quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Eros, Tanatos e o ódio à família Lula

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O advento das redes sociais e o aumento do acesso a elas pela inclusão digital certamente carregam virtudes e benefícios. No Brasil, entretanto, as redes têm servido também para revelar um traço horrível de parcela dos brasileiros: o ódio e sua violência latente, a intolerância, a incapacidade de aceitar a divergência e conviver com o outro, a ausência absoluta de compaixão por aquele que “não é do meu lado”, não pensa como eu, não se parece comigo. 

Em um povo que em outros tempos se dizia regido por Eros – deus do amor e do prazer na mitologia grega, que se manifestaria através da alegria, do carnaval e da leveza da alma brasileira – de repente surgem grupos dominados por Tanatos, o instinto de morte e destruição, permeado pela completa ausência da compaixão, sentimento distintivo da humanidade. Nos últimos dois dias, a pulsão de Tanatos manifestou com toda a sua força bruta, na violência das agressões, pelas redes, a dona Marisa Letícia Lula da Silva, que enfrenta em coma induzido as consequências de um acidente vascular cerebral.

Acidentes nas marginais. Cadê o Doria?

Da revista Fórum:

As consequências de um aumento de velocidade nas duas maiores vias de São Paulo, as marginais Pinheiros e Tietê, começam a aparecer menos de dois dias após sua implantação. Ao reduzir os limites de velocidade, o ex-prefeito Fernando Haddad se baseou em estudos que garantiam menos acidentes e um aumento da velocidade média dos veículos. O atual prefeito João Doria (PSDB), no entanto, resolveu ignorar os fatos e cumprir sua promessa populista de campanha de aumentar as velocidades e o resultado é um acidente a cada 4 horas e uma lentidão maior do tráfego.

Luta de classes na 'reforma' da Previdência

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

Na década passada, a primeira leva de trabalhadores nascidos após a Segunda Guerra Mundial (conhecidos como a geração do baby boom) chegou à idade de se aposentar, um fato que trouxe considerável pressão sobre os orçamentos da seguridade social. Com o fraco crescimento das finanças públicas, decorrente de uma pequena expansão do Produto Interno Bruto (PIB) na maioria dos países, desde então a ofensiva neoliberal contra a previdência pública começou a fazer com que em muitos países estourassem grandes manifestações de trabalhadores. O dilema decorre de uma pergunta que a humanidade precisa responder: envelhecer é uma coisa boa ou ruim? Em sua essência, trata-se evidentemente de uma coisa boa. Afinal, a maioria das pessoas prefere viver mais a viver menos.

Ives Gandra Filho, o aliado dos patrões

Por Natália Rangel, no site da CTB:

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Filho, vem sendo defendido por setores conservadores para assumir a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os entusiastas da ideia estão o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o ministro do STF Gilmar Mendes e o deputado e pastor Marco Feliciano, liderança da bancada religiosa do Congresso.

Ligado à Opus Dei, Gandra já expressou em artigos sua oposição à realização de pesquisas com células tronco, afirmou que o casamento entre homossexuais é tão impróprio quanto a união de "um homem com um cavalo" e que mulheres devem submissão aos homens, assim como os filhos devem obedecer aos pais.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Michel Temer, o espião dos EUA?

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Em recente entrevista ao jornalista Fernando Moraes, o "cyber ativista" australiano Julian Assange, criador do WikiLeaks e exilado desde 2012 na embaixada do Equador, em Londres, ao responder pergunta sobre relações do então vice-presidente Temer com os serviços de inteligência estrangeiros, esclarece informações dos contatos que o golpista manteve com serviços diplomáticos estadunidenses: 

"Nós publicamos várias mensagens sobre isso. Uma em particular é de janeiro de 2006, em que ele vai à embaixada americana. A mensagem é somente a respeito das informações fornecidas por Michel Temer, suas visões políticas e as estratégias do seu partido. Isso mostra um grau um pouco preocupante de conforto dele com a embaixada americana. O que ele terá como retorno? Ele está claramente dando informações internas à embaixada dos EUA por alguma razão. Provavelmente para pedir algum favor aos Estados Unidos, talvez para receber informações deles em retorno."

Querem nos tornar um povo de marionetes

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

No grotesco teatro de marionetes sem voto popular em que se transformou a política brasileira, a disputa em torno da herança de Teori Zavaski tornou-se acima de tudo uma guerra aberta pelo poder.

Uma semana depois que Elio Gáspari escreveu o artigo "Carmen Lucia, Presidente", traduzindo com palavras sóbrias um conjunto de adjetivos deslumbrados que já escapavam pela boca de apresentadores da TV Globo, a presidente do STF encontra-se a caminho de assumir o controle real dos poderes da República e tomar decisões cruciais para o presente e o futuro dos brasileiros.

Dona Marisa e as sociopatas do hospital

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Desculpem-me os crédulos.

Eu não acredito em tudo.

Não acho que 60 ou 70 alucinados tenham, por acaso, se encontrado na Câmara dos Deputados e, “de repente”, resolvido invadir o plenário, subir na mesa e pedir “um general, um general” para impor uma ditadura militar.

Assim como não acredito que as quatro patéticas figuras que se dispõem a agredir verbalmente a mulher de Lula, Marisa, em coma numa UTI, como a Veja fez-lhes questão de dar palco, possam ser apenas loucas macabras “espontâneas”.

STJ trava maracutaia da Petrobras

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A Justiça mais uma vez freia a tentativa de dilapidar o patrimônio público que continua a pleno vapor na Petrobras após o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff do cargo. O presidente em exercício do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Humberto Martins, negou pedido da empresa para que suspendesse uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), em Sergipe, e liberasse a cessão de dois campos de petróleo, na Bacia de Campos e na Bacia de Santos, sem licitação. Ambos seriam entregues de mão beijada para uma multinacional estrangeira, a Karoon Gas Australia.

Temer se fantasia com a faixa presidencial

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se estamos vivendo numa farsa completa, num carnaval institucional violento sem hora para terminar, nada mais natural que Temer se sinta à vontade para envergar a faixa presidencial.

Ao longo dos últimos meses, ele vinha titubeando em fazer o retrato com um papo furado de que era contra o “culto à personalidade”.

Alguém da turma - Gilmar, por exemplo - deve ter falado num desses jantares no Jaburu: “Pô, Michel, para com isso, mano”.

João Doria e a voz do grafite

Imagem: Pedro Carpigiani, adaptado de BanksyJornalistas Livres
Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

A fúria do prefeito de São Paulo contra a arte de rua tem um efeito imediato, que é mudar a cara de uma cidade que os paulistanos se acostumaram a ver, com aprovação quase unânime. A cor cinza, da ignorância e do autoritarismo, sufoca a manifestação colorida do livre-pensar.

Mas tem outro significado, de longo prazo e ainda pior. É a tentativa de calar a voz do artista popular, da mesma forma que o governo golpista tenta, no plano federal, silenciar toda a juventude. As ações neste sentido começam pela “escola sem partido”, pela demolição da universidade pública e dos programas que facilitam o acesso ao ensino superior.

A sonegação fiscal destrói o Brasil

Por Marcos de Aguiar Villas-Bôas, na revista CartaCapital:

A sonegação de tributos tem a proeza de, ao mesmo tempo, destruir a situação fiscal de um país e aumentar muito a desigualdade, levando a problemas econômicos variados.

O número da sonegação normalmente apresentado pela Procuradoria da Fazenda Nacional está entre 400 e 500 bilhões de reais. Recentemente vem se falando em 900 bilhões de reais.

Estudos divulgados no exterior em relação a países em desenvolvimento mencionam outro problema, mas correlacionado: um fluxo anual de 900 bilhões de dólares de capital ilícito para o exterior decorrente de corrupção, propinas, tráfico de drogas etc.

Lava-Jato mente sobre os próprios arbítrios

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A força-tarefa da Lava Jato não apenas não sabe fazer powerpoints. Ela também não sabe falar a verdade.

Hoje, ela divulgou um estudo em que distorce completamente os números, porque não inclui todos aqueles que ela manteve preso preventivamente por até dois anos, sem condenação, sem prova. Usa apenas o que ainda estão detidos. Ou seja, ignora os arbítrios já cometidos, as torturas, as manipulações sem limite, os vazamentos seletivos e criminosos, a agenda minunciosamente sincronizada com os objetivos do golpe.

As cosméticas urbanas de João Doria

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

As primeiras ações do plutocrata prefeito de São Paulo são profícuas para se pensar as várias dimensões da intercessão entre o urbano e o político. Suas ações publicitárias fazem do governo municipal um primoroso gestor de imagens, mais do que de ações governamentais. Não se trata tanto do que é feito, mas de mostrar o que se “faz”, remetendo à diferença secular entre a coisa e a sua imagem. É difícil separar o que é publicidade e o que é governo. Remetidos ao campo da imagem, estaremos sempre lidando com simulacros, pois o próprio prefeito é um simulacro: simulacro de trabalhador. A imaginação coletiva é astutamente atraída e cooptada para não poder divisar com clareza a diferença entre ilusão e realidade, entre o feito e o visto. Por isso, as críticas à nova gestão terão que ser dirigidas tanto às imagens, quanto às ações, pois do contrário serão inócuas.

Mea culpa do financismo?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O ano começou com muita mesmice e algumas novidades. As trapalhadas, as denúncias de corrupção e os equívocos desastrosos do governo Temer seguem na mesma toada. Os massacres ocorridos nos presídios em vários Estados, ao longo de poucos de dias de 2017, chamam a atenção para o despreparo do governo federal em lidar com o tema e acendem a luz vermelha pelo futuro próximo. Mas eis que em sua primeira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por reduzir a Selic em 0,75%.

Marisa foi alvo dos esbirros de Curitiba

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No meio da tarde da última terça-feira, 24 de janeiro, explodiu como uma bomba na internet e nos meios de comunicação tradicionais a informação de que a esposa do ex-presidente Lula, Dona Marisa Letícia, sofreu um Acidente Vascular Cerebral de caráter hemorrágico, do tipo mais grave.

A partir dali, de norte a sul do país levantou-se uma onda de solidariedade, comoção e indignação diante das causas óbvias do mal que acometeu dona Marisa, que, como todos podem imaginar, pela idade e pela perseguição política que, junto a marido e filhos recebe da Lava Jato e de hordas fascistas, está tendo a saúde afetada.

Donald Trump na era da pós-verdade

Ilustração: FadiToOn/Cartoon Movement
Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Corre uma discussão em diferentes mídias mundiais de que estaríamos vivendo, no jornalismo, nas redes sociais e de um modo geral, a "era da pós-verdade". Normalmente, as pessoas usam o prefixo "pós" quando não sabem muito bem o que querem definir, mas sabem de onde partem para esta indefinição. O termo "pós-moderno" é o exemplo mais bem acabado disso.

Também deve-se considerar, previamente, que antes o termo "era" valia para um período muito extenso, coisa de milhões, milhares ou pelo menos uns dois séculos de duração. Hoje este prazo se abreviou consideravelmente, e fala-se descontraidamente em "era FHC", "era Lula", "era Dunga", para ficar em alguns exemplos caseiros. Já há até quem fale em "era Temer", enquanto outros anunciam, esperançosos, ou porque querem sucedê-lo, ou porque querem simplesmente vê-lo pelas costas, que "Temer já era".

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O herdeiro criminoso da afiliada da Globo

Por Altamiro Borges

Na madrugada de sexta-feira para sábado, o estudante Rodolpho Gonçalves Carlos da Silva, filho do dono da afiliada da TV Globo na Paraíba e do maior grupo da indústria alimentícia no Estado, atropelou um agente do Detran ao fugir de uma blitz da Lei Seca em João Pessoa. Dirigindo seu luxuoso Porsche, ele não prestou socorro à vítima, o trabalhador Diogo Nascimento, de 34 anos, que faleceu na noite deste domingo (22). A juíza de plantão mandou o playboy para a cadeia, mas o desembargador público revogou a prisão ainda na madrugada – o que gerou uma onda de revolta na Paraíba. O assunto, porém, não foi destaque na TV Globo.

Ives Gandra Filho: O Opus Dei no STF?

Por Altamiro Borges

Setores da mídia já definiram o substituto “ideal” para o posto do falecido ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se do arquiconservador Ives Gandra Filho, atual presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e feroz inimigo dos direitos trabalhistas. O jornal O Globo está em plena campanha. Já a Folha até tenta embelezar a biografia do filho do introdutor da seita fascista Opus Dei no Brasil. Na coluna Painel desta terça-feira (24), o jornal destaca apenas: “Cotado para assumir a cadeira de Teori Zavascki no Supremo, Ives Gandra Martins Filho, presidente do TST, é chamado de ‘monge’ pelos amigos” e orgulha-se de ser “um homem de Deus”. É quase um santo!

O retrato envelhecido de Doria Gray

Por Renato Rovai, em seu blog:

A história do jovem Dorian Gray, da obra de Oscar Wilde, de alguma forma, tem elementos bastante próximos ao roteiro que vem sendo desenhado pelo marketing vaidoso e ególatra do prefeito João Doria Jr.

No romance, Dorian Gray é pintado por Basil Hallward no auge da sua juventude. E para se manter sempre belo e jovial faz um acordo com o demônio. Mas enquanto seu corpo mantém-se imutável o retrato de Dorian vai envalhecendo e o faz lembrar o que ele realmente é.

Temer e uma toga em leilão no STF

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Para não recuar muito, nem Fernando Henrique, nem Lula, nem Dilma permitiram que a indicação de um ministro do Supremo Tribunal Federal fosse ao leilão político e se transformasse em presa dos apetites fisiológicos de partidos políticos e outros grupos de interesse. Já com Temer, num momento de grave crise entre as instituições, para não falar em crise institucional, a escolha do ministro que ocupará a vaga de Teori Zavascki já se transformou em disputa e pode até render uma escaramuça.

Uma métrica para legitimar o arbítrio

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Jeferson Miola

A edição d´O Globo desta terça-feira 24/01 dedica reportagem de página inteira para construir o argumento da legalidade da Lava Jato. A matéria “Aval supremo” é ilustrada com uma foto [que ocupa um terço da página 3 do jornal] de um Sergio Moro pisando firme no tapete azul do Senado.

O Globo reproduz dados da força-tarefa da Lava Jato – aparentemente sem confrontá-los com qualquer parâmetro técnico-jurídico – e afirma que “os réus perderam em 81,4% das vezes [nos recursos e habeas corpus impetrados no STF], ou seja, em quatro de cada cinco casos”.

O caso Ludmilla e a mídia reacionária

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Há uma ideia corrente nas redes sociais de direita que defende a existência de uma hegemonia do pensamento de esquerda na mídia internacional. Este delírio antes se restringia às sombras da extrema direita, mas, ultimamente, vem se tornando popular e ganhando força nas redes sociais.

Não é exatamente surpreendente que seja identificada como de esquerda qualquer abordagem mais progressista.Os telejornais, os telejornais policiais e programas que misturam entretenimento com jornalismo ainda são grandes fontes de informação para grande parte dos brasileiros. 

Doria em SP: por uma cidade cinza

Por Thedy Corrêa, no site Jornalistas Livres:

Como dói, Dória
Ver essa parede cinza
Onde antes havia alegria
Como dói, Dória
Lembrar da beleza
Do que antes havia
Como dói, Dória
Pensar que se fosse o Guernica
Você também o apagaria
Pois a sua noção de beleza
Jamais o entenderia

A aliança de Temer com os ruralistas

Do jornal Brasil de Fato:

O avanço do neoliberalismo no mundo, o papel da luta popular, a unidade da esquerda e os retrocessos do governo não eleito de Michel Temer (PMDB) foram alguns dos temas debatidos no painel de abertura do encontro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ocorre entre esta segunda-feira (23) até a sexta (27),em Fortaleza, no Ceará.

A atividade tem como objetivo refletir sobre os desafios para a organização sem-terra e a agenda de lutas do movimento para este ano.

Repetições da história: tragédias e farsas

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

“A história aparece como tragédia e se repete como farsa”, escreveu Karl Marx no livro “Dezoito Brumário de Louis Bonaparte”, em 1852. Estudamos História para iluminar o entendimento do presente ou para nos servir como guia a seguir no futuro desconhecido?

A heurística – a arte de inventar ou fazer descobertas – mostra que as pessoas fazem seus julgamentos baseadas na similaridade entre situações atuais e outras situações vividas ou protótipos daquelas situações. Essa ligação heurística conduz-nos a acreditar que novo evento “parece igual” a alguma experiência prévia e confundir “aparência” e “realidade”. Porém, “semelhança com a verdade não é o mesmo que a verdade”…

Haddad ganha de Villa na Justiça

Da revista Fórum:

A Justiça de São Paulo rejeitou nesta segunda-feira (23) ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) por ter publicado agenda oficial com informações incompletas, para enganar um comentarista de rádio. Para a juíza Carolina Duprat Cardoso, da 11ª Vara de Fazenda Pública, o ato de improbidade não acontece mesmo se comprovadas ilegalidades formais, mas apenas quando há “violação substancial” dos bens da administração pública.

Brasil: o paraíso tributário dos super-ricos

Do blog Socialista Morena:

Os brasileiros super-ricos pagam menos imposto, na proporção da sua renda, do que um cidadão típico de classe média alta, sobretudo assalariado, o que viola o princípio da progressividade tributária, segundo o qual o nível de tributação deve crescer com a renda.

Essa é uma das conclusões de artigo publicado em dezembro pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), vinculado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Doria deixa SP mais cinza e mais burra

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

João Doria passará para a história como o prefeito que conseguiu a proeza de deixar São Paulo mais feia e mais estúpida.

Não há dia em que Doria não faça alguma idiotice midiática em sua hiperatividade estéril. Esgotou o guarda roupa com seu fetiche por uniformes de operários.

Já se fantasiou de gari, pedreiro, jardineiro, operador de motor de compressão. A última jogada populista foi sair de cadeirante, uma ofensa a quem não tem como se locomover com as pernas.

Sigilo? País exige saber tudo sobre Teori

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Leio no R7: "Justiça decreta sigilo em investigação de acidente que matou ministro Teori Zawascki".

Pergunto: sigilo por quê, se o que o País inteiro mais quer saber neste momento, desde o acidente em Paraty na semana passada, são as causas e todas as circunstâncias da queda do avião que matou o ministro relator da Lava Jato.

Não se fala de outro assunto e, enquanto não há informações oficiais sobre o acidente, multiplicam-se nas conversas e nas redes sociais as mais insanas teorias conspiratórias em busca de culpados.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Roberto Freire e a cultura aos reacionários

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

A reação toma o poder na área cultural. Para além das distinções tradicionais entre direita e esquerda minimamente esclarecidas, o cenário nacional aponta para uma vigorosa inflexão da área cultural ao viés fortemente reacionário.

A práxis conservadora no setor dá algumas pistas de métodos e contornos que pouco dizem respeito aos temas culturais propriamente ditos: abandono de projetos tidos como “menores”, em detrimento de vitrines de gestão, empreguismo galopante e, em oposição ao assembleísmo petista, certa gabinetização, um ensimesmamento dos dirigentes. As exceções são raras.

Temer quer financiar as multinacionais

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

O presidente Michel Temer diz que não há dinheiro para gastos sociais, mas quer financiar, com verbas públicas, a atuação de empresas estrangeiras no Brasil. Decreto assinado por ele, na semana passada, possibilita que o Tesouro e bancos públicos concedam crédito ao capital internacional para atuar agora em quase todos os setores econômicos. A benesse sinaliza o caráter antinacional e subalterno da gestão.

Trump puxa tapete de Temer e dos coxinhas

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Que diabo é a Parceria Transpacífico (TPP) e por que você deveria se preocupar com o fato de que o recém-empossado presidente Donald Trump caiu fora dela?

TPP é o maior acordo comercial regional já negociado. Não passaria pelo Congresso dos Estados Unidos, por isso a decisão de Trump é acima de tudo simbólica.

A idéia por trás do acordo era “ancorar” a economia asiática aos Estados Unidos, reduzindo a influência regional da China.

Caso Teori: 10 episódios para duvidar

Por Cauê S. Ameni, Hugo Albuquerque e André Takahashi, no site Outras Palavras:

Teoria da conspiração ou desconfiança justificada? Após a queda do avião que, dentre outras vítimas fatais, resultou na morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras e mais três pessoas imediatamente se instaurou um debate narrativo sobre o que aconteceu. Teori era relator do processo da Lava Jato na Suprema Corte e estava às vésperas de retirar o sigilo de cerca de 900 depoimentos e homologar as 77 delações da Odebrecht. O mais relevante acordo de colaboração da história da Justiça do país, envolvendo nomes de figurões dos mais variados partidos. Há quem prefira ver nisso uma trágica coincidência, mas será que aqueles que desconfiam de tal versão não tem motivos para tanto?

O poder judiciário como partido político

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

Um dos principais pensadores da política que intitulamos como “moderna”, Antonio Gramsci a analisou em seus diversos significados, em suas formas de operar, em sua complexidade quanto à representação e em seu papel tanto nas conjunturas como nas estruturas de poder. Observou, argutamente, que certas instituições políticas sediadas na chamada “sociedade civil” por vezes fariam a função e o papel dos partidos políticos formais como “intelectuais orgânicos” de determinadas classes ou frações de classes sociais. Deve-se notar que, para Gramsci, o Estado é “ampliado”, no sentido de articulação entre os aparatos do Estado – como o Poder Judiciário, por exemplo – e as organizações da “sociedade civil”.

STF, Lava-Jato e a politicagem

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Poder Judiciário como um todo está ameaçado de total desmoralização a depender da “solução” que o presidente Michel Temer e a ministra Carmén Lúcia derem para a substituição do relator da Lava Jato naquela Corte. Do primeiro não se espera nada, da segunda não se espera muito, mas se espera, ao menos, um mínimo de compostura.

Um bom exemplo do que pode acontecer de mortal para o STF na designação da relatoria da Lava Jato é a incumbência cair nas mãos de um membro do Tribunal que não guarda o menor pudor em adotar posições político-partidárias.

Fittipaldi e a velocidade nas marginais

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), segue em sua agenda para distrair a plateia com muito marketing e pouco governo. Depois de prometer, durante a campanha eleitoral, doar seu salário para uma “associação de crianças defeituosas” e causar polêmica ao cogitar extinguir a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Doria andou de cadeira de rodas neste domingo (22) para tentar simular problemas que os cadeirantes costumam enfrentar na capital.

Higienismo de Doria e a população de rua

Por Renan Quinalha, no site Justificando:

Dória publicou hoje no Diário Oficial, às pressas e sem qualquer discussão pública, alterações muito graves no decreto de zeladoria urbana que afetarão duramente a população em situação de rua.

O decreto n. 57.069, de 2016, foi construído depois de muita crítica à gestão Haddad, que cometeu equívocos enormes àquela época no tratamento com a população de rua. Defensoria, MP e entidades da sociedade civil discutiram um marco legal para restringir o “poder de polícia” da GCM contra a população de rua. Apesar dos seus limites e dificuldades de implementação, foi um avanço importante na efetivação dos direitos humanos desses segmentos vulneráveis.

Os dilemas do pós-Teori

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

No final de semana em que Teori Zavascki foi enterrado, o Brasil seguiu tangenciando, com meias-palavras, argumentação oblíqua e eufemismos, os dilemas decorrentes de sua morte. A mídia, além de contornar a suspeita de que pode ter havido um atentado, ocupou-se da sucessão na relatoria da Lava Jato no STF, discutindo hipóteses sem tocar na ferida que lateja: investigados não podem indicar o investigador/julgador. Isso vale para Temer, que indicará o novo ministro, e para os senadores, que aprovarão o nome indicado.


Temer, Gilmar e Moreira: os “bons amigos”

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

No Fantástico de ontem, o encontro de “bons amigos” de “mais de 30 anos”: Gilmar Mendes, Moreira Franco e Michel Temer.

Discutiram, certamente, a atuação de Rogério Ceni como técnico do São Paulo na Copa da Flórida. E também a reestréia do valente time da Chapecoense.

Dois denunciados nas delações da Lava Jato e um ministro que pode vir a ser o novo relator do caso, com a morte de Teori Zavascki, numa tarde de domingo, pura inocência.

A morte de Teori e o dever da suspeita

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Teori Zavaschi, como homem e como juiz, a exemplo de qualquer um de nós, tinha defeitos e virtudes. Ainda sem uma biografia, e ao que se sabe pela imprensa e pelas suas decisões, declarações e visão de mundo, é possível dizer que tinha mais virtudes do que defeitos. Num pais que enfrenta um grave déficit de pessoas públicas virtuosas, a sua morte representa uma enorme perda, tanto pelo lado humano, quanto pelo lado político e histórico. A sua morte merece ainda mais lamentações pelas circunstâncias jurídico-politicas em que ele estava envolvido, a iminência da homologação das delações da Odebrecht, seu papel na Lava Jato etc.


Valdemiro garfa R$ 8 milhões com “tragédias”

Por Altamiro Borges

A exploração abjeta da fé dos brasileiros – que não tem nada a ver com a arraigada religiosidade popular, que deve ser sempre respeitada – dá muito dinheiro. Que o diga o “pastor” Valdemiro Santiago, o chefão da Igreja Mundial do Poder de Deus. Na semana retrasada, ele levou várias facadas no pescoço durante um culto em São Paulo. Com a camisa ensanguentada, ele passou a pedir aos fiéis a módica contribuição de R$ 8 milhões para pagar um mês de aluguel do seu programa de televisão. Já na semana passada, ele foi vítima de outra “tragédia”. Já recuperado das facadas, a lancha em que o pastor curtia a vida em uma luxuosa praia do litoral paulista foi à deriva e ele foi “milagrosamente” resgatado após quase 15 horas no mar.

Padilha é alvo de mais uma ação. Versátil!

Por Altamiro Borges

A cada mês aparece uma nova denúncia contra o peemedebista Eliseu Padilha, o poderoso ministro da Casa Civil do covil golpista de Michel Temer. Não é para menos que no passado o coronel ACM, do DEM da Bahia, apelidou o velhaco de “Eliseu Quadrilha”. Neste domingo (22), a Folha revelou que o sinistro é alvo de uma ação no Rio Grande Sul, sua base eleitoral, por receber muita grana suspeita de uma universidade. Duas empresas dele, Rubi e Fonte, garfaram R$ 3,9 milhões (R$ 7 milhões em valores corrigidos) da instituição de ensino. Vale conferir a reportagem de Felipe Bächtold. Antes, porém, um alerta.

Mídia promove as fantasias de Doria

Por Altamiro Borges

Logo no seu segundo dia como prefeito de São Paulo, o ricaço João Doria se fantasiou de gari para lançar uma demagógica campanha de limpeza da cidade. Ele pegou na vassoura, talvez pela primeira vez na vida, por alguns segundos – o serviço já havia sido feito pelos verdadeiros garis durante a madrugada. Na sequência, ele se vestiu de pintor e apagou os grafites nos muros de uma avenida da capital. O fascistoide preferiu o cinza para embelezar a cidade. Já neste sábado (21), João Doria – que derrapou ao tratar as pessoas com deficiência como “defeituosas” – percorreu cem metros em uma cadeira de rodas para testar a acessibilidade nas calçadas. Toda esta picaretagem marqueteira, porém, ganhou os holofotes da mídia.

Morte de Teori vai “estancar a sangria”?

Por Altamiro Borges

Nos seus telejornais, a TV Globo jura de pé junto que a morte do ministro Teori Zavascki e de outros quatro passageiros na queda de um jatinho em Paraty (RJ) foi decorrência do mau tempo. Tamanha insistência inclusive gera desconfianças. Já nas redes sociais, muita gente acredita que o relator da midiática Operação Lava-Jato foi assassinado. Pesquisa do Instituto Paraná aponta que 83% dos brasileiros acreditam nesta hipótese. No momento, porém, tudo é só especulação. Apenas uma rigorosa apuração – se é que ela será feita – poderá explicar o que de fato ocorreu. Uma certeza, entretanto, já é quase consensual, inclusive em setores da mídia chapa-branca. Quem mais ganha com o falecimento de Teori Zavascki é a quadrilha que assaltou o poder no ano passado.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Cunha vai detonar o palanque de Bolsonaro?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o jornal Estadão noticiou que o lobista suíço Eduardo Cunha, que está preso desde outubro passado, já teria definido uma contagem regressiva para iniciar a negociação da sua delação premiada no bojo da midiática Operação Lava-Jato. Ele estaria insatisfeito com a possiblidade da prisão de sua esposa e com a “traição” dos seus comparsas no Congresso Nacional e no covil golpista de Michel Temer, que o abandonaram por completo. Ainda segundo o jornal, ele já teria “mandado recados” aos seus antigos aliados e deu um prazo até final de janeiro para abrir o bico. Um dos alvos da sua irritação é o PSC, legenda presidida pelo “pastor” Everaldo que pretende dar voos mais altos com o lançamento da candidatura presidencial do fascista Jair Bolsonaro.

Nem Temer salva o jornal O Globo

Por Altamiro Borges

O usurpador Michel Temer bem que se esforça para recompensar os mercenários da mídia que protagonizaram o “golpe dos corruptos”. Distribui verbas publicitárias – só para as revistonas o aumento da grana foi de 900% nestes oito meses – e garante outras benesses na alcova. Mas apesar deste socorro, a situação dos veículos de comunicação, principalmente da mídia impressa, é cada dia mais grave. Quem sofre são os profissionais destas empresas que são tratados como escravos – inclusive alguns jornalistas, mais realistas do que o rei, que teimam em chamar o patrão de companheiro. Nesta semana, a famiglia Marinho promoveu a fusão das redações dos jornais O Globo e Extra. Resultado: mais de 30 profissionais demitidos!

O que o Moro foi fazer no velório?​

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

O cachalote, aquele em quem o professor Belluzzo identificou traços do "sábio idiota", foi a Porto Alegre para o velório do Ministro Teori.

"Nem tudo está perdido", disse Moro, de forma enigmática.

"Tudo", o que?

A prisao do Lula para que não seja candidato em 2017 ou 18?
Ou a jurisprudência do "não vem ao caso", no caso de tucanos gordos?

O velório de Teori e o sorriso de Serra

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Às vezes, quase sempre, em política e judiciário, o criminoso está presente no velório”. Teori Albino Zavascki

José Serra dando risada e a gangue de Temer reunida em torno do caixão no velório de Teori Zavascki.

Poucas imagens são tão emblemáticas da tragédia brasileira quanto essas.

Serra, citado na Lava Jato como destinatário de 23 milhões de reais que teriam sido pagos por meio de caixa dois em contas no exterior, tenta influenciar a escolha do novo ministro do STF.

Trump, Lava-Jato e a era das incertezas

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

O que tem a ver a posse do bufão Donald Trump na presidência dos Estados Unidos e o futuro da Lava Jato no Brasil após a morte trágica de Teori Zavascki?

Estes dois fatos sem nenhuma ligação entre si têm um ponto em comum: jogam o Brasil e o mundo na era da incerteza.

Incerteza é a palavra mágica para definir o que está acontecendo neste começo de 2017 no momento em que ninguém pode prever o que vai acontecer amanhã, na semana que vem ou no próximo ano.

Temer e companhia no velório de Teori

Foto: Beto Barata/PR
Por Henrique Cartaxo, no site Jornalistas Livres:

A presença Temer e seus homens no velório de Teori Zavascki foi fotografada com empenho especial pela imprensa ali presente. O evento prometia as tais imagens de mil palavras.

Cumpriu a promessa, como era inevitável. E o Brasil já vê, e bem lê, o grupo de engravatados, Michel Temer, Alexandre de Moraes, Eliseu Padilha, Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia, José Serra, velando um caixão coberto com a bandeira do Brasil. A foto não é a coisa fotografada: a imagem se descola da sua realidade e dá espaço para abstrações do simbolismo da cena.