sexta-feira, 31 de maio de 2019

Da mídia de consenso à de conflito

Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:

De­finha o in­te­resse por no­tí­cias im­pressas ou te­le­vi­sivas. Pes­quisas re­velam que o pú­blico pre­fere notí­cias on­line.

Nos sé­culos 19 e 20, o modo de pensar da so­ci­e­dade tendia a ser mol­dado pelos grandes meios de comu­ni­cação: mídia im­pressa, rádio e TV. Tudo in­dica que ter­mina aquela era. Trump se elegeu atacando a grande mídia dos EUA. Só a Fox o apoiou. Os prin­ci­pais veí­culos da mídia bri­tâ­nica se opu­seram ao Brexit. Ainda assim a mai­oria dos elei­tores votou a favor dele. Bol­so­naro fez cam­panha pre­si­den­cial quase au­sente da grande mídia. Cri­ticou os prin­ci­pais veí­culos, e ainda assim se elegeu. O que acon­tece de novo?

Ruas se tornam novo eixo político do país

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A recessão de 0,2% no primeiro trimestre é a mais recente notícia ruim para o governo Bolsonaro em geral e para Paulo Guedes em particular.

Ao dar continuidade a política econômica de Temer-Meirelles, apenas radicalizando o que se fazia anteriormente, o novo governo colheu o que plantou. Confirma sua incapacidade de apontar qualquer perspectiva crível de melhora nos próximos meses.

Ao insistir na miragem infantil de que o futuro dos empregos e do crescimento da oitava economia do planeta irá depender exclusivamente da reforma da Previdência, o Planalto não apenas confirma a estreiteza de horizontes intelectuais de Paulo Guedes. Faz uma aposta de altíssimo risco.

Bolsonaro está frágil, mas ainda tem base

Por Dennis de Oliveira, em seu blog:

Os atos realizados no último domingo (26) foram menores que os do dia 15 de maio e também demonstraram um refluxo na base de apoio ao governo Bolsonaro. O que as várias pesquisas estão demonstrando se expressou na adesão às ruas. Em três cidades, houve uma certa adesão – São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Em outras, os atos foram fracos. Entretanto, considero precipitado dizer que Bolsonaro está acabado.

30M abre caminho para greve geral histórica

Fortaleza, 30/5/19
Editorial do site Vermelho:

Em todo o país, verdadeiras multidões saíram às ruas nesta quinta-feira (30) para manifestar a posição de que na Educação de um povo não se mexe. O colorido dos cartazes, roupas e bandeiras deu o tom de uma enérgica jornada que entra para a história como mais uma página de abnegação do povo brasileiro, nesse caso com destaque para a juventude. A firme ação da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) como as principais entidades que lideram essas manifestações é um ponto a ser registrado com ênfase.

Toffoli, o fantoche

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

Fantoche - substantivo masculino
1 boneco cujo corpo se ajusta, como uma luva, à mão de um manipulador oculto, que o faz representar algum papel teatral; mamulengo, presepe
2 p.us.m.q. marionete (no sentido de ‘boneco’)
3 fig.; pej. Indivíduo que se deixa manipular; títere, marionete
apositivo
4 que age e toma decisões a mando de outros ‹governo f.›

Dicionário Houaiss


De qualquer ângulo que se analise, o intenso ativismo político de Dias Toffoli é descabido.

É notório que Toffoli é uma pessoa totalmente deslumbrada com o poder. Mas seu narcisismo, sozinho, não explica o ativismo frenético e a indomável subserviência ao regime.

A paralisação na Argentina contra Macri

Foto: EFE
Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:

Milhares de trabalhadores e trabalhadoras fecharam os principais acessos da capital Buenos Aires e das cidades do interior do país desde a manhã desta quarta-feira (29) em uma paralisação nacional convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), demais centrais sindicais e pelos movimentos sociais argentinos contra a aplicação das políticas neoliberais do governo Macri.

JN só fala em "reforma da previdência"

A lógica destrutiva da Operação Lava-Jato

O pibinho de Paulo Guedes

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O PIB do 1º trimestre é responsabilidade total de Paulo Guedes, o Ministro da Economia. Em pouco tempo, comandando o superministério que lhe foi conferido, Guedes conseguiu jogar fora até os 6 meses de bônus que acompanha todo início de governo.

Os dados divulgados pelo IBGE mostram uma queda de 0,5 ponto no PIB estimado do trimestre. Os setores que subiram têm pouca repercussão no PIB. Os que caíram, tem muita: indústria extrativa, de transformação e de construção.


Mídia está por trás da tragédia brasileira

Foto: Franklin Freitas
Por Bepe Damasco, em seu blog:

As grandes manifestações que pela segunda vez tomaram conta do país neste 30 de maio contra os cortes na educação, protagonizadas por professores e estudantes, não se limitaram a esta pauta como quer fazer crer a mídia monopolista.

Somam-se a aos protestos cada vez mais pessoas mobilizadas pela luta para impedir o fim das aposentadorias, a liquidação total de direitos e a entrega da riqueza nacional. Os sentimentos comuns entre os manifestantes são a indignação diante da destruição do país, a obrigação cidadã de resistir às políticas retrógradas e obscurantistas do governo e a forte oposição ao conjunto da agenda econômica dos que estão no poder.

Qual é a agenda do governo Bolsonaro?

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Julian Assange: Carta do cárcere

Do Blog da Boitempo:

Nas suas primeiras palavras liberadas ao público depois de ter retirado a força da embaixada equatoriana em Londres, no qual se encontrava em condição de asilo político desde 2012, Julian Assange, fundador e editor-chefe do WikiLeaks, fala sobre as condições repressivas que enfrenta na prisão britânica de Belmarsh e convoca uma campanha contra a ameaça da sua extradição para os Estados Unidos.

Os donos da mídia eleitos em 2018

Da Rede Brasil Atual:

Em 10 estados brasileiros, pelo menos 34 políticos que se candidataram nas eleições de 2018 possuíam concessões de rádio ou televisão em cidades com mais de 100 mil habitantes. Estratégias como as de donos de emissoras de radiodifusão que se beneficiaram eleitoralmente das concessões públicas são apenas alguns dos dados do Relatório Direito à Comunicação no Brasil de 2018, divulgado nesta terça-feira (28) pelo coletivo Intervozes, indicando que, do total de candidaturas de donos de veículos de comunicação analisadas, 28 conseguiram a eleição.

Modernização neoliberal e trabalho forçado

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Há décadas várias organizações internacionais divulgam recordes seguidos de aumento da desigualdade que, provavelmente por ter assumido características de um problema crônico, suscita perguntas a respeito de eventuais efeitos acumulados das diferenças cada vez mais extremadas entre ricos e pobres. Sabe-se que o abismo atual de renda e de condições de vida e trabalho tem a mesma profundidade daquele existente no fim do século XIX, mostram as estatísticas analisadas em numerosos estudos econômicos, mas o que terá acontecido com as sociedades submetidas ao efeito combinado de concentração de renda, precarização do trabalho, globalização e intensificação do movimento migratório?

Bolsonaro aparelha Ministério da Educação

Por André Cintra, no site da Fundação Maurício Grabois:

A presidenta da União da Juventude Socialista (UJS), Carina Vitral, afirmou que Jair Bolsonaro (PSL) usa o Ministério da Educação (MEC) como eixo da disputa ideológica travada pelo governo federal. As críticas de Carina ao presidente foram feitas nesta terça-feira (28), durante sua participação no 5º Salão do Livro Político, na PUC-SP. Ela foi uma das debatedoras da mesa “Educação ou Barbárie: A Volta da Idade Média?”.

PIB afunda puxado pela queda da indústria

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Neste dia 30 de maio, os jornais brasileiros estamparam em suas manchetes a contração do PIB do primeiro trimestre, sob o comando de Paulo Guedes. Na série com ajuste sazonal calculada pelo IBGE houve um recuo de 0,2% em relação ao último trimestre de 2018.

Mas os dados mais dramáticos, escondidos das manchetes, foram as quedas acentuadas da produção industrial (-0,7%) e, pelo lado da demanda, dos investimentos (-1,7%). O país segue perdendo densidade industrial, voltando a patamares da década de 1920, enquanto os investimentos se mantêm em um nível não apenas baixo (15,5% do PIB) mas também insuficiente para alavancar ganhos de produtividade, sem os quais não sairemos do buraco.

O capitão em seu labirinto

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Assistimos domingo último a um estranho ‘protesto a favor’ de um governo e de suas políticas impopulares, das quais a desmontagem da previdência pública – saudada na Av. Paulista – é apenas um indicador perverso. Quando este texto chegar aos seus leitores o IBGE já terá confirmado, com a queda do PIB, que o Brasil de Guedes e Bolsonaro está prestes a concluir sua caminhada suicida para a depressão econômica – com tudo o que ela traz consigo, a começar pelo agravamento do desemprego, tanto mais grave quanto o ultra-liberalismo investe na desmontagem dos mecanismos de proteção social, na precarização das relações de trabalho e no aprofundamento das desigualdades sociais.

PIB cai 0,2%. É ruim, mas vai ficar pior

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Você pensa que a queda de o,2% apurada pelo IBGE no primeiro trimestre do ano é a pior noticia sobre a situação de nossa economia?

Espere, porque amanhã vai ser pior.

Uma hora antes do IBGE divulgar a retração do PIB, a Fundação Getúlio Vargas revelou resultado de um levantamento feito em 1887 empresas do setor de serviços, entre os dias 02 e 24 deste mês, sobre seu desempenho e expectativas para os próximos meses. O resultado:

“O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 3,1 pontos em maio, para 89,0 pontos, voltando ao nível de maio de 2018 (89,0 pontos). No acumulando dos últimos quatro meses houve perda de 9,2 pontos, devolvendo a alta de 9,3 pontos entre outubro e janeiro”.

Ou seja, toda a “marola” de expectativas levantada com a eleição e Bolsonaro já refluiu.

Ontem, a FGV mostrou pesquisa idêntica entre as indústrias e deu ao seu release um título que dispensa maiores explicações: "Empresariado pessimista e expectativas piorando em maio“.

O alvo negro do neofascismo

Por Sandra Russo, no site Carta Maior:

Em 14 de março de 2018, quatro balas na cabeça terminaram com a vida de Marielle Franco, no Rio de Janeiro. Seu acompanhante, o motorista Anderson Gomes, também morreu. Ambos saíam de uma reunião política (ela pertencia ao partido PSOL), quando um carro que os perseguia começou a disparar. Quatro atingiram a cabeça de Marielle, onde ela tinha guardadas suas ideias e sonhos, seus projetos para o seu povo, o mais fraco entre os mais fracos.

Economia: a opção pelo “corte eterno”

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

No apagar das luzes de 2016, a equipe de Michel Temer achava que estava com a bola toda. O vice-presidente havia conseguido afastar, de forma definitiva, Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, graças à articulação e à aprovação de um golpeachment sem nenhum embasamento jurídico consistente. Passados pouco mais de três meses após a votação do afastamento pelo Senado Federal, o comando da economia estava em mãos de Henrique Meirelles e o financismo havia articulado com os grandes meios de comunicação a sedimentação de uma narrativa tão triunfante quanto falaciosa. Afinal, o Brasil ingressava na fase da bonança: não havia dúvidas de que tudo se acertaria dali em diante. Mas para tanto, as elites exigiam novamente o sacrifício da maioria.