Por Vinícius Mendes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Este outubro que o calendário encaminha para o fim é, deste lado do mundo, mais um desses meses que permanecerão durante muito tempo como parte de nossas características nacionais. Há muitos desses na história da América Latina, como o janeiro da Revolução Cubana, em 1959, o março da Guerra da Água, na Bolívia, em 2000, o abril da tentativa de golpe de Estado na Venezuela, em 2002, ou mesmo o junho de 2013, no Brasil – todos eventos fundamentais para explicar os países que eles são hoje. A hesitação em acabarem também são, como nos livros de Gabriel García Márquez, manifestações inequívocas do nosso realismo mágico.
Porém, enquanto boa parte da América se rebela, o Brasil – das mesmas demandas – se silencia.
Porém, enquanto boa parte da América se rebela, o Brasil – das mesmas demandas – se silencia.