terça-feira, 5 de setembro de 2017

Doria crava o punhal em Geraldo Alckmin

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

De Paris, pelo Estadão, o jovem Brutus, João Doria, crava o punhal do seu ex-padrinho Geraldo Alckmin.

Diz que não aceita prévias – exatamente a fórmula que, há pouco mais de um ano, Alckmin usou para legitimá-lo como candidato a prefeitura, o que jamais teria sido sem o apoio decidido do governador – e que a candidatura do PSDB deve ser decidida pelas pesquisas.

O sujeito que dizia que jamais disputaria com Alckmin a condição de candidato tucano à Presidência põe a questão em termos claros de ultimato: ou seu criador desiste e o apóia (com a desculpa de que “as pesquisas” o querem, depois de oito meses de marquetagem descarada) ou sai do partido e leiloa sua candidatura entre os interessados.

A esposa de Moro e "a lei é para todos"

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Tem uma peça publicitária circulando por aí que afirma que, no Brasil, “A lei é para todos”. Propaganda enganosa. O principal beneficiário dessa “marquetagem” vem se esforçando para mostrar que, no Brasil, a lei está longe de ser para todos. Muito menos para juízes que gostam de aparecer, como mostra o vídeo [aqui].

Essa aura de santidade do juiz Sergio Moro, porém, vem sendo posta à prova depois que reportagem publicada na Folha de São Paulo trouxe à tona que a esposa dele se envolveu em sociedade com amigo do marido em um escritório de advocacia e esse escritório mantinha negócios com o escritório também de advocacia – e, nas horas vagas, de lavagem de dinheiro – pilotado pelo advogado foragido da Justiça brasileira Rodrigo Tacla Durán.

Um ano de golpe e de destruição da pátria

Por Margarida Salomão, no site Mídia Ninja:

O golpe de 31 de agosto de 2016 completou um ano. Dele, ainda nos esforçamos por desvendar a natureza labiríntica. De modo mais imediato, está claro o amplo desmonte da rede de proteção social criada nos governos Lula e Dilma. Esforço precioso, mas muito insuficiente frente aos nossos 500 anos de injustiça, é alvo da sanha ensandecida de quem quer congelar por vinte anos o gasto social.

Dilma, em seu “julgamento” no Senado, enuncia discurso tristemente profético, ao recusar-se, com dignidade, ao silêncio obsequioso, que lhe recomendariam os “articuladores habilidosos” de todas as épocas: “O que está em jogo são as conquistas dos últimos 13 anos: os ganhos da população, das pessoas mais pobres e da classe média, a proteção às crianças, os jovens chegando às universidades e às escolas técnicas, a valorização do salário mínimo, médicos atendendo a população, a realização do sonho da casa própria”.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Rosângela Moro e o doleiro sinistro

Não há o que comemorar na economia

Editorial do site Vermelho:

Nunca é demais repetir a sabedoria popular que, muitas vezes, diz verdades no linguajar do futebol: quando o time vai mal, comemora até escanteio, diz o povo. Com razão.

Escanteio que o presidente golpista Michel Temer e seu parceiro no desmonte nacional, Henrique Meirelles, comemoram desde a divulgação pelo IBGE, na semana passada, da medíocre variação de 0,2% do PIB no último trimestre.

Número tacanho que apresentam como sinal de retomada da economia. Na qual só eles e seus apoiadores acreditam. Esse desempenho medíocre não resulta de nenhum erro do governo golpista, mas sim da opção alçada ao comando da presidência da República em 2016 – a política econômica recessiva, o austericídio, dirigido por Temer e Meirelles, que paralisa a economia, afasta o crescimento e favorece apenas à especulação financeira e ao capital estrangeiro que tomam a República de assalto.

O desmonte do Estado social

Por Makota Célia Gonçalves Souza, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil vive, há um ano, um estado de golpe à democracia, aos direitos e às conquistas das trabalhadoras e dos trabalhadores. O desmonte do Estado social patrocinado pelos golpistas de plantão demonstra claramente o que pretende a elite brasileira: o retorno a um país onde impera a fome, a miséria, o desemprego, a morte e a violência social.

Ainda se encontra viva em minha memória as cenas de fome e de sede que estampavam as páginas dos jornais e os telejornais da imprensa golpista. Eram cenas que me deixavam atordoada com a situação de extrema pobreza de nosso povo. Era a indústria da sede e da fome que alimentava uma elite que só se sente completa quando expõe os mais pobres, os humildes a um estado de subserviência absoluta a seus interesses. Nesse caso, não há espaço para o Estado social, um Estado que coloque os interesses coletivos acima dos interesses dos poderosos.

O imperialismo é o nosso inimigo

O perigoso narcisismo de João Doria

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

Os leitores de Outras Palavras lembram-se de que acompanhamos criticamente o “fenômeno” Doria desde a campanha para o último pleito municipal. Em sua primeira fase, nosso ovacionado prefeito notabilizou-se por unir na publicidade eleitoral duas figuras distintas: ele dizia ser tanto trabalhador, quanto gestor. Nestas duas figuras, preparadas para o consumo eleitoral mais imediato, não havia mais que a construção de simulacros: superficiais e de fraca densidade, porém de potência considerável, pois quanto mais baixa a densidade, mais fácil manipulá-los.

Caravana de Lula e a Marcha do Sal

Em Altos/PI, 03/9/17. Foto: Ricardo Stuckert
Por Pedro Tierra, no site Carta Maior:

Há um ano, com a deposição da presidente eleita pelo voto popular, Dilma Rousseff, o Brasil foi lançado a uma velocidade vertiginosa nessa espiral descendente de retrocessos nos direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de décadas. Dia após dia vêm à público informações de que Dilma foi inocentada das acusações assacadas contra ela pela mídia, pelos procuradores, pelo Tribunal de Contas, por gente como Eduardo Cunha, que ainda segue preso, por gente como Aécio Neves, que consegue permanecer solto. Definitivamente o Brasil é um país além da imaginação.

Delação contra Temer sobe no telhado

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Nos EUA, a delação premiada se sustenta porque lá os procuradores não tem nenhuma autonomia.

Ganham baixos salários (em relação à média nacional), não tem estabilidade funcional e podem ser demitidos a qualquer momento por quem os nomeou, a saber, o presidente da república.

Outra parte dos procuradores são eleitos pela população e também podem ser denunciados e cassados pelo eleitor.

A destrutiva cartilha seguida por Temer

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A lógica de encanador (menos Estado, mais mercado) se tornou central na agenda do governo Temer. Com isso, a aposta da retomada econômica assentada na expansão do setor privado a partir do esvaziamento do setor público segue ativa enquanto embuste.

Desde que assumiu, até o mês de julho de 2017, o discurso da desordem das finanças públicas justificou a defesa do ajuste fiscal focado no corte das despesas governamentais. Apesar da aprovação de várias medidas nesse sentido, inclusive emenda constitucional que reduz o gasto público per capita para os próximos 20 anos e reforma que retira direitos trabalhistas, a situação das contas públicas somente piorou.

Doria se revela cada vez mais um oportunista

Por Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

Faltou um tiquinho para o pós-prefeito de São Paulo, João Doria, lançar-se pré-candidato ao Planalto. Em mais uma viagem, dessa vez à França, o (ainda) tucano se derramou em elogios ao presidente Emmanuel Macron. “Ele fez uma revolução nas eleições presidenciais da França”, afirmou Doria. “Rompeu com as tradições e onde haviam (sic) apenas dois partidos, um de esquerda e um de direita, ele veio pelo meio, acelerou e ganhou as eleições”.

O silêncio da mídia sobre a mulher de Moro

Bolsonaro ataca Glenn Greenwald

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
O deputado de extrema-direita Jair Bolsonaro, que já foi condenado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a pagar indenização e se desculpar publicamente com a petista Maria do Rosário por incitação ao estupro, não se emenda: usou a homossexualidade do jornalista norte-americano Gleen Greenwald para atacá-lo no twitter. “Você queima a rosca?”, disse, em inglês.


FHC, entre o cinismo e o delírio

Por Jeferson Miola

FHC, presidente de honra e oráculo do PSDB, exibe sintomas claros de alguém em desconexão com a realidade. No artigo Uma candidatura agregadora [O Estado de SP, 3/9/2017], seu raciocínio oscila entre o cinismo e o delírio.

O partido dele, o PSDB, é co-autor do golpe de 2016 que derrubou Dilma, e sócio-fundador do “governo de ladrões” [cleptocracia, no grego] liderado pelo conspirador e golpista Michel Temer.

A despeito disso e das cenas escatológicas de corrupção da quadrilha que assaltou o poder, porém, FHC rememora o nascimento do PSDB como oposição às “práticas de conduta reprováveis” do PMDB [sic], e critica o que chama de “presidencialismo de cooptação” – justamente aquele do qual seu partido é o principal avalista e beneficiário.

Paraná afunda na lama. Richa segue impune!

Por Altamiro Borges

O rico Estado do Paraná, sede da midiática Lava-Jato, segue produzindo escândalos de corrupção. Mas parece que “não vem ao caso” para o juiz Sergio Moro, que mantém sua obsessão doentia contra o ex-presidente Lula. Na semana passada, o dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, preso por integrar um esquema de desvio de R$ 20 milhões da Secretaria Estadual de Educação, acusou o governador Beto Richa (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, de receberam propinas. O “justiceiro”, que troca afagos com influentes tucanos – como o “ético” Aécio Neves – nada comentou sobre a grave denúncia. Já a mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade oficial, noticiou o caso, mas logo abafou o escândalo.

domingo, 3 de setembro de 2017

A volta das filas de desempregados

Por Altamiro Borges

As filas de desempregados, que tinham sumido de cena durante os governos Lula e Dilma, voltaram a mostrar a dramaticidade da crise brasileira. A quadrilha de Michel Temer, que assaltou o poder com o apoio da cloaca empresarial e da classe “mérdia” egoísta, prometeu que a economia iria se recuperar “instantaneamente” com a derrubada de Dilma Rousseff. O que se vê em todo o país, porém, é a explosão do desemprego. A imprensa venal, nutrida com milhões em publicidade, até tenta esconder a tragédia e jura que “o Brasil voltou a crescer”. Mas a realidade desmente os falsários. Na quarta-feira passada (30), uma fila quilométrica de desempregados se formou diante do Shopping Jardim Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Quem financiou o filme-farsa da Lava-Jato?

Por Altamiro Borges

O Sindicato dos Advogados de São Paulo decidiu ingressar com uma ação na Justiça exigindo a apresentação dos nomes dos financiadores do filme “Polícia Federal – A Lei é Para Todos”, que estreará nos cinemas em 7 de setembro. Conforme explica Aldimar de Assis, presidente da entidade, “essa questão está obscura e nossos associados, que defendem réus da Lava Jato, estão preocupados porque as pessoas são apresentadas como culpadas antes mesmo do julgamento final de seus processos. Será que os patrocinadores são de empresas que prestam serviços públicos? Há algum interesse eleitoral nesse filme?”.

O fundamentalismo evangélico do juiz Bretas

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Estadão publica um interessante perfil do juiz Marcelo Bretas, que conduz os processos do ramo fluminense da Lava Jato.

No texto, sobressai a formação evangélica do magistrado. Nada contra a formação evangélica, mas, em Estado laico, a cultura evangélica pode fazer do juiz um agente público que se considere dotado de uma missão superior.

Por exemplo, há um trecho que fala de sua reação ao que disse o ministro Gilmar Mendes sobre a “revisão” de Bretas a um habeas corpus concedido pelo ministro da suprema corte.

7 de Setembro e os saqueadores do Brasil

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

Neste período de Michel Temer no comando de um governo golpista, o país subitamente bate de frente com o Dia 7 de Setembro e, por ironia, sofre constrangimentos ao fazer reverência à data de comemoração da Independência do Brasil, proclamada às margens do riacho Ipiranga. Nada menos que 195 anos se passaram. A realidade de 2017 briga, neste momento, com a referência histórica de 1822.

Esse badalado “evento cívico” poderia ser rebatizado e, por causa da entrega da soberania do País, passaria a ser o “Dia da Dependência”, conduzido pelo subjugado Temer, uma figura distante do determinado dom Pedro I.