domingo, 28 de agosto de 2016

Abusos da Lava-Jato e o estado de exceção

Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

A Operação Lava Jato, conduzida pelo juiz Sérgio Moro, vem cometendo abusos que são incompatíveis com o estado democrático de direito e só são compatíveis com a tirania e com o governo de um estado de exceção. A advertência é do advogado Marcelo Lavenère, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, que esteve em Porto Alegre na última quinta-feira (18) para participar de um ato em defesa da Constituição e do estado democrático de direito. Em entrevista ao Sul21, Lavenère denuncia a prática de abusos como julgamentos sumários, grampos e escutas colocados em celas da Polícia Federal, em escritórios de advogados, o uso da prisão preventiva como uma forma de coerção, conduções coercitivas feitas de forma absolutamente irregular.

sábado, 27 de agosto de 2016

Moro achou a mulher do Cunha. Milagre!

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada, 25, finalmente o "justiceiro" Sérgio Moro encontrou Cláudia Cruz, a mulher do correntista suíço Eduardo Cunha. Segundo matéria do Jornal do Brasil, "o juiz aceitou pedido da defesa da mulher do ex-presidente da Câmara para que fosse devolvido o passaporte dela que estava com a Justiça" por decisão do Ministério Público Federal que temia a sua fuga para o exterior. Mas, sempre tão rigoroso, "Moro determinou que possíveis viagens realizadas por ela sejam previamente informadas oficialmente". Só mesmo os "midiotas" para acreditarem na imparcialidade do novo ícone da TV Globo e de seus artistas amestrados - como Susana Vieira e outras celebridades golpistas.

O golpe desmoraliza o Brasil

Por Marcelo Zero

A corajosa e competente senadora Gleisi Hoffmann causou comoção e polêmica ao dizer, no plenário do Senado, que metade daquela Casa não tinha moral para julgar a presidenta honesta. Houve até embate com o presidente Renan Calheiros, que, numa tentativa pouco racional de defender a instituição, chamou o Senado de “hospício”.

Evidentemente, a Senadora Gleisi não fez uma crítica pessoal a ninguém. Ela fez uma crítica, inteiramente pertinente, ao processo do impeachment sem crime. Afinal, não há fraude com moral. Não há golpe ético.

Quando o jornalismo vai à guerra

Por John Pilger, no site Outras Palavras:

Um homem acusado do pior dos crimes – um suposto genocídio de repercussão global – foi julgado inocente, mas o fato não virou manchete. Nem a BBC, nem a CNN cobriram. The Guardian permitiu um breve comentário. O fato foi enterrado ou suprimido, compreensivelmente. Ele deixaria muito claro como os senhores do mundo governam.

O Tribunal Criminal Internacional para a Ex-Iugoslávia (ICTY, na sigla em inglês) absolveu o falecido presidente sérvio, Slobodan Milosevic, dos crimes de guerra cometidos durante a guerra com a Bósnia (1992-95), incluindo o massacre de Srebrenica.

Festival de Cinema de Gramado: 'Fora Temer'

Da Rede Brasil Atual:

Por volta das 21h desta sexta-feira (26), enquanto em Brasília, o plenário do Senado estava às moscas na sessão de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a cerca de 2 mil quilômetros de distância, uma plateia com centenas de pessoas inconformadas com a conjuntura política brasileira mandou um claro recado na abertura do 44ª Festival de Cinema de Gramado: 'Fora, Temer golpista'.

Aguardando a exibição do filme Aquarius, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, eles protestavam contra as medidas do presidente interino, que, em poucos mais de 100 dias, já concretizou um ataque brutal à cultura e aos direitos individuais. Porém, foi a proibição do filme para menores, nesta semana, que revoltou a classe artística, levando a diversos desdobramentos que culminaram no protesto desta sexta-feira na presença do ministro interino da Cultura, Marcelo Calero, e o secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini.

O futuro da Globo depois do golpe

Por Bajonas Teixeira de Brito Junior, no blog Cafezinho:

Pois é. A Globo se tornou grande demais. Já era a segunda maior rede comercial do mundo e o segundo maior complexo televisivo da América Latina, agora passa a ser também a maior força política do país. A emissora, como ninguém ignora, tem sido apontada como agente decisivo dentro do consórcio do golpe.

O problema é que um princípio que rege a história brasileira, e do qual exemplos não faltam, reza que “quanto maior o homem, maior o tombo”. São tantos os casos, e não só de homens mas também de empresas, de instituições e partidos, que vale analisar o assunto com atenção.

Os sujos e os mal-lavados

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Festa acabada, músicos a pé, diz conhecido provérbio português. Vencida a quinzena olímpica e amortecido por horas o complexo de vira-lata, o país, mal refeito da ressaca cívica, se reencontra com seu drama cotidiano: a degradação da política, magnificando todos os nossos problemas, expondo nossas misérias sob lente de aumento.

E não sem razão – mais uma ironia da história? – seu epicentro se encontra em Brasília e se instala no Senado Federal onde ínclitos pais-da-pátria como Cristovam Buarque e Romero Jucá (antigos colegas de Luiz Estevão, Demóstenes Torres e Delcídio do Amaral) se aprestam a consagrar o defenestramento da presidente Dilma Rousseff, que, dentre muitas incompatibilidades com o trato parlamentar, tem a de ser, ou haver sido, pouco indulgente com as vaidades e os pleitos grandes e pequenos e quase sempre pouco republicanos de nossos Brutus.

Barbosa desmonta senadores golpistas

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Por Laís Gouveia, no site Vermelho:

Com pelo menos 16 senadores inscritos, após um intervalo de cerca de uma hora para o almoço, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que conduz os trabalhos no julgamento do processo do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, retomou, por volta das 14h20, a oitiva do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, arrolado como testemunha de defesa.

Durante o decorrer do julgamento, Barbosa foi questionado inúmeras vezes pelos senadores que apoiam o golpe de Estado. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) tentou desconstruir os dados apresentados pelo ex-ministro da fazenda, Nelson Barbosa. “Não dá para justificar o injustificável”, disse Nunes, a respeito dos dados apresentados por Barbosa na Casa.

O golpe e a cobertura repulsiva da Globonews

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

É repulsiva a cobertura da Globonews sobre o julgamento final do Senado sobre o golpe.

Não sou masoquista. Não vejo a Globonews porque não aprendo nada sobre jornalismo e desaprendo sobre caráter.

Mas fiquei algum tempo ali por razões excepcionais: o julgamento.

Ouviu alguma coisa estranha? Sou eu vomitando.

Indiciamento de Lula e o pós-impeachment

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O delegado Marcio Anselmo – que ficou conhecido nacionalmente depois que a repórter Júlia Dualilibi mostrou no Estadão, já em 2014, fazia propaganda pró-Aécio – indiciou o ex-presidente Lula e sua mulher, Marisa, de forma absolutamente original.

Lula é indiciado por ter recebido da OAS obras num apartamento que não é seu nem de qualquer pessoa que, em seu nome, o tenha recebido e ocultando patrimônio para ele.

O Brasil entre o Napoleão e a Urna

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O golpe parlamentar desautorizou 54 milhões e quinhentos mil votos e privou a democracia de seu fundamental argumento: a vontade soberana do povo - 62% desejam novas eleições.

Esse desacerto reduz a nação a um trem que busca seus trilhos no ar.

A corrosão das referências institucionais contaminou o sistema judiciário, que digladia internamente como uma extensão togada da luta política aberta na sociedade.

Pode haver simbologia melhor, mas o nome disso é insegurança institucional.

Mobilização total neste 29 de agosto

Por Joanne Mota, no site da CTB:

“O #ForaTemer é mais que uma palavra de ordem, é uma questão de sobrevivência”, afirmou o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, ao confirmar mobilização total para o ato, em Brasília, nesta segunda-feira (29), quando a presidenta Dilma Rousseff fará pessoalmente sua defesa no Senado Federal contra o processo ilegítimo de impeachment.

Está previsto grande caminhada até o Senado que contará com a participação dos movimentos sociais, da CTB e CUT, além da Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo.

O impeachment e o futuro em xeque

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

É difícil imaginar o futuro da democracia no Brasil. Após o que aconteceu nos últimos anos, uma coisa é certa: a reconstrução de um sistema político aberto e pluralista será um processo longo, sujeito a complicações e retrocessos.

O maior desafio será convencer os desfavorecidos de que o caminho eleitoral é efetivamente capaz de atender às suas necessidades e preferências. A derrubada do governo Dilma Rousseff e a consequente retomada do poder pelas oligarquias pode sugerir a muitos que a solução pelo voto é ilusória. O fim da “mágica brasileira”, que fez com que tantos acreditassem que era possível solucionar sem traumas e rapidamente nossos problemas de desigualdade e injustiça, cobrará um preço elevado.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Meirelles aumentará impostos. Cadê o pato?

Por Altamiro Borges

Em audiência na Comissão Especial sobre Novo Regime Fiscal da Câmara Federal, na quarta-feira (24), o ministro interino da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a falar que o governo golpista estuda elevar os impostos. “Não podemos descartar no futuro”, afirmou. Ele garantiu que seria um “tributo transitório” para resolver os problemas de caixa da União e criticou as “políticas de expansão fiscal e de desoneração seletivas” da presidenta Dilma, que visaram exatamente inibir os efeitos da crise econômica internacional e estancar o aumento do desemprego no país. Para o neoliberal convicto, porta-voz dos banqueiros, o fundamental agora é recuperar a “confiança na estabilidade” do deus-mercado.

Haddad critica "PEC da desigualdade"


Por Daniella Cambaúva, no site do PT:

O Brasil enfrenta um período de ameaças aos direitos sociais e trabalhistas, analisa o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ao debater com o economista e candidato à prefeito de Campinas, Marcio Pochmann (PT). Além dos dois, estava presente o presidente da Fundação Mauricio Grabois, Renato Rabelo.

O evento aconteceu na quinta-feira (25), no Centro de Mídia Barão de Itararé, no momento em que o Senado faz o julgamento da presidenta Dilma Rousseff. Para os três debatedores, é consenso que a há um golpe em curso, ameaçando direitos conquistados ao longo do processo de redemocratização do país.

Qual é a moral do Senado para julgar Dilma?

Por Jeferson Miola

“Aqui não tem ninguém com condições de acusar ninguém. E nem de julgar! Por isso que a gente diz que é uma farsa.

Qual é a moral desse Senado para julgar a Presidente da República? Qual é a moral que têm os senadores aqui para dizer que ela é culpada, pra cassar?

Quero saber!

Qual é a moral que vocês têm? Gostaria de saber! Que a metade aqui não tem! Se tivessem, se tivessem moral, Presidente, se tivessem moral, se tivessem, e quisessem de fato, se tivessem, Sr. Presidente ....”.

Questão de ordem apresentada pela senadora Gleisi Hoffmann no tribunal de exceção do impeachment.


Cardozo e o laboratório do TCU

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O primeiro dia de audiências do julgamento de Dilma Rousseff no Senado Federal encerrou-se com uma péssima notícia para a bancada de aliados de Michel Temer.

Era pouco mais da meia noite quando José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma, colocou uma questão crucial por trás da atuação do Tribunal de Contas da União na articulação para afastar a presidente.

Na visão convencional que animou o circo que produziu o impeachment, conta-se uma historinha conhecida. O governo Dilma gastava mais do que podia, fazia empréstimos não autorizados que não conseguia honrar na hora certa e acabou colocando o Brasil numa crise econômica grave, que produziu a recessão de hoje e provocou até a perda do grau de investimento junto a agências internacionais.

Os golpistas e o imaginário popular

Por Renato Rovai, em seu blog:

Em algum lugar do futuro a fatura dos dias atuais será acertada. Não na base de uma prestação de contas honesta, onde os que erraram assumirão suas culpas. Mas pelo julgamento frio da história. Quando os desacertos talvez já tenham produzido danos irreversíveis para um projeto de país.

As narrativas da história refletem, é verdade, o balanço das lutas. Mas se também é verdade que quem vence consegue ter mais influência na construção daquilo que pode se consolidar como versão final, é ainda mais verdade que a vitória na história não é dada pelo seu resultado imediato.

A cidade que você não vê na mídia



Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

“Mesmo em recessão econômica, o poder público pode, sim, priorizar demandas sociais”. Essa é a opinião de Fernando Haddad sobre o discurso dominante na grande mídia e em setores conservadores da política. Em debate realizado na quinta-feira (25), o prefeito de São Paulo criticou o corte de gastos sociais como saída para a crise: “A retórica de sempre é de que a Constituição de 1988 não cabe no orçamento. Ora, depende do modelo de sociedade que se deseja”.

Além de Haddad, o economista Marcio Pochmann e o presidente da Fundação Mauricio Grabois, Renato Rabelo, também participaram do bate-papo sobre A cidade que você não vê na mídia. A atividade ocorreu no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, reunindo mais de 80 pessoas.

O grande salto para trás de Michel Temer

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog Segunda Opinião:

Um grande salto à frente lembra a fracassada tentativa da China, entre 1958-1961, de impulsionar o crescimento da economia além do fisicamente possível. O grande salto para trás de Michel Temer tem tudo para dar certo: uma burguesia econômica tíbia, profissionais liberais (engenheiros, médicos, dentistas, advogados, etc.) conservadores em sua maioria, heterogêneo apêndice do terciário de mão de obra rudimentar e reacionária (balconistas, caixas e congêneres), categorias intermediárias entre o assalariamento e a incapacidade de crescer – pequenos comerciantes, escritórios periféricos do setor de serviços – igualmente reacionárias e um operariado de baixo poder ofensivo, exceto em alguns momentos da trajetória econômica, majoritariamente caudatário de lideranças partidariamente comprometidas.