sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

A história foi escrita pela mão branca

Por Leonardo Boff, no site da Fundação Maurício Grabois:

Uma das realidades mais perversas da história humana foi o milenar estatuto da escravidão. Aí se mostra o que também podemos ser: não só sapiens, portadores de amor, empatia, respeito e devoção, mas também demens, odientos, agressivos, cruéis e sem piedade. Este nosso lado sombrio parece dominar a cena social de nosso tempo e também de nosso país.

A história da escravidão se perde na obscuridade dos tempos milenares. Há uma inteira literatura sobre a escravidão, no Brasil, popularizada pelo jornalista-historiador Laurentino Gomes em três volumes (só o primeiro já veio a lume, 2019).

Evangélicos e fascistas juntos com Bolsonaro

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

Segundo previsão dos estatísticos, em 2032 a maioria da população brasileira será evangélica. Isso constitui uma transformação importante para um país que já foi chamado de “maior país católico do mundo”. Não se trata apenas de um aumento quantitativo na população. Esse incremento numérico se faz acompanhar de uma participação maior na política e no poder. A “longa jornada” para o Poder já foi iniciada. Ao mesmo tempo, observa-se o aumento do pluralismo religioso. Entre 1970 e 2010, os “sem religião” saltaram de 702 mil para 15,3 milhões de pessoas (José Eustáquio Alves - ENCE/IBGE, Carta Maior, 22/5/2019).

A Classe de Davos e como vencê-la

Por Susan George, no site Outras Palavras:

“Tudo para nós e nada para os outros parece ter sido, em toda a nossa história, a máxima vil dos senhores da humanidade”, escreveu Adam Smith em 1776, em A Riqueza das Nações - obra que é considerada, universalmente, a primeira pesquisa abrangente sobre a natureza e a prática do capitalismo.

O senhores da humanidade ainda estão entre nós: eu os chamo de a “Classe Davos” porque, do mesmo jeito que as pessoas se encontram todo ano nos resorts de esqui na Suíça, eles são nômades, poderosos e permutáveis. Alguns têm poder econômico e uma fortuna pessoal considerável. Outros possuem poder político e de administração, principalmente exercido em nome daqueles com poder econômico, que os recompensam à sua maneira. Podem até existir contradições entre seus membros - o CEO de uma empresa industrial nem sempre tem os mesmos interesses que seus banqueiros - mas, de um modo geral, quando se trata de escolhas sociais, eles terão a mesma opinião.

O imperialismo e o desenvolvimento

Por José Luís Fiori, no site A terra é redonda:

A esquerda econômica vive prisioneira de um debate circular e inconclusivo, sempre em busca da fórmula mágica que supõe ser capaz de responder ao triplo desafio do crescimento, da igualdade e da soberania.

“As grandes potências são aqueles Estados de toda parte da Terra que possuem elevada capacidade militar perante os outros, perseguem interesses continentais ou globais e defendem estes interesses por meio de uma ampla gama de instrumentos, entre os quais a força e ameaças de força, sendo reconhecidos pelos Estados menos poderosos como atores principais que exercem direitos formais excepcionais nas relações internacionais” Charles Tilly, Coerção, Capital e Estados Europeus (Edusp, 1996, p. 247).

Luciano Huck, o candidato-espetáculo

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:

Ontem, o candidato presidencial Luciano Huck podia ser visto em dois lugares ao mesmo tempo. Ao vivo, apareceu em Davos e fez comentários previsíveis sobre seu futuro político.

A noite, surgiu de repente num dos capítulos de Amor de Mãe, a novela das 9 da Globo, que vai ao ar após o Jornal Nacional.

Sem qualquer aviso, Huck representou a si próprio numa cena na casa da família da personagem vivida por Regina Casé, núcleo central de um drama de subúrbio do Rio de Janeiro, cenário das dificuldades que marcam o cotidiano da maioria dos brasileiros e brasileiras.

Depois de maravilhar os personagens presentes, com o encantamento que acompanha as celebridades, ao sentar-se num sofá da modesta sala de visitas, Huck pronunciou a frase mágica de seu caldeirão televisivo.

Responsabilidades maiores do sindicalismo

Por João Guilherme Vargas Netto

Apesar das deficiências, o Salariômetro da FIPE que mede os resultados das campanhas salariais é um dos poucos instrumentos públicos de controle da ação sindical.

O Dieese também apresenta o resultado das negociações com seu banco de dados próprio e o Banco Central as acompanha produzindo relatório reservado.

A última informação divulgada pela FIPE totaliza o resultado das negociações salariais do ano passado, registrando que 25% delas não conseguiram repor a inflação (configurando arrocho salarial), 25% empataram com a inflação e 50% garantiram ganhos reais (ainda que muito pequenos, na ordem de 1% ou fração com sua porcentagem tendo caído de 75% em 2018 para os 50% de agora).

Petardos: Corrupção aumenta com Bolsonaro

Por Altamiro Borges

O "capetão" Bolsonaro foi eleito com base na promessa de que iria acabar com a corrupção no país  e muito otário acreditou nessa bravata. Agora, porém, o Brasil repete a pior nota no ranking de percepção do combate à corrupção elaborado pela ONG Transparência Internacional

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Após as denúncias de laranjas, rachadinhas, Queiroz, Val do Açaí e "Micheque", entre outras, o Brasil caiu uma posição no ranking do IPC (Índice de Percepção da Corrupção) no ano passado e agora ocupa a 106ª posição entre os 180 países avaliados

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"O resultado reflete um ano de poucos avanços e muitos retrocessos na luta contra a corrupção no Brasil", avalia Bruno Brandão, diretor da Transparência Internacional. Para ele, estudo prova que "o discurso não é o suficiente". Só os otários acreditam nas fake news bolsonarianas!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Mais um atentado à liberdade de imprensa

Do site do FNDC:

O jornalista Glenn Greenwald, editor do The Intercept Brasil, foi denunciado por associação criminosa nesta terça-feira (21) pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele é acusado pelo procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, que assina a denúncia, de ajudar na invasão de celulares de autoridades brasileiras. Outras seis pessoas também denunciadas.

Moro ameaça, mas não deixará o governo

Por Fernando Brito, em seu blog:

Diz a máxima política que não se nomeia aquele que não se pode emitir.

Jair Bolsonaro, em busca de legitimação, o fez, nomeando Sérgio Moro como ministro da Justiça, para sinalizar um suposto combate à corrupção e um conflito de morte – que o elegera – com Lula e o PT.

Está, agora, às voltas com a complicada resolução desta equação que começou, entendam-me os que aprenderam limites da função matemática no 2° grau, para o que valia desde que houvesse a submissão ao projeto político bolsonarista.

Greenwald e a perseguição a Samuel Wainer

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Em outubro de 1955, um ano e dois meses após o suicídio de Getúlio Vargas, o Tribunal de Justiça do Rio condenava Samuel Wainer, fundador do jornal Última Hora, a um ano de prisão por “falsidade ideológica”. Wainer era acusado de se passar por brasileiro tendo nascido na Bessarábia, então parte do Império Russo. A Constituição proíbe que brasileiros não-natos possuam meios de comunicação, um protecionismo do qual os donos da mídia não abrem mão até hoje, ao contrário do que pregam em relação ao petróleo e demais riquezas nacionais.

Fux reforça facção que corrompeu a Justiça

Por Jeferson Miola, em seu blog:                 

“Excelente. In Fux we trust!”. Esta celebração do então juiz Sérgio Moro com o parceiro Deltan Dallagnol em mensagem do Telegram se assemelha ao brado efusivo da torcida de um time; é uma espécie de exaltação de um Deus.

Esta celebração, gozada em ambiente absurdo de promiscuidade entre juiz e procuradores que agem à margem da Lei, é impensável sob a vigência do Estado de Direito, e só é entendida no contexto da corrupção e decomposição do sistema de justiça brasileiro.

Além de Fux, Moro e Dallagnol festejam outros ministros do Supremo que eles também chamam de “seus”: “Aha, uhu, o Fachin é nosso!”, e “Barroso vale por 10 PGRs”.

Guedes foi um desastre na Suíça

Edital da Funarte proíbe bandas de rock

Da revista CartaCapital:

Um edital da Funarte (Fundação Nacional das Artes) para promover a reposição de instrumentos de sopro em bandas restringiu a participação para grupos de um gênero musical popular: o rock.

O detalhe passaria despercebido e, na verdade, já foi condição de um edital passado da Funarte, de 2013, que possuía o mesmo objetivo de conceder instrumentos para determinados tipos de banda. No entanto, a figura do novo presidente da Funarte, Dante Mantovani, deixa a situação ao menos irônica.

Isso porque Mantovani tem um vídeo publicado em seu canal do Youtube em que explica, com detalhes, como que bandas de rock foram “planos soviéticos” para espalhar o comunismo pelo mundo.

Alvim, nazismo e o momento da vergonha

Racismo alimenta ações genocidas da polícia

Lula receberá prêmio mundial em Madri

Luiz Fux afronta os Poderes da República

Editorial do site Vermelho:

A resposta do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à decisão autoritária do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux de suspender a implementação do juiz das garantias por tempo indeterminado é uma síntese precisa. Para ele, foi uma atitude “desnecessária e desrespeitosa com o Parlamento brasileiro e com o governo brasileiro, com os outros Poderes”.

Desrespeito, a rigor, ao próprio Poder Judiciário, à medida que subverte o papel do STF e revoga uma decisão do seu presidente, Dias Toffoli, que havia expedido liminar suspendendo a implantação do juiz de garantias por 180 dias. Com uma penada, Fux afrontou tudo isso e a própria história da democracia.

Petardos: Bolsonaro retira poder de Moro

Por Altamiro Borges

Destaque no site da Veja: "Moro 'fica na Justiça' mesmo se pasta da Segurança for recriada, diz Bolsonaro. Presidente admitiu que cisão do ministério está em estudo: 'Lógico que o Moro deve ser contra, né?'". Pelo jeito, o "capetão" vai humilhar novamente o "marreco de Maringá"

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Já Andréia Sadi, em sua coluna no site G1, da Globo, informa que os "moristas" foram pegos de surpresa e estão preocupados. "Para aliados de Moro, eventual recriação do Ministério da Segurança Pública enfraquecerá o ministro". O que será que está rolando no laranjal bolsonariano?