quinta-feira, 2 de março de 2017

Um espião russo na Casa Branca…

Por Serge Halimi, no site da Fundação Maurício Grabois:

Em 9 de fevereiro de 1950, no auge da Guerra Fria, um senador republicano ainda obscuro fulminou: “Tenho em minhas mãos a lista de 250 pessoas que o secretário de Estado sabe serem membros do Partido Comunista e que, no entanto, determinam a política do Departamento de Estado”. Joseph McCarthy acabava de entrar para a história dos Estados Unidos pela porta da infâmia. Sua lista não existia, mas a onda de histeria anticomunista e de expurgos que isso provocou estraçalhou a existência de milhares de norte-americanos.

Janot leva dois anos para chamar Aécio

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Passaram-se mais de dois anos desde a primeira citação ao senador Aécio Neves, presidente do PSDB, nas delações da Lava Jato como beneficiário dos desvios da estatal Furnas Centrais Elétricas. O primeiro a apontar a participação do tucano, ainda em 2014, foi o doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de corrupção da Petrobras.

De lá para cá, o senador voltou a ser mencionado nos depoimentos do corrier de propinas Carlos Alexandre de Souza Rocha, do lobista Fernando Moura, do senador cassado Delcídio do Amaral, além de ser lembrado pelo ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, durante uma conversa com o senador Romero Jucá. "Quem não conhece o esquema do Aécio?”

Carta Maior e o enredo do 'Lula lá'

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Quando o espontâneo supera o organizado, coisas extraordinárias podem acontecer na vida de uma nação.

O carnaval de 2017 deveria preocupar o conservadorismo.

Mas também apertar o passo progressista na construção do samba enredo para 2018.

Sim, uma festa popular não tem a articulação, os objetivos, nem a organização de uma agenda política.

Marcelo Odebrecht e o bobo da corte

Foto: Heuler Andrey/AFP
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A audiência de Marcelo Odebrecht no TSE foi a portas fechadas.

O ministro-corregedor Herman Benjamin - que teve “uma atuação considerada firme”, segundo O Globo - teve a companhia de integrantes do Ministério Público Eleitoral.

Além destes, estavam presentes Luciano Feldens, advogado do empresário, Gustavo Guedes, de Michel Temer, José Eduardo Alckmin, advogado do PSDB no processo contra a chapa Dilma-Temer, e Renato Franco, que defende a ex-presidente Dilma Rousseff.

Maior atenção à reforma trabalhista

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

Todas as atenções estão voltadas para a reforma da Previdência (PEC 287/16), como se a reforma trabalhista (PL 6.787/16) não existisse ou fosse menos prejudicial. Ambas as proposições retiram direitos dos trabalhadores. Ambas impõem retrocessos sociais. Por isso, o combate a ambas deve ser na mesma proporção.

Se a reforma da Previdência dificulta ou acaba com o direito à aposentadoria e/ou pensão, porque pode destruir a Previdência Pública; a reforma trabalhista pode destruir os direitos trabalhistas, o Direito do Trabalho e a Justiça do Trabalho. Uma “reforma” completa a outra, numa lógica perversa que precisa ser denunciada. Sem legislação trabalhista, a primeira consequência será a redução drástica de salário. E quanto menor o salário, menores ainda serão os benefícios previdenciários - aposentadorias e pensões.

Portugal: a curiosa exceção na Europa

Antonio Costa e Benoit Hamon
Do site Outras Palavras:

Dois pesos pesados da família europeia de partidos “socialistas” prestaram, nos últimos dias, homenagens ao PS português a ao primeiro ministro do país, Antonio Costa. Primeiro, foi a vez do francês Benoit Hamon, que disputará em abril a presidência de seu país. “Fazer minha primeira viagem política a Lisboa foi uma decisão política”, disse ele: “é um país governado pela esquerda, apoiado por uma frente de esquerda, e que abandonou as políticas de ‘austeridade'”. 

Dias depois, Hamon foi seguido pelo alemão Martin Schulz, que liderará o Partido Social Democrata (SPD) nas eleições parlamentares para formar novo governo, em setembro. Costa é “um excelente amigo”, afirmou, sugerindo que considera a experiência portuguesa uma eventual alternativa à “grande coalizão” que o SPD forma hoje com os conservadores de Angela Merkel. É instrutivo examinar as causas do charme português.

A união contra a reforma da Previdência

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Reunião realizada na sexta-feira (24) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul consolidou a formação da Frente Gaúcha em Defesa da Previdência Pública. A frente é formada por representantes do Congresso Nacional, legislativo estadual, prefeitos, centrais sindicais, entidades ligadas ao setor agrícola, pastorais e igrejas.

"A reforma do governo Temer inviabiliza os municípios. Essa crueldade nas maldades do governo Temer não tem limite", diz o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS). Mas, segundo o parlamentar, o problema, para o governo federal, é que a PEC 287 é tão perniciosa que a tendência é haver uma união "poucas vezes vista" contra uma medida governamental, unindo desde partidos progressistas e movimentos sociais até representantes de setores conservadores e mesmo aliados do governo. "Começa a se formar uma união como faz muito tempo que eu não via."

Sobre as mentiras de Marcelo Odebrecht

Do site de Dilma Rousseff:

Sobre as declarações do empresário Marcelo Odebrecht em depoimento à Justiça Eleitoral, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff afirma:

1. É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014.

2. Também não é verdade que Dilma Rousseff tenha indicado o ex-ministro Guido Mantega como seu representante junto a qualquer empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas presidenciais. Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação.

Três mentiras da reforma trabalhista

Por Robinson Almeida

Para retirar direitos dos trabalhadores e precarizar as relações de trabalho, o governo Temer está propondo uma reforma na legislação trabalhista. A justificativa do projeto de lei 6.787/2016 se sustenta em três mentiras.

A primeira é que a reforma vai promover geração de empregos. Não há um caso no mundo que sustente esse sofisma. Em todo país onde ocorreram mudanças semelhantes, não se verificou aumento dos postos de trabalho. No México e na Espanha, por exemplo, o que se viu foi apenas perda da qualidade dos empregos e do valor dos salários, sem diminuição do desemprego.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Volta da CPMF! PSDB traiu os “coxinhas”?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), apoiado pelo covil golpista para ser o relator da reforma tributária, causou surpresa entre seus pares. De inimigo raivoso da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, ele passou a defender, na maior caradura, a volta do imposto. “A CPMF vai substituir o IOF. A contribuição será mínima, como antigamente. E tudo é para o bem e para fazermos com transparência”, afirmou logo após sair de uma reunião com o Judas Michel Temer. Os ‘coxinhas’ que foram às ruas com seus “patinhos amarelos” da Fiesp para exigir o “Fora Dilma” devem ter ficado abestalhados. Afinal, os tucanos não eram contra a CPMF? O Paulo Skaf foi traído ou usou os “midiotas” como patos?

Alckmin e o chefete do ‘Endireita Brasil’

Por Altamiro Borges

O governador Geraldo Alckmin deve recompensar bem os donos da mídia. Nenhuma denúncia contra sua gestão dura muito tempo nos jornalões, revistonas e emissoras de rádio e tevê. Elas até aparecem, em pequenas notinhas e sem destaque, mas logo somem. No início de fevereiro, a imprensa paulista noticiou que o secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo, o fascistoide Ricardo Salles, está sendo investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de improbidade administrativa. Ele e mais duas funcionárias da sua equipe teriam escondido alterações em mapas do zoneamento ambiental do rio Tietê.

A mídia protagonizou o golpe contra Dilma

Sandro Mabel, o sinistro assessor de Temer

Por Renato Rovai, em seu blog:

O escarafunchar dos documentos do Tabapuã Papers parece ser infindável. A cada nome, endereço, empresa ou grupo que se vai acessando surge um novo fio da meada que leva a investigação jornalística para outro caminho.

A Stargate do Brasil, empresa de Yunes com Arlito Caires Santos, fundada a partir de uma offshore, tem como endereço a Avenida Takaoka, 4384, sala 605.

Na checagem do endereços de outras empresas neste mesmo local e do seu quadro societário eis que surge a Oxitec, cujo objeto social é muito próximo das empresas de Yunes e Arlito Caires abordadas nessa matéria.

TV Globo não resiste ao Fora Temer

Por Esmael Morais, em seu blog:

A Rede Globo de Televisão “afrouxou o sutiã” no último dia de Carnaval ao mostrar foliões em todo o país gritarem Fora Temer.

Telespectadores foram surpreendidos na noite desta terça (28) com imagens de protesto contra o ilegítimo Michel Temer (PMDB) na festa popular em várias praças da emissora.

Rio, São Paulo, Brasília, BH, Salvador, Ouro Preto, etc., surgiram na tela da emissora com o povo gritando Fora Temer.

A Lava-Jato e seus inimigos íntimos

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:                                          

A grande frente que se formou para perpetrar o golpe do impeachment está se desfazendo aos poucos. O ponto de convergência desta frente foi a Operação Lava Jato. Ela era o estandarte, a bandeira tremulante, na qual estava estampada a cruz para liderar o expurgo dos corruptos que haviam se apossado do país. Sérgio Moro parecia ser uma espécie de São Bernardo de Clairvaux, cujos pareceres nos processos e nos mandatos eram verdadeiras chamadas à mobilização de cruzados. Ou, quem sabe, era o bispo Fulk um dos chefes da Cruzada Cátara para combater com violência os hereges porque, entre outras coisas, estes queriam uma maior igualdade.

Varejo de Temer é clima de fim de feira

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Certamente não é por gosto que Michel Temer assumirá, pessoalmente, o troca-troca com a Câmara dos Deputados para a aprovação – “no que der” – da reforma da Previdência. Porque passar, tal como está, nem mesmo nos seus delírios noturnos ele sabe ser impossível.

É absoluta e desastrosa necessidade.

A confirmação de que a licença médica de Eliseu Padilha se estenderá por até três semanas, dada por Sonia Racy, no Estadão– talvez a agonia política do quase ex-Ministro da Casa Civil não dure tanto – ratifica o que todos vêm percebendo: caíram ou foram para o canto do tabuleiro todas as peças em torno do Rei e ele passa a ter se defender com movimentos próprios, que são extremamente limitados quando se é Presidente da República.

Negros e mídia: invisibilidades

Por Ana Claudia Mielke, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Há cerca de um ano a imagem do pequeno Matias Melquíades, fotografado pelos pais feliz da vida ao lado de um boneco do Finn, personagem de Star Wars, ganhava as redes sociais. A foto não apenas viralizou nas redes brasileiras, como chegou a John Boyega, ator norte-americano que interpretou o herói no filme O despertar da Força.

Essa historinha consolida o que os negros já vêm há muito tempo dizendo: representatividade importa, sim! Não apenas na televisão e no cinema, como também na publicidade, na literatura e na própria produção dos brinquedos. Afinal, Matias, de apenas 4 anos, quis comprar o boneco porque “se parecia com ele”.

Os crimes de lesa-pátria do covil golpista

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no jornal Brasil de Fato:

O governo divulgou no último dia 22 os novos índices de exigência de conteúdo local no setor de petróleo e gás. A destruição da política de conteúdo local, um dos pilares da lei de Partilha, é parte constitutiva do golpe, como até as pedras já sabiam.

Haverá, conforme matérias publicadas na imprensa, uma redução média de 50% nos percentuais de equipamentos e serviços produzidos no país exigidos em licitações de exploração de petróleo e gás. Nas plataformas marítimas, cujo conteúdo local atual é de 65%, a exigência será de apenas 25%. Estas novas regras valerão já para a 14ª rodada de licitações, que deve ocorrer em setembro, e para a terceira rodada de leilões de blocos no pré-sal, prevista para novembro.

A Globo, o Fora Temer e a democracia

Por Robson Sávio Reis Souza, no site Vermelho:

Todos sabemos do papel decisivo das organizações Globo no processo de ruptura democrática que resultou na assunção da maior quadrilha de saqueadores do erário, desde Cabral, o original.

Como escreveu o professor Wanderley Guilherme dos Santos, "o que fazer com o sistema Globo de comunicação é um dos mais difíceis problemas a solucionar pela futura democracia brasileira. A capacidade de fabricar super-heróis fajutos, triturar reputações e transmitir versões selecionadas e transfiguradas do que acontece no mundo, lhe dá um poder intimidante a que se foram submetendo o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. A referência aos três poderes constitucionais da República resume a extensão do controle que o Sistema Globo detém e exerce implacavelmente, hoje, sobre toda e qualquer organização ou cidadão brasileiro. "

Temer já merece a alcunha de ditador?

Por Pedro dos Anjos, no blog Viomundo:

O que estamos esperando para chamar de ditadura o governo golpista e de ditador o golpista Temer?

Há razões técnicas, científicas ou conceituais para não fazê-lo?

Vejamos.

- Como deve ser qualificado um governo que resulta, não de eleição direta, nem de revolução, mas de um golpe?

- Como caracterizar um mandatário que adota medidas estruturais anti-povo, sem consulta popular?