatado inúmeras vezes pela Intercept ) tem sido a ausência completa de pesquisas de opinião nos grandes meios de comunicação e órgãos de pesquisa do país. Há mais de três meses, no dia 17 de abril, a Câmara dos Deputados votou em favor de enviar ao Senado Federal o pedido de impeachment da presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, resultando na investidura temporária de seu vice-presidente, Michel Temer, como “presidente interino”.