sábado, 4 de março de 2017

A ilha de Moro (e suas estranhas criaturas)

Ilustrações: Mário César
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Este mês se completam três anos desde que se iniciou a operação Lava-Jato, com a ambição de “acabar com a corrupção na política brasileira”. Mas o que ocorreu com o país de lá para cá? Uma presidenta petista foi arrancada do poder e um ex-presidente petista está sendo ameaçado de prisão. No entanto, 38 fases depois, nenhum membro do PSDB foi indiciado. E a corrupção no Brasil, acabou? Que nada! Os próprios delatores passaram pouquíssimo tempo presos e continuam ricos como sempre foram. Na cúpula do poder, temos hoje alguns dos maiores corruptos da História.

Os reflexos da eleição no Equador

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

Uma semana depois da realização do primeiro turno presidencial do Equador, o candidato Lenin Moreno, que pretende levar adiante a Revolução Cidadã do Presidente Rafael Correa, aparece com 18 pontos na frente do candidato da direita, o banqueiro Guillermo Lasso. Moreno não chegou a 40% dos votos - o que lhe daria a vitória no primeiro turno - por uma pequena fração (0,7%).

Pelo resultado da pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa Social, o candidato Lenin Moreno obteve 59%, enquanto Lasso ficou com 41%. Para muitos observadores dificilmente haverá alguma reversão no resultado do segundo turno a se realizar no dia 2 de abril próximo.

Reforma trabalhista e ataque aos direitos

Por Jefferson José da Conceição, na revista Teoria e Debate:

O governo Temer pretende fazer reformas na legislação trabalhista e previdenciária. Essas reformas surgem por pressão especialmente dos segmentos empresariais – como a Fiesp, de Paulo Skaff – que apoiaram Temer no processo que levou ao impeachment da presidenta Dilma.

A cobrança dessa fatura política começou logo após o afastamento de Dilma, mas já estava prevista no programa Uma ponte para o futuro, lançado em outubro de 2015. Esse Programa já prenunciava a política que é agora abraçada por Temer.

Desde o ano passado, inúmeros projetos de lei surgiram no Congresso Nacional tratando de alterações na legislação trabalhista e previdenciária.

As mulheres e a luta por direitos políticos

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

Neste ano quando comemoramos os 85 anos da conquista do voto feminino é preciso relembrar as situações degradantes que viveram as mulheres durante séculos e a luta persistente que travaram para, finalmente, conseguirem se firmar como cidadãs. É claro que muito ainda falta a ser conquistado, mas olhando para trás vemos o quanto já se caminhou.

No Brasil, por exemplo, as mulheres apenas puderam se matricular em estabelecimentos de ensino em 1827. O direito a cursar uma faculdade só foi adquirido cerca de 50 anos depois. Apenas em 1887 o país formaria sua primeira médica. As primeiras mulheres que ousaram dar esse passo rumo à sua autonomia e profissionalização foram socialmente segregadas.

O movimento sindical está sob ataque

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

O movimento sindical e os trabalhadores estão sob ataque. A última decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe que sindicatos cobrem de suas respectivas categorias a taxa ou contribuição assistencial em razão da celebração de acordos ou convenções coletivas, é a mais recente prova deste fato. Sobre esta decisão, a dirigente sindical da Força, Ruth Coelho Monteiro escreveu um pertinente artigo que recomendo a leitura - A quem interessa o desmonte da estrutura sindical?

Esta decisão do STF não é isolada e tampouco visa proteger os trabalhadores. Trata-se de uma orquestração para enfraquecer o movimento sindical pela via da asfixia financeira. Essa orquestração envolve ainda os poderes Executivo e Legislativo.

As ilusões com a Lava-Jato e a Globo

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A grande imprensa americana está em choque. Pela primeira vez em décadas, quiçá desde os anos 30 e 40, quando se opôs agressivamente às ações sociais de Roosevelt (gerar empregos sempre foi considerado “esquerdista” demais para os magnatas da imprensa), ela terá que fazer jornalismo de verdade.

Trump é o Mefistófeles da imprensa corporativa americana: “aquele que, fazendo o mal, engendra o bem”.

O slogan do Washington Post agora é “a democracia morre na escuridão”, e o New York Times lançou uma campanha em que afirma que “a verdade é difícil. Difícil de encontrar. Difícil de saber. A verdade é mais importante agora do que nunca”.

Temer pressiona contra CPI da Previdência

Do site Vermelho:

A oposição conseguiu 30 assinaturas para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da reforma da Previdência para que o processo seja instaurado no Senado. No entanto, o senador Paulo Paim (PT-RS), denuncia que o governo Temer já pressiona parlamentares da sua base a retirar as assinaturas do requerimento.

“O governo está pressionando senadores e pedindo que recuem. Isso é um absurdo e precisa ser combatido", afirma o senador, que pede o apoio da centrais sindicais e demais entidades que integram a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência para barrar a manobra do governo em seus estados.

A propina de Aécio e a sua hipocrisia

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Alguns textos, algumas reflexões, se você não fizer acabará ficando doente. A indignação é como um incêndio que queima de dentro para fora. Começa ali, na boca do estômago, acelera o coração, tira o ar de seus pulmões, faz o sangue subir à cabeça e explode no olhar e na voz inconformados.

Há mais de uma década que falar de corrupção no Brasil passou a ser falar do PT. A partir de 2005, com a eclosão do escândalo do mensalão, os grupos políticos que sempre governaram e sempre roubaram foram tomados por surtos hipócritas de moralismo.

Direita tenta se livrar dos seus trastes?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A imagem aí de cima não é de um site ou blog de esquerda.

São as manchetes do site da Veja esta manhã.

Aécio jamais foi tratado assim pela revista, muito ao contrário.

Claro que há fatos, mas fatos sempre houve.

Desde que a revista colocou Temer na capa com um dos macaquinhos das estatuetas que não olham, não falam e não vêem, há uma reversão de tratamento flagrante do grande “display” da direita brasileira.

O Itamaraty vira feudo tucano

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A escolha do senador Aloysio Nunes Ferreira como novo ministro das Relações Exteriores humilha o Itamaraty não por se tratar de um político agressivo e intransigente, o que lhe vale a alcunha de “pitbull tucano”. Não lhe falta familiaridade com o tema, depois de ter presidido a Comissão de Relações Exteriores e de ter atuado como embaixador do golpe junto aos Estados Unidos, nos idos de abril. Muito jovem, ele foi também embaixador da luta armada, que hoje renega, na Paris dos exilados brasileiros durante a ditadura.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Skaf, Odebrecht e os patos da Fiesp?

Por Altamiro Borges

O falso empresário Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), andava meio sumido. Ele foi um dos principais líderes do “golpe dos corruptos”, distribuindo “patinhos amarelos” para os otários que foram às ruas exigir o “Fora Dilma”; na sequência, o oportunista passou a frequentar com assiduidade o covil de Michel Temer, pregando a urgência nas regressões trabalhista e previdenciária. De repente, ele desapareceu do noticiário. Alguns acharam que foi em decorrência do agravamento da crise econômica, que tem devastado as indústrias e gerado fraturas no meio empresarial. Pode ser! Mas o depoimento de Marcelo Odebrecht nesta quarta-feira (1º) talvez explique melhor o sumiço do golpista covarde.

Yunes esclarece a história do golpe

Por Jeferson Miola

No relato ao MP, José Yunes fez revelações esclarecedoras sobre os preparativos do golpe. Sabe-se agora que no processo eleitoral de 2014, Michel Temer e Eduardo Cunha financiaram com propinas as campanhas de 140 deputados oposicionistas que, em contrapartida, assegurariam a eleição de Cunha à presidência da Câmara Federal em fevereiro de 2015.

O depoimento do Yunes é também importante porque elucida o papel do Eliseu Padilha e do doleiro Lúcio Funaro no esquema de Temer e Cunha. Yunes ainda ajuda a entender porque o juiz Sérgio Moro, já em novembro de 2016, atuou como advogado do Temer e anulou as perguntas sobre o próprio Yunes que Cunha direcionou ao presidente usurpador.

Sergio Moro e a minha absolvição

Por Breno Altman, em seu blog:

O juiz Sérgio Moro, nessa última quinta-feira, finalmente exarou a sentença relativa ao processo no qual eu era réu, oriundo do 27º episódio da Operação Lava Jato, denominado “Operação Carbono 14”.

Diz a decisão, a meu respeito:

“Breno Altman é apontado por três pessoas como envolvido no crime, Marcos Valério de Souza, Alberto Youssef e Ronan Maria Pinto. Mas são todos depoimentos problemáticos, provenientes de pessoas envolvidas em crimes. Diferentemente dos demais, não há nos documentos qualquer elemento que o relacione às operações, nem os valores passaram por sua empresa, nem há uma vinculação necessária entre ele e a gestão financeira do Partido dos Trabalhadores. Por falta suficiente de prova, deve ser absolvido.”

O projeto de Temer não para em pé

Por Gilberto Maringoni, na revista CartaCapital:

A recente divulgação de levantamento realizado pelo Financial Times, dando conta que o salário médio do trabalhador chinês já é mais alto do que os de seus colegas brasileiros, argentinos e mexicanos pode nos levar a várias reflexões. Fico com duas principais. A: O que está acontecendo com a China? e B: Qual a meta do projeto ultraliberal em curso no Brasil?

Primeiro sobre a China. A queda do crescimento do PIB chinês, de uma média acima de 10% na década passada para pouco mais de 6% em 2015 se deve não apenas à retração dos mercados ocidentais, mas a um giro realizado a partir de 2007 na economia do país.

Por uma auditoria na Previdência Social já

Por Jorge Luiz Souto Maior, no site Carta Maior:

É preciso compreender, de uma vez por todas, que a Previdência Social, dentro do contexto da Seguridade Social, aliada aos direitos trabalhistas e demais direitos sociais, não é um capricho do legislador ou um privilégio da classe trabalhadora. Representa, isto sim, o efeito de uma estratégia para tentar salvar a sociedade capitalista que foi adotada depois de conhecida a situação devastadora de um capitalismo gerido, sem quaisquer limites, pelas lógicas da concorrência e do liberalismo clássico.

Na sociedade capitalista, que se organizou mundialmente, alguns poucos, como efeito de relações sociais historicamente desenvolvidas, tornaram-se os detentores dos meios de produção e de capital e tantos outros, a grande maioria, restaram desprovidos desses mesmos meios e, no contexto de uma sociedade cujas relações são intermediadas pelas mercadorias, viram-se na contingência emergencial de terem que vender o seu trabalho, transformado em força de trabalho, como forma de sobrevivência.

Carta aberta para Alexandre Garcia

Por Nathalí Macedo, no blog Diário do Centro do Mundo:

Caro Alexandre Garcia:

Escrevo ainda surpresa com o seu tweet a respeito do estupro de Jane Fonda – não que eu espere alguma coisa de você, mas me surpreende a sua coragem para externar uma opinião tão inútil e tão desnecessária justo na geração dos textões.

Imagino de que maneira alguém pode, depois de saber que outro ser humano foi violado quando ainda era uma criança, imediatamente retrucar: “e eu com isso?”

Os bilionários e seus lacaios no Brasil

Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

Por que mandam e como mandam os famosos “1%”? É verdade que temos um país (e um mundo) que se divide entre “eles” e “nós”, os de cima e os de baixo. Mas a divisão é um pouco mais complicada… e decisiva.

Não se controla uma sociedade apenas com 1% de nababos. Em torno desses 1% tem mais gente, muito mais. Os grupos sociais que controlam a gestão econômica, os cordéis do poder, da mídia – pode ser que não estejam entre os tais 1% mais ricos, mas pensam como eles, trabalham para eles, sonham em ser como eles.

Aluguéis: nova crise à vista

Do site Outras Palavras:

Conhecida por calcular regularmente o déficit habitacional do Brasil, com números aceitos pelo ministério das Cidades, a Fundação João Pinheiro (FJP), de Minas Gerais, está fechando os cálculos para um novo relatório. Mas Luiza Souza, cordenadora do órgão, já adiantou, em entrevista ao “Valor”: os números só vão piorar, em função da crise e, em especial, das dificuldades para pagar aluguel. Em 2014, o fenômeno já atingiu 3 milhões de domicílios - quase o dobro de há três anos.

"O cerco chegou ao Palácio do Planalto"

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Acuado por denúncias que já chegaram ao seu gabinete, o presidente Michel Temer precisa ganhar tempo e protelar ao máximo o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode cassar a chapa encabeçada por Dilma Rousseff e consequentemente colocar fim ao governo atual.

“Em circunstâncias normais, Temer já seria uma carta fora do baralho, porque – tirando as questões conhecidas, como Eliseu Padilha, José Yunes etc. – ele está contaminado pelo processo de cassação da chapa, que é indivisível. Mas há um esforço do governo para evitar o julgamento”, diz o ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-presidente do PSB Roberto Amaral.

“É hora de Lula ir para o ataque”

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Autora de um best-seller acadêmico ("Pluralismo, Direito e Justiça Distributiva,") a professora Gisele Cittadino, coordenadora do Programa de Mestrado e Doutorado da PUC-Rio, foi uma das integrantes do grupo de intelectuais que articulou o lançamento de um abaixo assinado em defesa da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República. (O grupo também contou com a participação de Leonardo Boff, do jornalista Eric Nepomuceno, além dos juristas João Ricardo Dornelles e Carol Proner). Aos 59 anos, com um doutorado em Ciência Política pelo IUPERJ (antigo), Gisele Cittadino falou ao 247. Sua entrevista: