quinta-feira, 10 de maio de 2018

O golpe e o vexame internacional

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Há um ano, o governo brasileiro encaminhou à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) um pedido formal de adesão. Foi uma mudança na posição do País, que, nas administrações de Lula e Dilma Rousseff, não a buscara.

No início do mês passado, chegou a resposta: o governo americano fez saber que era contra nossa admissão e que, em seu lugar, aceitaria a solicitação da Argentina. Os vizinhos serão colegas de Chile e México, os únicos países latino-americanos com assento no “clube das nações ricas”, onde estão todas as economias capitalistas avançadas e algumas em desenvolvimento.

PF “suicidou” ex-reitor Cancellier

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A PF concluiu o inquérito sobre suposta prática de corrupção na UFSC.

A conclusão do inquérito não poderia ser mais bizarra: a PF acusou o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de sustentar e respaldar uma quadrilha criminosa na Universidade, mas nas 817 páginas do relatório final não aponta 1 única prova para fundamentar tal acusação [Folha de SP].

Definitivamente a moda Dallagnol pegou: para acusar, condenar, prender e assassinar pessoas e reputações, não é necessário provas, bastam convicções dos acusadores fascistas.

Folha e SBT querem ser carcereiros de Lula?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao exigir a participação de Lula nas sabatinas presidenciais, o Partido dos Trabalhadores presta um serviço ao país e a democracia.

Explico. Em nenhuma parte do mundo é aceitável imaginar que aquele candidato que lidera todas as pesquisas de opinião, em todas as simulações, seja excluído das sabatinas que são oferecidas a maioria competitiva dos concorrentes e mesmo àqueles que só parecem ser ouvidos porque são amigos do dono da casa.

Marina Silva, a candidata sem rumo

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

A disputa pelo cargo máximo da República já está em pleno andamento, com os candidatos a candidatos já assumindo claramente suas posições e lados, visando as prévias de seus respectivos partidos. Mas Marina Silva – que todos sabem, vai concorrer mais uma vez – continua uma incógnita. Pouco fala e, quando o faz, passa a impressão de ter perdido a oportunidade para se manter em silêncio.

A última declaração pertinente da candidata sobre o conturbado momento político atual do país veio com quase dois anos de atraso, ao criticar o congelamento de investimentos públicos por 20 anos. “Se continuar nesse ritmo, em 2099 ela vai tuitar que foi golpe", disse a historiadora Anna Zappa, em comentário no Facebook.

Jair Bolsonaro e os sentimentos ocultos

Por Raphael Silva Fagundes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Bolsonaro só adquiriu um apoio expressivo da população porque é o primeiro candidato à presidência da República a defender claramente a ditadura militar. É algo novo na nossa democracia recente.

Muitos dizem apoiá-lo por não ser corrupto, no entanto, existem outros políticos que não estão envolvidos em casos de corrupção, como a deputada Manuela D’Avila e Guilherme Boulos, mas não receberam o mesmo tratamento do público. Por quê?

Não é por que estes últimos estão ligados a causas polêmicas, como o aborto, LGBTs etc.. Não é, também, porque Bolsonaro seja, supostamente, o deputado defensor do cidadão de bem e da família tradicional. Até porque, existiram vários candidatos que usaram, em suas plataformas políticas, esse tema, como Enéas, Levi Fidelix, Eymael e outros. Mas todos foram motivo de risos. A diferença, do deputado federal, representante máximo do que chamo de “direita vulgar”, para os outros, é que nenhum dos anteriores defendiam claramente o regime militar de 1964-1985.

EUA brincam com a guerra nuclear

Por Philippe Leymarie, no site Outras Palavras:

É preciso compreender esse infeliz presidente Trump. Uma lei adotada durante o governo de Barack Obama (mas sob pressão republicana) obriga o executivo norte-americano a confirmar, a cada três meses, a assinatura do acordo sobre a desnuclearização militar do Irã – o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPoA – Joint Comprehensive Plan of Action, em inglês) –, “certificando” que está suficientemente bem implementado, para que Washington retome a rodada: uma abordagem que enfurece o presidente norte-americano. Sente-se ridicularizado, ele que não parou, desde sua nomeação em novembro de 2016, de qualificar esse acordo como “catastrófico”, “injusto”, “podre”, “perigoso” e outras cortesias. Trump deu até o próximo 12 de maio aos europeus, e portanto a Emmanuel Macron, para encontrar um novo texto que preencha o que ele chama de “as terríveis lacunas” do acordo atual.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

O STF contra a democracia

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Promulgação da Constituição de 1988: poucos textos poderão, como esse, dizer que nasceram da vontade popular

A Constituição brasileira de 1988 – alquebrada, mas ainda vigente, não obstante o STF, é triste dizê-lo – é muito mais que um código de observância obrigatória. Ela é, a um só tempo, símbolo e cristalização da opção política do povo brasileiro, que, nas ruas, exigiu uma Assembleia Constituinte para decretar, de uma vez por todas, o fim do ordenamento autoritário.

Privatização dos Correios é um ato criminoso

Editorial do site Vermelho:

O escândalo das privatizações de empresas públicas pelo governo do usurpador Michel Temer fica outra vez explícito no anunciado projeto de entrega, para empresários privados, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O projeto foi definido pelo governo em fevereiro. E mantido em sigilo, que foi rompido neste domingo (6), por matéria de O Estado de S. Paulo.

O governo pretende fechar 513 agências dos Correios e demitir 5.300 trabalhadores – num quadro onde faltam pelo menos 20 mil novos funcionários, situação que já levou à greve, no início deste ano, reivindicando, entre outras coisas, novas contratações para não precarizar ainda mais as difíceis condições de trabalho. Situação que, com a anunciada privatização, vai piorar ainda mais.

Vai para a Argentina, coxinha!

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Apenas 29 meses depois de Mauricio Macri assumir como presidente, a Argentina vive mais uma vez um pesadelo dentro de seu próprio pesadelo econômico: voltamos a bater às portas do tristemente célebre Fundo Monetário Internacional.

Quando, em dezembro de 2005, o ex-presidente Néstor Kirchner liquidou antecipadamente a dívida com o FMI de 9,8 milhões de dólares, muitos dos argentinos não souberam valorizar aquele momento histórico, o que apresentava saldar uma dívida de 50 anos e se livrar dos juros sobre os juros. Neste dia, pelo qual nunca iremos agradecer ao “flaco”, como era chamado Kirchner, recuperamos não só a independência econômica como nossa dignidade como povo.

Huck, Barbosa e o fiasco dos marqueteiros

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Dois meses depois da pantomima de Luciano Huck e seu “sou-não sou candidato”, a vez agora foi de Joaquim Barbosa “brincar” de “candidato a presidente”.

Hoje, foi a hora do ex-ministro dizer “não quero mais brincar”.

Tudo quanto se lê de suas razões – a lacônica, no Twitter (“estritamente pessoais”) e as reveladas por Bernardo de Mello Franco (“temia perder dinheiro e tranquilidade, não necessariamente nesta ordem”) e por Lauro Jardim ( “meu coração já vinha me dizendo: não mexe com isso, não”) - revela um homem imaturo, sem consciência do que é ser um presidente da República ou, mesmo, um pretendente ao cargo.

Michel Temer e a cautela tucana

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Os movimentos do presidente Michel Temer a favor de uma candidatura de unidade da centro-direita coincidem com o avanço das investigações sobre ilícitos de que é acusado. Procuradores já falam em medida cautelares contra ele, tão logo deixe o cargo, o que pode significar até uma prisão preventiva. A nomeação para um cargo que lhe garanta o foro especial, por um sucessor eleito com seu apoio, é sua chance de escapar do cerco judicial. Para os candidatos, a aliança com Temer pode representar um beijo da morte mas o tucano Geraldo Alckmin, ao lhe telefonar, indicou que admite correr o risco.

A politização da tragédia em São Paulo

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

A tragédia do desabamento do prédio em São Paulo não trouxe à tona somente a omissão do poder público em relação à situação calamitosa da falta de moradia no país, mas também o oportunismo canalha de políticos, militantes reacionários nas redes sociais e setores da imprensa, que se aproveitaram do caso para criminalizar movimentos sociais em um momento em que a única coisa que se esperava era solidariedade. A tragédia foi usada politicamente por aqueles que pretendem deslegitimar a luta por moradia, que nada mais é do que um direito garantido pela Constituição.

Jornada pela Democracia pede #LulaLivre

Do Jornal GGN:

A luta pela democracia une personalidades políticas e sociais em defesa da liberdade do ex-presidente Lula e também pela sua candidatura à presidência da República, na próxima segunda-feira, 14 de maio. E o local escolhido para abrigar esta edição da Jornada pela democracia foi o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, onde a concentração está marcada para as 18 horas.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Suíça assusta Serra e Nordeste ignora Alckmin

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Em reunião com aliados no diretório do PSDB em Teresina, no Piauí, um homem pediu a Geraldo Alckmin “a receita de tucano para não ser preso”.

“Não sei se entendi bem a pergunta”, desconversou o presidenciável tucano, e acrescentou: “A rigor, a Justiça não tem cor. É para todos”.

No aeroporto de São Luís, havia apenas 20 políticos maranhenses para recepcioná-lo. Poucos jornalistas apareceram.

Desmonte e repactuação do Brasil

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

Os ciclos históricos têm começo e fim. O ciclo iniciado nas grandes greves do ABC dos anos 1970 e 1980 condensou impulsos que nos fizeram chegar até aqui. Agora já não tem mais a força necessária para nos levar adiante até porque as condições objetivas mudaram nesses quase 40 anos.

A classe trabalhadora brasileira também sofreu transformações. Gerações mudaram. A precarização avançou. Empregos de baixa qualidade predominam em um cenário de industrialização declinante.

Precisamos de novos instrumentos com abrangência e capilaridade para enfrentar o mais virulento cerco contra conquistas democráticas históricas, incluindo-se os direitos políticos, sociais e trabalhistas desde o golpe de 1964.

Paulo Preto, o sombra dos tucanos

Do blog Nocaute:

Segundo denúncia publicada hoje pela Folha, menos de dois meses após ter sido nomeado diretor de Engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Paulo Vieira de Souza, o “Paulo Preto” abriu quatro contas na Suíça no banco Bordier & Cie, em Genebra.

De acordo com um documento enviado ao Brasil pelo Ministério Público da Confederação Suíça, e entre os anos 2007 e 2009, durante o governo de José Serra (PSDB), as contas receberam “numerosas entradas de fundos”.

O 1º mês da prisão de Lula e as más notícias

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O balanço do primeiro mês da prisão de Lula é repleto de más notícias - para a direita e seus carcereiros.

Curitiba tornou-se capital da resistência lulista, com três acampamentos montados nas imediações da sede da Polícia Federal.

Na esquina Olga Benário, em frente ao prédio, atos acontecem frequentemente. A saudação “Bom dia, presidente Lula” enlouquece fascistoides. Um deles teve um piti e quebrou o aparelho de som.

O VI Encontro de Ativistas Digitais

Quatro projetos da esquerda em 2018

Por Theófilo Rodrigues, no blog Cafezinho:

Mantidas as atuais condições de temperatura e pressão, a eleição presidencial de 2018 contará com ao menos quatro candidaturas da esquerda ou, como preferem alguns, do campo progressista ou popular democrático. Ciro Gomes (PDT), Manuela D ´Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (PSOL) e Lula (ou outro candidato do PT) são as possibilidades dispostas na mesa até agora.

Apesar da crise, ricos ficam mais ricos

Por Juliana Gonçalves, no jornal Brasil de Fato:

A parcela 1% mais rica da população mundial concentra hoje 50,1% da riqueza das famílias de todo o mundo, de acordo com relatório do Credit Suisse de 2017. A tendência é que o percentual continue a aumentar, segundo o estudo a Biblioteca da Câmara dos Comuns britânica, encomendado pelo deputado trabalhista Liam Byrne.

Se as tendências observadas desde a crise financeira de 2008 continuarem, observa o relatório, o chamado 1% terá em suas mãos 64% da riqueza global daqui a apenas 12 anos.