sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Mãe de Greenwald e a imundície bolsonarista

Por Fernando Brito, em seu blog:

Morreu Arlene Greenwald, mãe do jornalista Glenn Greenwald.

Seria uma dor pessoal, familiar, digna da solidariedade humana, como a qualquer pessoa se teria nestas horas.

Mas, neste caso, um episódio vergonhoso para quem perdeu todo o respeito aos seres humanos, como parte da matilha bolsonarista que afirmava ou insinuava que a doença terminal de D. Arlene era fantasiosa, simples pretexto para que o jornalista deixasse o Brasil, com os filhos, para visitá-la.

Estaria fugindo do ridículo “Pavão Misterioso”.

Derrota de Moro e vitória da frente ampla

Editorial do site Vermelho:

A derrota do ministro da Justiça Sérgio Moro na aprovação do projeto de lei do “pacote anticrime” na Câmara dos Deputados tem grande dimensão. Na sua origem, o projeto tinha um conjunto de medidas antidemocráticas, que foi rejeitado. Ele representava um instrumento de Estado de exceção, uma arma de repressão ao povo, como o “excludente de ilicitude”, a prisão após a condenação em segunda instância e o “plea bargain” (fala-se "pli bárguein"), uma variação da “delação premiada”, regulamentada pelo texto-base aprovado em outros termos.

Justiça absolve Lula e Dilma; Globo esconde

Por Altamiro Borges

Em decisão assinada pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara do Distrito Federal, a Justiça finalmente fez justiça e absolveu sumariamente os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff no grotesco processo do chamado “quadrilhão do PT”. Como apontou em sua sentença, “a denúncia apresentada traduz tentativa de criminalizar a atividade política”. Ainda de acordo com o juiz, a acusação descreveu “ilícitos penais autônomos sem que revele a existência de estrutura ordenada estável e atuação coordenada dos denunciados, traços característicos de uma organização criminosa. Numa só palavra, não evidencia a subsistência do vínculo associativo imprescindível à constituição do crime”.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Jornal Mutirão na luta contra a ditadura

Por Altamiro Borges

Num momento político sombrio, em que os militares retornam ao poder central – são oito generais vassalos no ministério do capitão Jair Bolsonaro – e uma ditadura híbrida avança no país, a publicação do livro sobre a história do jornal cearense Mutirão (1977-1982) é bastante oportuna. O amigo Benedito Bizerril, advogado e militante das causas populares, acertou em cheio ao se dedicar à pesquisa e à redação da obra. Protagonista dessa empreitada heroica, ele mostra a importância da mídia alternativa em tempos de resistência.

Evo Morales: a história o absolverá

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Carta Maior:

Os acontecimentos dramáticos ocorridos na Bolívia seguiram um guião imperial que os latino-americanos começam a conhecer bem: preparar a mudança de regime de um governo considerado hostil aos interesses dos Estados Unidos (ou melhor das multinacionais norte-americanas). Fazem-no orquestrando um plano duplo: anular uma vitória eleitoral “inimiga” e consolidar rapidamente o novo regime que toma medidas que não são próprias de um governo de transição. Certamente que o que aconteceu nos surpreende, mas também o modo imediato como foi comentado, de modo maioritariamente desfavorável ao governo de Evo Morales a partir de quadrantes ideológicos supostamente opostos. Proponho-me contribuir para este debate pois vejo nos recentes acontecimentos na Bolívia as sementes de muito do que se passará no continente e no mundo nas próximas décadas.


A zorra total do bolsonarismo no Congresso

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Metida num discreto terninho preto, a loiríssima Dona Cacilda, supostamente arrependida por ter feito parte da turma do fundão, senta-se ao lado do amado mestre na carteira do professor, pronta a detonar os antigos coleguinhas, hoje desafetos. Seu primeiro alvo é a ex-melhor amiga dona Bela, toda faceira na fila da frente da classe:

- Sua burra! O presidente me perguntou se você tinha sido prostituta na Espanha. Seu ex-marido já confessou publicamente ter problemas com drogas. Você fez uma foto na avenida Paulista com dizeres fofos na barriga e na segunda o aborto já estava marcado. Mentirosa! Manipuladora! Psicopata! Beijinho, beijinho, pau, pau!

Nossa América Latina tão desigual

Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:

A Amé­rica La­tina, com 638 mi­lhões de ha­bi­tantes, é hoje a re­gião de maior de­si­gual­dade no mundo. Após uma dé­cada de re­dução da po­breza e da de­si­gual­dade, os ín­dices voltam a pre­o­cupar, de­vido à so­ne­gação fiscal e o corte de pro­gramas so­ciais. Como as eco­no­mias na­ci­o­nais re­tro­ce­deram, hoje 20% da po­pu­lação são con­si­de­rados vul­ne­rá­veis. E 122 mi­lhões de pes­soas que dei­xaram a po­breza, mas não con­se­guiram se in­cluir na classe média, podem perder o pouco que ob­ti­veram.

Em 2002, 44,5% dos la­tino-ame­ri­canos vi­viam na po­breza, dos quais 11,2% na mi­séria. Hoje, entre a po­breza e a mi­séria vivem 30% da po­pu­lação do Con­ti­nente, ou seja, 210 mi­lhões de pes­soas.

Protesto contra o genocídio em Paraisópolis

Os bolsonaristas arrependidos

Guedes ataca salário de servidores públicos

Joice Hasselmann e a CPMI das Fake News

EUA demandam repressão e prisão de Lula

Quilombo do Campinho em Paraty (RJ). Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcelo Zero

Não há dúvida de que há uma crise mais ou menos generalizada dos sistemas democráticos no mundo.

A causa última e fundamental dessa crise tange à crescente desigualdade social, à erosão do Estado de Bem-Estar e à falta de geração de empregos de qualidade, ocasionadas pelas políticas neoliberais e de austeridade, combinadas com uma crise econômica que não dá mostras de ser efetivamente superada.

A eleição de Trump e de outros líderes do chamado “populismo de direita”, o Brexit, a ascensão de forças de extrema direita e uma insatisfação generalizada com os partidos e as instituições democráticas são sintomas claros dessa crise política e democrática.

"Vamos derrotar o golpe na Bolívia"

Por Leonardo Wexell Severo, de La Paz, Bolívia

Nesta entrevista exclusiva, o presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Sérgio Choque, denuncia o golpe de Estado que afastou o presidente Evo Morales “a partir da pressão dos setores ligados à direita, com a perseguição de dirigentes, queima de residências de deputados e senadores, e mais o sequestro de familiares”; condena o assassinato de manifestantes, “cruelmente alvejados pelas balas do Exército”; defende a libertação dos patriotas que lotam as penitenciárias; repudia a enorme censura à imprensa, pois “qualquer imagem que mostre é apontada como sedição, havendo o fechamento do meio de comunicação e a prisão dos jornalistas”; e alerta para a própria perseguição dos parlamentares, “porque hoje se falamos algo do governo imediatamente querem nos prender”.

Levante a voz contra o machismo

A revolta latino-americana

Por José Luís Fiori, no site A terra é redonda:

Em um primeiro momento, pareceu que a direita retomaria a iniciativa, e se fosse necessário, passaria por cima das forças sociais que se rebelaram, e surpreendeu o mundo durante o “outubro vermelho” da América Latina. No início de novembro, o governo brasileiro procurou reverter o avanço esquerdista adotando uma posição agressiva e de confronto direto com o novo governo peronista da Argentina. Em seguida interveio, de forma direta e pouco diplomática, no processo de derrubada do presidente boliviano, Evo Morales, que havia acabado de obter 47% dos votos nas eleições presidenciais da Bolívia. A chancelaria brasileira não apenas estimulou o movimento cívico-religioso da extrema-direita de Santa Cruz, como foi a primeira a reconhecer o novo governo instalado pelo golpe cívico-militar e dirigido por uma senadora que só havia obtido 4,5% dos votos nas últimas eleições.

Um espectro ronda Bolsonaro: o povo na rua

Por José Dirceu, no site Metrópoles:

Os fatos recentes no Equador, no Peru, no Chile, na Bolívia e na Colômbia nos remetem de novo ao militarismo, e as fotos não mentem: as forças armadas desses países, com exceção da Colômbia, voltaram ou reafirmaram seu papel de tutela sobre o sistema político, com o agravante de mantenedoras da ordem social e econômica mesmo às custas da democracia, apesar de as Constituições proibirem expressamente qualquer papel político para aqueles aos quais a nação entregou sua defesa em armas.

Contundente e ferina reação aos ataques

Por João Guilherme Vargas Netto

No último artigo da MP 905 há um festival de revogações de leis e decretos-lei anteriores cancelando direitos.

Entre estas revogam-se integralmente as regulamentações de diversas profissões e suas normas regulamentadoras relativas, até mesmo os registros profissionais. São prejudicados os corretores de seguros, os publicitários, os atuários, os jornalistas, os guardadores e lavadores de veículos, os arquivistas, os radialistas, os músicos, os estatísticos, os sociólogos e os secretários. Também são revogadas as multas decorrentes do não cumprimento das legislações regulamentadoras.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Joice garante: Eduardo é líder das milícias

Por Altamiro Borges

Em seu tão esperado depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News nesta quarta-feira (4), a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) detonou o filho 03 do “capetão”, o que pode colocar em risco o seu mandato. “Eduardo Bolsonaro está amplamente envolvido” nas milícias digitais, garantiu a ex-líder do laranjal na Câmara Federal, que hoje está em guerra contra o clã fascista, sofrendo ferozes ataques virtuais e correndo até risco de agressões. Ela ainda afirmou que assessores parlamentares, outros deputados federais e estaduais e membros do Palácio do Planalto fazem parte do “gabinete do ódio” montado para atacar opositores.

O punitivismo neoconservador no Brasil

Por Raphael Boldt, na revista CartaCapital:

O final do ano está às portas. E, com isso, chega ao fim também o primeiro ano de um novo (velho) governo. Novo do ponto de vista cronológico, velho com relação a certas práticas e, sobretudo, no que se refere aos discursos que delineiam a atual política criminal no Brasil. Na realidade, uma das principais novidades da atual administração está nos traços marcadamente e escancaradamente neoconservadores do controle penal que, sem qualquer cerimônia, reproduz o que há de pior no modelo norte-americano.

Doria e o genocídio em Paraisópolis

Por Raimundo Bonfim, na revista Fórum:

A Polícia Militar do governador João Doria invadiu um baile funk na madrugada do último domingo (1), na favela Paraisópolis, e assassinou nove jovens; sete ficaram feridos.

A ação ocorreu no Morumbi, um dos bairros mais nobres de São Paulo. Porém, o exato local escolhido foi a favela Paraisópolis, cravada no meio da fina flor da elite paulistana. Policiais dispararam gás lacrimogêneo, balas de borracha, além de garrafas de vidros, coronhadas, tapas, socos e pontapés. O que ocorreu não foi confronto. Foi genocídio mesmo.