quarta-feira, 27 de junho de 2018

Austeridade mata políticas de cultura

Por Paula Quental, no site Brasil Debate:

Desde que se iniciou a série de encontros da Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES) e Brasil Debate para discutir os efeitos das políticas de ajuste fiscal no país, um dos quadros mais dramáticos revelados foi o da cultura. “Morte lenta”, “respiração por aparelhos” e “inviabilização” foram algumas expressões usadas para definir o setor, suas instituições e políticas depois dos cortes orçamentários de 2015 (a “navalha”), acentuados a partir de 2017 (a “guilhotina”). Responsável pelo diagnóstico, o ex-secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC) João Brant afirmou que o impacto das medidas de austeridade é de tal ordem que “há o risco de o MinC se tornar inviável,como instituição”.

Argentina, Brasil e os machistas na Rússia


Enquanto aqui formadores de opinião como Boris Casoy saíram em defesa dos assediadores brasileiros, um argentino de 47 anos (!!!) que fez uma “brincadeira” machista similar com uma jovem russa foi proibido pelo Ministério da Segurança de seu próprio país de continuar assistindo aos jogos da Copa. Néstor Fernando Penovi, dono de uma concessionária de automóveis, perdeu seu “registro de fã” (Fan ID) após sua identidade ter sido comprovada e acabou retornando à Argentina, onde chegou na sexta-feira, envergonhado e se dizendo arrependido.

Como utilizar as redes sociais nas eleições

Por Antônio Augusto de Queiroz, no site do Diap:

As redes sociais terão influência fundamental neste pleito, tanto em razão da escassez de recursos, quanto em função da redução do tempo de campanha. No 1º caso para executar meios de arrecadação de recursos de campanha, como a vaquinha virtual, doação eletrônica ou financiamento coletivo (crowdfunding). No 2º para projetar ou multiplicar a presença e visibilidade do candidato.

Hoje no Brasil, mais metade da população acessa as redes sociais. São usuários ativos no Facebook, WhatsApp, Instagram e outros aplicativos de comunicação segmentada. O ingresso dos chamados políticos e candidatos nesses meios tornou-se recorrente e, por ser área relativamente nova, a maioria deles tropeça em erros comuns

Alguém já foi punido pela lei contra racismo?

Por Bruna de Lara, no site The Intercept-Brasil:

Faz meia década que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou uma lei contra a discriminação racial. Tendo como alvo o racismo, a intolerância religiosa e a xenofobia, a lei 6483/2013 pune indivíduos, empresas e estabelecimentos comerciais do Estado com multas, suspensão e cassação de licenças para funcionamento. Ou, pelo menos, deveria punir. Em cinco anos, a medida nunca foi regulamentada e, por isso, ninguém foi enquadrado nela.

Fachin comete suicídio de reputação

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O termo “assassinato de reputação” já se inseriu no vocabulário corrente das disputas comerciais e políticas. Já “suicídio de reputação” é um elemento novo e que fica nítido na atuação do Ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Por que um jurista, que passou a vida toda construindo uma imagem social e garantista, dá uma guinada de 180 graus? E com um enorme agravante: foi garantista quando o Poder (que o nomeou para o STF) valorizava os garantistas; tornou-se punitivista feroz e parcial na hora em que o Poder demanda punitivismo com um foco muito claro de impedimento da candidatura Lula à presidência.

TV Cultura tucana virou um circo fascista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vi apenas trechos da entrevista de Manuela D’Ávila no Roda Viva, da TV “Cultura” de São Paulo. Li outros, o que é menos vomitivo que assistir um espetáculo armado de antijornalismo.

Ricardo Lessa, que conheci ainda nos tempos de faculdade, foi tão pouco jornalístico a insistir em perguntas sobre Stálin ou Mao-Tsé-Tung quanto seria a questionar um bispo ou o papa Francisco sobre os inquisidores da Idade Média.

Suceder a Augusto Nunes já é duro; dar-lhe continuidade é ainda mais.

Liberdade de Dirceu derrota banalidade do mal

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A sentença que libertou José Dirceu - provisoriamente - de uma condenação da Lava Jato pertence à uma família particular das grandes decisões humanas, em particular de homens de Estado.

Não se baseia em nenhuma novidade real, nenhuma mudança espetacular, mas apenas na disposição de autoridades responsáveis em recusar uma postura omissa e cumprir seu dever com o país e sua época.

O voto de Dias Toffoly, apoiado por Gilmar Mendes e Ricardo Lewandovski, teve como norte a necessidade de afirmar a "presunção da inocência", princípio básico do Estado Democrático de Direito e tão antigo como a Revolução Francesa.

A coragem de Manuela e a miséria da mídia

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Pré-candidata à presidência da República pelo PCdoB - Partido Comunista do Brasil, Manuela D'Ávila participou, na noite desta segunda-feira (25), do programa Roda Viva, da TV Cultura. Ao invés de a emissora pública paulista aproveitar a oportunidade para discutir um projeto para o Brasil e saídas para a crise que o país vive, a bancada de entrevistadores preferiu destilar grosserias e machismo: além de perguntas rasas com a intenção clara de desestabilizar e deslegitimar as posições de Manu, a jovem gaúcha foi interrompida 62 vezes durante a sabatina. Ciro Gomes, entrevistado recentemente pelo programa, foi interrompido em apenas oito ocasiões, para se ter noção.

terça-feira, 26 de junho de 2018

O lupanar do pensamento em Roda Viva

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Na primeira metade do século 19, indignado com as trampolinagens dos que usavam os jornais para a autopromoção, difamação de adversários, intrigas e picaretagens de todo o tipo, Honoré de Balzac, na obra prima “As Ilusões Perdidas”, livro dos livros da majestosa “Comédia Humana”, qualificava a imprensa da época como o “lupanar do pensamento”.

A fértil imaginação e o agudo senso de realidade do maior de todos os escritores franceses não imaginaria, contudo, o nível de abjeção, indignidade, desonra e sujeira a que poderiam decair os meios de comunicação do Brasil de quase dois séculos depois.

Edson Fachin, 'o carcereiro da Lava Jato'?

Por Leonardo Fernandes, no jornal Brasil de Fato:

“Apoiamos Dilma para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimento econômico que signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens naturais. Um país socialmente justo que continue acelerando a inclusão social e que consolide, soberano, sua nova posição no cenário internacional. Um país que priorize a educação, a cultura, a sustentabilidade e a erradicação da miséria. Um país que preserve sua dignidade reconquistada. O governo que queremos é o governo que preservou as instituições democráticas e jamais transigiu com o autoritarismo”.

Quem votou a favor do Pacote do Veneno


Por 18 votos a 9, o PL 6.299/2002, conhecido como Pacote do Veneno, foi aprovado em comissão especial da Câmara dos Deputados, que votou a favor do relatório apresentado pelo deputado Luiz Nishimori (PR-PR), da bancada ruralista da Casa. O projeto atende apenas interesses de setores agroindustriais e autoriza o registro de agrotóxicos com substâncias que comprovadamente potencializam câncer, mutações genéticas, desregulações endócrinas e malformações fetais, além de retirar prerrogativas dos ministérios do Meio Ambiente e da Saúde nos processos de análise e registro de pesticidas, concentrando o poder de veto no Ministério da Agricultura.

A agressão a Manuela no Roda Vida

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Manifesto minha integral solidariedade à deputada Manuela D’Ávila, alvo de ataques machistas e misóginos no ‘Roda Viva’. Convidada para falar sobre sua candidatura, Manuela foi hostilizada pelo âncora e pelos entrevistadores.

Foi interrompida dezenas de vezes para que não pudesse concluir as respostas. Um chefe de campanha de Bolsonaro foi convocado para insultá-la. Mas Manuela foi corajosa e firme. Saiu do programa engrandecida, como política e como mulher.

Manuela desmonta bancada do Roda Viva

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

Há mais de 30 anos no ar e um dos mais tradicionais programas de entrevista da TV brasileira, o Roda Viva desta segunda-feira (25) subverteu a sua premissa "de ser um espaço plural para debater ideias". A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, não se intimidou com as ironias e os ataques provocativos destilados por uma parte da bancada que não estava interessada em fazer perguntas, muito menos ouvir o que uma presidenciável tinha a dizer.

MST aponta mentiras da revista IstoÉ

Do site do MST:

Em matéria intitulada: “A corrupção por trás das invasões do MST”, publicada pela revista IstoÉ, declaramos que:

1 - A reportagem, assinada por Ary Filgueira, não possui consistência jornalística e muito menos investigativa. Trata-se de especulações, sem comprovações ou vínculos com a realidade, próprio de matérias que objetivam a criminalização da luta do MST;

2- É notório que o MST sempre combateu a Medida Provisória 759, convertida na lei 13.465 de 2017. Diversas foram as manifestações públicas denunciando a lei, que é uma tentativa de acabar com a Reforma Agrária no país, regularizar a grilagem de terra e privatizar os assentamentos já existentes. O MST é contra a regularização fundiária proposta pela lei 13465, defendendo a manutenção da Concessão do Direito Real de Uso (CDRU), com a proibição da venda de lotes do Programa Nacional de Reforma Agrária;

A crise e o grande dilema da economia

Por Paulo Nogueira Batista Jr., na revista CartaCapital:

Com quais problemas macroeconômicos se defronta o Brasil? Com dois, fundamentalmente: o desemprego e as finanças públicas. O governo atual nada mais fará, a não ser agravá-los. Mas e o próximo? Os dois problemas são graves, e o pior é que a solução do segundo agrava o primeiro. O corte de gastos ou o aumento dos impostos deprime ainda mais a atividade econômica e o emprego. Este é o grande dilema.

Não é Lula pré-candidato?

Por Luna Sassara e João Feres Jr., no site Manchetômetro:

No último dia 8 de junho, o Partido dos Trabalhadores promoveu um ato na cidade mineira de Contagem para lançar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto. Mesmo preso em Curitiba desde 7 de abril, Lula mantém-se em primeiro lugar isolado nas pesquisas de intenção de voto para a disputa da Presidência da República. A cobertura do evento feita pelos veículos de mídia impressa analisados pelo Manchetômetro foi exígua. Deparamo-nos com uma questão clássica daquilo que a literatura de estudos de mídia chama de agendamento: afinal, que assuntos são escolhidos pelos editores de jornais brasileiros e quais são descartados?

PSDB faz 30 anos: Retrato na parede

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Depois de uma reunião da Comissão Executiva, o PSDB fará hoje um ato modesto para celebrar os 30 anos de sua criação.

O partido atual lembra pouco a dissidência de centro-esquerda que se insurgiu contra os métodos fisiológicos do quercismo, então dominante no PMDB, rachando em plena Constituinte para fundar o PSDB.

A fotografia dos fundadores formando um semicírculo no gramado hoje é mesmo apenas um retrato na parede.

No Roda Viva, Manuela desmascara ruralista

Da revista Fórum:

A deputada estadual e pré-candidata à presidência pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, foi a entrevistada do tradicional programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (25).

O primeiro bloco do programa foi marcado por provocações dos entrevistadores, que tentaram associar o fato de a pré-candidata ser do PCdoB a regimes totalitários equivocadamente chamados de “esquerda” ao redor do mundo.

Um dos entrevistadores que fez a provocação foi Frederico D’Ávila, diretor da Sociedade Rural Brasileira. Em sua pergunta, ele afirmou que o fascismo é “de esquerda”, já que a CLT foi baseada em uma lei de Benito Mussolini e que ela, assim como os demais candidatos de esquerda, defendem a legislação em detrimento da reforma trabalhista. A pré-candidata, respondendo à provocação, desmascarou Frederico, que é coordenador programa de agronegócio do PSL, partido de Bolsonaro.

Bancada da Bíblia não fala por evangélicos

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

O campo evangélico é heterogêneo e muito complexo. A chamada bancada evangélica, que surgiu com apoio midiático, não fala em nome da comunidade evangélica – ela expressa apenas interesses particulares dos parlamentares.

É o que afirma Anivaldo Padilha, histórica liderança pelos direitos humanos, em entrevista ao Tutaméia. Sociólogo, membro da igreja metodista e articulador de movimentos ecumênicos no Brasil e na América Latina, ele é um dos fundadores da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, grupo que surgiu em 2016.


PSDB chega aos 30 anos com a cara de Aécio

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Nesta segunda-feira, 25 de junho de 2018, o PSDB chega aos 30 anos no pior momento da sua vida, sem motivos para comemorações.

Certamente, este partido aliado à bancada do boi e ameaçado pela Lava Jato, não era o dos sonhos de Mario Covas, o seu primeiro presidenciável, em 1989.

Ameaçado, na verdade, é apenas força de expressão, já que a Justiça sempre dá um jeito de livrar os tucanos das denúncias que pesam contra eles, mas a imagem do do partido está tão desgastada que sequer consegue lançar um candidato competitivo a presidente.