quarta-feira, 27 de junho de 2018

TV Cultura tucana virou um circo fascista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vi apenas trechos da entrevista de Manuela D’Ávila no Roda Viva, da TV “Cultura” de São Paulo. Li outros, o que é menos vomitivo que assistir um espetáculo armado de antijornalismo.

Ricardo Lessa, que conheci ainda nos tempos de faculdade, foi tão pouco jornalístico a insistir em perguntas sobre Stálin ou Mao-Tsé-Tung quanto seria a questionar um bispo ou o papa Francisco sobre os inquisidores da Idade Média.

Suceder a Augusto Nunes já é duro; dar-lhe continuidade é ainda mais.

Mas foi ainda pior.

Convidar um coordenador de campanha de Jair Bolsonaro para ser “entrevistador” é uma baixaria que desonra todo aquele que, ciente disso, aceito participar do espetáculo.

O resultado foi um programa misógino, agressivo e grosseiro.

Ricardo Kotscho diz muito bem em seu Balaio que o programa “desceu ao grau mais baixo do jornalismo de sarjeta”.

Não consegui passar do tal “Bolsominion” já bem adulto repetindo à exaustão uma suposta questão sobre “castração química”.

Decerto na mesma linha do seu candidato, que fez convites a grupos de extermínio para que viessem da Bahia para o Rio de Janeiro fazer suas matanças.

Não é democrático dar a facínoras mentais espaços para pregar mutilações.

Infelizmente é o que fez uma TV que não tem mais o direito de usar “Cultura” em seu nome.

1 comentários:

João Custódio Vieira Filho disse...

Assisti toda a entrevista e posso garantir que do meu ponto de vista tratou-se de um fuzilamento. As mulheres entrevistadoras foram ferozes e apertaram o gatilho várias vezes no fuzilamento. Dos homens, senti vergonha alheia. O programa tem que refazer a entrevista com a Manuela dentro de regras jornalísticas como forma de retratação e com pedido de desculpas na abertura.