quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Waldir Pires, a serviço da civilização

Da Rede Brasil Atual:

Waldir Pires, político de carreira extensa, advogado e professor, que morreu em 22 de junho, foi homenageado, na noite de terça-feira (31), com um debate promovido no Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, sobre seu legado. O jornalista Emiliano José lançou o primeiro volume da biografia do político baiano. "Um cidadão de 70 anos de vida pública e com uma história extraordinária", definiu.

A estranha Operação Margem Controlada

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Deflagrada hoje, a Operação Margem Controlada, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual do Paraná, não cheira bem.

A operação foi montada contra uma suposta organização criminosa que impedia os postos de combustível de praticarem preços livres. A tal organização seria integrada por “executivos” das três maiores distribuidoras do país, BR Distribuidora, Ipiranga e Shell.

Na inacreditável entrevista concedida às TVs de Curitiba, o delegado descreveu o crime cometido. É de um nonsense sem tamanho:

É preciso defender a paz na Nicarágua

Ilustração do site Cuba Debate
Por Socorro Gomes, no site do Cebrapaz:

A escalada da crise na Nicarágua tem atraído redobrada atenção das forças populares e da paz na América Latina e Caribe e em todo o mundo. Já se evidenciam os contornos da ingerência externa, em particular, estadunidense, na disputa política doméstica que, de reivindicações legítimas no plano econômico, escalou para a violência que hoje se verifica nas ruas, apesar dos apelos do governo do presidente Daniel Ortega pelo diálogo e dos compromissos que fez.

Trump reage à decadência relativa dos EUA

Por Bruno Elias, no blog Viomundo:

Passados dezoito meses de governo de Donald Trump, é possível divisar melhor as linhas de continuidade e de mudança da política externa dos Estados Unidos.

O 45º presidente do país atua em um contexto de continuidade da crise capitalista e de declínio relativo da hegemonia dos EUA no mundo.

De governos anteriores, herdou guerras na Síria, Afeganistão, Iraque e Líbia e encontrou disputas com outros polos de poder em ascensão.

Em outras frentes, seu governo tem rompido acordos, reorientado alianças e aberto novos conflitos políticos, econômicos e militares.

De Bolsonaros e bolsonaristas

Por Altair Freitas, no site da Fundação Mauricio Grabois:

Muita gente se escandaliza com as posições expressas por Jair Bolsonaro e adotadas por segmentos da sociedade brasileira nos últimos anos, anos de intensa crise econômica, política e social. Sua ida ao programa Roda Viva no dia 30 de julho, serviu para reafirmar o que vem dizendo há anos, só que agora para um público maior e mais disposto a ouvi-lo.

Crises agudas no capitalismo suscitam a circulação de ideias dispares sobre suas causas e saídas para elas. Bolsonaro, ao seu modo, dialoga com quem exatamente? Que saídas propõe? Qual o seu programa econômico para o país?

Radiografia da privatização velhaca em SP

Por Daniel Angelim, Daniel Martins, Gonzalo Berrón e Maria Brante Tatiana Ferraz, no site Outras Palavras:

João Doria foi eleito prefeito de São Paulo com base num discurso privatizante, segundo o qual, empresários seriam capazes de gerir melhor os recursos públicos do que a própria Prefeitura. Agora, lidera as pesquisas para o governo de São Paulo. Mas quais os reais efeitos da sua política de privatização? Foi realmente capaz de “desonerar” os cofres públicos? Quem ganhou e quem perdeu em cada um dos bens e serviços concedidos à iniciativa privada? E quem ganhou com as famosas doações empresariais para a cidade?

Estados Unidos e China: ameaça de guerra?

Por Wladimir Pomar, na revista Teoria e Debate:

A crescente disputa comercial entre Estados Unidos e China e os possíveis desdobramentos nas relações internacionais talvez só possam ser clarificados com o entendimento do grau de desenvolvimento de cada uma dessas nações e de seus objetivos quanto ao mundo.

Nos Estados Unidos, a partir dos anos 1970, as grandes corporações industriais, comerciais e de serviços foram unificadas e hegemonizadas pela fração financeira do capital. Sua indústria perdeu dinamismo e foi, em grande parte, relocalizada em países de mão de obra mais barata. E parcela insignificante de sua população centralizou a maior parte da riqueza nacional, enquanto a maioria dessa mesma população passou da condição de classe média ou de classe trabalhadora empregada para a condição de excluída da riqueza e do mercado de trabalho.

Como convencer um eleitor de Bolsonaro?

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Esta é a pergunta que os militantes de esquerda devemos nos fazer.

A pista está no Roda Viva da última segunda-feira.

Os entrevistadores – todos jornalistas da grande mídia, cujo candidato é Alckmin – usaram, na maior parte do tempo, os comportamentos preconceituosos e autoritários de Bolsonaro para tentar constrange-lo. O candidato vomitou seu costumeiro bestialógico com toda a segurança do mundo e os entrevistadores, em regra, não souberam replicar com consistência.

"Subestimamos a direita em 64 e 2016"

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Em abril de 1964 e em abril de 2016, os democratas e as esquerdas subestimaram a força, a inteligência e capacidade de articulação da direita no Brasil e no mundo. É o que analisa o jornalista Emiliano José, que está lançando uma biografia de Waldir Pires, em entrevista ao Tutaméia.

Waldir Pires (1926-2018) foi, com Darcy Ribeiro, o último a deixar o Palácio do Planalto quando do golpe militar de 1964. Ele era consultor geral da República no governo João Goulart e tinha trabalhado na elaboração de leis como a da reforma agrária e a da regulação das remessas de lucros –pontos importantes do histórico discurso de Jango na Central do Brasil (Rio) em 13 de março de 1964.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O Brasil afunda e os bancos lucram

Por Altamiro Borges

O maior banco privado do país, o Itaú-Unibanco, informou nesta semana que segue tendo lucros astronômicos, enquanto o Brasil afunda na crise econômica. No primeiro semestre deste ano, a instituição financeira – uma das que apoiou ativamente o golpe do impeachment que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer – lucrou R$ 12,8 bilhões. Em nota oficial, o banco revelou que o aumento foi de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2017. Na semana anterior, outros dois balanços foram publicados. O Santander divulgou um lucro de R$ 5,791 bilhões no segundo semestre de 2018. Já o Bradesco informou que o seu lucro cresceu 10% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 10,263 bilhões. Como se observa, o golpe contra a democracia compensou!

O perigo de um país de milhões de Bolsonaros

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Foram tantas as boçalidades proferidas por este ex-militar bronco e inculto no programa Roda Viva de segunda-feira que fica até difícil escolher uma só para abrir esta matéria sobre a entrevista de Jair Bolsonaro, o candidato das trevas.

Minha filha Mariana, também jornalista, me mandou essa:

“Se você, por exemplo, aumentar o número de empregos no Brasil a tendência de alguém procurar um hospital diminui…”.

Como assim? Quem trabalha não fica doente, pergunta a Mariana, que conclui:

Lula Livre ganha ares de campanha cívica

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Cena carioca que não tem preço: na manhã desta terça-feira, 31 de julho, o balconista da lanchonete em que tomo o café da manhã quase todas as manhãs, morador da Rocinha, enquanto servia os fregueses com seu inabalável bom humor, cantarolava: “Lula livre, Lula livre, Lula livre.”

Para a canalha golpista, uma péssima notícia: mesmo com o boicote da mídia alinhada ao golpe, o festival apoteótico Lula Livre, do último sábado na Lapa, no Rio de Janeiro, mudou de patamar a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula. Chico Buarque e Gilberto Gil cantando a antológica Cálice é um acontecimento revestido de uma força simbólica arrasadora.

Moro, Barroso e o Judiciário de celebridades

O 'Roda Viva' que Bolsonaro sonhava

Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

Coube não a um jornalista, mas a um representante do Instituto Ayrton Senna, fazer as perguntas mais embaraçosas ao presidenciável Jair Bolsonaro durante o Roda Viva, programa de entrevistas da TV Cultura. Embaraçosas por obrigarem o candidato a entrar em uma seara que ele evita a todo custo: o debate de ideias e propostas.

Bolsonaro, o “mito”, não soube responder sobre seu programa para a educação, assim como escapou de falar sobre economia. Em um raro momento no qual foi convidado a expor sua visão a respeito da situação econômica do País, saiu-se com uma piada: “Paulo Guedes é meu posto Ipiranga”. Guedes, sócio de butiques financeiras no Rio de Janeiro, é apresentado como o ministro da Fazenda de um governo Bolsonaro. Sua principal proposta é uma privatização radical, da Petrobras ao Banco do Brasil.

As crises contemporâneas e o papel da mídia

Por Valmir de Souza

"Não [queremos] simplesmente a produção em série daquilo que simplesmente alimente grandes vendas, os hits, as faixas de sucesso, aquilo que simplesmente é o consumo, que eu quero porque todo mundo está pedindo e eu simplesmente sou o eco de um rebanho. Nós merecemos não ser tratados como rebanho. Não merecemos e não queremos ser massa, porque esse é um conceito fascista".

(José Américo Mota Pessanha)


Vivemos agora na “Idade Mídia”, com os meios de comunicação constituindo-se em ordenadores das práticas culturais. Corações e mentes estão povoados por imagens e sons inoculados pela televisão. Para se compreender as atuais realidades sensíveis é preciso atentar para os imaginários urbanos produzidos pelas tecnologias.

Censura empurra o Brasil de volta ao passado

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

Quando os ponteiros se roçaram à meia-noite, ou os relógios digitais e telefones celulares só mostraram números zero na virada do sábado para o domingo, bom seria que os dois senhores classudos vestindo camisas azuis para fora da calça, no palco montado sob os arcos da Lapa carioca, estivessem acertando contas com um passado amargo, e nada mais.

Mas Chico Buarque e Gilberto Gil falaram ao presente, ao cantar 45 anos mais tarde “Cálice”, parceria deles proibida pela ditadura. Foi a canção que elegeram para abrir sua breve apresentação conjunta no Festival Lula Livre, perante dezenas de milhares de manifestantes.

Na reta final das escolhas eleitorais

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Entramos na última semana para a aprovação de candidaturas e a montagem de alianças eleitorais. Doze partidos ainda não definiram suas estratégias e pelo menos seis devem lançar candidatos próprios nas convenções que acontecerão até o próximo domingo, 5 de agosto: Manuela D’Ávila (PCdoB), Henrique Meirelles (MDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos). Desde 1989, o quadro da disputa não se apresentava tão fragmentado, nem as perspectivas de governabilidade foram tão nebulosas.

O agrotóxico contaminou o jornalismo

Por Chicão dos Eletricitários

O Brasil realmente é um país impar que contraria a lógica (?) das previsões econômicas, sociais e políticas; além disso uma parcela dos formadores de opinião flerta diuturnamente com a contramão do bom senso e da responsabilidade social.

Enquanto vários países proibiram o uso indiscriminado, irresponsável e nocivo à vida e ao meio ambiente, de agrotóxicos, o nosso país do futuro caminha a passos largos em direção ao abismo aberto pela ganância do lucro fácil e pela hipnose coletiva que norteia a conduta profissional (?) de parte da imprensa. É lamentável que se gaste tanta energia para justificar o injustificável.

Reforma trabalhista não diminui desemprego

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, Barbara Vallejos Vazquez e Euzebio de Sousa, no site Brasil Debate:

Dados da PNAD Contínua divulgados na terça-feira, 31 de julho, mostram que, apesar de o discurso do governo Temer de que milhões de empregos formais seriam criados com a reforma trabalhista, a realidade brasileira hoje é de ampliação de vínculos sem carteira.

Após seis meses de entrada em vigor da reforma trabalhista, os resultados são um reforço à situação de caos social. As taxas de desemprego aberto não apresentaram retração no período, conforme haviam prometido os defensores da reforma. A taxa de desocupação no trimestre compreendido entre abril e junho de 2018 foi de 12,4%, o que significa 13 milhões de desempregados.


Alckmin e seus dois fantasmas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nos próximos 30 dias, até que comece a propaganda eleitoral no rádio e televisão, a aposta de Geraldo Alckmin será num relativo silêncio.

Dois nomes o apavoram e não devem ser falados, mas a mídia parece que, apostando no seu “domínio intelectual” sobre o povão não entendeu, ou melhor, entendeu apenas a metade da lição.

Os nomes são os de Michel Temer e de Jair Bolsonaro.

Com Temer, a mídia ajuda.

Ele – a contragosto, diga-se – desapareceu do noticiário tanto quanto é possível a um presidente fazer.