sábado, 22 de fevereiro de 2020
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020
Os maus modos do neofascismo brasileiro
Charge: Grossomodo, por Muna/Causa Operária |
O neofascismo no Brasil, para quem não entendeu, não emula o fascismo italiano dos anos 1920. Nunca foi isso, evidentemente. Muita energia importante foi gasta com esse debate estéril, de especialistas querendo fixar pontos históricos e palavras, enquanto a vida política do país se degradava de fato. A evocação do termo fascismo vem de uma tradição do pensamento político do século XX, que se refere a uma escala imaginária, ou efetiva, dependendo do que somos capazes de ver, do mal na política. É isso o que importa. Nosso neofascismo diz respeito aos modos de nossa conversão própria da política em violência, o que ninguém pode negar. Ele se ordena e se unifica, por fim, ao redor do bolsonarismo. Uma conversão sistemática, organizada por circuitos oficiais e randômicos sociais, nos seguintes termos:
Motim no Ceará: acabou a brincadeira!
Por Charles Alcantara
O endosso maldisfarçado à tentativa de homicídio contra o senador Cid Gomes e ao motim de policiais no Ceará não são atos irrefletidos ou irresponsáveis do clã Bolsonaro. São um movimento calculado para avançar num projeto cada vez mais evidente: o de instaurar um governo autocrático.
Acontece que esse projeto não se viabiliza sem o engajamento efetivo das forças armadas e do seu braço auxiliar e mais numeroso e capilarizado: as polícias militares.
Bolsonaro, seus filhos e militares do núcleo duro do governo já colocaram em marcha esse projeto.
Os sinais estão aí, todos os dias e noites, evidentes, gritantes.
O endosso maldisfarçado à tentativa de homicídio contra o senador Cid Gomes e ao motim de policiais no Ceará não são atos irrefletidos ou irresponsáveis do clã Bolsonaro. São um movimento calculado para avançar num projeto cada vez mais evidente: o de instaurar um governo autocrático.
Acontece que esse projeto não se viabiliza sem o engajamento efetivo das forças armadas e do seu braço auxiliar e mais numeroso e capilarizado: as polícias militares.
Bolsonaro, seus filhos e militares do núcleo duro do governo já colocaram em marcha esse projeto.
Os sinais estão aí, todos os dias e noites, evidentes, gritantes.
Bolsonaro bate às portas de nova ditadura
Por José Dirceu, no site Metrópoles:
A militarização do governo Bolsonaro com as últimas indicações para a Casa Civil e a Secretaria de Assuntos Estratégicos tem raízes em nossa historia recente e no passado.
O general Braga Netto era chefe do Estado-Maior do Exército, o mesmo que no julgamento do habeas corpus de Lula publicou uma foto da reunião de emergência convocada pelo comandante do Exército Eduardo Villas Bôas para, numa aberta e flagrante violação da Constituição, ordenar – isso mesmo – ao STF que não ousasse conceder HC a Lula. Villas Bôas fez a mesma ameaça via Twitter, o que levaria a sua prisão imediata em qualquer democracia.
A militarização do governo Bolsonaro com as últimas indicações para a Casa Civil e a Secretaria de Assuntos Estratégicos tem raízes em nossa historia recente e no passado.
O general Braga Netto era chefe do Estado-Maior do Exército, o mesmo que no julgamento do habeas corpus de Lula publicou uma foto da reunião de emergência convocada pelo comandante do Exército Eduardo Villas Bôas para, numa aberta e flagrante violação da Constituição, ordenar – isso mesmo – ao STF que não ousasse conceder HC a Lula. Villas Bôas fez a mesma ameaça via Twitter, o que levaria a sua prisão imediata em qualquer democracia.
Bolsonaro destrói imagem do Brasil no mundo
Correspondente internacional há mais de duas décadas, o jornalista Jamil Chade afirma que o governo de Jair Bolsonaro destruiu a reputação do Brasil no cenário internacional. Em pouco mais de um ano, acrescenta, ele colocou em risco a imagem do país construída ao longo de mais de um século.
“Nunca vi o que está acontecendo hoje. É um desmonte de qualquer capital que o país tinha em termos de credibilidade. É impressionante como foi rápido”, afirmou Jamil aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta sexta-feira (21). “No caso da opinião pública europeia, vai levar muito tempo para reverter essa imagem”, afirmou.
Filas do INSS são o novo corredor da morte
Por Alexandre Padilha, no jornal Brasil de Fato:
É abominável a disposição do governo em destruir o que existe de eficiente no serviço público brasileiro. O INSS era um órgão desamparado, que tinha um histórico de filas enormes e mal garantia atendimento à população. Porém, durante o governo Lula foi transformado, tornando-se uma estrutura eficiente e capilarizada em todo o país, com distribuição de agências em pequenos municípios e nas periferias das grandes cidades.
É abominável a disposição do governo em destruir o que existe de eficiente no serviço público brasileiro. O INSS era um órgão desamparado, que tinha um histórico de filas enormes e mal garantia atendimento à população. Porém, durante o governo Lula foi transformado, tornando-se uma estrutura eficiente e capilarizada em todo o país, com distribuição de agências em pequenos municípios e nas periferias das grandes cidades.
Motim no Ceará serve de palanque político
Por Cecília Olliveira, no site The Intercept-Brasil:
“O governador acha que que manda na polícia. Mas se a polícia cisma de botar fogo nessa cidade, não há quem impeça. Ninguém controla o guarda da esquina”. Ouvi essa frase de um delegado das antigas, “da época em que policial era tira”, como ele dizia.
Apesar do diagnóstico ser sobre o Rio de Janeiro, há pontos comuns com a situação vivida no Ceará, que está em chamas e não é de agora. E o modo como são tratadas – ou melhor, não são tratadas – as greves e motins de policiais faz com que o bolo cresça. Agora, com novos ingredientes: bolsonarismo e WhatsApp. O ministro da Justiça Sergio Moro se manifestou de forma protocolar, avisando que a situação está sendo monitorada. Jair Bolsonaro disse apenas uma frase: “A democracia nunca esteve tão forte”.
Apesar do diagnóstico ser sobre o Rio de Janeiro, há pontos comuns com a situação vivida no Ceará, que está em chamas e não é de agora. E o modo como são tratadas – ou melhor, não são tratadas – as greves e motins de policiais faz com que o bolo cresça. Agora, com novos ingredientes: bolsonarismo e WhatsApp. O ministro da Justiça Sergio Moro se manifestou de forma protocolar, avisando que a situação está sendo monitorada. Jair Bolsonaro disse apenas uma frase: “A democracia nunca esteve tão forte”.
Bolsonaro e as jornalistas de direita
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
O mundo dá voltas, e não é porque agora existe gente que acredita ser a Terra plana que ele irá parar de girar.
Há um aspecto convenientemente pouco comentado no golpe jurídico-midiático que derrubou Dilma Rousseff em 2016: a misoginia. Dilma se tornara, em 2010, a primeira mulher presidenta do Brasil, após uma campanha suja em que chegou a ser chamada de “assassina de criancinhas” pela mulher do rival, José Serra. Digo presidenta? Pois: o primeiro ato de machismo contra Dilma na imprensa comercial foi se recusarem a reconhecer o termo, perfeitamente dicionarizado tanto em língua portuguesa quanto em língua espanhola.
Há um aspecto convenientemente pouco comentado no golpe jurídico-midiático que derrubou Dilma Rousseff em 2016: a misoginia. Dilma se tornara, em 2010, a primeira mulher presidenta do Brasil, após uma campanha suja em que chegou a ser chamada de “assassina de criancinhas” pela mulher do rival, José Serra. Digo presidenta? Pois: o primeiro ato de machismo contra Dilma na imprensa comercial foi se recusarem a reconhecer o termo, perfeitamente dicionarizado tanto em língua portuguesa quanto em língua espanhola.
Reações da Globo aos ataques de Bolsonaro
Por Jeferson Miola, em seu blog:
No caso da agressão sexista e criminosa do Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, o jornalismo da Globo agiu com o rigor e a dignidade que deveria ter adotado – mas não adotou – para defender o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept-Brasil.
A Globo repercutiu a agressão de Bolsonaro com a veemência devida no Jornal Nacional, no noticiário da Globo News e de todas emissoras e rádios associadas ou repetidoras; nos sites do G1 e do Globo.com.
Glenn Greenwald, assim como Patrícia Campos Mello, foi vítima de uma incriminação fascista.
Processo contra Lula prova estupidez de Moro
Por Fernando Brito, em seu blog:
Lula depôs hoje em um inquérito manado abrir por Sérgio Moro, alegadamente com base na Lei de Segurança Nacional.
Ele quer enquadrar o ex-presidente no artigo 26 da lei (caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação).
Por que?
Porque Lula disse – e transcrevo a Veja , com grifo meu – que:
Lula depôs hoje em um inquérito manado abrir por Sérgio Moro, alegadamente com base na Lei de Segurança Nacional.
Ele quer enquadrar o ex-presidente no artigo 26 da lei (caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação).
Por que?
Porque Lula disse – e transcrevo a Veja , com grifo meu – que:
Quem apertou o gatilho no Ceará?
Por Maister F. da Silva, no blog Viomundo:
Para além da família miliciana, que por ora governa o país, o gatilho da pistola que atingiu o Senador Cid Gomes foi puxado por mãos poderosas, que estranhamente passam incólumes ao julgamento e que deveriam ser defenestradas diariamente para que não seja esquecida a sua falta de compromisso e responsabilidade pelos ataques ao Estado Democrático de Direito e com a escalada fascista que grassa no país.
As federações empresariais (aquele time dos patos amarelos), os meios de comunicação hegemônicos (que agora apresentam-se como estupefatos) foram os primeiros a embarcar e estimular a onda ultraconservadora.
Para além da família miliciana, que por ora governa o país, o gatilho da pistola que atingiu o Senador Cid Gomes foi puxado por mãos poderosas, que estranhamente passam incólumes ao julgamento e que deveriam ser defenestradas diariamente para que não seja esquecida a sua falta de compromisso e responsabilidade pelos ataques ao Estado Democrático de Direito e com a escalada fascista que grassa no país.
As federações empresariais (aquele time dos patos amarelos), os meios de comunicação hegemônicos (que agora apresentam-se como estupefatos) foram os primeiros a embarcar e estimular a onda ultraconservadora.
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