quarta-feira, 9 de outubro de 2019
Janot em seu labirinto: arrogância psicopata
Ao receber, por WhatsApp, o livro do ex-procurador-geral da República, quase cedi à tentação de encimar a coluna com o título “As Confissões de Janot”.
Meu inconsciente se insurgiu na madrugada. A rebelião do eu profundo disparou petardos contra a ignomínia de usar a palavra confissões para designar um livro contaminado por desatinos institucionais e atentados aos princípios da ordem jurídica liberal.
Alta madruga, o rebelado sussurrava: “As camadas superficiais de sua personalidade estão prestes a conspurcar Santo Agostinho e Rousseau”.
A reforma tributária da oposição
Por Dilma Rousseff, em seu site:
Uma das principais causas da manutenção da desigualdade social no Brasil é a tributação injusta, que pesa sobre os mais pobres e privilegia os mais ricos. Uma inversão perversa de critérios, que não só prejudica os trabalhadores como limita a arrecadação e, por consequência, a capacidade de ação do estado em beneficio do povo. Assim, os pobres perdem duplamente: pagam mais impostos, proporcionalmente aos ricos, e têm reduzido o seu direito de acesso a serviços públicos. Este é raciocínio básico que justifica o projeto de “Reforma Tributária Justa, Solidária e Sustentável”, lançado ontem no Congresso pelos seis maiores partidos de oposição – PT, PCdoB, PDT, PSB, PSOL e Rede. A proposta é um contraponto à reforma apresentada pelo governo, que simplifica a tributação, mas mantém a injustiça.
Até o FMI questiona programa de Bolsonaro
Editorial do site Vermelho:
Um marciano que visitasse o Brasil para estudar o programa econômico do governo Bolsonaro certamente anotaria que o Estado é entendido como uma das coisas ruins que se inventaram por aqui. Ele certamente sairia do país sem compreender por que há no governo uma receita que prescreve exatamente o que o mundo tem mostrado que não funciona. Caberia explicar-lhe que esse capitalismo do ministro Paulo Guedes é a negação do capitalismo de Adam Smith e de outros economistas da Escola Clássica.
Um marciano que visitasse o Brasil para estudar o programa econômico do governo Bolsonaro certamente anotaria que o Estado é entendido como uma das coisas ruins que se inventaram por aqui. Ele certamente sairia do país sem compreender por que há no governo uma receita que prescreve exatamente o que o mundo tem mostrado que não funciona. Caberia explicar-lhe que esse capitalismo do ministro Paulo Guedes é a negação do capitalismo de Adam Smith e de outros economistas da Escola Clássica.
Líder do PSL: “Quintal de Bolsonaro está sujo”
Por Altamiro Borges
Temendo que as investigações sobre o laranjal do PSL cheguem ao seu clã, Jair Bolsonaro decidiu detonar o partido que lhe garantiu legenda para disputar a presidência da República. Em mais um “piriri verborrágico” em frente do Palácio do Planalto, o ingrato pediu a um seguidor babaca para apagar um vídeo em que pedia apoio à sua filiação no PSL. “Ó, cara, não divulga isso. O Bivar [Luciano Bivar, presidente nacional da sigla] está queimado para caramba. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”.
Temendo que as investigações sobre o laranjal do PSL cheguem ao seu clã, Jair Bolsonaro decidiu detonar o partido que lhe garantiu legenda para disputar a presidência da República. Em mais um “piriri verborrágico” em frente do Palácio do Planalto, o ingrato pediu a um seguidor babaca para apagar um vídeo em que pedia apoio à sua filiação no PSL. “Ó, cara, não divulga isso. O Bivar [Luciano Bivar, presidente nacional da sigla] está queimado para caramba. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”.
Bolsonaro teme o brilho de Chico Buarque
Por Altamiro Borges
Já tratado mundialmente como um sujeitinho tosco, agressivo e arrogante – que “não está à altura do cargo” que ocupa no Brasil, como desabafou o presidente francês Emmanuel Macron –, Jair Bolsonaro está prestes a cometer mais um vexame planetário. Nesta terça-feira (8), na entrada do Palácio da Alvorada, ele sinalizou à imprensa que não assinará o diploma concedido ao compositor, cantor e escritor Chico Buarque pelo Prêmio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa.
Já tratado mundialmente como um sujeitinho tosco, agressivo e arrogante – que “não está à altura do cargo” que ocupa no Brasil, como desabafou o presidente francês Emmanuel Macron –, Jair Bolsonaro está prestes a cometer mais um vexame planetário. Nesta terça-feira (8), na entrada do Palácio da Alvorada, ele sinalizou à imprensa que não assinará o diploma concedido ao compositor, cantor e escritor Chico Buarque pelo Prêmio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa.
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Antes 'herói nacional', Janot amarga solidão
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Sentado ao centro de uma imensa mesa nos fundos da Livraria da Vila, nos Jardins, em São Paulo, com a caneta na mão para dar autógrafos, o ex-procurador geral da República Rodrigo Janot olha fixamente para ninguém à sua frente.
A seu lado, nenhum parente, amigo, colega de trabalho ou fã - é comovente a solidão do autor do livro “Nada Menos que Tudo”.
Sergio Moro, Deltan Dallagnol e, agora, Rodrigo Janot: um a um vão caindo os “heróis nacionais” fabricados pela Operação Lava Jato.
Sentado ao centro de uma imensa mesa nos fundos da Livraria da Vila, nos Jardins, em São Paulo, com a caneta na mão para dar autógrafos, o ex-procurador geral da República Rodrigo Janot olha fixamente para ninguém à sua frente.
A seu lado, nenhum parente, amigo, colega de trabalho ou fã - é comovente a solidão do autor do livro “Nada Menos que Tudo”.
TCU manda suspender propaganda de Moro
Por Fernando Brito, em seu blog:
Em despacho publicado hoje, o ministro Vital do Rego, do Tribunal de Contas da União, resolveu suspender liminarmente a veiculação dos comerciais do governo federal em favor do chamado “pacote anticrime” de Sérgio Moro.
Ele atendeu pedido do Ministério Público e dos deputados Orlando Silva, Paulo Teixeira e Marcelo Freixo, que protestavam pelo fato de ser propaganda que não se configurava como de “utilidade pública” mas de conquista de apoiamento a um projeto de lei a ser votado pelo Congresso.
Portugal vale uma festa – sem ressaca
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Num continente assaltado por movimentos conservadores e até fascistas, a vitória dos socialistas em Portugal merece ser festejada. Num dos primeiros países a enfrentar o ajuste da 'troika' que domina a política econômica européia desde a crise mundial de 2008, a vantagem maiúscula do PS sobre o PDS, principal partido da direita portuguesa, representa um voto claro a favor da resistência aos programas de austeridade e quebra de direitos.
Laranjal do PSL e a eleição presidencial
Se tivesse justiça no Brasil, a fraude no financiamento da campanha eleitoral de Bolsonaro- Mourão, conhecida como “laranjal do PSL”, levaria à cassação da chapa beneficiada pela fraude e obrigaria à convocação de nova eleição presidencial.
É isso que está escrito no § 3º do artigo 224 do Código Eleitoral brasileiro [Lei 4737/1965] e que, ao que parece, o TSE outra vez pretende ignorar.
Aliás, se o Brasil não estivesse sob a vigência de um Estado de Exceção, a chapa Bolsonaro-Mourão teria seu registro cassado pelo TSE ainda no transcurso do processo eleitoral de 2018; a candidatura fascista sequer teria prosperado.
Escorrega do bolsonarismo, cai no liberalismo
Por João Guilherme Vargas Netto
Há um substrato no bolsonarismo que é o seu apoio do mercado e do rentismo configurado, por exemplo, na manchete da entrevista dele no domingo, 6 de outubro, às jornalistas Tânia Monteiro e Andreza Matais do Estadão: “Economia é 100% com Guedes e não tem plano B”.
Portanto fica combinado que não basta resistir e atacar o radicalismo bolsonarista; é preciso resistir e atacar a nefanda política econômica dele que não está nem aí para o desemprego avassalador e despreza o movimento sindical.
Alguns dirigentes ao se contraporem corretamente ao GAET – Grupo Assumido de Entraves Trabalhistas – aceitam mudanças na Constituição que facilitam a desestruturação no mundo do trabalho segundo critérios liberais da famigerada Convenção 87 da OIT. O primeiro impulso é correto, mas o segundo é um desastre.
Há um substrato no bolsonarismo que é o seu apoio do mercado e do rentismo configurado, por exemplo, na manchete da entrevista dele no domingo, 6 de outubro, às jornalistas Tânia Monteiro e Andreza Matais do Estadão: “Economia é 100% com Guedes e não tem plano B”.
Portanto fica combinado que não basta resistir e atacar o radicalismo bolsonarista; é preciso resistir e atacar a nefanda política econômica dele que não está nem aí para o desemprego avassalador e despreza o movimento sindical.
Alguns dirigentes ao se contraporem corretamente ao GAET – Grupo Assumido de Entraves Trabalhistas – aceitam mudanças na Constituição que facilitam a desestruturação no mundo do trabalho segundo critérios liberais da famigerada Convenção 87 da OIT. O primeiro impulso é correto, mas o segundo é um desastre.
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