terça-feira, 23 de abril de 2019

E a desigualdade, Paulo Guedes?

Por José Pascoal Vaz, no site Carta Maior:

Diz-se que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, possui grandes conhecimentos como economista. Não tenho como duvidar se considerados os manuais tradicionais. Mas cabe perguntar o que consideramos ser o objetivo principal deste profissional. Até há pouco tempo, era bastante dizer que lhe cabia maximizar a utilização dos recursos, sempre escassos em função das necessidades.

Essa definição, sabe-se hoje, é muito incompleta, dada nossa abissal desigualdade social. Esta chamou minha atenção já no segundo ano do Curso de Economia, em 1966, na então FACECS, incorporada depois à UniSantos. Eu questionava o modelo de desenvolvimento que se projetava, de certa forma uma continuidade do de Juscelino, que privilegiava os investimentos que produzissem bens e serviços para as camadas elitizadas. Estávamos no início da ditadura que, ao chegar, encontrou o Brasil com enorme desigualdade social: Índice de Gini em 0,50 (em países de baixa desigualdade esse medidor fica ao redor de 0,25).

segunda-feira, 22 de abril de 2019

A histórica e heroica Vigília Lula-Livre

O problema não é Olavo. Mourão sabe!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Hamílton Mourão atira onde pode e como pode.

Fazer “graça” com a astrologia de Olavo de Carvalho seria uma saída pela tangente aceitável em outros casos, mas o caso é mais encima, agora, que Jair Bolsonaro mandou endossar nas suas redes sociais o vídeo em que, embora sem ter o nome citado, Mourão é ridicularizado pelo guru do clã presidencial, Olavo e pelo guri Carlos.

Cachorro é quem não respeita sequer a morte

Bolsonaro debocha dos mortos na guerrilha do Araguaia
Por Ideli Salvatti

Cachorro e cachorro hidrófobo é quem não respeita o direito sagrado e ancestral da família velar e enterrar seus mortos.

Ao extinguir o Grupo que identificava desaparecidos políticos nas ossadas de Perus, Bolsonaro está atentando contra esse direito.

Direito que tem que ser respeitado, inclusive por ser resultado de crime praticado pelo Estado, seja no caso dos desaparecidos políticos da ditadura Militar, seja no crime de Brumadinho, seja no crime do desabamento no Rio.

Todos crimes do Estado, por execução, conivência ou omissão!

23 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás

Bolsonaro e o ódio aos índios

Por Felipe Milanez, na revista CartaCapital:

Bolsonaro odeia os índios. Não suporta a existência dos povos indígenas. De forma geral, Bolsonaro não suporta a diferença, é reputado por discursos de intolerâncias, racistas, homofóbico, misógino. E hoje, na presidência da República, promovendo políticas públicas de intolerância, de discriminação e de fortalecimento do racismo institucional. Com relação aos povos indígenas, há particularidades na maneira como Bolsonaro animaliza as subjetividades indígenas, como o racismo que ele vocifera coloca numa sub-humanidade a existência indígena. E isso ganhou atenção na live feita com cinco pessoas indígenas nas vésperas do 16º Acampamento Terra Livre, a grande mobilização indígena que irá reunir mais de cinco mil indígenas de todo o Brasil essa semana, entre os dias 24 e 26 de abril.

Mídia chilena e o colapso na Previdência

Por Felipe Bianchi e Leonardo Severo, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Linha de frente na luta pela democratização da comunicação no continente, Javiera Olivares, professora e coordenadora do Programa de Liberdade de Expressão da Universidade do Chile, e Rocío Alorda Secretária-Geral do Colégio de Jornalistas do Chile, são referências para todo aquele que queira compreender o papel jogado pelos meios de comunicação na disputa de ideias.

A partir do golpe de 1973 e da imposição da sangrenta ditadura de Augusto Pinochet, a mídia chilena, cuja tradição era de ter espaço para a diversidade de opiniões, passou a ser extremamente partidarizada, além de viver um cenário de monopolização sem precedentes. “Os meios são concentrados economicamente e editorialmente e não só estão associados à direita, mas atuam como vanguarda desse setor político”, define Javiera, que também é ex-presidenta do Colégio de Periodistas.

Bolsonaro e a Lei Rouanet

Por Alexandre Santini, no site Vermelho:

Como se já não fossem suficientes os problemas e as crises do governo, Bolsonaro resolveu chamar os artistas para a briga. Após dar um mata-leão na Ancine, interrompendo na base da canetada as linhas de financiamento público ao cinema brasileiro, mira agora na Lei Rouanet. Além dos habituais adjetivos com que o bolsonarismo trata a lei Rouanet ("mamata", "desgraça", etc), o governo parece ter chegado a uma "proposta": baixar o teto de financiamento de projetos culturais através de renúncia fiscal dos atuais R$ 60 milhões para no máximo R$ 1 milhão de reais por projeto. Conforme anunciada, a medida representa o colapso total do já combalido setor cultural brasileiro.

Alan García e o punitivismo judicial

Alan García na campanha presidencial de 2006. Foto: Reuters/Archivo
Por Eduardo Tadeu Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

A morte de Alan Garcia, presidente do Peru por dois mandatos, deve nos levar a algumas reflexões.

Vivemos tempos sombrios, de perseguição, punitivismo e intensa judicialização da vida em geral e da política em particular.

Há tempos tenho apontado para o exagerado ativismo judicial e dos órgãos de fiscalização e controle, particularmente em relação aos governos municipais, no que tenho denominado 'judicialização da gestão e criminalização dos agentes políticos’.

Aécio Neves tem mais um processo arquivado

Por Wallace Oliveira, no jornal Brasil de Fato:

Na última semana, uma notícia recolocou em cena o quase esquecido deputado Aécio Neves (PSDB-MG). No dia 12 de abril, o juiz Rogério Santos Araújo Abreu, da 5ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte, determinou a extinção de processo contra o tucano. Aécio era acusado de fazer 1.337 voos em aeronaves do Estado, sem justificativa pelo interesse público, quando foi governador de Minas. Foi nessa mesma ação que, há um mês, o governo Zema (Novo) decidiu patrocinar a defesa de Aécio, por meio da Advocacia Geral do Estado.

Reforma da Previdência de Guedes é secreta

domingo, 21 de abril de 2019

Racista do Santos pede afastamento

Adilson Durante Filho
Por Altamiro Borges

O jornal ‘A Tribuna’ confirmou neste sábado (20) que “Adilson Durante Filho entrou com pedido de renúncia do cargo de conselheiro do Santos Futebol Clube pelo triênio 2018 a 2020 e afastamento definitivo do quadro associativo do clube... Ele teve um áudio vazado na última quinta-feira, no qual faz comentários com teor racista. Após o áudio circular pelas redes sociais, torcedores do Santos pediram por sua expulsão do clube. Adilson também ocupava o cargo de secretário-adjunto de Turismo da cidade de Santos [no litoral de São Paulo]. Inicialmente, ele pediu licença não remunerada. No entanto, na sexta-feira, a administração municipal confirmou a sua exoneração’.

O sigilo em torno da PEC da Previdência

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

A decretação de sigilo sobre os estudos e pareceres técnicos que embasaram a PEC 6/2019 tem duplo significado.

Por um lado, deixa cristalina a índole totalitária do governo militar. De outra parte, sinaliza que Bolsonaro e Guedes pretendem ocultar ao máximo as mentiras construídas para perpetrar toda sorte de barbárie contra os trabalhadores.

É fundamental o pleno esclarecimento sobre os pressupostos que levaram o governo a apresentar a PEC da Previdência. Esse esclarecimento é essencial, porque a PEC afetará diretamente – seja no presente, seja no futuro – a vida dos 210 milhões de brasileiros.

EUA, Bolsonaro e a destruição da Unasul

STF usou Lula para responder a hipócritas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A decisão do STF de suspender a censura a Lula durante a campanha eleitoral do ano passado ocorreu como resposta à gritaria hipócrita de órgãos de imprensa reclamando de censura ao site pró Bolsonaro O Antagonista. O STF meio que disse: “Gostam de liberdade de expressão? Então também vão ter que ouvir a liberdade de expressão de Lula!”

Em 28 de setembro do ano passado, o ministro do STF Luiz Fux cassou liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski permitindo que a Folha de SP entrevistasse o ex-presidente Lula. A eleição acabou sem que Lula tivesse podido dizer um A publicamente. A direita midiática temia que Fernando Haddad vencesse se o ex-presidente pedisse votos a ele.

A política de reajuste de preços da Petrobras

Por Rodrigo Leão, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Na última semana, a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na política de reajuste de preços da Petrobras ganhou destaque nas manchetes dos grandes jornais brasileiros. A ingerência criou um reboliço do mercado financeiro com os papeis da Petrobras apresentando uma queda de 7% na sexta-feira (12/04).

É impossível dissociar a apreensão do mercado com o prolongado período de contenção de preços da Petrobras, entre 2012 e 2014, quando o refino da companhia deixou de arrecadar entre US$ 40 bilhões e US$ 90 bilhões, a depender das estimativas realizadas pelas diferentes instituições que acompanham o mercado.

Argentina: ainda bem que há eleições…

Por Felipe Calabrez, no site Outras Palavras:

A crise que devasta a economia argentina passava relativamente despercebida pela velha mídia, que, como sabemos, costuma mensurar a gravidade dos dramas dos países vizinhos em função da orientação ideológica de seus governos. O galopante declínio das condições de vida dos argentinos e o aumento acelerado e concomitante nos preços e nos níveis de pobreza não ocupavam destaque nos grandes jornais.

Eis que ontem (17/04), o anúncio de um pacote de medidas do presidente Maurício Macri causou sobressalto. Diante da escalada de preços, o governo anunciou um amplo pacote que inclui acordo entre governo e empresas para manter estáveis os preços de itens da cesta básica, descontos em medicamentos para beneficiários de programas sociais e subsídios estatais a tarifas de energia.

Governo Bolsonaro tenta sufocar a cultura

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

Um dos maiores eventos do cinema mundial, o festival de Cannes, na França, selecionou para a competição Bacurau (2019), novo longa do pernambucano Kleber Mendonça Filho. Isso aconteceu na quinta-feira (17). Um dia depois, a Secretaria Especial da Cultura, do governo de Jair Bolsonaro (PSL), negou o último recurso do cineasta, que se defende de supostas irregularidades na captação de recursos para O Som ao Redor (2012). Kleber se posiciona abertamente na oposição do governo.

Sites bolsonaristas e liberdade de expressão

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Os dias não andam fáceis. Defensores da ditadura e do golpe se fazem agora de paladinos da liberdade de expressão. Em alguns casos, são os mesmos que mandam recados para ministros do Supremo: `Não ousem soltar Lula´” (Reinaldo Azevedo, na Folha).

***

No Brasil virado de ponta cabeça, um dia nunca é igual ao outro, mas todos são esquizofrênicos.

O que valia num dia já não vale no outro, canalhas viram heróis, grandes defensores dos direitos humanos e da liberdade de expressão, as leis mudam de acordo com os interesses e o humor de quem julga, o que era proibido está liberado e vice-versa.

Entre a censura e a indignação seletiva

Por Luis Felipe Miguel, no Jornal GGN:

Não tenho, evidentemente, nenhuma simpatia pelos pasquins de direita que sofrem a censura imposta pelo STF. Mas se trata de uma grave restrição à liberdade de expressão – que, pelas repetidas declarações de Dias Toffoli nos últimos dias, está longe de ser um valor importante para nossa corte suprema.

A seletividade da indignação dos ministros do Supremo com a levianidade da mídia e o vazamento de informações judiciais é gritante. No processo de derrubada da presidente Dilma Rousseff e de perseguição ao ex-presidente Lula, foram cometidos abusos reais, de enorme gravidade, com a conivência menos ou mais ativa de todos eles. Agora, em episódio bem mais ambíguo, parte-se direto para a intimidação.