Dentre as diversas concepções de política, destacamos duas, por sua acentuada diferença: a aristotélica, que a vê como o modo de organização coletiva destinado a realizar o bem comum e a boa vida, e a do jurista nazista Carl Schmitt, que a apreende como uma arena de antagonismo entre grupos, estruturada na dicotomia pública entre amigo e inimigo. Nesse sentido, o grau máximo de intensidade do antagonismo político é a eliminação do outro, sem restrições quanto à validação dos meios, pois a política é uma esfera de ação distinta da moral, da estética e da economia. Essa concepção schmittiana assenta-se em uma profunda crítica ao liberalismo, considerado como uma abordagem despolitizada da política.
sexta-feira, 9 de abril de 2021
PGR e aliados x Lula: STF vendará os olhos?
Por Felipe Maruf Quintas e Marcus Ianoni, na revista Teoria e Debate:
Dentre as diversas concepções de política, destacamos duas, por sua acentuada diferença: a aristotélica, que a vê como o modo de organização coletiva destinado a realizar o bem comum e a boa vida, e a do jurista nazista Carl Schmitt, que a apreende como uma arena de antagonismo entre grupos, estruturada na dicotomia pública entre amigo e inimigo. Nesse sentido, o grau máximo de intensidade do antagonismo político é a eliminação do outro, sem restrições quanto à validação dos meios, pois a política é uma esfera de ação distinta da moral, da estética e da economia. Essa concepção schmittiana assenta-se em uma profunda crítica ao liberalismo, considerado como uma abordagem despolitizada da política.
Dentre as diversas concepções de política, destacamos duas, por sua acentuada diferença: a aristotélica, que a vê como o modo de organização coletiva destinado a realizar o bem comum e a boa vida, e a do jurista nazista Carl Schmitt, que a apreende como uma arena de antagonismo entre grupos, estruturada na dicotomia pública entre amigo e inimigo. Nesse sentido, o grau máximo de intensidade do antagonismo político é a eliminação do outro, sem restrições quanto à validação dos meios, pois a política é uma esfera de ação distinta da moral, da estética e da economia. Essa concepção schmittiana assenta-se em uma profunda crítica ao liberalismo, considerado como uma abordagem despolitizada da política.
Alfredo Bosi, um amigo
Por Frei Betto, em seu site:
A proximidade de Ecléa e Alfredo Bosi com os frades dominicanos levou o casal a descobrir o Cristianismo à luz da Teologia da Libertação e, ainda na década de 1960, a se inserir em Comunidades Eclesiais de Base na periferia de São Paulo. Com muita frequência nos encontrávamos em eventos e jantares anfitriados, na Granja Vianna, pelo casal Yolanda e Yoshio Kimura, seus vizinhos.
A proximidade de Ecléa e Alfredo Bosi com os frades dominicanos levou o casal a descobrir o Cristianismo à luz da Teologia da Libertação e, ainda na década de 1960, a se inserir em Comunidades Eclesiais de Base na periferia de São Paulo. Com muita frequência nos encontrávamos em eventos e jantares anfitriados, na Granja Vianna, pelo casal Yolanda e Yoshio Kimura, seus vizinhos.
Alfredo teve a paciência de ler e criticar os originais de alguns de meus romances. Pouco antes da pandemia fui visitá-lo, em companhia de frei Márcio Couto, a convite de sua filha Viviana, quando ele já se encontrava abatido pela perda inconsolável de sua companheira inseparável, Ecléa, em 2017. Deu-me a impressão de que havia se demitido da vida.
quinta-feira, 8 de abril de 2021
Por 9 votos a 2, STF rejeita cultos da morte
Por Altamiro Borges
Jair Bolsonaro detesta ser tachado de genocida e Kassio Nunes Marques, o "novato" do Supremo Tribunal Federal (STF), não gosta de ser rotulado de negacionista. Mas a sua sentença monocrática e absurda para liberar cultos, missas – e dízimos – foi tratada como negacionista e obscurantista pela absoluta maioria dos ministros do STF. Ela foi derrotada por nove votos a dois em julgamento nesta quinta-feira (9).
Votaram contra a realização de eventos religiosos presenciais os ministros Gilmar Mendes, relator do processo; Alexandre de Moraes; Edson Fachin; Luis Roberto Barroso; Rosa Weber; Cármen Lúcia; Ricardo Lewandowski; Marco Aurélio; e Luiz Fux. Apenas Kassio Nunes Marques e Dias Toffoli foram a favor do pedido apresentado pela sinistra Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure).
Jair Bolsonaro detesta ser tachado de genocida e Kassio Nunes Marques, o "novato" do Supremo Tribunal Federal (STF), não gosta de ser rotulado de negacionista. Mas a sua sentença monocrática e absurda para liberar cultos, missas – e dízimos – foi tratada como negacionista e obscurantista pela absoluta maioria dos ministros do STF. Ela foi derrotada por nove votos a dois em julgamento nesta quinta-feira (9).
Votaram contra a realização de eventos religiosos presenciais os ministros Gilmar Mendes, relator do processo; Alexandre de Moraes; Edson Fachin; Luis Roberto Barroso; Rosa Weber; Cármen Lúcia; Ricardo Lewandowski; Marco Aurélio; e Luiz Fux. Apenas Kassio Nunes Marques e Dias Toffoli foram a favor do pedido apresentado pela sinistra Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure).
Fascista Sara Winter negocia delação premiada
Por Altamiro Borges
Os financiadores estrangeiros e nativos e os milicianos bolsonaristas devem estar apavorados. A revista Veja informa que a terroristinha Sara Winter negocia uma delação premiada junto à Procuradoria-Geral da República (PGR). Ela promete dar o nome dos outros criminosos que atentam contra a frágil democracia brasileira.
Segundo a notinha, "investigada por participação nos chamados atos antidemocráticos, a ativista bateu à porta da PGR para oferecer um acordo de delação premiada. Embora incipiente, a negociação já está em curso. Na manhã desta quinta-feira (8), ela participou de audiência” em Brasília sobre o assunto.
Os financiadores estrangeiros e nativos e os milicianos bolsonaristas devem estar apavorados. A revista Veja informa que a terroristinha Sara Winter negocia uma delação premiada junto à Procuradoria-Geral da República (PGR). Ela promete dar o nome dos outros criminosos que atentam contra a frágil democracia brasileira.
Segundo a notinha, "investigada por participação nos chamados atos antidemocráticos, a ativista bateu à porta da PGR para oferecer um acordo de delação premiada. Embora incipiente, a negociação já está em curso. Na manhã desta quinta-feira (8), ela participou de audiência” em Brasília sobre o assunto.
Justiça, ditadura e o legado autoritário
Por Marcelo Semer, no site Justificando:
Para discutir Judiciário, crise e democracia, objeto de análise em uma obra que homenageou o jurista Pedro Serrano [1], me debrucei sobre o legado autoritário e seus reflexos no Poder. É oportuno retomar o tema, sobretudo, quando ainda existem governantes que celebram o golpe militar e a própria “comemoração” chega a ser autorizada judicialmente.
Ingo Muller relatando a história d’Os Juristas do Horror, explica como os magistrados alemães tiveram muito mais dificuldade em conviver com a República de Weimar [2] do que propriamente com os nazistas, a quem saudaram logo de cara:
Para discutir Judiciário, crise e democracia, objeto de análise em uma obra que homenageou o jurista Pedro Serrano [1], me debrucei sobre o legado autoritário e seus reflexos no Poder. É oportuno retomar o tema, sobretudo, quando ainda existem governantes que celebram o golpe militar e a própria “comemoração” chega a ser autorizada judicialmente.
Ingo Muller relatando a história d’Os Juristas do Horror, explica como os magistrados alemães tiveram muito mais dificuldade em conviver com a República de Weimar [2] do que propriamente com os nazistas, a quem saudaram logo de cara:
Empresários parecem felizes com o genocida
Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:
O presidente da República Jair Bolsonaro jantou na noite desta quarta-feira (7) com empresários em uma casa nos Jardins, bairro nobre da cidade de São Paulo. Os mais de 340 mil brasileiros mortos pela covid-19 não tiraram o apetite dos homens de negócios. Pelo contrário. No cardápio, além de champanhe e camarão, o negacionismo habitual do presidente. Ele reafirmou que não vai fazer um “lockdown nacional” e atacou as medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos. Também falou sobre o “tratamento imediato”, novo nome para o kit com remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19. E defendeu a abertura de templos e igrejas.
A situação de comunicadores na pandemia
Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
Compreender a situação de trabalho dos comunicadores brasileiros após um ano de enfrentamento da Covid-19 no país é o objetivo dos pesquisadores do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
O estudo, que tem apoio do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, ocorre exatamente um ano após a realização de investigação inicial, que diagnosticou o momento vivido pelos comunicadores ainda no começo da pandemia. O relatório desta pesquisa, feita no primeiro semestre de 2020 e transformado em e-book, pode ser consultado aqui.
Causas e consequências do aumento da fome
Editorial do site Vermelho:
O crescimento dos segmentos da população brasileira em situação de fome era absolutamente previsível. A crise econômica e os remédios amargos para salvar uns – os poderosos de sempre – às custas do empobrecimento de muitos estão à vista há muito tempo. A indiferença em relação a esse quadro de caos social, portanto, deve ser creditada a quem de direito, no caso os governos que adotaram a política macroeconômica que não têm entre seus objetivos reverter a profunda concentração de renda.
O crescimento dos segmentos da população brasileira em situação de fome era absolutamente previsível. A crise econômica e os remédios amargos para salvar uns – os poderosos de sempre – às custas do empobrecimento de muitos estão à vista há muito tempo. A indiferença em relação a esse quadro de caos social, portanto, deve ser creditada a quem de direito, no caso os governos que adotaram a política macroeconômica que não têm entre seus objetivos reverter a profunda concentração de renda.
As interpretações do artigo do general Mourão
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Em artigo no Estadão de ontem, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, volta aos seus tempos de Clube Militar, e conclama para uma maior intervenção militar.
De início, encampa o bordão preferido do mercado e da mídia, o bálsamo das reformas genéricas “imprescindíveis”, como a tributária, a administrativa e a política.
Depois, ataca o desvirtuamento da administração pública, “atingida em cheio pela corrupção e pelo clientelismo político”.
Defende a opção por Bolsonaro, como uma “clara escolha pela condenação do maior caso de corrupção da História, pelas reformas que promovam a retomada do desenvolvimento e pelo combate à violência, compromissos deste governo com a sociedade brasileira”.
De um lado, procura reavivar o antipetismo da tropa. Mas, de outro, aponta a incapacidade do governo Bolsonaro de avançar com as tais reformas e a profissionalização do Estado.
Em artigo no Estadão de ontem, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, volta aos seus tempos de Clube Militar, e conclama para uma maior intervenção militar.
De início, encampa o bordão preferido do mercado e da mídia, o bálsamo das reformas genéricas “imprescindíveis”, como a tributária, a administrativa e a política.
Depois, ataca o desvirtuamento da administração pública, “atingida em cheio pela corrupção e pelo clientelismo político”.
Defende a opção por Bolsonaro, como uma “clara escolha pela condenação do maior caso de corrupção da História, pelas reformas que promovam a retomada do desenvolvimento e pelo combate à violência, compromissos deste governo com a sociedade brasileira”.
De um lado, procura reavivar o antipetismo da tropa. Mas, de outro, aponta a incapacidade do governo Bolsonaro de avançar com as tais reformas e a profissionalização do Estado.
O empresariado e o cercadinho da grana
Por Fernando Brito, em seu blog:
Diz a Folha que, como ocorre com o grupo de bocós que se reúne no “cercadinho” do Alvorada diariamente para louvar o “Mito”, Jair Bolsonaro foi “ovacionado” por um grupo de empresários montado para fazer crer que “o PIB está com o presidente”.
Grande parte está, mesmo, tanto quanto esteve em 2018 e estará em 2022, salvo se aparecer-lhes um candidato que entendam ser mais palatável ao país que o capitão e, assim, tenha capacidade de evitar a eleição de alguém que, de fato, dirija o Brasil.
Este é o paradoxo da elite do dinheiro no Brasil: ela não quer um presidente como pensamos nos, capaz de unir o país num rumo de desenvolvimento, progresso socialmente justo, equilíbrio e ocupando o espaço que o Brasil pode pretender no mundo e na economia global.
Grande parte está, mesmo, tanto quanto esteve em 2018 e estará em 2022, salvo se aparecer-lhes um candidato que entendam ser mais palatável ao país que o capitão e, assim, tenha capacidade de evitar a eleição de alguém que, de fato, dirija o Brasil.
Este é o paradoxo da elite do dinheiro no Brasil: ela não quer um presidente como pensamos nos, capaz de unir o país num rumo de desenvolvimento, progresso socialmente justo, equilíbrio e ocupando o espaço que o Brasil pode pretender no mundo e na economia global.
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