sábado, 14 de dezembro de 2019
Reino Unido: razões do fracasso provisório
Jeremy Corbyn |
Uma oportunidade de dar novo sentido às revoltas populares que marcam 2019 e às frustrações com a política tradicional, que atravessam o mundo há anos, foi perdida ontem. Liderado por sua ala mais à direita e impulsionado pelo Brexit, o Partido Conservador venceu eleições cruciais e obteve folgada maioria no Parlamento (365 de 627 cadeiras) – mesmo alcançando menos da metade (43,6%) dos votos. O resultado frustrou, ao menos temporariamente, um processo que se iniciou há quatro anos, e tem grande significado para a esquerda em todo o mundo. Sob a liderança de Jeremy Corbyn, alcançada de modo surpreendente em 2015, o Partido Trabalhista transformou-se, multiplicou seu número de membros e reassumiu a busca de alternativas ao capitalismo. Sua vitória teria colocado em prática um programa de impulso aos serviços públicos e ampliação dos direitos sociais; de fortalecimento do Comum e combate ao poder das corporações e da oligarquia financeira; de redistribuição de riquezas combinada com preservação da natureza. Tudo isso, num país onde os fatos políticos têm enorme repercussão internacional.
Saldo desastroso da política externa em 2019
Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
O encerramento da 25a conferência da ONU sobre o clima nesta sexta-feira 13 coroa uma sequência de acontecimentos capazes de resumir um ano de política externa do governo Bolsonaro. Um saldo que beira o desastre, a julgar pela conferência (COP 25), realizada em Madrid, pela 55a Cúpula do Mercosul, na gaúcha Bento Gonçalves, e pelos 70 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), festejados na cidade britânica de Watford.
O encerramento da 25a conferência da ONU sobre o clima nesta sexta-feira 13 coroa uma sequência de acontecimentos capazes de resumir um ano de política externa do governo Bolsonaro. Um saldo que beira o desastre, a julgar pela conferência (COP 25), realizada em Madrid, pela 55a Cúpula do Mercosul, na gaúcha Bento Gonçalves, e pelos 70 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), festejados na cidade britânica de Watford.
Silvio Santos é denunciado por racismo
Da Rede Brasil Atual:
O apresentador de TV Silvio Santos, do SBT, foi denunciado nesta sexta-feira (13) por racismo no Ministério Público do Estado de São Paulo. A representação foi feita em decorrência da atuação do apresentador durante o quadro Quem Você Tira?, no dia 8. Cantoras disputavam a preferência do público interpretando a mesma canção, mas Silvio Santos desconsiderou o resultado da votação e entregou o prêmio em dinheiro para uma de suas escolhidas.
Moro conspira contra a Constituição
Do site Vermelho:
Sergio Moro, o ministro da Justiça, se mostra, dia a dia, menos ministro e mais militante político. Essa é a opinião dos juristas Lenio Streck, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, Alberto Toron e Marco Aurélio de Carvalho, advogados integrantes do Grupo Prerrogativas. Em artigo no jornal Folha de S. Paulo, intitulado “A conspiração de Moro contra o Supremo Tribunal”, eles disseram que os elementos objetivos para isso não são recentes; na condição de juiz, Moro mostrava exuberante parcialidade, a ponto de manter encontros com integrantes do então futuro e provável governo ainda quando estava no exercício da judicatura.
Sergio Moro, o ministro da Justiça, se mostra, dia a dia, menos ministro e mais militante político. Essa é a opinião dos juristas Lenio Streck, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, Alberto Toron e Marco Aurélio de Carvalho, advogados integrantes do Grupo Prerrogativas. Em artigo no jornal Folha de S. Paulo, intitulado “A conspiração de Moro contra o Supremo Tribunal”, eles disseram que os elementos objetivos para isso não são recentes; na condição de juiz, Moro mostrava exuberante parcialidade, a ponto de manter encontros com integrantes do então futuro e provável governo ainda quando estava no exercício da judicatura.
A decepção dos militares com Bolsonaro
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
É grande a revolta dos praças e graduados das Forças Armadas - soldados, cabos, sargentos, sargentos e tenentes - com Jair Bolsonaro, em que votaram maciçamente e agora chamam de traidor, por conta do projeto de reforma da previdência miliar, que deve ser sancionado até a semana que vem.
A nova regra favorece a alta oficialidade em detrimento das baixas patentes, afora o aumento de cinco anos no tempo para aposentadoria.
Por outros motivos, é também grande, segundo fontes que ouvi, com acesso a militares graduados, a insatisfação da cúpula com os rumos do governo Bolsonaro.
Esta é uma inflexão importante, chegando mesmo a ser uma notícia boa nas circunstâncias atuais.
É grande a revolta dos praças e graduados das Forças Armadas - soldados, cabos, sargentos, sargentos e tenentes - com Jair Bolsonaro, em que votaram maciçamente e agora chamam de traidor, por conta do projeto de reforma da previdência miliar, que deve ser sancionado até a semana que vem.
A nova regra favorece a alta oficialidade em detrimento das baixas patentes, afora o aumento de cinco anos no tempo para aposentadoria.
Por outros motivos, é também grande, segundo fontes que ouvi, com acesso a militares graduados, a insatisfação da cúpula com os rumos do governo Bolsonaro.
Esta é uma inflexão importante, chegando mesmo a ser uma notícia boa nas circunstâncias atuais.
"Mídia incendiou a Bolívia com mentiras"
Recém demitida, a chefe das Rádios dos Povos Originários (RPOs) do Ministério da Comunicação do governo de Evo Morales, e ex-diretora-executiva do Centro de Educação e Produção Radiofônica da Bolívia (Cepra), Dolores Arce denuncia como “a mídia local fez um despejo desinformativo, promovendo o motim da polícia e garantindo impunidade para que o Exército assassinasse manifestantes que lutavam por seus direitos”. Condenando a mídia como “um dos pilares do golpe contra o governo constitucional”, ela recordou que “os canais de televisão começaram a ir ao conjunto das regiões para assediar os comandos militares, incendiando o país com mentiras”.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
A escalada de Bolsonaro contra a democracia
“Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós.” O ano era 1989, e a Imperatriz Leopoldinense empolgava o povo pedindo liberdade e igualdade. Estávamos em festa com a democracia! Esfuziantes com as conquistas cidadãs, com a definição do papel do Estado, tudo impresso na Carta Magna. Tínhamos vivido a redemocratização quatro anos antes, e a Constituição engatinhava no seu primeiro ano de existência.
Os ventos mudaram. O autoritarismo constante do atual presidente, Jair Bolsonaro, é um balão de ensaio para a mudança do regime e a morte desta jovem democracia, outrora festejada. É o filho que cospe o AI-5 e zomba do STF. É o ministro da Economia que naturaliza o fechamento do Parlamento, o cerceamento de direitos e a agressão à imprensa.
Bolsonaro vai virar "Rainha do Planalto"
“Bolsonaro não governa, ele se vinga” (Fabio Porchat, no Porta dos Fundos).
Como aconteceu em 1969, durante o impedimento do marechal Costa e Silva, o Brasil vem sendo governado desde janeiro por uma junta.
Sim, só que desta vez é uma junta formada por civis.
Em lugar dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o triunvirato que governa o Brasil de fato é integrado pelo banqueiro Paulo Guedes, que cuida da Economia, o xerife Sergio Moro, responsável pela Segurança Pública, e o aloprado astrólogo Olavo de Carvalho, que lá do seu exílio nos Estados Unidos manda na Educação e Cultura, nas Relações Exteriores, e no resto.
Se for verdade, enfim uma boa notícia!
Por Eric Nepomuceno
Neste fim de um ano especialmente nefasto, que termina pior, muito pior do que começou (e começou mal), finalmente surge uma notícia que, se for confirmada, será bem-vinda: tudo indica que uma das mais aberrantes aberrações do governo mais abjeto da história da República será devidamente catapultada da poltrona onde nunca deveria ter assentado o traseiro.
Estou me referindo a Abraham Weintraub, o ministro de Educação – Educação! – que comete erros de concordância quando fala e de ortografia quando escreve.
Não é o único, verdade seja dita, nem o mais perigoso.
Neste fim de um ano especialmente nefasto, que termina pior, muito pior do que começou (e começou mal), finalmente surge uma notícia que, se for confirmada, será bem-vinda: tudo indica que uma das mais aberrantes aberrações do governo mais abjeto da história da República será devidamente catapultada da poltrona onde nunca deveria ter assentado o traseiro.
Estou me referindo a Abraham Weintraub, o ministro de Educação – Educação! – que comete erros de concordância quando fala e de ortografia quando escreve.
Não é o único, verdade seja dita, nem o mais perigoso.
O que os militares não falam, mas pensam
Por Antonio Barbosa Filho
Em plena ditadura (a anterior) o brigadeiro comandante do Centro Tecnológico Aeroespacial, em São José dos Campos, dizia-me numa daqueles lautos almoços, regados a scotch 18 anos e vinhos franceses, com caviar de abertura: "Veja, a FAB tem 168 brigadeiros, e o Exército tem 300 generais!. Na hora da guerra, somos nós que vamos atacar, não será a infantaria!". E mais: "Agora a Marinha que só tem o porta-aviões Minas Gerais, sucata da II Guerra, não permite que nossos caças pousem nele".
Em plena ditadura (a anterior) o brigadeiro comandante do Centro Tecnológico Aeroespacial, em São José dos Campos, dizia-me numa daqueles lautos almoços, regados a scotch 18 anos e vinhos franceses, com caviar de abertura: "Veja, a FAB tem 168 brigadeiros, e o Exército tem 300 generais!. Na hora da guerra, somos nós que vamos atacar, não será a infantaria!". E mais: "Agora a Marinha que só tem o porta-aviões Minas Gerais, sucata da II Guerra, não permite que nossos caças pousem nele".
Conservadores vencem no Reino Unido
Charge: Olivier Ploux |
Na quinta-feira, dia 12 de dezembro, ocorreram eleições gerais no Reino Unido para formar um novo Parlamento. O Partido Conservador, do atual primeiro-ministro Boris Johnson, foi o vencedor tendo conquistado pelo menos 364 cadeiras das 650 que estavam em disputa, o que o coloca com uma ampla maioria para governar sem precisar de alianças. O Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, ficou em segundo lugar com cerca de duzentas cadeiras.
Aumento do preço da carne e o livre mercado
Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:
O aumento do preço da carne tem sido um tema recorrente nos noticiários brasileiros. Não somente a carne bovina, mas a sua substituição por outras fontes de proteína – frango, porco e até o ovo – também aumentaram de preço.
Isso ocorre porque o preço dessas mercadorias funciona nas leis econômicas das sociedades de mercado, a tão falada lei da “oferta e da procura”. Assim, o preço da carne vermelha inviabiliza sua compra e, ao recorrem às carnes mais baratas, eleva-se a demanda por esses produtos, o que os torna mais caro.
Isso ocorre porque o preço dessas mercadorias funciona nas leis econômicas das sociedades de mercado, a tão falada lei da “oferta e da procura”. Assim, o preço da carne vermelha inviabiliza sua compra e, ao recorrem às carnes mais baratas, eleva-se a demanda por esses produtos, o que os torna mais caro.
Os governos estão presos pela polícia
Por Fernando Brito, em seu blog:
Longa reportagem no El País conta como a mera atitude de afastar do serviço de rua os policiais que atuaram na noite fatídica onde nove adolescentes morreram pisoteados na comunidade de Paraisópolis provocou reações hostis dentro do extremismo de direita, capitaneadas pelo próprio filho do Presidente, Eduardo Bolsonaro, que exigiu que se culpem “os bandidos” e “a população, que não coopera com as autoridades” pela tragédia.
Já havia dito aqui, desde o primeiro post que fiz sobre a tragédia que o caso tinha cheiro de uma ação de vingança de grupos policiais, mais de que alguma ordem destrambelhada de João Dória.
Longa reportagem no El País conta como a mera atitude de afastar do serviço de rua os policiais que atuaram na noite fatídica onde nove adolescentes morreram pisoteados na comunidade de Paraisópolis provocou reações hostis dentro do extremismo de direita, capitaneadas pelo próprio filho do Presidente, Eduardo Bolsonaro, que exigiu que se culpem “os bandidos” e “a população, que não coopera com as autoridades” pela tragédia.
Já havia dito aqui, desde o primeiro post que fiz sobre a tragédia que o caso tinha cheiro de uma ação de vingança de grupos policiais, mais de que alguma ordem destrambelhada de João Dória.
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