A Frente Povo Sem Medo, que reúne entidades e organizações sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e a Intersindical, realiza manifestação, nesta quinta (24), em defesa da democracia e contra a Rede Globo, a quem chamam de artífice do golpe que está em marcha no país.
Em São Paulo, os manifestantes se concentram a partir das 17h no Largo da Batata, zona oeste da capital, e dali seguem em passeata até a sede da emissora, localizada na avenida Chucri Zaidan, na zona sul. “Será uma marcha longa, de aproximadamente duas horas”, antecipa Guilherme Boulos, da coordenação nacional do MTST.
Os estudantes da Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) se reuniram em assembleia na manhã desta terça-feira (22) para repudiar a ação da Polícia Militar de São Paulo (PM) e exigir que a reitoria se posicione contra a truculência da corporação durante protesto realizado na noite anterior na universidade.
Um grupo de 115 movimentos sociais, coletivos culturais, organizações da sociedade civil e ativistas que atuam nas periferias de diversas cidades brasileiras iniciaram hoje (22) uma campanha para alertar moradores locais sobre a movimentação política atual e sobre o aumento da intolerância nas periferias.
O lançamento oficial da campanha #PeriferiaContraOGolge será nesta quinta-feira (24), durante edição especial do Sarau do Binho, um dos mais representativos espaços de luta nas periferias de São Paulo, em Taboão da Serra.
Não há nada mais simbólico do que receber um convite para falar num ato contra o golpe organizado por estudantes do Mackenzie e que vai acontecer nesta quarta, dia 23, às 18h, na histórica rua Maria Antônia.
Infelizmente não poderei ir, mas pedi licença para escrever um texto, que desde já disponibilizo para ser lido em qualquer canto e por qualquer voz.
Na semana passada, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que as investigações sobre as contas ilegais no exterior de Cláudia Cruz e a Danielle Dytz, mulher e filha do deputado Eduardo Cunha, fossem encaminhadas ao juiz Sergio Moro. Segundo relato da Folha, "Teori Zavascki atendeu ao pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). Esse desmembramento era um dos temores de Eduardo Cunha nos bastidores, porque, sem o foro privilegiado no STF, é mais fácil na primeira instância a decretação de prisões cautelares".
Uma das características da grave crise política que o país atravessa tem sido a questionável relação estabelecida entre os responsáveis pela operação Lava Jato e os meios de comunicação.
A estratégia de vazamento seletivo de documentos e informações sigilosas, ou a suspensão do sigilo seguida da entrega seletiva de informações à mídia foi descrita e defendida pelo juiz Sérgio Moro em artigo de 2004. Para ele, trata-se de “(manter) o interesse do público elevado e os líderes partidários na defensiva” e “(garantir) o apoio da opinião pública às ações judiciais, impedindo que as figuras públicas investigadas (obstruam) o trabalho dos magistrados” mesmo sob “o risco de lesão indevida à honra do investigado ou acusado (...) pois a publicidade tem objetivos legítimos e que não podem ser alcançados por outros meios”. [cf. http://ferreiramacedo.jusbrasil.com.br/artigos/187457337/consideracoes-sobre-a-operacao-mani-pulite-maos-limpas ].
Dificilmente o país deixará de viver o clima de sobressalto hoje – como vinham sentindo os belgas, antes da tragédia de hoje, brutal e terrível.
Moro desfecha outra megaoperação “gestapiana”, cujos números falam por si da falta de critérios: 110 ordens judiciais, sendo 67 de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva, 11 de prisão temporária e 4 de prisão preventiva.
O noticiário dos últimos dias demonstrou ser verdadeira a resolução anunciada pelo PSDB no início de dezembro: o partido está mesmo fechado a favor da derrubada de Dilma Rousseff por meio do processo de impeachment tramitando na Câmara.
A fala mais simbólica nesta direção veio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que até o ano passado defendia a renúncia de Dilma em vez do impeachment, por considerar este processo "muito doloroso".
Nas últimas edições do Jornal Nacional, a Rede Globo tem insistentemente reproduzido trechos editados de grampos telefônicos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao perceber que esses áudios são mais uma prova de que o ex-presidente jamais praticou nenhum ato ilegal, a emissora não se contentou em fazer apenas jornalismo isento. Vendo fracassada a tentativa de incriminar o ex-presidente, restou à emissora atacar a imagem de Lula, suprimindo o outro lado, fazendo interpretações ilógicas e sensacionalistas das conversas e, pior, editando os áudios para eliminar trechos fundamentais das falas de Lula.
O condomínio jurídico-midiático-policial atua monoliticamente na inteligência e na direção estratégica do golpe. Quando um elo da sua estrutura se fragiliza, toda a estrutura socorre e regenera este elo fragilizado, para manter compacto e hígido o conjunto do condomínio.
Nos últimos dias, dois elos da estrutura golpista-fascista foram avariados: o justiceiro Sérgio Moro, que somou ao seu currículo de abusos e arbitrariedades o crime de interceptação e divulgação ilegal de conversas da Presidente da República – “ele simplesmente deixou de lado a Lei”, nas palavras de Marco Aurélio Mello, Juiz do STF; e a Polícia Federal, que finalmente foi notificada que não mais contará com a leniência do ex-ministro José Eduardo Cardozo, que incrivelmente tolerou a transformação da instituição em Polícia Política para a perseguição e destruição de inimigos ideológicos.
Documentos apreendidos pela Polícia Federal no “evento 26″ da Operação Lava Jato, a Triplo X, identificam quem está por trás de uma offshore que é dona da Paraty House e envolvem uma certa Paula Marinho Azevedo, que investigadores terão de determinar se se trata da filha de João Roberto Marinho, um dos controladores do Grupo Globo.
A apreensão foi feita na sede da empresa Mossack & Fonseca, na avenida Paulista, em São Paulo.
O destino de Luiz Inácio Lula da Silva, a ser resolvido pelo Supremo Tribunal Federal, num pedido de habeas corpus entregue a ministra Rosa Weber, será um bom termômetro para se medir o alcance do ataque às liberdades democráticas e direitos individuais em curso no país em fins de março de 2016.
Em 1981, quando Lula foi preso pelo regime militar durante as greves no ABC, o ato serviu para definir os limites da democratização, que avança sob a ditadura militar. Em 2016, assistimos a um movimento no mesmo estágio, mas que avança na direção inversa.
A segunda-feira foi de preparativos, com os dois lados acumulando forças.
O cenário central que traçamos contempla os seguintes movimentos:
Do governo - Lula avançando na remontagem do pacto político, juntando a antiga base de apoio, tendo o presidente do Senado Renan Calheiros como fiel da balança.
Eles bloqueiam avenidas, aglomeram-se em manifestação sem comunicar previamente as autoridades, agridem pessoas.
Um carro tenta passar e um de seus ocupantes profere um pensamento divergente e sem ofensas aos manifestantes. É imediatamente cercado por pessoas ensandecidas, raivosas, que espumam enquanto gritam “ladrão”, “filho da puta”, “sua mãe ta na zona”. “Filho da puta” é repetido centenas de vezes. Uma senhora dá um tapa no braço do motorista. Calma, isso não é vandalismo, é gente do bem.
Eu já falei da diferença gritante entre as coberturas feitas pela maior parte das emissoras de televisão, em especial a Rede Globo e a Globo News, das duas últimas grandes manifestações realizadas em diversas cidades do país: a pró-impeachment e a que defendeu a democracia.
Agora eu quero falar de um outro aspecto que tem me incomodado bastante: a forma insistente e rasa com que esta cobertura tenta, de forma equivocada, comparar a estimativa de público entre as diferentes manifestações como se, para determinar os rumos da política do país, tivéssemos que eleger como uma única manifestação legítima aquela que tivesse o maior número de pessoas.
Os acontecimentos que se sucederam nas últimas semanas colocaram a público o que os movimentos populares vêm denunciando desde o ano passado: está em curso um golpe em nosso país. As forças neoliberais incapazes de eleger seu programa nas urnas em quatro eleições seguidas resolveram virar a mesa. Desta vez, contudo, a elite ao que parece não lançará mão das forças armadas. Estão utilizando de uma estratégica mais sofisticada, a ruptura institucional está sendo operada principalmente nos espaços de poder sob os quais não há nenhum controle democrático: o Judiciário e a Mídia.
Num momento em que a classe trabalhadora declara vigília permanente sobre a situação política no Brasil, um instrumento fundamental para o trabalhador faz aniversário. É uma data simbólica, pois são 84 anos de luta, resistência e de ampliação de direitos.
Foi em 21 de março de 1932 que o ex-presidente da República Getúlio Vargas instituiu a carteira de trabalho, pelo decreto nº 21.175, com objetivo de espelhar a vida profissional do trabalhador. Depois de dois anos, Getúlio tornou obrigatório o uso deste instrumento com objetivo de consolidar os direitos básicos e fundamentais da classe trabalhadora.
Hoje, amanhã e terça-feira, o presidente Barak Obama visita Cuba. Em fevereiro último, quando estive com Fidel, ele indagou reflexivo: "O que deseja Obama?” No ano anterior, o líder cubano me dissera que Obama mudara "de métodos, mas não de objetivos.” Agora arrisquei um palpite: retocar sua foto biográfica, já que deu continuidade ao belicismo usamericano no Oriente Médio e, internamente, é acusado de ter sido omisso em relação à América Latina.
Este homem foi duas vezes candidato a presidente da República. E nas duas vezes perdeu no voto: em 2002, foi derrotado por Lula; em 2010, por Dilma.
Este homem abandonou dois cargos para o qual foi eleito (a Prefeitura de São Paulo e o Governo de São Paulo), porque sua ambição desmedida o fez desrespeitar os votos recebidos, sempre para buscar “voos mais altos”.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga se coloca mais uma vez ao lado dos que não aceitam o resultado das urnas. Adepto do terrorismo econômico, ele se antecipa e já apresenta o receituário neoliberal para o pós-golpe. A agenda que propõe atenta contra políticas sociais e direitos trabalhistas. Deixa claro que o projeto defendido pela oposição, ignorando as regras democráticas, é anti-povo, concentrador de renda e riqueza.
O senador José Serra (PSDB-SP) é um dos principais articuladores do impeachment para derrubar a presidente Dilma Rousseff do cargo, em parceria com o atual vice-presidente, Michel Temer. Os dois já discutem, sem nenhum pudor, nomes para o ministério de um eventual novo governo, caso Dilma seja destituída da Presidência da República.
Durante as manifestações a favor da democracia realizadas em todo o país na última sexta-feira (18), o Levante Popular da Juventude, com o apoio de outros movimentos populares urbanos, promoveu um “escracho” em frente à TV Sergipe, afiliada da Rede Globo no estado, lembrando a ligação da emissora com a ditadura militar.
A possibilidade de um golpe de Estado contra o governo Dilma Rousseff é real e inegável, mas a reação da sociedade civil está crescendo e a possibilidade de barrar as conspirações também aumenta. Essa opinião é compartilhada pela historiadora Maria Victoria Benevides e pelo cientista político Francisco Fonseca, da Fundação Getúlio Vargas. “Estou com medo de golpe. Estou com medo da convulsão social que pode vir, mas acredito que existe resistência, que há saídas jurídicas se houver um mínimo de espírito público e bom senso no Supremo Tribunal Federal”, diz Maria Victoria.
O senador Zeze Perrella (s/part.-MG), aquele que é dono da empresa em que está registrado o helicóptero apreendido em novembro de 2013 com 450 kg de pasta base de cocaína, entrou para a campanha #euconfionaPF. Em seu perfil do Facebook, o aliado político de Aécio Neves (PSDB-MG) postou uma foto em que segura uma placa com a hashtag e postou um texto explicando que defende a autonomia da Polícia Federal – a mesma instituição que apreendeu o seu helicóptero e que enterrou uma história, no mínimo, controversa.
Primeiro, a esquerda identificou na revista Veja o principal agente da desestabilização do governo Dilma, embora os ataques já ocorriam desde os dois mandatos de Lula. Nitidamente, a revista tornou-se, mais que um panfleto, uma publicação capaz de fazer ataques fascistas, sem que o Judiciário pusesse um freio a esses abusos, perpetrados em nome de uma equivocada interpretação do direito à liberdade de expressão que o país nunca teve, pela enorme concentração da propriedade dos meios de comunicação.
Na manifestação do dia 18 de março, na avenida Paulista, um cartaz colado num poste dizia: “Em tempos de ódio, amar é um ato revolucionário”. Em artigo no Globo, Luiz Fernando Veríssimo cravou que há um defunto esperando logo ali. No futebol, dois momentos nervosos. Enquanto no Pacaembú, que recebeu um Fla x Flu inédito em São Paulo, parte do público das numeradas gritava “Fora PT!”, no Itaquerão a PM, para não perder o costume, desceu a borracha nos corintianos que ousaram, de novo, colocar faixas na arquibancada contra a Rede Globo e o caso do desvio de dinheiro da merenda escolar do governo do estado. Em Belo Horizonte, Claudio Botelho improvisou um “Fora Dilma” à sua maneira e foi enxotado do palco por parte da plateia que gritava “Não vai ter golpe”. De quebra, o ator perdeu o direito de seguir apresentando o musical sobre a obra de Chico Buarque. Talvez se acerte agora com Lobão e Roger.
Muito já se falou sobre a correlação de forças presente no Congresso Nacional em torno da possibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Cálculos e mais cálculos foram realizados para apontar quantos partidos ou parlamentares estão posicionados em cada lado dessa disputa, que vem paralisando o Brasil nos últimos dois anos.
Contudo, se do lado de cima, muito já sabemos sobre os posicionamentos de cada um dos atores envolvidos, pouca atenção demos para o lado de baixo da sociedade. Afinal de contas, como estão posicionadas as classes e suas respectivas frações nesse conflito social?
O papel da imprensa livre, imparcial e independente é fundamental em todas as sociedades. Todavia, existe uma diferença brutal desses valores (liberdade, imparcialidade e independência) entre as sociedades desenvolvidas e democráticas comparativamente àquelas sociedades onde a imprensa cumpre um papel exatamente no sentido oposto ao que dela se espera.
Basta ter apenas dois neurônios em perfeita atividade para observar que a grande maioria da imprensa brasileira faz parte desse segundo grupo, muito embora seus discursos sempre procurem corroborar com os valores universais anteriormente mencionados.
Por Carlos Juliano Barros, na revista CartaCapital:
Daqui a alguns anos, quando o tempo tiver assentado as análises sobre o tsunami que varre o Brasil desde as jornadas de junho de 2013, a importância dos acontecimentos desta época turbulenta não residirá na suposta cruzada contra a corrupção ou na anedótica batalha entre coxinhas e petralhas.
Na verdade, o que está em curso é um realinhamento de forças no eterno e insolúvel conflito entre “capital e trabalho”. O papo é cabeça e complexo – mas tem tudo a ver com assuntos atualíssimos, como a reforma da Previdência e a flexibilização das relações de trabalho.
"O Supremo é a última trincheira da cidadania. Quando o Supremo falha, você não tem a quem recorrer". (Ministro Marco Aurélio Mello)
Na noite de sexta-feira, enquanto os que foram às ruas em apoio a Lula, Dilma e à democracia voltavam para casa, o ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendia a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil, a pedido do PSDB e do PPS. Mais do que privar Lula do foro especial do STF, a partir da difusão de um grampo ilegal, a decisão atendeu ao incômodo dos dois partidos com a atuação que ele teria no governo, abrindo pontes de diálogo, ajudando Dilma a enfrentar os problemas econômicos e a reaglutinar apoios políticos para derrotar o impeachment. Gilmar algemou o governo, tirando-lhe a chance de reação e defesa.
No mesmo dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a participar de um ato de massas em São Paulo – onde a consigna era “não vai ter golpe!” –, em Brasília, Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal, deixava bem claro que o golpe continua em marcha. Atendendo a uma petição apresentada pelo PPS, pequeno partido de oposição, o ministro Mendes, que se caracteriza por hostilizar duramente o governo de Dilma Rousseff e Lula cada vez que se manifesta no pleno do Tribunal, suspendeu a nomeação do ex-presidente como novo chefe da Casa Civil, e devolveu a causa judicial de volta ao polêmico juiz federal de primeira instância, Sérgio Moro. Agora, resta ao governo e aos advogados do ex-presidente apresentar um recurso para suspender a medida.
A parte dos grampos de Sérgio Moro que mais impressão causou em alguns Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) foi aquela no qual Lula dizia que a casa estava acovardada. Havia duas maneiras de desmentir Lula: ou desmentir os fatos ou brigar com a afirmação.
O intimorato decano Celso de Mello, por exemplo, tinha dois caminhos a percorrer.
1. A política brasileira parece estar muito confusa, o que faz algumas pessoas acharem difícil prever o que pode acontecer nas próximas horas, dias e semanas. Mas devemos evitar o modo confuso de pensar. Afinal, por trás do suposto caos existe uma ordem.
2. Há vários pontos de partida para entender a situação brasileira. Um deles é a crise internacional que começou em 2007-2008 e continua até hoje. Um dos efeitos da crise foi reduzir a taxa de crescimento da economia mundial. Outro foi ampliar as contradições intercapitalistas. As exportações foram afetadas. Países como a China já vinham se preparando para este cenário. Quem não se preparou, está sofrendo ainda mais. Nós não nos preparamos. Em 2010 prevaleceu a opinião de que o cenário do primeiro mandato Dilma seria semelhante ao do segundo mandato Lula. Havia quem acreditasse que a década estaria "contratada": era o pensamento "tudo de bom". Esqueceram que o desenvolvimento capitalista se faz através de crises. A marolinha virou tsunami.
O probo e irreprochável Gilmar Mendes usou o helicóptero do estado de Minas Gerais.
O ano era 2009, o vôo foi em Belo Horizonte, o governador era Aécio Neves e o fato está registrado na planilha com os vôos realizados durante os 7 anos e três meses da administração aecista, entre 2003 e 2010.
Pessoas se reúnem diante do prédio onde vive Lula desde as 4 horas da manhã.
Será que podem ser chamados de loucos por pretenderem protestar contra uma eventual prisão do líder político mais importante do país.
Ou quem merece ser chamado assim é que não hesitar em praticar um ato destes contra alguém que até agora não teve contra si um crime concreto que tenha cometido no exercício do Governo e cuja nomeação como Ministro está sendo obstaculizada por uma mera suposição que tal prisão vá acontecer?
Usar denúncias de corrupção tem sido a saída política da direita para afastar do poder governos que não seguem a cartilha favorável aos interesses conservadores.
O uso e abuso de recursos públicos revolta os brasileiros de bem e deve, mesmo, ser severamente punido.
Mas o programa da direita não é punir a corrupção - é impor seus interesses. Seu programa é usar denúncias desse tipo como biombo para esconder a privatização do estado de que ela é campeã desde a fundação do Brasil, faz 516 anos!
Os tempos que correm são de violência desferida contra a democracia, a ordem jurídica e o Estado Democrático de Direito. A ameaça de ruptura institucional através do golpe é tão assustadora quanto a narrativa que o banaliza e que naturaliza valores totalitários.
Nestes tempos coléricos, de grande exacerbação ideológica, o fanatismo, o ódio e a irracionalidade são propagados com perturbadora naturalidade. A razão é substituída pelo delírio, pela dislexia, por uma visão delirante e deturpada, em que crenças são forjadas para justificar o extermínio do outro – no caso, o extermínio do PT, do Lula, da Dilma.
Já apelidado de “Pato Skaf”, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) resolveu transformar a sede que abriga a entidade na Avenida Paulista em quartel-general dos golpistas. O letreiro luminoso do suntuoso prédio já exibiu o slogan “Renúncia Já” e nos últimos dias passou a ser ainda mais direto: “Impeachment”. Na marcha organizada por grupelhos fascistas no último domingo (13), a associação patronal distribuiu balões e carregou um enorme boneco do “Pato” – a figura usada pelos sonegadores de impostos para criticar a carga tributária do país. Na sexta-feira (18), durante a manifestação contra o golpe, a sede abrigou a equipe da TV Globo. Durante a semana, a Fiesp ainda distribuiu filé mignon para os fascistas mirins que acamparam diante do seu prédio.
O tucano Gilmar Mendes, ex-assessor de FHC, parece estar decidido a incendiar o Brasil. Na última sexta-feira (18), logo após os gigantescos atos em defesa da democracia em todo o país, ele suspendeu arbitrariamente a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil da presidenta Dilma. A atitude intempestiva foi pura provocação. Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) já havia sinalizado que cometeria o crime. “Imaginem que daqui a pouco a presidente da República decida nomear um desses empreiteiros presos em Curitiba como ministro de Transporte ou da Infraestrutura. Nós passamos a ter uma interferência muito grave no processo judicial”, ironizou. Gilmar Mendes, o mesmo que deu habeas corpus para o agiota Daniel Dantas e para o médico estuprador Roger Abdelmassih, insiste em tratar Lula como criminoso – mesmo sem o ex-presidente ter sido julgado ou condenado.
Jagunço da tropa de choque de Eduardo Cunha, o deputado federal Paulinho da Força é famoso por sua língua solta. Ele adora arrotar valentia! Sem precisar dos grampos ilegais da Polícia Federal, nesta semana ele foi flagrado em áudio que vazou na internet. Nele, o golpista afirma descaradamente que “tem muita gente pra financiar o impeachment” de Dilma. Quem seriam estes ricaços? Quais as suas motivações? No mesmo áudio, ele confirma o que todos já sabem, mas a mídia tenta esconder: “O impeachment só está acontecendo por causa do Eduardo Cunha”. Ao final, o deputado se mostra embriagado com a possibilidade do golpe ser concluído rapidamente. “Eu acho que até dia 5, dia 10 de abril, a Dilma está fora”.
A mídia oposicionista bem que tenta dar uma forcinha ao PSDB, concentrando toda sua artilharia na tática de “sangrar” Dilma e “matar” Lula. Mas os tucanos não ajudam. Sem projeto e sem rumo, eles vivem se bicando no ninho. Nesta sexta-feira (18), o vereador das “abotoaduras de ouro” Andrea Matarazzo anunciou seu desligamento da sigla e divulgou uma carta detonando o empresário-picareta João Doria, que agora é o candidato oficial da legenda para as eleições da prefeitura paulistana em outubro. O PSDB até tentou disfarçar o desastre, convidando o terceiro colocado nas prévias, o deputado Ricardo Tripoli, para participar do segundo turno neste domingo (20). Mas ele reagiu, dizendo que a consulta interna “é uma afronta”.
Após levar um chute no traseiro da "Veja", que temia pela total perda da sua já pífia credibilidade, o pateta Rodrigo Constantino desembestou de vez. O maluco precisa ser urgentemente internado. Em texto postado em seu blog na quarta-feira (16), o autor do livro "Privatize Já" afirma que "eu não me importo de ser o McCarthy do Brasil" - o fascista responsável por prisões e mortes nos EUA - e exibe a sua lista macabra de jornalistas, artistas e intelectuais que são "cúmplices dessa quadrilha no poder".
O ato era de Juristas pela Democracia, mas a presença e a fala na noite desta quinta-feira (17) de Alex Miduim, ex-presidente da Gaviões da Fiel e atual vice-presidente da Associação Nacional de Torcidas Organizadas, chamou a atenção da plateia, que lotou o Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, e dos próprios juristas.
A manifestação a favor da democracia e contra o golpe em marcha é a deflagração de um conflito social de grande escala no Brasil. Bem-vindo, companheiros e companheiras, brasileiras e brasileiros, ao mundo onde já estão Grécia, Portugal, Espanha, Estados Unidos e muitos outros países nos quais o neoliberalismo vem fazendo estragos de grande monta. A tensão febril que se instalou no Brasil, com a agressiva campanha da mídia para consumar o golpe com a velocidade de um relâmpago, tem a única finalidade de remover barreiras para que o grande capital possa se movimentar livremente.
A Agência Espacial japonesa lançou, há poucos dias, o Telescópio Astro-H, destinado ao estudo do espaço profundo, por meio da captação de raios-x.
Trabalhando a uma temperatura próxima do zero absoluto, as diferentes câmeras do Hitomi, ou “pupila” como também é conhecido, são capazes de identificar fontes extremamente distantes e tênues de raios X, e separar a sua luz em um espectro, semelhante a um arco-íris, identificando os fótons que a compõem, por meio da variação de sua temperatura individual, permitindo o estudo de estruturas supermassivas, como aglomerados de galáxias, e eventos de alta energia, como buracos negros.